Damn Reincarnation - Capítulo 283 - Anime Center BR

Damn Reincarnation – Capítulo 283

Capítulo 283

Balzac Ludbeth (3)

O par de olhos olhando para fora da brecha mudou. Depois de parar em Eugene por alguns segundos, os olhos se voltaram para o resto das pessoas ali. Então pararam mais uma vez em Kristina.

A resposta instintiva de Eugene a esta aparição inesperada foi pensar: “Que diabos é isso?”

Ele só encontrou aqueles olhos por alguns momentos, mas Eugene ainda sentia um arrepio percorrendo sua espinha.

Inconscientemente, ele deu um passo à frente. Mesmo que tenha sido tudo o que fez, a sensação de formigamento vindo de sua pele em resposta a esse movimento foi o primeiro sinal da ameaça que estava à sua frente.

Ele sentiu um poder sombrio terrivelmente sinistro vindo daqueles olhos. Então tinha certeza de que essa pessoa estava envolvida com magia negra, mas havia algo mais familiar nisso.

Bem naquele momento, o pilar de solo que havia surgido do chão de repente se despedaçou quando algo saltou de dentro.

A explosão deixou Eugene desprevenido por alguns momentos. Não, em vez de deixá-lo desprevenido — Eugene ficou realmente impressionado com a pressão, mesmo que tenha sido apenas por alguns segundos.

Era devido à força da figura? Não, não foi nada disso. Em vez disso, o que dominou Eugene foi o terrível ódio e a intenção assassina da figura. Esse ódio e intenção assassina eram tão intensos que parecia que não iriam parar mesmo depois de matar todos neste mundo, e passou por Eugene antes de avançar em direção à Kristina.

Kristina não era nem cavaleira, nem guerreira. Tendo sido instruída pessoalmente por Raphael, ela possuía um certo nível de capacidade de combate, mas seu papel como sacerdotisa significava que ela era alguém que ajudava os cavaleiros e guerreiros na retaguarda. No entanto, a verdade é que, mesmo que ela fosse uma cavaleira ou guerreira excepcional, ainda não teria sido capaz de reagir a tempo àquela situação que enfrentava.

Atingida por uma onda de perplexidade e angústia, o corpo de Kristina ficou congelado e rígido.

Não foi apenas Kristina. Até Anise, que também compartilhava seu corpo, ficou surpresa e perplexa ao ver a mesma coisa que ela.

A raiva e a intenção assassina da figura foram direcionadas ao pescoço de Kristina. Sua mão, que balançava como uma lâmina, estava prestes a rasgar a garganta dela, mas nesse momento Eugene conseguiu intervir.

Clang!

A colisão ocorreu bem na frente de Kristina. Em vez de afastar Kristina para protegê-la, Eugene empurrou-a apressadamente para trás.

— Ah…!

Ao cambalear para trás, Kristina soltou um grito ligeiramente tardio. Se Eugene tivesse se atrasado um pouco em sua intervenção, aquela mão teria rasgado a garganta de Kristina.

Eugene olhou para a mão que mal conseguiu pegar. A mão que segurava era tão fria que não parecia humana. Eugene sentiu como se estivesse segurando um bloco de gelo.

Então era por isso que a figura parecia familiar…

Esta mão tinha calos devido ao trabalho duro em que foi submetida. Os dedos eram grossos e nodosos. E as costas da mão estavam repletas de todos os tipos de cicatrizes.

— Ouvi dizer que ela era parecida. — Disse o dono da mão, sem olhar para Eugene, que bloqueava seu caminho. Seus olhos penetrantes, em um rosto contorcido em uma careta, estavam fixos em Kristina, que estava atrás de Eugene com as mãos sobre a boca. — Mas são tão parecidas que não pude deixar de me atirar nela. Você é Kristina Rogeris, não é? Poderia realmente ser ela?

Eugene olhou para a careta retorcida no rosto da figura.

Notou os olhos ferozes, a cicatriz que corria diagonalmente pelo rosto e outra que cortava a ponta do nariz. Havia também várias outras cicatrizes menores. Então vieram aqueles olhos cheios da intenção assassina e do ódio do homem, seu sorriso distorcido, sua franja desgrenhada e seu cabelo na parte de trás que estava casualmente preso em um rabo de cavalo, porque era muito chato de cuidar.

