Dungeon Ni Deai (DanMachi) Capítulo 5.1 – Vol 16 - Anime Center BR

Dungeon Ni Deai (DanMachi) Capítulo 5.1 – Vol 16

A superfície da água estava agitada.

Como se um pulso intermitente estivesse sendo transmitido do navio flutuando ao longe, as ondas continuavam batendo contra a costa. O som era ainda mais sutil do que o de uma pequena onda.

Nesse momento, a superfície da água quebrou com força.

— Puhaa!

Enquanto sugava uma grande lufada de ar, coloquei minha mão na borda.

Sentindo o peso doloroso de minhas roupas que me cobriam como chumbo derretido, puxei com todas as minhas forças a garota que abraçava com o outro braço.

*COF Cof cof!*

— Você está bem, Syr-san…!?

Mostrando apenas a parte superior do corpo, nos agarramos à costa pavimentada com pedras.

Depois de dar tapinhas em suas costas enquanto tossia um pouco, saí da água primeiro.

Apesar de ter me surpreendido e usado muito da minha força física, infelizmente já estava acostumado com esse tipo de coisa devido aos meus dias explorando a Dungeon. Mesmo na Expedição anterior acabamos indo para a <Capital das Águas>. Enquanto franzia a testa com a sensação da água em meus sapatos, estendi minha mão e rapidamente levantei o corpo de Syr-san, levando-a para a margem.

Caindo de joelhos ao meu lado de exaustão, apoiei suas costas enquanto ela olhava para trás.

O que flutuava no fundo do meu campo de visão era o <Spoon Aqua>.

O gigantesco navio que estava iluminado pela luz das Lâmpadas da Pedra Mágica ainda agora tremia violentamente como se dissesse que a batalha ainda não havia acabado. Mesmo estando a uma boa distância, pude ouvir o som de vidro quebrando. Acompanhado disso, ouviu-se também o grito de alguém que parecia ter sido atingido.

Embora eu não soubesse por que Aizu-san e Ryuu-san estavam lá, mas… eu tinha que agradecê-las mais tarde.

Ao sentir uma mistura complicada de desculpas e gratidão crescer em meu peito, fiquei aliviado por os perseguidores não terem aparecido.

O lugar em que estávamos ficava do lado oposto da ponte de gelo que havia sido construída pela Familia Freya.

Com as costas exatamente ao lado dos portões ocidentais da cidade.

A orla sem qualquer presença humana envolvia-se em silêncio e nem mesmo as luzes dos postes de rua a alcançavam.

Sendo assim, ninguém deveria notar que havíamos escapado do navio.

Pulando do convés, afundando no fundo da água e nadando… isso me fez pensar como eu cheguei aqui enquanto abraçava Syr-san.

— …

— Syr-san?

Naquele momento, notei que os ombros de Syr-san tremeram um pouco em meu peito.

Ela estava chorando?

Quando eu estava em pânico enquanto ela olhava para baixo—

— Ahahahaha!

Como se ela não aguentasse mais, ela riu alto.

Não pude deixar de ficar muito surpreso.

O corpo de Syr-san tremia enquanto ela ria sem parar.

Cobrindo a boca com a mão e apertando a barriga com a outra, ela riu com uma voz inocente que não tinha ouvido até agora.

— É a primeira vez!

— Huh?

— É a primeira vez que faço algo assim!

Levantando o rosto e olhando para mim de muito perto, o rosto de Syr-san se abriu em um sorriso.

Suas bochechas estavam vermelhas de emoção e seus olhos cinzas brilhavam como estrelas.

Olhando para a figura de Syr-san, acabei abaixando a cabeça.

Então, é assim, né…?

Uma pessoa comum absolutamente não faria algo como pular de um navio para escapar de seus perseguidores.

Ela certamente confiava em mim, mas como eu pensei, isso não era razoável.

Eu me senti exausto e pensei que deveria dizer algo para Syr-san, mas… como se infectado por ela, que até agora ria como uma criança, sorri ironicamente.

— … Consegue se levantar?

— Sim.

Quando estendi minha mão, nos levantamos juntos.

Minhas roupas ainda estavam encharcadas e fui assaltado pela vontade de tirá-las e torcê-las.

Parecia que uma poça poderia se formar aos meus pés a qualquer momento.

A jaqueta que eu estava usando atirei na água. Como esperado, embora fosse um aventureiro de segunda classe, nadar enquanto abraçava Syr-san enquanto a usava tinha sido extremamente inconveniente. Dizendo isso, eu havia esquecido a mala onde havia colocado os Itens Mágicos no navio. Seria bom se alguém recuperasse.

