DanMachi Light Novel Prólogo – Vol 08 - Anime Center BR

DanMachi Light Novel Prólogo – Vol 08

 

     

Prólogo

Ataque do Deus da Guerra

O exército do Reino de Rakia está avançando.

Essa notícia se espalhou como um incêndio nas nações vizinhas.

Guerreiros vestidos em grossas placas de metal, bem como milhares de cavalos blindados viajavam sob céus parcialmente nublados. Muitos mercadores e viajantes os viram além dos limites externos de seu território.

O Reino de Rakia.

Uma monarquia que estava situada no lado oeste do continente principal. Era dito que pelo menos 600.000 pessoas viviam em seu território. Um grande castelo pairava no centro de seu maior povoado, com casas se espalhando ao redor. Exuberante e verde, Rakia possuía uma grande quantidade de terras férteis. Contudo, tinha pouca cultura e seu povo vivia sob lei marcial constante.

Tudo corria de acordo com os desejos de seu rei, que era o mesmo que a vontade divina de seu único deus.

Ares, o Deus da Guerra. Ele ficou no topo de Rakia e controlou todas as partes do país.

O Reino de Rakia era muito parecido com as outras <Famílias>, mas em uma escala completamente diferente de tamanho e complexidade, operando como seu próprio país.

Cada soldado Rakiano foi abençoado com a <Graça Divina> de Ares. As pessoas de Rakia que tinham a tarefa de administrar as indústrias do reino eram equivalentes a membros não combatentes de outras famílias. Sendo a única divindade, Ares havia escolhido seu rei — o líder da família — ao longo da história do país.

Uma família que começou com Ares e apenas um punhado de seguidores, tinham vencido muitas lutas para se tornar seu próprio país e agora se posicionavam como uma nação poderosa.

Devido ao amor de seu deus pela guerra, o Reino de Rakia tinha sido o agressor em muitas guerras ao longo dos séculos. Mas a ideia de que esses conflitos foram causados pela adoração de Ares era apenas a opinião das outras nações que assistiam a esses eventos de fora.

As tropas que avançavam possuíam cerca de 30.000 soldados.

Este exército já foi chamado de invencível quando armado com um certo tipo de espada mágica. E agora, seu alvo estava ainda mais longe a oeste, na periferia do continente. Uma cidade que abrigava a única Dungeon do mundo e, portanto, passou a ser conhecida como o “Centro do Mundo”: Orario.

Muralhas altas e uma torre branca que parecia alta o suficiente para perfurar o céu apareceram no horizonte. Os passos pesados ​​de guerreiros totalmente blindados se aproximavam cada vez mais. A armadura que envolvia seus corpos era decorada com um emblema extravagante e gigantesco igual ao das bandeiras vermelhas que ondulavam no ar.

Não demorou muito para que o exército entrasse nas terras que cercavam a cidade.

O exército de Rakia chegou sem aviso prévio em sua porta, mas dentro da cidade —

“Você não vai acreditar nisso! Um peixe inteiro por apenas dois mil vals! Isso mesmo, dois mil vals!”

“De conserto de armas a pedidos personalizados, fazemos tudo!”

“Alguém poderia se juntar à minha familiaaaaaaaaaa?!”

“Com licença, jovem elfa. Vejo que você é uma aventureira. Por favor, aceite esta poção como um presente meu. Seria trágico para seu lindo rosto ser marcado com uma cicatriz.”

“O-obrigada…!”

“Miach está fazendo as meninas se apaixonarem por ele de novo…!”

” ” “É o Miach, o que você esperava?” ” “

— Nada era diferente.

Nenhum cidadão de Orario demonstrou a menor preocupação. O céu acima da cidade estava claro e brilhante, ao contrário das nuvens escuras que se aproximavam do leste.

Em meio ao dia normalmente ocupado, houve um pensamento que todos compartilhavam antes da chegada de Rakia:

Ahh, está acontecendo de novo…

Enquanto os cidadãos viviam suas vidas diárias dentro das muralhas da cidade, gritos ecoando fora das paredes sinalizavam que a batalha havia começado.