— Mas isso… Não faria sentido. Não importa como você pense sobre isso, não deveria ser possível. Já se passaram trezentos anos. Afinal, são trezentos anos inteiros. Mas agora, depois de trezentos anos, como você, Kristina Rogeris, a Santa desta época, poderia ter esse rosto…? Por que seu rosto se parece tanto com o de Anise, aquela vadia que merece ser despedaçada repetidas vezes? — O homem disse com sarcasmo.

Eugene e Anise estavam muito familiarizados com o rosto daquele homem. Kristina, que tinha visto as memórias de Anise, também reconheceu seu rosto.

As aparências dos ex-companheiros de Sienna foram registradas na Biblioteca Real de Acryon de Aroth, no último andar, dentro do Salão de Sienna. Mer, que estava lá como familiar de Sienna, e Lovellian, Melkith e Balzac, que eram todos Mestres de Torre, também reconheceram a quem pertencia aquele rosto. Até Cyan, que tinha visto a estátua do homem agora erguida na propriedade principal de Lionheart, reconheceu quem era esse homem.

— Você poderia realmente ser Anise? — O Cavaleiro da Morte que havia sido ressuscitado do cadáver de Hamel perguntou com uma risada.

Tendo percebido quem era, Anise gritou dentro da cabeça de Kristina, [O Cavaleiro da Morte…!]

Ela tinha ouvido a história de Eugene há algum tempo. No entanto, agora que Anise o viu pessoalmente, não pôde evitar soltar um grande grito. Este Cavaleiro da Morte que foi ressuscitado de um cadáver; trezentos anos atrás, Anise tinha visto inúmeros desses mortos-vivos.

As guerras daquela época eram muito terríveis, porque nem mesmo a morte poderia garantir o descanso eterno. Muitos cavaleiros e guerreiros que perderam toda a esperança de vitória e temiam a morte venderam sua dignidade e almas aos magos negros e aos demônios. Aqueles com habilidades mais pobres tornaram-se mortos-vivos humildes depois de morrerem, enquanto aqueles que eram publicamente conhecidos como indivíduos fortes tornaram-se Cavaleiros da Morte depois de morrerem.

Os Cavaleiros da Morte eram feitos ressuscitando um corpo falecido usando magia negra e vinculando a alma, que estava sendo chamada para deixar este mundo, de volta ao corpo.

Anise tinha ouvido falar que um Cavaleiro da Morte foi criado a partir do cadáver de Hamel. Porém, como a alma de Hamel já havia reencarnado e estava ali em um corpo diferente, quem diabos era a alma que havia sido implantada no corpo deste Cavaleiro da Morte?

— Você… — Eugene se espremeu enquanto tentava engolir a náusea. Ele já tinha visto um Cavaleiro da Morte feito de seu próprio cadáver alguns anos atrás, então foi mais fácil recuperar a compostura desta vez. — Quem diabos é você?

O Cavaleiro da Morte que Eugene conheceu naquela época afirmou ser Hamel, o Tolo, mas na verdade era uma imitação imperfeita que foi feita depois de se estabelecer na alma de um licantropo desconhecido. Embora tenha sido capaz de imitar, pelo menos parcialmente, as memórias musculares que foram deixadas no corpo de Hamel, na verdade era um ser completamente diferente, sem nenhuma personalidade de Hamel de sua vida anterior.

— Hamel Dynas. — Respondeu o Cavaleiro da Morte.

Parecia que desta vez o Cavaleiro da Morte não se apresentaria como Hamel, o Tolo. Ele finalmente desviou o olhar de Kristina para olhar para Eugene, que estava parado na frente dele.

— Esses cabelos grisalhos, esses olhos dourados, você parece aquele filho da puta do Vermouth. — O Cavaleiro da Morte murmurou. — Devo dizer que é incrível ainda ver tal visão, mesmo depois de trezentos anos. Aquele desgraçado realmente deu à luz ninhadas de filhotes como uma cadela de verdade, mas como todos os pirralhos que ele gerou conseguiram herdar seus cabelos grisalhos e olhos dourados?

A náusea de Eugene se aprofundou. Embora realmente não quisesse admitir esse fato, ao contrário do Cavaleiro da Morte da última vez, o Cavaleiro da Morte que estava na frente dele agora —realmente conseguia imitar Hamel extremamente bem.

— Então, seu nome é… Eugene Lionheart, correto? Aquele que, como Vermouth, foi reconhecido pela Espada Sagrada. Embora esta seja a primeira vez que te vejo, ouvi um pouco sobre você da minha Mestra. — Revelou o Cavaleiro da Morte.

A mestra dele?