Na hora em que senti a desagradável sensação da roupa grudado no meu corpo, e estava tirando a gravata —

Notei algo que seria melhor não notar.

A figura de Syr-san que estava diante dos meus olhos.

Naturalmente, o vestido que ela usava estava molhado.

O tecido fino que absorvia a água até o limite aderia ao seu corpo fascinante.

A linha de suas coxas, a magreza de sua cintura, o formato de seu umbigo e até mesmo seu sutiã cor de pêssego que cobria seu peito bem formado.

Como ela também havia perdido o bolero na água, o contorno de seus ombros delicados podia ser visto claramente.

As gotas que escorriam pelo pescoço desapareciam na parte inferior das costas.

Corei e fiquei sem palavras.

O corpo de Syr-san que ainda estava pingando água era puro, mas estranhamente cativante.

Pode-se dizer que sua beleza era deslumbrante.

Eu desviei o olhar nervosamente.

Sem perceber minha hesitação, Syr-san tocou seu próprio cabelo e suspirou aliviada ao sentir que o enfeite que compramos ainda estava lá.

Com isso, ela tirou os saltos altos encharcados de água e os enganchou com os dedos médio e indicador na parte interna do calcanhar.

E então-

— Bell-san, vamos!

— Ei?

— Temos que sair daqui! Para um lugar onde ninguém possa nos encontrar!

Ela disse que aparentemente ainda quer aproveitar seu tempo de liberdade.

— Apesar de termos escapado depois de tanto esforço, não posso deixar que eles nos encurralem novamente!

Havia várias coisas que eu queria dizer.

Claramente, os perseguidores não eram apenas os que embarcaram no navio. Talvez porque os do <Spoon Aqua> também notaram que desaparecemos, de alguma forma senti que eles ficaram agitados.

…Tanto faz, já que acabou assim, nós apenas temos que ir!

Virando-me, segui atrás de Syr-san, que subia as escadas do aterro inclinado como se estivesse dançando.

Misturando-nos à escuridão, nos afastamos daquele lugar.

 

× × ×

 

Nós dois corremos pelo caminho de paralelepípedos.

Procurando e escolhendo lugares sem presença humana, avançamos sem rumo.

Se não houvesse presença humana, naturalmente as luzes da rua desapareciam.

Em algum momento, fomos iluminados apenas pela luz da lua e das estrelas.

Suas pernas esguias faziam um pequeno som de batida e ela corria cada vez mais para a frente como uma criança.

Você vai se machucar se correr descalço, gritei para ela por trás.

Nesse momento você vai me carregar nas costas, uma voz alegre assim voltou.

Abrindo os braços, ela se virou enquanto corria e, olhando para mim enquanto eu a perseguia, ela sorriu parecendo feliz.

Como se estivesse delirando de febre, como se até sua respiração agitada fosse bonita, ela se comportou como quis.

Ninguém a questionou, ninguém a interrompeu.

As estrelas abençoaram sua liberdade.

Sua figura banhada pelo luar era linda, como um Espírito.

Ou possivelmente, como uma deusa inocente que acabara de nascer.

Como se tentado por ela, continuei a persegui-la.

No mundo da noite de lua azul, só nós corremos.

Finalmente.

— É aqui…

Como se despertássemos de um sonho, paramos diante daquela cena.

À nossa frente havia uma gigantesca ponte de pedra.

Seu comprimento era facilmente superior a 60 m e sua largura era de cerca de 10 m. Sob os muitos arcos que sustentavam a ponte, a corrente de água corria fazendo sons fracos.

A ponte que havia sido construída com inúmeras pedras cortadas certamente parecia apenas uma ponte velha comum.

Se ela não tivesse 31 estátuas alinhadas com ela.

Eram todas “estátuas de Heróis”.

— A <Ponte dos Heróis>…

Nós aventureiros, não, todos os habitantes de Orario, assim o chamávamos com respeito.

A cronologia daqueles que, apostando a própria vida na Antiguidade, continuaram a lutar para tapar o “grande buraco”.

Na verdade, as estátuas que se alinharam nesta ponte eram as figuras dos grandes Heróis que se tornaram a pedra angular da humanidade.

A <Ponte dos Heróis> onde as estátuas foram colocadas para substituir o monumento negro como o do <Cemitério dos Aventureiros> foi construída antes do início da Era dos Deuses. Ataques de monstros, desastres naturais, guerras entre pessoas, mesmo que tenha sido destruído inúmeras vezes, sem falta alguém reconstruiria esta ponte e as estátuas, assim continua até hoje.

Como se dissessem “Não deixe nosso orgulho se perder”.

Syr-san e eu passamos pelas torres da ponte feitas de pedra e demos um passo em direção à <Ponte dos Heróis>.

