Capítulo 386
Viagem de Volta (5)
Mesmo no caminho de volta, a inspeção e experimentação do Olho Demoníaco continuaram.
Ciel possuía dois desses olhos: o Olho Demoníaco das Trevas e o Olho Demoníaco da Imobilidade. Eugene detestava profundamente o nome Olho Demoníaco da Imobilidade, já que foi cunhado por Noir, mas ele não se incomodou em criar um nome diferente.
— Você tem medo de que as pessoas vão zombar do nome que você escolher? — Mer provocou.
Eugene respondeu rapidamente à zombaria dela com um toque com as juntas do dedo na cabeça, o que imediatamente lhe rendeu um tapa nas costas de Sienna, que prosseguiu para repreendê-lo por bater em uma criança.
Embora os poderes do Olho Demoníaco das Trevas fossem bem conhecidos, as verdadeiras capacidades do Olho Demoníaco da Imobilidade ainda precisavam ser descobertas. Enquanto sua possuidora, Ciel, tinha uma compreensão instintiva dele, um método rudimentar de teste ainda era a maneira mais segura de entender suas capacidades.
— É surpreendentemente econômico. — Concluiu Sienna após numerosos testes. — Consome menos mana do que o Olho Demoníaco das Trevas, e seus poderes são bastante intuitivos.
Ciel concordou enquanto esfregava os olhos cansados. Eugene compartilhava o mesmo sentimento.
Ao contrário do Olho Demoníaco das Trevas, o Olho Demoníaco da Imobilidade não podia criar sombras ou materializá-las. Não conseguia enfeitiçar mentes como o Olho Demoníaco da Fantasia ou conferir ao seu possuidor poder comparável a um Rei Demônio como o Olho Demoníaco da Glória Divina. Seu poder era simplesmente parar as coisas no lugar.
— Se devidamente abastecido com mana, seu potencial é significativo. — Comentou Eugene enquanto olhava para uma chama suspensa no ar. O Olho Demoníaco podia interromper o fluxo de mana ou o brilho do poder divino e até interferir nos movimentos humanos. Se aprofundado, poderia interromper os batimentos cardíacos ou até mesmo a respiração de um indivíduo.
No entanto, não era absoluto. Embora pudesse manipular facilmente um leigo não familiarizado com mana, um oponente versado no uso de mana podia resistir imediatamente aos seus efeitos. Para superar tais adversários, seria necessário amplificar seus efeitos, o que consequentemente drenaria mais mana.
— Mesmo que eu despeje toda a minha mana até o limite da exaustão, eu não consigo parar alguém como você. — Reclamou Ciel. Seus lábios estavam franzidos em um bico, e a chama suspensa enfraqueceu antes de se apagar.
— Bem, você realmente acha que faria sentido se pudesse me parar apenas com o poder do Olho Demoníaco? — Eugene disse com um sorriso. — Não deve haver ninguém no continente mais forte do que eu. Você realmente achou que eu ficaria parado pelo Olho Demoníaco que você acabou de despertar?
Suas palavras eram verdadeiras, mas Ciel estava incomodada com a atitude de Eugene. Ela lançou a ele um olhar de lado. — Você não é o mais forte do continente.
— Diz quem? — Disse Eugene, levantando uma sobrancelha.
— O senhor Moron é certamente mais forte que você. — Apontou Ciel, fazendo as bochechas de Eugene se contraírem ligeiramente.
Eugene simulou um cenário em sua mente antes de responder. Seu último confronto com Moron… dificilmente poderia ser chamado de luta. Eugene não o enfrentou com todo o seu poder. Além disso, envolver-se com Moron, o tolo, sem armas em uma luta de socos era algo que até Vermouth evitaria.
— Se lutássemos agora, eu venceria. — Afirmou Eugene com confiança, inflando o peito. Na verdade, ele teria uma chance justa se tivesse empunhado armas durante seu encontro anterior também.
— O que você acha? Eu não vi a luta entre Eugene e Moron pessoalmente, mas vocês duas viram. — Disse Sienna, virando-se para Kristina.
Lembrando-se da espada divina vermelha que uma vez dividiu o mundo, Kristina juntou as mãos sobre o peito e ponderou enquanto recordava a lâmina vermelha.
— Sir Eugene venceria. — Respondeu Kristina com firmeza.
— Bem… Certo… Isso é impressionante… — Disse Sienna hesitante.
A luz que iluminava as pupilas de Kristina e a crença inabalável em seus olhos fizeram com que Sienna assentisse com um toque de apreensão ao testemunhar a devoção frenética de Kristina.