— Ouvi dizer que você é muito forte? — O Cavaleiro da Morte continuou. — O mundo até te chama de Segunda Vinda do Vermouth. Você sabe qual foi meu primeiro pensamento depois que voltei à vida assim?

Creeak.

A mão do Cavaleiro da Morte flexionou. Sua mão, que era tão dura e fria quanto um bloco de gelo, começou a exercer forte pressão sobre a mão de Eugene.

— Decidi que precisava acabar com todas as sementes que foram deixadas por aquele desgraçado do Vermouth. — Sibilou o Cavaleiro da Morte. — Depois vem Moron, que, surpreendentemente para ele, foi em frente e fundou seu próprio reino. Eu erradicarei a família real daquele idiota também.

A pressão crescente começou a empurrar a mão de Eugene para trás. Com cada xingamento sinistro que o Cavaleiro da Morte cuspia, a expressão no rosto de Eugene desaparecia lentamente.

Uma por uma, com cada palavra que pronunciava, a raiva e a intenção assassina do Cavaleiro da Morte pareciam crescer continuamente enquanto tentavam engolir Eugene.

— O que é um pouco lamentável é que Anise e Sienna não deram à luz nenhum pirralho. — Suspirou o Cavaleiro da Morte. — Eu não sabia sobre Anise, mas tinha certeza que Sienna deixaria algo para trás.

Eugene não foi consumido pela pressão; mesmo diante da raiva e intenção assassina do Cavaleiro da Morte, ele conseguiu persistir. Até agora, seu rosto não tinha nenhum traço de emoção ou a menor expressão nele.

O Cavaleiro da Morte de repente se lembrou de algo:

— Pensando bem, ouvi dizer que você é o herdeiro de Sienna, certo? Você saberia algo sobre ela? Sienna, aquela vadia barulhenta, secretamente se aproveitou de mim—

— Ei. — Os lábios de Eugene finalmente se separaram.

A mão que bloqueava a do Cavaleiro da Morte não estava mais sendo empurrada para trás. À medida que todas as emoções pareciam desaparecer deles, uma luz estranha começou a brilhar nos olhos de Eugene.

— Não se atreva a dizer mais nada. — Sibilou Eugene.

Eugene não soltou nenhum xingamento contra o Cavaleiro da Morte. Ele sentiu como se sua respiração estivesse presa no peito e era doloroso até mesmo tentar dizer qualquer coisa. Parecia que uma faca estava alojada em sua garganta. Sua cabeça estava queimando como se tivesse sido mergulhada no fogo do inferno, e um grito agudo ressoava em seus ouvidos.

Quanto ao peito e ao coração — Eugene recusou-se a pensar mais no assunto. Soltando um suspiro, ele abaixou a mão que havia levantado em um bloco à sua frente.

Claaaang!

No momento em que Eugene baixou a mão, seu outro punho foi lançado para frente. O Cavaleiro da Morte reagiu imediatamente e bloqueou o punho de Eugene com as próprias mãos, mas todo o seu corpo ainda foi jogado para trás pelo golpe.

O punho estendido de Eugene formigou. Enquanto balançava levemente o pulso, Eugene marchou para frente.

Mas ele não foi o único que ficou furioso ao ouvir o que o Cavaleiro da Morte tinha a dizer.

Kristina agarrou seu rosário enquanto gritava:

— Sir Eugene!

Em algum momento, Lovellian, que foi forçado a ouvir tais insultos dirigidos contra sua Grã-mestra, também puxou seu cajado e o segurou nas mãos. Melkith e Balzac também estavam terminando seus preparativos para atacar o Cavaleiro da Morte, e até mesmo Cyan desembainhou sua espada.

— Por favor, fiquem fora disso. — Eugene rosnou sem sequer se virar para olhar para eles.

Eugene não queria tentar entender o que o Cavaleiro da Morte quis dizer com aquelas palavras que acabara de dizer, nem tinha intenção de respondê-las. Essa luta — não, executar esse filho da puta — era algo que Eugene precisava fazer sozinho. Afinal, esse corpo já pertenceu a Eugene no passado.

Ele não sabia de quem era a alma que agora habitava seu cadáver que havia sido criado como um Cavaleiro da Morte, mas aquele cara — ele estava realmente falando sobre si mesmo como se fosse Hamel. No entanto, embora se referisse a si mesmo como Hamel, dizia coisas que o verdadeiro Hamel nunca diria.

Mas por quê? Olhando para sua personalidade, a personalidade do Cavaleiro da Morte parecia ser uma projeção das memórias do corpo, então por que estava dizendo tais coisas?