Na ponte onde não havia Lâmpadas de Pedra Mágica, os rostos dos Heróis só eram visíveis graças ao luar. As estátuas foram erguidas nos parapeitos à esquerda e à direita em intervalos regulares.

Mesmo entre os Heróis que viveram em Orario, esses 31 foram os que tiveram as maiores e mais magníficas conquistas.

A ordem foi arranjada aleatoriamente sem relação com o ano de sua morte, e dentre eles também estava o cavaleiro Frand.

O descendente do Imperador Lobo Saruon, a Imperatriz Amazona Evelda, o Lorde Morto-Vivo Garzanef, a Lança Hegemônica Sid da Dinastia do Espírito, Esfera, a Alta Elfa Santa de idade desconhecida, Seldia…

Ao lado da imagem de muitos Heróis, foram adicionados os grandes Espíritos que os ajudaram em suas façanhas.

— A <Ponte dos Heróis>…Eu vim há muito tempo. Bell-san, você já veio aqui também?

— Sim, às vezes… mas, quando eu vim, tinha muita gente…

— Verdade. Eu também, é a primeira vez que vejo a <Ponte dos Heróis> tão quieta…

A localização da ponte era no Distrito Comercial e no lado oposto do “Mercado”.

Ficava longe da Rua principal repleta de festivais e ainda mais longe da agitação da festa.

Na margem oposta da ponte, a rua brilhava deslumbrante devido a inúmeras luzes, como se fosse um mundo diferente.

Éramos apenas nós dois na <Ponte dos Heróis> cobertos em silêncio.

Sem falar, olhamos para as estátuas e seguimos em frente – até chegarmos lá.

— …

No centro da ponte.

Paramos na frente do Herói parado ali.

Uma Espada Longa. Uma Armadura Leve. Uma Capa Longa.

Não havia Espírito.

Eu olhei para o rosto desse homem que era admirado como o <Herói Mais Forte> mesmo dentro da longa história dos Heróis, e murmurei seu nome.

— Grande Herói Albert…

Olhei fixamente para a figura do Herói que estava investigando 6 dias atrás, procurando um relacionamento com Aizu-san.

— A façanha do grande herói Albert foi sinônimo do fim da Antiguidade.

Sua vida e morte foram o prelúdio para a Era dos Deuses.

Escrito no parágrafo final do Dungeon Oratory, era uma lenda indestrutível.

A façanha que ele realizou foi repelir o Dragão Negro.

Naquela época, quando devido à calamidade negra que nasceu do “grande buraco”, todas as coisas, todas as pessoas, tudo o que existia nesta terra foi destruído, Albert lutou sozinho e o expulsou.

Em troca de sua própria vida.

O rei dos dragões que perdeu um olho para a espada do Herói – o Dragão Caolho, soltou um rugido a ponto de abalar o mundo e voou para o extremo norte do continente.

Não se sabia se era porque admiravam sua façanha ou possivelmente temiam a existência de um final vivo.

Algum tempo depois que o Dragão Negro partiu, os primeiros Deuses desceram ao Mundo Inferior, abrindo as cortinas da Era dos Deuses que continua até agora.

Em outras palavras, Albert pôs fim à Antiguidade e conectou o destino do Mundo Inferior à nova era.

Consequentemente, todos o reconhecem como o <Herói Mais Forte>.

…Como eu pensei, ele não está aqui.

No pedestal da estátua onde o nome de Albert foi registrado, seu outro nome – o nome <Rei Mercenário Waldstein> estava faltando.

Quem diabos é você? Que relação você tem com Aizu-san?

Quando eu estava olhando para a escultura que por mais que eu perguntasse, ela não me respondia, Syr-san falou

— Você está interessado no Grande Herói-sama?

— Ah, sim… tinha uma coisa que eu estava pesquisando um pouco…

Ao ouvir sua pergunta, não consegui responder com habilidade instantaneamente.

Olhando para mim, Syr-san continuou suas palavras.

— Bell-san, você sabe? Por que eles não colocaram nenhuma escultura na frente de Albert-sama nesta <Ponte dos Heróis>?

— Não?

Seguindo o olhar de Syr-san, eu percebi.

Dentro das esculturas que deveriam ser erguidas em intervalos regulares nos parapeitos à esquerda e à direita, no centro da ponte, ou seja, só na frente de Albert não havia Herói. Estava vazio.

Como se dissesse claramente que ainda não havia ninguém que possuísse os requisitos para ficar na frente dele.

— O mundo, quer um Herói.

Naquele momento, essas palavras fizeram meus ouvidos formigar.

