Genius Warlock – Capítulo 10 - Anime Center BR

Genius Warlock – Capítulo 10

Genius Warlock

Capítulo 10

Oliver se adaptou à vida de um discípulo júnior sem dificuldade.

Na verdade, a palavra “adaptação” era ridícula.

Tudo o que precisava fazer era acordar cedo todas as manhãs e limpar a sala de aula, o laboratório, a oficina e o escritório.

Era igualzinho a quando costumava ser um discípulo informal, mas a quantidade de trabalho era franca e incomparavelmente pequena.

O café da manhã vinha depois da limpeza.

Não podia comer o quanto desse na telha, porque comia depois dos discípulos formais Intermediários e Seniores; contudo, era capaz de desfrutar de uma refeição abundante que não se comparava a quando era um discípulo informal, porque recebia salsichas, presunto, sopa nutritiva e pão fresco todos os dias.

O que era bastante doloroso era que foi subitamente liberto com uma vida melhorada e uma infinidade de tempo pessoal.

Oliver perguntou ao líder do quarto quando poderia assistir às aulas, só por precaução.

— É o Mestre que decide. Como a última aula foi recentemente, duvido que tenha outra tão cedo.

Oliver suspirou e perguntou quando o escritório ficaria disponível.

Ainda não aprendeu completamente a escrever, mas, se lesse direito, achava que dava para estudar sozinho por meio de um livro.

Porém, recebeu uma resposta decepcionante para essa pergunta.

— Não ficará disponível. Somente o mestre pode usar o escritório. Não é qualquer um que pode ter acesso a conhecimento valioso, certo? No mínimo, senhor Andrew pode usar alguma coisa, quem sabe?

Andrew é um discípulo que cumpre as ordens de Joseph.

Oliver estava prestes a perguntar o que precisava fazer para se tornar um discípulo sênior, mas desistiu.

Talvez por causa de um dos instintos que o ajudaram a sobreviver no orfanato e na mina?

Essa pergunta parecia colocá-lo em perigo.

Dessa forma, Oliver teve um dia chato e entediante, e foi ver Marie no tempo livre para aprender letras e números.

Mesmo sem saber se algum dia precisaria disso.

— Ah, foi rápido…

— O quê?

Marie falou, e Oliver questionou.

Ela falou novamente em um tom de admiração.

— A velocidade do aprendizado… Você começou a aprender o alfabeto há algum tempo, e agora sabe usar não só palavras, como também frases corretamente… É incrível.

Ela elogiou Oliver de coração, mas ele não ficou particularmente satisfeito.

Aprender letras não era seu objetivo.

As letras são apenas um caminho que leva ao aprendizado da magia negra.

Uma pessoa pode ser feliz se chegar à estrada e não conseguir chegar ao destino?

Oliver sentiu o mesmo quando ouviu que não podia usar o escritório livremente.

Obviamente, o objetivo do Joseph era treinar um bruxo bom, mas algo não fazia sentido.

Marie perguntou quando notou a condição do Oliver.

— Você está bem? Parece desanimado?

— É que… me tornei um discípulo júnior, mas não posso assistir às aulas ou usar a sala de estudo.

Oliver falou sem pensar.

Era demais contar à Marie, que corria o risco de não ser capaz de se tornar uma discípula de nível inferior.

Mesmo assim, como se Marie tivesse se acostumado com isso agora, só aceitou sem rodeios.

— Com certeza. O escritório é como um tesouro de sabedoria da magia negra. Não tem como deixar um discípulo de nível inferior usar, certo?

— Por quê?

Com a pergunta do Oliver, Marie ficou sem palavras por um momento, pensando em como explicar de um jeito fácil.

— Ah! É para fazer a diferença.

— Diferença…?

— Sim, fazer a diferença. Você não pode tratar pessoas inferiores e superiores do mesmo jeito, certo? Porque os valores são diferentes.

Oliver não respondeu, mas não estava com uma expressão de compreensão.

Na verdade, era uma expressão que não entendeu uma única palavra do que Marie disse.

Ela descreveu como se estivesse falando com uma criança de três anos.

— Uh, como posso explicar? Hmmm… ah! Como está a vida hoje em dia? Dormindo e comendo?

Oliver respondeu: — Uma cama limpa, uma mesa pequena e salsichas, presuntos e bacon para cada café da manhã.

Depois de ouvir sua resposta, Marie disse com uma expressão amarga no rosto.

— É assim mesmo. Se até mesmo os discípulos informais comem salsichas todas as manhãs, você acha que eu e as outras crianças vamos tentar trabalhar duro? Além disso, não teríamos tentado nos tornar um bruxo.

Oliver inclinou a cabeça em confusão mais uma vez.