— Bem, ser o mais forte do continente realmente não significa nada para mim. — Se gabou Eugene.
— Olhe esse exibido. — Comentou Sienna.
— Deixe para lá. Ao contrário de você e eu, Hamel nunca foi aclamado como o ‘mais forte do continente’ em vida. — Disse Anise.
Sem que percebessem, Anise havia assumido o controle, e as duas cochichavam às suas costas. A verdade era clara. Sienna era conhecida como a maga mais forte do continente. Anise era aclamada como a maior sacerdotisa do continente. Não era preciso dizer nada sobre Vermouth.
— Moron nunca foi chamado assim…! — Argumentou Eugene.
— Depois que você pereceu, Moron foi nomeado o guerreiro mais forte do continente. — Contra-argumentou imediatamente Anise.
— Na minha época, eu era aclamado como o melhor mercenário do continente. — Disse Eugene apressadamente.
— Nunca ouvi falar disso. — Murmurou Anise.
— Até mesmo o rei dos mercenários não considerava você um verdadeiro mercenário. — Acrescentou Sienna.
Cada palavra que trocavam parecia uma faca no coração e no orgulho de Eugene.
— Esta senhorita considera o Benfeitor o melhor benfeitor do continente. — Ramira ofereceu palavras de consolo de dentro de seu manto. Mas o que diabos era o melhor benfeitor do continente? Para acalmar sua raiva borbulhante, Eugene acariciou suavemente a testa lisa de Ramira.
— De qualquer forma… eu acredito… que o seu Olho Demoníaco possui um potencial significativo. — Eugene conseguiu continuar a conversa que haviam interrompido. No entanto, sua respiração parecia ligeiramente ofegante.
O Olho Demoníaco da Imobilidade. Não era para ser subestimado de forma alguma. A Rainha Demônio da Fúria, Iris, embora grandemente enfraquecida, foi momentaneamente contida pelo poder do Olho Demoníaco da Imobilidade. Era um fato inegável.
Em outras palavras, essa capacidade intuitiva poderia afetar seres tão poderosos quanto os Reis Demônios. E se Sienna estivesse fornecendo mana para Ciel, ou e se ela usasse o Coração de Dragão de Akasha?
Ainda restavam vários dias de navegação antes de chegarem a Shimuin. Portanto, Sienna tinha bastante tempo para ponderar sobre a viabilidade de tais táticas.
— Não é tão simples quanto parece. — Disse Sienna relutantemente.
Um dia se passou antes que uma conclusão fosse alcançada. Diagramas e runas desenhados meticulosamente no ar e no chão foram rapidamente apagados por um aceno do cajado de Sienna.
Ela continuou.
— Os Olho Demoníacos são órgãos e entidades físicas extraordinárias. São adições ao corpo, mas também coisas que os humanos não deveriam possuir naturalmente. Portanto, são fortemente influenciados por seus manipuladores.
Simplesmente despejar mana em um Olho Demoníaco subdesenvolvido não permitiria a manifestação de um poder maior. Era semelhante a um mago do Sétimo Círculo possuindo mana infinita, mas incapaz de lançar feitiços do Oitavo ou do Nono Círculo.
— Mesmo com uma ferramenta mágica externa como Akasha, será o mesmo. Talvez, dada a habilidade de Ciel, isto é, dependendo de suas realizações na Fórmula da Chama Branca… Ciel, o que é esse olhar? — Sienna perguntou, interrompendo sua explicação.
Os ombros de Ciel estavam caídos, e seu rosto estava sombrio. Ela encontrou os olhos de Sienna antes de responder:
— Então, para simplificar, eu sou tão fraca a ponto de nem receber seu apoio, Senhorita Sienna?
— Não… bem, não é exatamente assim. — Explicou Sienna hesitantemente.
— Você não precisa poupar meus sentimentos. Eu sou mais consciente das minhas inadequações do que qualquer outra pessoa. — Disse Ciel.
— Ciel… bem, você certamente é forte, pelo menos entre os humanos. Mesmo agora, você poderia subjugar a maioria com um simples olhar. — Sienna fez o possível para consolar Ciel.
— Mas eu não posso te subjugar, Senhorita Sienna. — Respondeu Ciel.
— Isso porque eu não sou apenas qualquer humana… Espera, você quer me subjugar? — Sienna perguntou, seus olhos se arregalando de surpresa. Ciel desviou o olhar em resposta.
