Death God of the Drifting Moon – Capítulo 306 - Anime Center BR

Death God of the Drifting Moon – Capítulo 306

Capítulo 306

Haimen podia não ser a maior cidade do mundo, mas certamente era a mais movimentada.

De um lado, navios de comércio estavam descarregando sua carga, enquanto do outro lado, pequenos barcos de pesca estavam atracando e descarregando seus peixes capturados.

A carga descarregada do navio de comércio seria levada para os armazéns próximos ou para os armazéns da Seita Dragão do Mar, enquanto os peixes capturados seriam imediatamente negociados no local.

Haimen era o lugar mais ativo para transações monetárias acontecerem em todo o mundo. Ver dezenas de milhares de moedas de ouro entrando e saindo todos os dias era uma ocorrência comum. Devido a essas circunstâncias, inúmeras pessoas se dirigiam a Haimen em busca de riqueza.

Os trabalhadores da Associação da Bandana Vermelha eram um exemplo clássico. Estar afiliado à Associação da Bandana Vermelha facilitava para as pessoas garantirem empregos no porto. Por isso, muitas pessoas almejavam ingressar na referida organização.

Mas nem todas as pessoas que trabalhavam no porto pertenciam à Associação da Bandana Vermelha. Isso incluía as pessoas que atualmente estavam transportando os peixes que pegaram de seus barcos de pesca.

Como o cheiro de peixe grudava no corpo da pessoa, era um trabalho que a Associação da Bandana Vermelha não dava atenção.

A maioria desses trabalhos era realizada por pessoas que acabaram de chegar a Haimen. Uma vez que adquirissem alguma experiência, eventualmente tentariam ingressar na Associação da Bandana Vermelha e trabalhar no porto.

Mas mesmo essas pessoas trabalhando na base da hierarquia em Haimen tinham necessidades e desejos básicos. Era aí que as prostitutas entravam em cena. As prostitutas se aproximariam dessas pessoas com a intenção de visar seus bolsos.

Essas prostitutas eram consideradas ainda mais baixas do que as cortesãs que trabalhavam nos bordéis da área nobre do centro da cidade.

Elas não vendiam risos, música ou álcool como as cortesãs.

Elas vendiam apenas seus corpos.

E vendiam seus corpos para uma variedade de pessoas.

Pescadores, homens dos bairros pobres e até marinheiros de fora da cidade.

Como resultado de venderem seus corpos conforme as circunstâncias permitiam, às vezes acabavam inesperadamente com um filho. Para a prostituta, a criança, que poderia potencialmente ser filha de alguém, não era diferente de carga — um fardo pesado.

As prostitutas faziam esforços constantes para se livrar da criança. Muitas vezes, ingeriam drogas fortes ou infligiam golpes em seus estômagos. Dessa forma, a maioria dos bebês em seus úteros acabava nascendo morto.

Mas de vez em quando, uma criança conseguia passar pelos portões da morte e sobreviver para ver a luz do dia. Mesmo assim, continuavam não sendo bem-vindas por suas mães.

Desde o nascimento, eram forçadas a viver e sobreviver com restos.

Quando atingiam uma certa idade, eram forçadas a se virar e encontrar uma maneira de sobreviver por conta própria.

Não tinham escolha senão fazer pequenos trabalhos, recorrer ao roubo e cometer travessuras nos becos para se sustentar. Foi assim que essas crianças se misturaram às camadas mais baixas de Haimen e sobreviveram por conta própria.

O funcionário da estalagem onde Pyo-wol estava hospedado era uma dessas crianças. Mas ele estava entre os sortudos. Recebia um salário modesto e ocasionalmente ganhava gorjetas dos hóspedes.

Para as crianças que viviam nos becos, ser um funcionário ou menino de recados era a ocupação favorita. Aqueles que não se tornavam funcionários eram forçados a viajar de um lugar para outro.

Não sendo bem-vindos por ninguém, as crianças se uniam. Embora tivessem diferentes áreas de atividade, ficavam em contato e cuidavam uns dos outros. Por isso, estavam mais cientes do que acontecia no fundo de Haimen do que qualquer outra pessoa.

— Meu nome é Geomyeon.

— Geomyeon?

Quando Pyo-wol olhou para ele, Geomyeon teve uma expressão ligeiramente envergonhada.