Eugene não se preocupou em fazer perguntas. Sua própria raiva e intenção assassina eram mais fortes do que qualquer desejo de investigar essas questões. Eugene não estava mais inexpressivo ou sem emoção. Seus olhos brilharam como os de uma fera louca, e uma intenção assassina indiscriminada emergia de seu corpo.

— Hoh. — O Cavaleiro da Morte, que havia sido empurrado para trás, murmurou surpreso enquanto apertava sua mão.

Embora não tivesse muito espaço para aceleração, o punho de Eugene era bastante pesado. E então viu o que Eugene estava fazendo. Poderia uma criança nascida em uma era pacífica como esta ser realmente tão cruel quanto Eugene parecia naquele momento?

— Você não se parece em nada com o resto dos pirralhos nascidos hoje em dia. — Disse o Cavaleiro da Morte com uma risada enquanto fechava e abria o punho.

—Já que os Lionhearts e os Mestres de Torre de Aroth interferiram, por favor, intercepte-os.

Esse foi o pedido que o Cavaleiro da Morte recebeu de Edmond. A capital da Tribo Kochilla, onde o Cavaleiro da Morte e Edmond estavam localizados naquele momento, ficava longe dali, mas como era um local onde as Veias Terrestres foram torcidas, os Kochillas mantiveram um registro dessas coordenadas. Contanto que tivesse as coordenadas, Edmond era capaz de enviar o Cavaleiro da Morte para lá, pois poderia ser considerado um tipo de invocação de mortos-vivos.

O Cavaleiro da Morte, que ardia com um ódio induzido artificialmente e um desejo de vingança, não recusou o pedido de Edmond. Como acreditava ser Hamel, o Cavaleiro da Morte desejava se vingar de todos aqueles que o traíram.

E isso incluía os descendentes de Vermouth, o clã Lionheart. A presença deles ali por si só teria sido suficiente para despertar a sede de sangue do Cavaleiro da Morte, mas então ele viu a Santa desta época, que se parecia muito com aquela repugnante serpente, Anise.

O Cavaleiro da Morte lambeu o lábio inferior enquanto agarrava o punho da espada em sua cintura.

Esse pirralho do clã Lionheart… Pode ter se tornado adulto recentemente, mas já estava sendo chamado de Segunda Vinda do Vermouth.

O Cavaleiro da Morte ainda conseguia recordar claramente as memórias de quando estava vivo. Embora Vermouth também tivesse acabado de atingir a maioridade quando os dois se conheceram, o herói já possuía tanta força que era difícil acreditar em sua idade aparente.

O Cavaleiro da Morte odiava Vermouth por tê-lo traído e o esfaqueado nas costas com sua espada. No entanto, deixando isso de lado, ele ainda não podia deixar de reconhecer a força do Vermouth.

Então, para esse Eugene Lionheart, o Cavaleiro da Morte queria verificar por si mesmo se esse cara merecia ser chamado de Segunda Vinda do Vermouth. E também desejava tirar com as próprias mãos a vida da pessoa que estava recebendo tantos elogios.

O Cavaleiro da Morte desembainhou sua espada.

Quando Eugene disse aos outros para não interferirem, as emoções contidas nessas palavras foram tão sanguinárias e terríveis que todos permaneceram parados onde estavam, olhando para as costas de Eugene. Claro, nenhum deles se permitiu relaxar completamente. Todos estavam prontos para dar apoio a Eugene em caso de emergência.

Eugene não olhou para trás. Ele continuou andando em vez de correr. Ao se aproximar lentamente do Cavaleiro da Morte, Eugene também enfiou a mão em seu manto. As pontas dos dedos de Eugene roçaram os cabos das inúmeras armas dentro dele.

Passaram por cima da Lança Demoníaca Luentos. Deslizaram sobre Jigollath, o Martelo da Aniquilação. Passaram pela Espada Devoradora Azphel, pelo Raio Pernoa e pela Lança Dracônica Kharbos.

A mão de Eugene pairou sobre a Espada Sagrada Altair por alguns momentos, mas eventualmente foi atraída para outra arma. Quando as pontas dos dedos de Eugene estavam prestes a envolver o punho da Espada do Luar, naquele exato momento, Wynnyd se moveu por vontade própria e se enfiou na mão de Eugene.

[Hamel…!] Um grito ecoou dentro da cabeça de Eugene.

Diante da expressão de raiva pura e sincera de Tempest, os lábios de Eugene se curvaram em um sorriso.

— Tudo bem então. — Concordou Eugene.