Ciel não desejava apenas subjugar Sienna. Ela também ansiava superar tanto Kristina quanto Anise. Além disso, ela queria conquistar Mer e Ramira, que estavam confortavelmente aconchegadas nos braços de Eugene como se fosse algo natural. Com o poder recém-adquirido do Olho Demoníaco, ela sonhava em fazer todas se ajoelharem diante dela. Então, imobilizaria Eugene e o atormentaria o quanto desejasse…
— Ahem…
Ciel dissipou rapidamente os pensamentos perversos que surgiram em sua mente com uma tosse. Ao refletir sobre por que estava cheia de pensamentos estranhos, ela percebeu que tudo era culpa de seu irmão gêmeo, Cyan.
Seu irmão sem vergonha sempre se entregara a livros lascivos desde a infância. Sim, essa era a única explicação.
— É só que eu sou completamente ridículo, a ponto de ser incrivelmente forte. Não se comparem a mim. Tanto você quanto Cyan possuem talento abundante. Vocês também têm experiência de batalha e sentidos de combate mais do que suficientes. — Refletiu Eugene.
— Então, do que estamos precisando? — Questionou Ciel.
— Introspecção? Talvez meditação…? No final, não se trata do treinamento físico e suor, mas do fortalecimento do seu eu interior. Cultivo, meditação, coisas assim. Então, quando vocês voltarem para casa, pratiquem a Fórmula da Chama Branca debaixo d’água. — Aconselhou Eugene.
Vermouth deixara um legado em Lionheart. Em todo o continente, poucos lugares eram tão ricos em mana quanto a linha lei de Lionheart. A Árvore do Mundo, que Eugene havia realocado da Floresta Samar, aprimorava ainda mais a linha lei. Agora, toda a floresta da propriedade Lionheart era tão rica em mana que era quase como se fosse uma linha lei em sua totalidade.
Abaixo do lago artificial havia uma caverna subaquática que originalmente se conectava à linha lei dos Lionheart. Era um lugar onde as raízes dos brotos da Árvore do Mundo haviam feito morada. Era uma localização rara onde se poderia obter mana apenas respirando.
Para a maga Sienna, esta caverna subaquática era verdadeiramente o tesouro mais precioso dos Lionheart.
Eugene devia muito de suas conquistas a esta caverna. Durante seu tempo treinando na Fórmula da Chama Branca, sua Chama Relâmpago passou por um fortalecimento, e seu reservatório de mana aumentou várias vezes. Sem seu tempo na caverna, ele poderia ter se preocupado em esgotar sua mana toda vez que convocava a Espada do Luar.
— Merda. — Murmurou Eugene de repente.
— O quê?
— Por que você está xingando tão de repente?
As palavras escaparam inadvertidamente quando ele pensou na Espada do Luar. As sobrancelhas de Sienna se franziram diante do palavrão repentino, Anise arregalou os olhos, e Ciel começou a soluçar de surpresa.
— A Espada do Luar, o que eu faço? — Disse Eugene.
— O que mais? Por que não simplesmente jogar essa maldita lâmina no mar aqui? — Sugeriu Sienna.
— Seria um desperdício. — Eugene disse, relutante em se separar da lâmina.
— E se ela causar problemas novamente? — Perguntou Anise, sua expressão subitamente solene.
— Não há garantia de que ela vá agir de novo. — Contra-argumentou Eugene.
— Uau, sempre com as palavras suaves. Você nem consegue sacá-la porque está com medo. — Retrucou Sienna.
— Não… Não é medo. Mas e se invocá-la aqui fizer o navio afundar? — Eugene respondeu.
— Isso é absurdo. Você está dizendo que estaria tudo bem em terra firme? — Anise perguntou, exasperada.
— Pelo menos não afundaria um navio lá. — Resmungou Eugene enquanto espiava para dentro de seu manto. A Espada do Luar, que uma vez dominara o sentido de si mesmo de Eugene e o enlouquecera, agora estava silenciosamente selada e descansando em sua bainha.
Desde aquele dia, Eugene não desembainhou a Espada do Luar. Mesmo que os efeitos colaterais da Ignição tivessem ido embora e seu corpo tivesse se curado, sua confiança em lidar com a Espada do Luar permanecia fraca.
“Mudou. Disso, não há dúvida”, Eugene se lembrou.
Assim como a Fórmula da Chama Branca se transformou durante a batalha com Iris, a Espada do Luar também mudou. Originalmente, a Espada do Luar absorvia a mana de Eugene e irradiava luz da lua, mas nunca se misturava com a chama de Eugene.
No entanto, na luta contra Iris, Eugene conseguiu fundir sua mana, sua chama e a luz da lua. Durante isso, sua mão se entrelaçou com a Espada do Luar, a luz da lua saiu de controle, e a consciência de Eugene foi arrastada para o vazio.