Os relinchos dos cavalos eram estrondosos.

Mas esse som foi abafado quase imediatamente por milhares de cascos batendo na terra enquanto avançavam pelas planícies.

O campo gramado se expandia por trinta quilômetros a leste de Orario. Milhares de bandeiras vermelhas balançavam no ar enquanto os soldados que as carregavam corriam em frente.

É dito que os cavaleiros são as rosas do campo de batalha. Armados com lanças e armaduras brilhantes, eles avançaram atropelando tudo em seu caminho. Com as pontas de suas armas empurradas para frente, sua formação poderia abrir um caminho através de qualquer campo de batalha.

Uma parede de lanças de prata percorreu a planície, as armas brilhando na luz do sol.

Era uma visão que faria qualquer soldado de infantaria no mesmo campo de batalha tremer de medo. Mas — era esta unidade de cavalaria que estava tremendo de terror.

A cor sumiu de seus rostos sob os capacetes.

Todos os olhos estavam arregalados e fixos em um único anão que estava em seu caminho. Cada músculo em sua figura robusta saltava sob as camadas de armadura grossa. Uma capa pendurada em seus ombros.

Seu capacete estava baixo, quase sobre seus olhos. Um machado de batalha incrivelmente grande descansava em seu ombro, apenas esperando por ação.

O anão colocou o machado em posição no momento em que os ecos dos cavalos alcançaram seus ouvidos. Então, assim que os cavaleiros chegaram a dez metros de sua posição, ele avançou para enfrentá-los de frente.

Segurando o machado em sua mão direita, o anão tencionou todos os músculos de seu corpo.

“Ngahhh!”

Um momento depois, a “cavalaria invencível” foi lançada em direção ao céu.

“GAHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHH!”

Cavaleiros e cavalos em voo pontilhavam o horizonte. O espetáculo inacreditável podia ser visto de toda a planície aberta.

Lágrimas caíram dos olhos dos cavaleiros enquanto seus elmos e armaduras se desprendiam de seus corpos. O que é pior, as expressões em seus rostos revelaram que eles sabiam muito bem que isso iria acontecer. Gritos de agonia encheram o ar enquanto eles caíam no chão, aterrissando ao lado de seus cavalos e de pedaços de metal quebrado.

A próxima onda de cavaleiros interrompeu seu ataque em face do anão, mas o grupo mais distante não percebeu a tempo e seguiu diretamente para eles. Tanto a segunda quanto a terceira onda de cavaleiros caíram de suas montarias em desordem.

O anão — Gareth Landrock da <Família Loki> — observou os soldados adversários caindo uns sobre os outros e suspirou para si mesmo.

“Droga, Finn… empurrando esse trabalho para mim.”

Mais duas companhias de cavaleiros chegaram ao campo de batalha, mas não aprenderam com o erro de seus aliados. Gareth suspirou de novo enquanto erguia seu machado de batalha de volta para seu ombro. Os recém-chegados avançaram, apenas para encontrar o mesmo destino. Mais uma vez, os corpos de cavalos e pessoas pontilhavam o horizonte, suas lágrimas brilhando em seu rastro.

O aventureiro de alto nível de Orario, Gareth Landrock.

Tendo alcançado o Nível 6, sua destreza e habilidade com um machado eram conhecidas pelo mundo todo.

Enfrentando-o na batalha estavam companhias compostas principalmente por cavaleiros de Nível 1 do Reino de Rakia. Seus capitães eram no máximo de Nível 2.

Em termos de experiência, força, tática, técnicas e diferença de nível, Gareth era muito poderoso para eles superarem.

Os cavaleiros de Rakia agora sabiam exatamente o quão imprudente seu ataque tinha sido.

— Os dias em que números esmagadores podiam vencer na guerra, especialmente nas batalhas entre pessoas, estavam chegando ao fim.

Na atual Era Divina, “qualidade sobre quantidade” reinava suprema.