Seus dedos envolveram o punho de Wynnyd. No momento em que sua lâmina azul prateada foi retirada de seu manto, a rajada de vento convocada pela espada por sua própria vontade fez o cabelo de Eugene e a bainha de seu manto tremularem.

Eugene murmurou baixinho:

— Se é você, então deve ter uma boa ideia do que estou sentindo agora.

Uma enorme rajada de vento passou pelas costas de Eugene. Através desta violenta tempestade, Tempest estava soltando seu próprio rugido de raiva. Eugene ergueu Wynnyd bem alto e olhou para o Cavaleiro da Morte.

— Wynnyd…! Tempest, você também está na lista de pessoas que quero matar! — O Cavaleiro da Morte soltou seu próprio rugido ao retribuir o sorriso de Eugene.

Screeeech!

Quando a espada do Cavaleiro da Morte foi retirada da bainha, chamas negras envolveram a lâmina. À medida que essa aura semelhante a uma chama ao redor da espada começou a aumentar até um tamanho enorme, foi o poder negro, e não a mana, que alimentou esse crescimento. Enquanto continuava a expandir sua espada de força sinistra e de cor escura, o Cavaleiro da Morte atacou Eugene.

Chamas roxas engolfaram o corpo de Eugene. As faíscas que saíam dele pareciam a juba de um leão.

Claaang!

O poder negro colidiu contra essas chamas. Uma tempestade de vento varreu as costas de Eugene. O Cavaleiro da Morte brandiu sua espada contra esta tempestade que nem deveria ser capaz de cortar, e o golpe cortante rasgou direto através da tempestade de vento.

[Hamel!] Tempest gritou. [Essa coisa não tem alma humana! É apenas um monstro feito misturando as almas de bestas demoníacas!]

— Isso parece certo. — Eugene murmurou para si mesmo de dentro da tempestade devastadora.

Eugene estava convencido das palavras de Tempest pela esgrima que o Cavaleiro da Morte havia exibido agora há pouco. O Cavaleiro da Morte que foi criado usando a alma de um licantropo não foi capaz de reproduzir a esgrima de Hamel. No entanto, o atual Cavaleiro da Morte foi capaz de reproduzir perfeitamente sua esgrima.

Entre as inúmeras variedades de bestas demoníacas, os Doppelgangers eram os únicos que conseguiam reproduzir perfeitamente os movimentos do oponente. Porém, no final, suas habilidades de cópia estavam apenas no nível de imitar o que podia ser visto. Não eram capazes de copiar o que estava abaixo da superfície. No entanto, este Cavaleiro da Morte foi capaz de recriar perfeitamente sua Fúria Asura.

“Parece que conseguiram reproduzir perfeitamente as memórias deixadas dentro do meu cadáver, amplificando a mímica de um Doppelganger.”

Mas quem foi que fez esta versão do Cavaleiro da Morte? Foi Amélia Merwin? Aquela maldita vadia deixou seu deserto e veio para esta floresta?

O Cavaleiro da Morte disse algo sobre sua Mestra. Então provavelmente estava falando sobre Amelia… Mas depois de ter reproduzido completamente suas memórias, será que esse Cavaleiro da Morte realmente decidiu tomar uma maga negra como sua mestra?

— Esse filho da puta ousa… — Eugene rosnou enquanto girava Wynnyd na mão.

Bammm!

Eugene bloqueou a espada de força que atingiu seu corpo. Então, sem ser empurrado para trás, Eugene empurrou sua espada para frente.

No instante em que seus dois golpes colidiram, a espada de Eugene contornou a lâmina do Cavaleiro da Morte e passou. Embora parecesse seguir o fluxo da força, Wynnyd foi empurrada para uma abertura.

No entanto, o Cavaleiro da Morte também se recusou a ser empurrado para trás. Enquanto desviava cada golpe que vinha em sua direção, ele observava cuidadosamente os movimentos de Eugene.

Notou que a posição dos pés de Eugene mudava constantemente. Parecia que seu oponente também era bom em transferir seu peso. Ser capaz de disparar um golpe a partir de uma postura onde normalmente não seria capaz de brandir uma espada permitiu que Eugene criasse inúmeras oportunidades de ataque.

“O que há com esse maldito?” O Cavaleiro da Morte pensou com uma contração de sobrancelha.

Ele admitiu que Eugene merecia ser chamado de Segunda Vinda do Vermouth. No entanto… Podia sentir uma forte sensação de incongruência vindo das técnicas de espada de Eugene. Elas não estavam apenas no nível de excelentes. Pareciam já ter alcançado a perfeição. Uma perfeição que era até comparável às habilidades do Cavaleiro da Morte, que herdou de Hamel.