“A Espada do Luar… ela se fundiu comigo. Não, ela se tornou ‘um’ comigo”, Eugene pensou sobre como as coisas se desenrolaram.
Havia um ditado — corpo e espada como um — que literalmente significava a unidade de corpo e espada, tornando-os uma única entidade. Quando alguém empunhava uma espada fervorosamente, chegava um momento em que ganhava essa realização. O ‘eu’ e a ‘espada’ não eram separados — eles eram a espada, e a espada era eles. Uma vez que alcançassem essa realização, a maneira como empunhavam a espada passaria por uma transformação.
Ele havia atingido esse reino muito antes de conhecer Vermouth em sua vida anterior. Naquela época, Hamel não era apenas hábil em unificar-se com espadas, mas tão proficiente com várias armas que poderia ser descrito como — corpo e armas como um.
“Alcançar o corpo e a espada como um apenas agora…”
Eugene ponderou isso repetidas vezes. Durante o surto da Espada do Luar, ele se sentiu aterrorizantemente próximo de se fundir com aquela lâmina sinistra. O Luar pode ter enlouquecido, mas Eugene havia encurralado Iris misturando o Luar e a chama conforme desejava.
Honestamente, era um poder muito precioso para ser abandonado.
— Eugene, eu não entendo sua preocupação. Você ouviu a voz de Vermouth, não ouviu?
—Essa lâmina não é minha herança.
— Vermouth nunca pretendia deixar a Espada do Luar para trás. Ainda assim, ela estava ao lado do seu túmulo… — Sienna pausou enquanto mordia o lábio.
Ela se lembrou de Vermouth de seu encontro debaixo do deserto. Naquela época, ela não conseguia se comunicar com ele. Apesar de suas muitas tentativas, Vermouth apenas a encarava com olhos sem vida, sem responder.
Quando Eugene foi envolvido pela fúria da Espada do Luar, o que ela sentiu dele foi o mesmo que seu encontro com Vermouth no passado. O que Sienna temia mais era que o Hamel que ela conhecia, o Eugene que ela conhecia, se tornasse algo completamente estranho.
— Bem, agora. — Eugene disse após um momento de silêncio. — Minha existência aqui é o algo feito por Vermouth.
Os lábios de Eugene se contorceram em um sorriso irônico.
— Para ser honesto, Sienna, eu acho que é tudo besteira. — Confessou Eugene.
— …… — Sienna não tinha nada a dizer diante do sarcasmo repentino de Eugene.
— Aquele maldito me reencarnou a seu bel-prazer. Ah, certo. Vermouth provavelmente sente alguma injustiça também, já que eu morri tão de repente. — Ele continuou.
Eugene riu enquanto afundava em uma cadeira. — Reencarnei como Vermouth pretendia, e tenho devorado a herança que ele deixou para trás. Agora, entendo um pouco aquela coisa irritante que ele ficava dizendo: Deve ser você.
No entanto…
— Não é suficiente. — A voz de Eugene tornou-se fria.
— Se eu sou a reencarnação de Agaroth ou Hamel, o que não pode ser feito, simplesmente não pode ser feito. Está faltando — meu arsenal. — Ele admitiu.
— Eugene.
— É impossível usar a Espada do Luar, a Espada da Destruição, para derrotar o Rei Demônio da Destruição. Mas ela pode ser usada contra o Rei Demônio do Encarceramento, não é mesmo? — Ele perguntou.
Eugene tornou-se consciente da Espada do Luar escondida sob seu manto.
— Eu poderia empunhá-la contra Gavid Lindman e Noir Giabella.
A Espada do Luar era sinistra, era a Espada da Destruição.
Se mal utilizada, a própria pessoa poderia se perder em seu atrativo luminoso.
Eugene permanecia cético se o Rei Demônio da Destruição sequer possuía um senso de si, mas se a Espada do Luar não tivesse sido deixada na tumba por Vermouth… Se Vermouth estivesse fora de si…
A própria existência da Espada do Luar poderia ter sido uma armadilha preparada pelo Rei Demônio da Destruição.
— Mesmo se você souber que o copo está envenenado, às vezes, você precisa beber. — Eugene disse metaforicamente.
A Fórmula da Chama Branca transformada.
Assinatura.
Armas dos Reis Demônios.
Relíquias do clã Lionheart.
A Espada Vazia.
A Espada Sagrada.
A Espada Divina.
Eugene não podia ter certeza de que usá-las todas seria o suficiente para vencer Noir Giabella, Gavid Lindman ou o Rei Demônio do Encarceramento.
— A menos que recorramos ao veneno, não podemos superar o Rei Demônio do Encarceramento. — Eugene declarou categoricamente.