A presença de um indivíduo incrivelmente forte — um guerreiro que carregava a Bênção de uma divindade — tinha a capacidade de virar a maré de qualquer batalha. Era dito que um pequeno grupo de guerreiros com um Status superior poderia enfrentar centenas, até milhares de tropas inimigas e sair vitorioso.

Se o Status de uma pessoa atingisse o Nível 6 no mundo de hoje, ela estaria no mesmo nível que os monstros ferozes que devastaram o mundo durante os Tempos Antigos.

Em outras palavras, este anão — pelo menos aos olhos dos Cavaleiros de Rakia — não era diferente de um dragão dos dias antigos.

Também era verdade que um exército sem um herói nunca poderia esperar matar um dragão.

A batalha que se desenrolou não foi muito diferente do que aconteceu com aqueles exércitos em histórias de heróis ou contos de fadas: o anão solitário derrubou os infelizes cavaleiros com pouca resistência. Não havia maneira dos soldados continuarem a batalha.

“Tione, toque o gongo. O batalhão em retirada é uma finta. Circule ao redor para que fiquem presos entre as forças amigas.”

“Pode deixar!”

“Além disso, aquela colina ali… Há um esquadrão de usuários de Magia atirando de lá. Tiona, diga à <Família Ganesha> para cercá-los e eliminá-los sem serem vistos.”

“Claro, claro… Entregar mensagens é uma chatice.”

Gritos de dor alcançavam todos os cantos do campo de batalha, até mesmo quem estava a uma boa distância da cena de pesadelo que se desenrolava nas mãos de Gareth Landrock.

O Pallum Finn Deimne, general de campo da <Família Loki>, tinha uma lança em sua mão enquanto mantinha um olhar atento em várias batalhas que se desenrolavam nas linhas de frente. Ele era rápido em dar ordens.

Orario não teve escolha a não ser enfrentar o exército invasor de 30.000 pessoas no campo de batalha. A Guilda havia emitido uma missão — uma ordem geral para famílias específicas que residem na cidade para impedir o avanço de Rakia antes que eles alcançassem a muralha da cidade.

Seu inimigo havia escolhido subjugá-los com números desde o começo. Portanto, esta aliança improvisada das forças de Orario escolheu Finn como seu comandante. Como alguém que estava no comando da família que liderava o caminho para limpar a Dungeon, alguém que possuía engenhosidade para lidar com monstros irregulares e que era famoso por suas habilidades de liderança, Finn era ideal para a posição neste campo de batalha. Mesmo agora, ele estava analisando os movimentos do inimigo e guiando o fluxo da batalha.

“General, algumas famílias não estão nos ouvindo… especialmente a <Família Freya>.”

“Nossas forças são apenas uma coalizão de muitos grupos menores, mas não temos que ser os mais eficientes. Apenas dê a eles uma direção e deixe-os livres. Eu duvido que valha a pena se preocupar com a <Família Freya>.”

“Finn, há relatos de que mais reforços inimigos estão chegando do leste. Quais são suas ordens?”

“Hmm… estou um pouco mais preocupado com a floresta ao norte. Riveria, odeio pedir a você, mas você levaria Aiz e mais um grupo naquela direção? Provavelmente é o exército principal.”

O Pallum deu ordens a sua subordinada ligeiramente abatida e uma Alta Elfa. Uma rápida lambida em seu polegar direito permitiu a Finn prever o que estava prestes a acontecer e forneceu pistas sobre a estratégia do inimigo.

Muitas famílias diferentes, não apenas a <Família Loki>, estavam ocupadas enfrentando as forças de Rakia em várias frentes diferentes ao redor do campo de batalha. Os aventureiros de Orario estavam lidando com seus oponentes rapidamente.

“Que chato…”

“Sim, e há tantas coisas que eu preciso fazer em casa…”

Mais para trás da estação de comando de Finn, os deuses e deusas das famílias convocadas assistiam do topo de uma colina enquanto a batalha se desenrolava.