— Uh… Então, a Supervisora Marie está aprendendo magia negra para comer salsichas?

Diante de mais uma pergunta idiota, Marie ficou estupefata e tocou a testa.

Era um gesto incrivelmente desrespeitoso para um discípulo informal fazer para um formal, mas não deu para evitar quando viu a atitude idiota dele.

— Não. Você acha que as pessoas aprendem magia negra por causa de salsicha e presunto? Ah… Fiquei curiosa, por que você está aprendendo magia negra, Oliver?

— Porque é divertido.

Uma resposta sem uma única hesitação.

Marie ficou tão confusa que nem se atreveu a discutir, só negou com a cabeça e falou novamente: — Não aprendo por causa disso… Tenho um motivo mais prático.

— Motivo prático? — Oliver ficou interessado.

A princípio, Marie não teria respondido, mas acabou respondendo por algum motivo.

— Porque esta é a minha única esperança — disse Marie.

— Esperança?

— Sim, a única esperança para alguém no fundo da sociedade como eu. Se me tornar uma bruxa, posso ficar forte o suficiente para viver sem que ninguém me despreze.

— …

— Ha… Acho que você não conseguiu entender. Mas a maioria das pessoas aqui praticam magia negra pelo mesmo motivo que o meu, e não pelos seus, Oliver.

Ele não se incomodou em falar, porque verificou os sentimentos dela e sabia que foi sincera.

Claro, não simpatizava com as palavras dela, mas as emoções dela eram interessantes.

— Então, Supervisora Marie, quer se tornar uma bruxa para se tornar mais forte?

— Claro. Eu não seria menosprezada por ser uma mulher, e posso acabar com todos os cuzões que me desprezam. Posso ganhar muito mais dinheiro… Os bruxos, pelo menos, não são ignorados, apesar das pessoas ficarem com um pé atrás.

Oliver ouviu Marie com interesse.

Enquanto Marie falava, suas emoções flutuavam, e parecia bonitíssima a luz que continha muitas emoções entrelaçadas.

— Já viu pessoalmente?

— O quê?

— Você disse que os Bruxos são fortes… Já os viu lutar?

Marie ponderou por um momento e então abriu a boca com muito cuidado. Era como se estivesse abrindo um pacote de presente.

— Uma vez… quando fui escolhida pelo mestre. Os desgraçados destemidos da vizinhança tiveram uma discussão, mas o mestre acabou com tudo sem nem mesmo piscar. No local… Foi incrível. Até aquele momento, ninguém poderia contestá-los, mesmo que os desgraçados fizessem todos os tipos de coisas erradas; fiquei completamente chocada naquela vez. Por isso que estou tentando me tornar uma bruxa. Para se tornar forte como nosso mestre.

Oliver assentiu curiosamente com a cabeça.

Marie sorriu humildemente como se estivesse envergonhada pela procrastinação.

— Não vou mais falar disso. É um pouco constrangedor.

— Certo, tá bom.

Ele já tinha ouvido tudo o que queria, então Oliver aceitou graciosamente.

Marie semicerrou os olhos como se estivesse descontente com a resposta.

— Tem… algum problema?

— Haha… Não. Tudo bem! Então, você pode me ajudar com meus estudos agora que terminou de aprender a escrever?

— Ah, sim.

Oliver respondeu imediatamente, empurrou o caderno e o lápis para o lado e se sentou no chão de pernas cruzadas.

Sua postura era bastante estável, e Marie também se sentou de pernas cruzadas, assim como Oliver.

— Bem, com licença por um momento.

— Sim.

Assim que Oliver recebeu uma resposta, estendeu a mão para Marie e extraiu suas emoções.

Um conjunto pequeno de luz se reuniu na ponta dos dedos do Oliver, e a luz recuperou a estabilidade em um instante.

Seu controle sobre a luz era tão hábil quanto a respiração, e ele parecia já ter superado até mesmo um discípulo intermediário no controle das emoções.

Admirando a habilidade fantasmagórica, Marie juntou as mãos e Oliver colocou suas emoções nelas.

— Tente estabilizar.

Assim que Oliver falou isso, as emoções, que se estabilizaram, flutuaram e tentaram se desembaraçar. Marie franziu a testa e concentrou a mente na ponta dos dedos.

Essas emoções eram mais difíceis do que lidar com as extraídas do frasco, mas recuperaram lentamente a estabilidade, mostrando que seus esforços até agora não foram em vão.

Marie respirou fundo e começou a suar, mas era só o começo.

— Faça uma forma agora. Uh… um cone?

Marie manipulou imediatamente as emoções sem falar nada.

As emoções, que flutuavam no ar, flutuaram por um momento e então começaram a se transformar lentamente em um cone.