Ele tinha ponderado sobre isso durante toda a jornada desde o Mar de Solgalta até a cidade portuária de Shimuin.
A Espada do Luar era perigosa. Isso era um fato que Eugene conhecia melhor do que qualquer um. No entanto, seu perigo representava uma ameaça não apenas para ele, mas também para seus adversários.
— Então, e se Vermouth não tivesse a intenção disso? O que importa é que estou aqui agora. Quer ele tenha pretendido ou não, considerei necessário usar. — Eugene declarou.
— …… — Sienna não disse nada diante da determinação de Eugene.
— Sienna, você quer que eu me mova apenas como Vermouth pretendia? — Eugene perguntou, levantando a cabeça. Ele encarou intensamente Sienna.
— Você… não poderia pensar isso…! — Sienna rosnou, segurando firmemente a barra de seu vestido.
Eugene desviou o olhar dela e olhou para Kristina e Anise.
— Seguiremos sua decisão, Sir Eugene. — Respondeu Kristina. — No entanto, se sua escolha o levar à ruína, daremos nossas vidas em seu lugar. Se nos considera queridas, por favor, cuide melhor de si mesmo.
Eugene fez um aceno e voltou o olhar para Ciel.
Depois de uma pausa, ela disse:
— O que posso dizer? Ainda assim, se você for novamente… atraído por aquela espada amaldiçoada, eu vou tentar, talvez, como antes, trazê-lo de volta.
— Certo. — Só depois de ouvir as respostas de todos, Eugene relaxou ligeiramente sua expressão. — Peço desculpas pela explosão.
— Você… você tem algo solto na cabeça? Por que está arruinando o clima agindo de repente assim? — Sienna bufou com raiva.
Eugene lambeu os lábios de forma constrangida enquanto cruzava as pernas.
— Bem, o que posso fazer? Pensar sobre isso me deixou irritado. Essa espada amaldiçoada do Luar… E aquele maldito Vermouth.
— Mesmo assim! — Disparou Sienna.
— Enfim, eu lidarei com a Espada do Luar. — Eugene mudou de assunto.
— O que você quer dizer com ‘lidar com ela’! — Rugiu Sienna.
— Escute. A Espada do Luar que Vermouth empunhava e a que eu tenho agora são muito diferentes. A lâmina em si está agora meio quebrada. — Eugene tentou explicar.
— O que isso tem a ver com alguma coisa?! — Sienna gritou com raiva.
— Quando a balancei contra Iris, eu pretendia amplificar o poder da lâmina com o meu próprio, aprimorando o Luar com minha mana e chamas. No processo, minha essência começou a se fundir com a lâmina. — Eugene pausou, recordando aquele momento vividamente. — Para ser direto, fui consumido pela lâmina durante o processo.
— E então? — Sienna perguntou.
— Fui consumido porque meu poder era insuficiente. Minhas chamas empalideceram em comparação com o poder da Espada do Luar. Mas e agora? — Ele questionou.
Eugene levantou o polegar e apontou confiantemente para si mesmo. — Você sabe quem eu sou?
Sienna ficou perplexa com essa pergunta repentina.
— Eu sou Agaroth, o Deus da Guerra.
Sienna apenas encarou Eugene, sem dizer nada.
Vacilando sob o olhar de Sienna, Eugene limpou a garganta antes de dizer:
— Ahem… agora posso empunhar poder divino, e minha Fórmula da Chama Branca evoluiu. Acredito que não serei consumido pela Espada do Luar como antes. Se eu puder manter um equilíbrio de poder e alcançar o mesmo estado de me tornar um com a espada, poderei empunhá-la sem que ela saia descontrolada.
Suspirando profundamente, Sienna sentou-se. — Eu nem… apenas lide com isso, certo?
— Quando eu não lidei? — Questionou Eugene.
— E você também pode lidar quando estiver tentando se explicar para a Senhora Ancilla. — Continuou Sienna.
A expedição enviou imediatamente notícias para Shimuin por meio de seu dispositivo de comunicação de longo alcance depois de derrotar a Rainha Demônio da Fúria assim que deixaram o Mar de Solgalta. Embora a família real de Shimuin tenha sido pega de surpresa pelo relatório repentino sem aviso prévio, o fato de que a Rainha Demônio havia sido subjugada significava que grandes preparativos para celebrações estavam em ordem.
A família Lionheart certamente participaria da celebração se a notícia da derrota da Rainha Demônio se espalhasse.
— O que devemos fazer agora…?
As expressões de Eugene e Ciel escureceram rapidamente ao ouvir as palavras de Sienna.