— É um nome que inventei. Significa um pardal que usa uma espada. Meu apelido costumava ser Pardal.

Geomyeon também era uma criança nascida de uma prostituta.

A prostituta idosa não tinha capacidade mental nem física para cuidar de repente de uma criança que apareceu do nada.

Ela considerava Geomyeon como um obstáculo que bloqueava seu futuro. Com um filho constantemente chorando ao lado dela, ela não podia atender corretamente os clientes. Então, no momento em que Geomyeon aprendeu a andar até certo ponto, ela o expulsou de casa.

Geomyeon cresceu observando sua mãe vender seu corpo de fora de seu abrigo improvisado.

Por ser tão ágil e rápido, as pessoas o chamavam de Pardal. Foi só mais tarde, quando Geomyeon adicionou a palavra ‘espada’ à palavra pardal, que seu nome se tornou Geomyeon.

Mesmo que as coisas estivessem indo bem para ele e ele se tornasse um funcionário, ele ainda mantinha um relacionamento próximo com seus amigos nos becos.

Sempre que recebia seu modesto salário, sua única diversão era visitar seus amigos e comer comida deliciosa com eles.

Geomyeon guiou Pyo-wol até o beco do porto onde seus amigos costumavam se reunir.

Os becos não eram diferentes dos bairros pobres que Pyo-wol tinha visitado até agora.

Estava sujo, malcheiroso e cheio de barracos grosseiros.

O chão estava coberto de sujeira não identificável que faria qualquer um relutar em pisar. Mas mesmo assim, Pyo-wol nem se deu ao trabalho de olhar para baixo. Continuou a seguir Geomyeon sem pensar duas vezes.

Geomyeon lançou um olhar furtivo para Pyo-wol e pensou consigo mesmo:

“Ele não é uma pessoa comum afinal.”

Geomyeon havia testemunhado em primeira mão como Tarha lidou com os artistas marciais da Associação da Bandana Vermelha ontem, então ele sabia bem o quão aterrorizante e temível Tarha era.

Pyo-wol era uma das pessoas que estavam sentadas à mesma mesa que Tarha. A visão dele conversando casualmente com Tarha sem se intimidar deixou uma impressão duradoura na mente de Geomyeon.

O lugar para onde Geomyeon levou Pyo-wol era a área mais isolada dos becos.

Era uma pequena clareira cercada por barracos com vários objetos empilhados como montanhas, formando assim um pequeno jardim.

Havia crianças sentadas ao redor do espaço aberto.

Suas idades variavam de cinco anos a adolescentes do início ao meio da adolescência, como o funcionário, e entre eles, havia várias crianças de raça mista.

Este era o território deles.

Como esperado de alguém que vivia nos becos, seus olhos estavam cheios de hostilidade.

Uma criança que parecia ser o líder entre eles logo se levantou e se aproximou de Geomyeon e Pyo-wol,

— O que você quer?

Ele era uma criança incomum. Tinha cabelos mistos de amarelo e era uma criança de pele clara. No entanto, seu corpo estava coberto de cicatrizes, mostrando o quão duramente ele havia vivido, e até seus olhos tinham uma feroz profundidade.

Geomyeon deu um passo à frente e explicou,

— Temos um cliente, irmão!

— Um cliente?

— Sim!

Ao ouvir a palavra ‘cliente’, o líder garoto encarou Pyo-wol e disse.

— O que você quer de nós?

— Informação.

— Que tipo?

— Todos os tipos de informação.

— Que porra você quer dizer com todos os tipos?!

Os cantos dos olhos do garoto líder se ergueram com desdém.

Ele desprezava termos tão amplos.

Ele preferia falar precisamente e com precisão sobre qualquer coisa, e nunca confiava em quem falava de forma vaga e ampla.

O instinto de sobrevivência de alguém que vivia no fundo estava profundamente enraizado nele.

Havia mais de vinte mil crianças nesta clareira. Adicione as crianças que viviam em seus próprios territórios, e havia mais de cem.

O garoto líder tinha a responsabilidade de protegê-los.

Geomyeon tentou acalmar o garoto líder e disse,

— Irmão! Se acalme por um momento! Ele não é alguém com quem você pode mexer!

— Que bobagem você está falando?

— Bem, você vê—

— Pare de enrolar e saia do caminho. Eu serei aquele a negociar, não você.