Parecia que era a voz de outra pessoa e não a voz de Syr-san.

— Para Orario que Albert-sama protegeu… Para o próprio Mundo Inferior, desta vez o <Último Herói> irá salvá-lo.

— Por último, herói…?

-— O <Último Herói> que derrotará o antigo dragão, quando ele ocupar aquele lugar vazio… a <Ponte dos Heróis> finalmente estará completa.

Essas palavras, esse significado, eu entendi na frente do Grande Herói.

Para enfrentar o Grande Herói que acabou com a Antiguidade e iniciou a Era dos Deuses.

Para herdar o “desejo” que ele deixou para trás.

Quem ficará na frente do <Herói Mais Forte> que protegeu o mundo, não será outro senão o <Último Herói> que salvará o mundo.

Talvez esse tenha sido o “desejo” inquebrantável desde o primeiro momento que continuou desde o primeiro Herói, seu “desejo acalentado”.

Verdadeira paz.

Superando o fim vivo, um futuro cheio de luz.

— A “terra do começo” onde os Heróis se espalharam… a “terra da promessa” onde o Herói nascerá.

O sussurro que saiu de seus lábios desapareceu no vento.

As palavras e pensamentos que senti durante a “Elegia” novamente voltaram à minha mente.

— Bell-san, você acredita que existem heróis?

Assim como eu olhei para a estátua por um tempo.

Enquanto meus pensamentos se voltavam para os Heróis, eu me virei surpreso com a pergunta de Syr-san.

— Vindo aqui, sempre tenho uma sensação estranha.

— …?

— Eu me pergunto se existem Heróis, ajudando em qualquer coisa, salvando qualquer coisa… Eu me pergunto se existe alguém que também possa realizar meu “desejo”.

Enquanto caminhava com os pés descalços, ela cruzou na frente do meu campo de visão.

Então, Syr-san se virou para mim.

-— Eu quero um “Odr”. Meu herói insubstituível.

— Odr…?

— Sim… um Herói, que só me pertence.

Quando murmurei a palavra desconhecida, Syr-san sorriu.

Mesmo que não fosse o caso.

Aquele sorriso de alguma forma parecia solitário.

— Estou sempre pensando… “seria bom se eu encontrasse”.

Nossos olhos se encontraram.

Seus olhos cinzentos olharam para mim.

Perdi o fôlego com aquele olhar.

Seus olhos olhando em minha direção, como se exigissem algo, me fizeram hesitar terrivelmente.

Não querendo perceber aquela coisa, tentando desesperadamente não perceber, meu coração gritava.

Meus pés não se moveram. Eu não podia ir para frente ou para trás.

Como se apenas os ponteiros de nossos relógios não avançassem, como se estivéssemos detidos.

E então, no momento em que meus lábios tentaram dizer algo—

O vento soprava.

*Kushun*

Um espirro agradável foi ouvido.

— V-você está bem!?

— É… parece que meu corpo esfriou.

— Você está completamente encharcada, claro que vai acontecer!

Enquanto gritava sem pensar com Syr-san, que disse isso casualmente, corri para o lado dela.

Eu também estava encharcado da mesma forma, então não tinha roupas para emprestar a ela. Quando tentei propor a ela ir a um lugar onde ela pudesse se trocar rapidamente, vendo-a esfregando os braços—

— Bell-san… Não está ficando barulhento ali?

Virando instantaneamente na direção que ela estava apontando, e forçando meus ouvidos que foram fortalecidos pelo meu <Level Up>, eu definitivamente pude ouvi-lo.

— Encontrem Syr-sama!

— Ela ainda deve estar por aí!

Sem dúvida, aquelas eram as vozes de nossos perseguidores!

— Huh…!? V-vamos fugir, Syr-san!

— Sim!

Passamos muito tempo na <Ponte dos Heróis>.

Se continuássemos assim, eles nos encontrariam. Não podíamos ficar aqui indiferentes.

Puxando a mão de Syr-san, corri em direção às torres da ponte que estavam na direção oposta de onde viemos.

— Mas para onde diabos devemos ir…!?

Um lugar onde ela possa trocar de roupa e fazer passar os perseguidores da <Família Freya>?

Um lugar como esse realmente existia nas proximidades?

— Bell-san, por favor, deixe comigo!

Talvez ela tenha sentido minha agonia.

Quando me virei, vi um sorriso confiante no rosto de Syr-san.

— Eu tenho uma idéia!

— De verdade!?

— Sim!

Eu confiei em Syr-san e dizendo “estou contando com você!”, Pedi a ela para me guiar.

Pensando bem—

O que Syr-san mostrou foi, sem dúvida, o sorriso de uma diabinha.

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