Uma tenda e uma cadeira foram preparadas para cada um deles. Sentada embaixo da tenda mais elegante e bebendo vinho de uma taça estava Freya. Enquanto isso, Loki se sentou de pernas cruzadas em sua própria cadeira na barraca ao lado. Ambas assistiram a batalha incrivelmente unilateral enquanto reclamavam que não tinham nada para fazer.

“Acabou no momento em que montaram em seus cavalos, você não concorda?”

“As crianças com Status mais altos são mais rápidas de qualquer maneira. Não sei se estão tentando parecer legais ou algo assim, mas é como dizer a todos que seus Status ainda têm muito para crescer.”

Não havia nem mesmo um sinal de tensão entre as divindades. Seus pensamentos sobre esta batalha eram semelhantes aos de seus seguidores.

Os únicos outros seres em torno dos deuses e deusas eram alguns membros servindo como guardas. As bandeiras de cada família tremulavam na brisa ao lado das tendas de seus deuses. As bandeiras da <Família Loki> e da <Família Freya> — que tinham uma forte presença no campo de batalha e entre os aventureiros — se destacaram. A visão do Trapaceiro de Loki e da Donzela Guerreira de Freya enviaram ondas de medo através dos soldados Rakia.

Como resultado, os movimentos dos soldados se tornaram lentos à medida que sua vontade de lutar desaparecia. Até mesmo seus ataques eram sem entusiasmo. A mera presença desses símbolos foi um sério golpe para a moral do exército invasor.

“Colocando de outra forma, não estar aqui colocaria um pouco mais de energia na luta deles… Haa! Ter o título de ‘melhor’ é um pé no saco.”

“É tarde demais para reclamar agora.”

Loki se recostou na cadeira com os braços cruzados atrás da cabeça. Freya a observou com o canto do olho, rindo para si mesma.

“Ah, e por falar nisso… Você ouviu que não houve nenhuma vítima entre as forças de Rakia? Como isso é possível?”

“Não tive muita escolha, não com todos os comerciantes dizendo para não matarmos o seu sustento.”

Loki parecia vagamente irritada ao responder à pergunta de Freya.

Olhando para a planície e ouvindo os gritos e gemidos, era óbvio que os aventureiros de Orario estavam atacando com as arestas cegas de suas armas.

“Além disso, eu não quero que as crianças da minha família sujem as mãos com esta ‘guerra’ de mentira.”

“Isso também é verdade.”

Loki lutou contra um bocejo enquanto as duas deusas minimizavam a farsa se desenrolando diante delas.

“Ares, seu idiota, não ataque um oponente que você sabe que não pode derrotar. Você vai perder muito mais do que espera”, murmurou a deusa de cabelos vermelhos enquanto sua linha de visão se movia pela batalha.

“Olá, bom soldado! Se você comprar agora, uma poção fabricada aqui mesmo em Orario pode ser sua por apenas mil vals!”

Soldados feridos foram carregados para o acampamento avançado de Rakia um após outro, os negócios estavam crescendo.

Incontáveis ​​tendas foram erguidas. Os gritos dos feridos eram constantes ​​enquanto estavam deitados em macas. Ao mesmo tempo, semi-humanos não combatentes e divindades andavam pelo acampamento.

As famílias mercantis de Orario viram uma incrível oportunidade de fazer negócios e vieram vender seus produtos.

“Isso não dói? A dor não é insuportável? Você não quer curar essa ferida imediatamente?”

“S-sim, eu quero…”

“Excelente! Vamos fazer um acordo!”

Algumas das divindades de Orario ficaram sobre os soldados gravemente feridos, sorrindo e balançando poções à venda fora do alcance.

Na verdade, essas divindades estavam vendendo não apenas para suas próprias forças, mas para as tropas inimigas também. Seu espírito empreendedor não conhecia limites. Eles encontraram um mercado valioso e iam tirar proveito dele.

“Ninguém pode lutar com uma arma quebrada! Venha e compre uma nova!”

“Vou aceitar uma troca!”