— Certo, eu entendo…

Quando o líder fez uma careta, Geomyeon recuou silenciosamente. O nome do líder era Tae Musang.

Ele escolheu seu próprio nome também.

Escolheu o sobrenome Tae simplesmente porque soava legal, enquanto seu primeiro nome, Musang, significava não ter rival.

Tae Musang olhou para Pyo-wol com um olhar feroz.

A base da negociação era estabelecer e ganhar superioridade sobre a outra parte.

Mesmo que ele não soubesse por que a outra parte queria informações tão amplas, quem precisava das respostas era a outra parte, e não ele.

Ele visava dominar a situação e extrair o máximo de compensação possível.

— Se você tem algo que quer, diga especificamente. Não fale vagamente assim. E mesmo que nos dê dinheiro, não vamos deixar você escapar facilmente.

Tae Musang começou com uma ameaça.

Ele pensou que sua ameaça seria eficaz, já que a aparência de Pyo-wol era delicada. Era sua tática de negociação que havia adquirido desde a base.

Os lábios de Pyo-wol se curvaram em um arco.

Olhando para Tae Musang, ele foi lembrado de uma memória antiga.

A ação de Tae Musang era exatamente semelhante à forma como as crianças se comportavam na caverna subterrânea.

Elas formavam grupos e se moviam juntas, enquanto seus líderes ampliavam sua influência lutando contra os outros.

O comportamento de Tae Musang não era diferente.

Ele falava intencionalmente de forma áspera para intimidar e impressionar as crianças seguintes de que ele era alguém desse calibre.

Claro, aos olhos de Pyo-wol, Tae Musang apenas parecia fofo.

Parecendo incomodado pelo sorriso de Pyo-wol, Tae Musang estreitou os olhos,

— Rindo? Você está rindo agora? Como diabos esse filho da puta pode estar rindo? KaakPtoo!

Tae Musang cuspiu no chão e caminhou em direção a Pyo-wol. Ele mostrou sua aparência mais ameaçadora.

Pyo-wol abriu a boca.

— Qual é o seu nome?

— O que te importa? Seu filho da puta!

— Só queria oferecer minhas condolências a alguém que está prestes a morrer.

— O quê? Seu desgraçado—!

Num instante, os olhos de Tae Musang mudaram. Ele então se apressou em direção a Pyo-wol.

Seus movimentos eram tão desagradáveis que era difícil acreditar que ele não tinha aprendido artes marciais. Parecia ser naturalmente ágil.

Num piscar de olhos, o punho de Tae Musang chegou perto do queixo de Pyo-wol. No entanto, Tae Musang não conseguiu estender mais seu punho.

Antes que Tae Musang percebesse, uma lâmina estava tocando seu queixo. Era certo que, se ele estendesse mais o punho em direção a Pyo-wol, a lâmina perfuraria seu queixo.

A lâmina de fio único, do tamanho da palma de uma criança, era a adaga fantasma de Pyo-wol.

— Keuk!

O rosto de Tae Musang se contorceu.

Somente agora ele percebeu que Pyo-wol era um habilidoso artista marcial. Ele nunca tinha pensado nisso antes porque Pyo-wol parecia delicado e bonito demais para ser um artista marcial.

— Irmão!

— Foda-se!

Vendo o apuro de Tae Musang, as crianças se apressaram rapidamente para a frente.

Nas mãos das crianças estavam armas comuns, como paus de madeira, foices e martelos.

Embora fossem jovens, era evidente o quão ferozes eram.

Sem tal ferocidade, eles nunca teriam sobrevivido ali.

Os adultos ali não protegiam as crianças. Pelo contrário, tentavam extorqui-las e explorá-las. Para se protegerem, as crianças não tinham escolha a não ser se tornarem ferozes também.

Infelizmente, no entanto, seu oponente desta vez era bom demais para eles.

Swoosh!

As crianças congelaram em uníssono.

Mas não foi sua própria vontade que os fez parar.

Eles só pararam por causa das pequenas adagas flutuando bem na frente deles.

— O que está acontecendo?

— C-Como?

As crianças não conseguiam esconder sua surpresa.

Aos olhos deles, as adagas pareciam estar flutuando por conta própria.