— Boa, agora faça um diamante.

Ele fez outra exigência, Marie se revigorou e tentou mudar as emoções para uma forma mais difícil do que a primeira, mas Oliver não se importou e a continuou pedindo mais formas.

— Agora quadrado.

— Círculo de novo.

— Uma forma de estrela desta vez.

— Forma de um anel.

— Boa, desta vez…

— Espere aí!

Marie falou com urgência, encharcada de suor frio. Até ofegou, sentindo-se exausta. Parecia difícil para ela estabilizar as emoções por mais tempo.

— Podemos fazer uma pausa por uns segundos agora? Tá difícil.

— Desta vez, vamos transformar na forma de uma teia de aranha.

Oliver ignorou as palavras da Marie, e ela pediu de novo, mas ele foi inflexível.

— Teia de aranha.

A pressão era difícil de explicar. Marie, que estava exausta, concentrou sua mente e criou grosseiramente a forma de uma teia de aranha.

Só que, em pouco tempo, a forma começou a desmoronar, e, naquele momento, Oliver colocou as mãos em volta das mãos dela como se estivessem se sobrepondo.

— Qual agora?

— Nada, só se concentre.

Marie se concentrou novamente ao ouvir as palavras dele.

As emoções instáveis se estabilizaram e se transformaram em uma teia de aranha, na qual sentiu uma sensação surpreendente.

Por meio do Oliver e das mãos cruzadas dele, ela sentiu indiretamente como ele ajudou, foi uma experiência misteriosa que nunca havia sentido antes.

Se fosse comparar, era como alguém segurando outro por trás quando estava aprendendo a andar de bicicleta.

— A teia de aranha está completa — disse Marie.

Embora as linhas fossem grossas e o espaçamento entre elas fosse amplo, ainda era uma teia de aranha desajeitada e que foi concluída de algum jeito.

Marie olhou para Oliver com cautela, o que não combinava com ela.

Como estava na posição de ser ensinada, começou a olhar para ele sem perceber, e, felizmente, Oliver parecia um pouco satisfeito.

— Hum… bom trabalho.

Foi surpreendente, mas o elogio agradou a Marie.

— Ah, obrigada.

— Quer relaxar suas mãos por um momento?

— Oi?

Sua mão tremeu assim que respondeu.

Após a inspeção, percebeu que Oliver estava manipulando emoções por meio das mãos dela, enquanto fazia uma teia.

Não uma teia de aranha desajeitada, como a que Marie fez, mas uma muito sofisticada com centenas de fios finos entrelaçados.

— Isso é…

— Se concentre.

Marie fechou a boca e concentrou sua atenção de acordo com as instruções do Oliver. E, como se estivesse desfrutando, sentiu as teias de aranha sendo feitas uma a uma.

Era um sentimento delicado e bonito que não podia ser descrito em palavras.

Oliver abriu a boca quando as camadas das teias de aranha se formaram.

— Sabe mais ou menos como fazer isso?

— Ah… sim. Acho que entendi um pouco, mesmo não pegando tudo.

— Então, quando você estiver sozinha, continue se lembrando desse sentimento e imagine em sua cabeça.

— Imaginar?

— Sim, isso ajuda um pouco. Lembre-se, só vamos praticar isso da próxima vez.

Oliver terminou de falar e olhou para o relógio. Ele ainda não sabia como ver as horas, mas podia dizer a diferença entre os ponteiros curto e longo.

— O ponteiro curto… está no 1. O longo… no 4. Já vou indo. O líder me disse para ir para a parte de trás da fábrica quando o ponteiro curto chegasse a 1 e o longo a 6.

— O quê? O que está acontecendo?

— Não faço ideia. Eles disseram que iam reunir ingredientes.

— Ah… ingredientes?

— Sabe de alguma coisa?

— Provavelmente eles vão reunir ingredientes para um produto.

— Está falando da salsicha?

— Não, é um produto real. Provavelmente, você vai andar com os discípulos intermediários… Ouça com atenção e tome cuidado.

— Ah, tá bom. Então, já vou.

Oliver se afastou sem olhar para trás. Marie se sentiu estranha ao ver isso.

‘Será que é isso?’

Sem perceber, ela o chamou.

— Oliver!

— Oi…?

— É que… tome cuidado e… obrigada por me ensinar — Oliver olhou para o rosto da Marie e respondeu.

— Sim… supervisora Marie, você também se esforçou muito.

E então ele andou de novo.

In this post:

Deixe um comentário

Ads Blocker Image Powered by Code Help Pro

Adblock detectado! Desative para nos apoiar.

Apoie o site e veja todo o conteúdo sem anúncios!

Entre no Discord e saiba mais.

Você não pode copiar o conteúdo desta página

|