“Ba-ha-ha-ha-ha-ha! Gosta disso, Miach? Meus produtos estão vendendo como se não houvesse amanhã! Parece que eu ganhei esta também, não é mesmo, Amid?”

“Não, Lorde Dian Cecht. Lorde Miach e sua família não estão aqui.”

“O que é?! Ficou com medo, hein, Miaaaaaaaaaaach?”

Armas, armaduras e até espadas mágicas trocaram de mãos.

Era tudo um simples caso de oferta e demanda, e o fato de Orario não ter sofrido o menor dano, significava que a demanda era opressora. Os comerciantes estavam ansiosos. Os aventureiros de Orario tinham destruído completamente as linhas de abastecimento e comunicação de Rakia, esses soldados não tinham escolha a não ser comprar. Os oficiais comandantes não podiam ir contra a vontade de seu deus Ares, e então choraram rios de lágrimas vendo sua fortuna desaparecer.

“Tsk, nenhum homem de verdade por aqui… Todos os bons devem ser oficiais comandantes.”

“Aisha! Há alguns cavaleiros realmente atraentes mais adiante! Está na hora da festa!”

“E-espere aí, Samira! Estou indo!”

Algumas das prostitutas do Quarteirão do Prazer também tinham vindo para o acampamento. Não pertencendo a nenhuma família, as mulheres “livres” vieram conduzir negócios. Elas ofereceram serviços a alguns dos guerreiros, mas assim que as temíveis Amazonas encontravam um cavaleiro que atendia aos seus padrões, elas o “devoravam” na hora. De vez em quando, os gemidos de prazer se tornavam gemidos contínuos de dor e desespero.

Sem nada para mantê-los sob controle, o acampamento de Rakia para o ataque a Orario se tornou um parque para as ambições econômicas dos cidadãos e divindades da cidade.

“Um relatório da linha de frente! Os batalhões de um a cinco foram eliminados, e nossas linhas de frente estão recuando. O inimigo parece ter previsto todas as nossas manobras estratégicas, já que cada uma terminou em fracasso…”

“Malditos sejam…!!”

Um deus sentado sob uma tenda na retaguarda das forças de Rakia cerrou seu punho com raiva.

Com o cabelo dourado tão espesso quanto à juba de um leão, a divindade estava vestida com uma armadura vermelha. Suas características masculinas e robustas rivalizavam com as de um Deus da Beleza.

Ele não era outro senão o causador desta guerra, o verdadeiro líder do Reino de Rakia — e o deus da família: Ares.

Ele cerrou os dentes enquanto ouvia o relatório do mensageiro, seu lindo rosto se transformando em uma carranca.

“O acampamento avançado foi invadido pela escória gananciosa de Orario! Enganados por prostitutas Amazonas, a moral de nossos soldados foi jogada no esquecimento… A moral está em baixa!!”

“Orario! Que covarde, usando táticas tão desleais!!”

O rosto de Ares ficou tão vermelho que combinava com sua armadura. Se Loki estivesse lá, ela seria rápida em acertá-lo com uma frase do tipo, “Você acha que faríamos algo assim, idiota?” Apenas o pensamento disso enchia Ares com ainda mais raiva.

O próprio deus chamaria isso de sua necessidade inata de lutar, mas o povo ao seu redor se referia a isso como imprudência.

Outras divindades o descreveriam como tendo cem por cento de músculos entre as orelhas. O jovem ao seu lado deu uma olhada no deus em estado enfurecido e soltou um grande suspiro. Seus ombros caíram enquanto ele balançava sua cabeça de um lado para o outro, obviamente cansado da situação.

Este era o deus dos militares, também conhecido como o Deus da Guerra: Ares.

Ele pode ter sido um deus da batalha, mas não controlava a vitória.

Um ar de derrota já havia enchido a tenda dos oficiais comandantes. Todos eles ficaram em silêncio. Apenas os gritos de raiva de Ares ecoaram à distância.

“Tem certeza de que não há nenhum esquema que queira colocar em prática?”