A verdade, no entanto, era que as adagas estavam sendo manipuladas pelo Fio Ceifador de Almas de Pyo-wol. As crianças simplesmente não conheciam tal técnica elaborada e avançada.

Uma das crianças se moveu lentamente para o lado. No entanto, ao ver a adaga seguir na direção dele, ele congelou no lugar.

Uma adaga fantasma descansava na ponta do queixo de Tae Musang, enquanto nove adagas fantasmas flutuavam no ar, mantendo as crianças à distância.

Era uma visão impressionante.

Gulp!

Tae Musang engoliu saliva seca involuntariamente.

A ferocidade que acumularam vivendo no fundo da escada não era páreo para o oponente à sua frente.

Tae Musang tinha encontrado muitas pessoas que poderiam ser chamadas de mestres em seu tempo em Haimen, mas nunca tinha visto alguém como Pyo-wol.

— M-Merda, estou ferrado!

Ele instantaneamente se arrependeu de não ter ouvido as palavras de Geomyeon.

Ele tentou agir durão para proteger as crianças, mas sua escolha acabou colocando-as em perigo.

O oponente deles era um mestre que poderia facilmente acabar com suas vidas com um único movimento. Teria sido melhor não se associar a uma pessoa assim em primeiro lugar.

Mas, ele já havia atacado Pyo-wol.

Agora era tarde demais para recuar.

Tae Musang gritou.

— E-Espera!

— O quê?

— D-Deixe-me lidar com isso sozinho.

— Por que você?

— P-Porque eu sou o único culpado.

— Quando você se envolve em um grupo, precisa assumir responsabilidade coletiva.

— M-Mas—

— É esse tipo de lugar que Jianghu é. É inteiramente sua responsabilidade que essas crianças estejam à beira da morte. Você se precipitou sem nem saber do que seu oponente era capaz. Em vez de protegê-los, você convidou perigo para as crianças até o ponto da morte. Você não está qualificado para ser o líder deles.

— Desgraça!

Tae Musang rangeu os dentes.

As palavras de Pyo-wol eram como adagas afiadas, penetrando em seu peito.

Ele tinha trabalhado incansavelmente para proteger as crianças, mas não conseguia acreditar no fato de que seu julgamento precipitado realmente as colocou em perigo.

Tae Musang olhou para Pyo-wol com olhos injetados em sangue.

No momento em que seus olhos se encontraram, ele sentiu uma sensação arrepiante por todo o corpo.

Ele havia conhecido inúmeras pessoas em sua vida, mas nunca tinha visto alguém com olhos completamente desprovidos de emoção.

Quanto mais Tae Musang olhava para esses olhos, mais o desespero o inundava como uma onda de maré. O olhar inescrutável de Pyo-wol fez Tae Musang sentir um medo extremo.

Tum!

Tae Musang de repente caiu de joelhos.

— Por favor, me poupe.

— Por que eu faria isso?

— Você disse que queria informação, certo? Vou me tornar seu cão de caça e te dar tudo o que quiser, então por favor, me deixe viver.

A postura e o tom de Tae Musang mudaram completamente. Além disso, ele fez uma proposta razoável.

Pyo-wol percebeu que Tae Musang havia se rendido completamente.

Era difícil fazer alguém como Tae Musang se submeter, mas uma vez que ele tomava uma decisão, era alguém que não se abalaria facilmente.

Pyo-wol pegou uma bolsa do bolso e a jogou para Tae Musang.

A bolsa continha moedas de prata.

— Siga o rastro da pessoa que Geomyeon lhe disser.

— Sim!

Sem sequer perguntar quem era o alvo, Tae Musang respondeu.

Nesse momento, Pyo-wol recuperou suas adagas fantasma.

— Ufa!

— Hoo!

Suspiros de alívio explodiram das bocas das crianças.

Somente então Tae Musang ergueu a cabeça novamente. Mas nesse momento, Pyo-wol já havia desaparecido no ar.

O olhar de Tae Musang se voltou para Geomyeon.

— Você! Quem diabos você trouxe?

In this post:

Deixe um comentário

Ads Blocker Image Powered by Code Help Pro

Adblock detectado! Desative para nos apoiar.

Apoie o site e veja todo o conteúdo sem anúncios!

Entre no Discord e saiba mais.

Você não pode copiar o conteúdo desta página

|