“Mas como?”

Ele tinha ouvido tudo sobre o clã Lionheart do traidor de sua família, Hector Lionheart. Disseram-lhe que entre os Cavaleiros Leão Negro, a ordem de cavaleiros que Vermouth havia criado, havia alguém que herdou as técnicas secretas de Hamel.

Eugene Lionheart também conseguiu descobrir o túmulo de Hamel e afirmou ter herdado de lá as técnicas secretas dele.

Mas isso só fez o Cavaleiro da Morte querer matar Eugene ainda mais. Como ousa o detestável Vermouth roubar o que ele mesmo não conseguiu deixar para trás e até mesmo ousar ensiná-lo aos seus descendentes?

“Não importa qual seja o caso… E pensar que ele pode realmente usar minhas habilidades neste nível? Sem nem ter aprendido comigo pessoalmente… Não, poderia ser apenas porque o Vermouth conseguiu transmiti-las bem?”

Embora o Cavaleiro da Morte já tivesse adivinhado a razão plausível para a esgrima de Eugene, a sensação de incongruência recusou-se a desaparecer. A esgrima de Eugene não estava apenas no nível de ter aceitado sua herança. Foi como olhar para um espelho.

“Um espelho?”

Tal pensamento só fez o ódio do Cavaleiro da Morte ficar ainda mais forte.

pensar que Eugene ainda ousaria imitar alguém quando estivesse bem na frente dele. Mesmo que o Cavaleiro da Morte já tivesse chegado ao ponto de admitir que era Hamel. Para Eugene ainda insistir em usar a esgrima de Hamel mesmo com isso—

Grrrk.

— Deveria haver um limite para o quanto você pode insultar alguém. — O Cavaleiro da Morte cuspiu com os dentes cerrados, uma carranca distorcida no rosto.

“Vamos ver se ele consegue continuar me copiando”, pensou o Cavaleiro da Morte.

A espada do Cavaleiro da Morte tremeu. Seu transbordante poder sombrio começou a se condensar e se agarrar à sua espada.

A esgrima de Hamel não possuía uma forma clara. Embora houvesse um fluxo orientador, para usar seu estilo de espada, você precisava saber como fazer alterações quando necessário.

O Cavaleiro da Morte estava atualmente fazendo essa mudança em sua esgrima. A espada em sua mão tornou-se uma espada mortal projetada exclusivamente para executar Eugene.

Todo o seu poder estava sendo condensado em um único golpe. Assim como Eugene pegou emprestada a força da tempestade, o Cavaleiro da Morte estava amplificando a força de seu golpe com seu próprio poder negro. No entanto, se fosse apenas o poder negro, seus esforços poderiam resultar em um impulso vigoroso, mas o Cavaleiro da Morte não estava usando qualquer poder negro comum.

Ele estava fazendo uso do poder negro que reforçava seu próprio cadáver. Ao concentrar esse poder sombrio em um só lugar, ele poderia gerar uma força explosiva.

Crack.

Os relâmpagos começaram a se misturar com as chamas que cercavam Eugene. No momento em que o golpe concentrado do Cavaleiro da Morte estava prestes a ser lançado em Eugene, a espada de Eugene, que foi acelerada pelo raio, perfurou o centro do golpe do Cavaleiro da Morte.

— Mas que diabos? — O Cavaleiro da Morte engasgou.

Ele não teve escolha senão recuar. Se o Cavaleiro da Morte tivesse insistido em receber o golpe, um lado do seu peito teria sido perfurado.

Como um cadáver ressuscitado, seu corpo não morreria mesmo que seu peito fosse perfurado, mas o Cavaleiro da Morte, tendo retido todas as memórias de sua vida anterior, não podia permitir-se ser perfurado por aquela espada. Ele não tinha intenção de se permitir ser ferido pelos descendentes de Vermouth.

O Cavaleiro da Morte sentiu-se forçado a perguntar:

— Você é realmente um descendente de Vermouth?

A espada de Eugene e como ele havia entendido perfeitamente onde o Cavaleiro da Morte estava brandindo sua espada, o que ele estava mirando e como pretendia atacar — ele não conseguia entender como Eugene poderia saber de tudo isso, então não pôde evitar de perguntar.

Eugene não respondeu à pergunta.

Em vez disso, sua espada e a tempestade dançaram juntas mais uma vez.

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