Enquanto um deus em particular rugia de frustração…

Uma capa branca dançava na brisa no topo da muralha da cidade e bem longe do campo de batalha, enquanto a bela jovem Asfi, líder da <Família Hermes>, fazia uma pergunta ao seu deus.

Seu deus estava encostado no parapeito da muralha e assistia à coluna de fumaça, provavelmente o resultado de uma Magia, elevando-se à distância. Ele não se moveu enquanto respondia.

“Mesmo se eu encontrasse uma maneira de apresentar Bell a Ares…”

A brisa bagunçou o cabelo laranja de Hermes à medida que seu delicado sorriso diminuía. Ele teve que segurar seu chapéu de viajante para evitar que caísse de sua cabeça.

“Isso não quer dizer que não seria um grande show… mas eu estou um pouco assustado de como Lady Freya reagiria, por razões óbvias.”

“… Houve alguma comunicação dela ou de sua família desde então?”

“Não. Mas isso é a coisa mais assustadora. O silêncio é a maneira dela de me avisar que não haverá uma próxima vez.”

A inquietação que surgiu após o incidente no Quarteirão do Prazer estava começando a diminuir. No entanto, isso não significava que o deus poderia fazer qualquer coisa que quisesse quando se tratava da <Família Freya>. Hermes fechou a boca e se virou para sua seguidora.

“A aniquilação de uma família não é motivo para risos”, disse Asfi com um olhar severo.

“Eu sei”, respondeu Hermes com um encolher de ombros.

“Eu conversei com a Guilda e me certifiquei de que não havia como a situação chegar até a <Família Hestia>. Aquelas crianças foram envolvidas em um incidente após o outro recentemente. É a hora de eles terem uma chance de relaxar e viver um pouco.”

Encostado com as costas no parapeito, Hermes olhou para o céu azul claro.

“Pri-princesa da Espada?!”

“É a Princesa da Espada!! “

“CORRAAAAAAAAAAAAAAM!!”

Foi na extremidade norte da planície onde a batalha estava acontecendo. Uma cavaleira apareceu na linha de visão de uma pequena força preparando uma emboscada no perímetro da floresta. Naquele momento, cada um dos soldados perdeu a vontade de lutar.

O comandante gritou com toda a força na tentativa de mobilizar suas tropas, mas foi em vão. Os soldados de infantaria jogaram fora suas armas e correram de volta para a floresta o mais rápido que podiam.

“Isso era de se esperar.”

“Droga, Aiz, é por isso que dissemos para você ficar na parte de trás da formação. Agora temos que procurá-los. Gahh…”

“…”

Aiz estava pronta para a luta, espada na mão. Mas seus ombros afundaram e sua boca se fechou com força assim que ouviu as palavras de Riveria e do lobisomem Bete.

Com olhos dourados e cabelo loiro, Aiz se destacava e era facilmente identificada, mesmo em grandes batalhas. Os soldados de Rakia temiam a garota que uma vez matou sozinha um chefe de andar na Dungeon. Aiz os assistiu desaparecer na floresta com uma expressão indiferente no rosto, mas na verdade se sentindo um pouco deprimida.

“Aiz, não fique parada. Persiga-os. Não podemos permitir que qualquer dano aconteça nas aldeias vizinhas.”

“… Sim.”

“Vamos acabar com isso e voltar para Orario. Estar aqui é uma perda de tempo.”

Riveria e Bete lideraram os outros membros da <Família Loki> e entraram na floresta. Aiz se juntou a eles na perseguição dos soldados em pânico que corriam através das árvores.

Diretamente ao sudoeste, uma torre branca alta o suficiente para perfurar os céus estava parada como em qualquer outro dia.

Este ataque das forças de Rakia ficaria conhecido como “A Sexta Invasão de Orario.”

A vida continuou normalmente para os cidadãos da Cidade Labirinto, apesar da guerra que se prolongava mais do que o normal. Várias pequenas histórias se desenrolavam entre divindades e seus seguidores.

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