Goblin Slayer 4.5 - Anime Center BR

Goblin Slayer 4.5

Interlúdio

— Nossa! Frio! Está frio! — Apesar de seu resmungo, Vaqueira parecia muito feliz enquanto abria a porta da guilda. — Tem até neve caindo!

É inverno, certo? Com essas palavras, ela entrou na área de espera da guilda, abanando o pó branco de suas roupas. Os poucos aventureiros de dentro estavam sentados no longo banco, se aquecendo ao fogo da lareira. O pequeno número era em parte devido a hora do dia; e em parte pelo simples fato de que poucas pessoas queriam ir aventurar no inverno.

Era frio, não era fácil acampar, havia neve, era perigoso; e, oh, sim: era frio.

Histórias falavam de bárbaros muito além das montanhas do norte que não se incomodavam com o frio assim, que alegava que essa era a estação em que os povos civilizados e fracos se agarravam ao que era quente.

Enquanto Vaqueira atravessava o cômodo ameno, ela suspirou. A maioria dos aventureiros, desejosos por dinheiro como eram, economizavam a partir da primavera ao outono para que pudessem passar o inverno sem trabalhar.

Isso não significava necessariamente, contudo, que os aventureiros aqui agora eram maus por economizar. Aventureiros poderiam descansar no inverno, mas os Personagens Que-Não-Rezam não: goblins, espíritos caídos e monstros ainda estavam por aí.

Assim, também, havia ruínas cujos portões só se abriam na estação das neves, e tesouros para encontrar. Aqueles submetidos a treino duro, exploradores, ou aventureiros de raças não suscetíveis ao frio não parariam seu trabalho só porque era inverno.

Na verdade, a falta de aventureiros significava mais missões para ir durante o inverno; algo de que falamos antes.

— De fato, certamente é inverno — disse Garota da Guilda, amiga de Vaqueira, apanhando as palavras que a fazendeira murmurou consigo.

Vaqueira fez um som de perplexidade ao ver sua amiga olhando pela janela com um olhar melancólico, com o queixo apoiado nas mãos. — O que foi? — perguntou ela. Alguém passou para ela um cardápio enquanto falava.

— Nada — disse Garota da Guilda com um sorriso enigmático. — Só estava… observando a neve cair.

— Oh…

Impulsionada pelo comentário, Vaqueira olhou pela janela também. Poderia ser fácil não notar se estivesse de fora no meio das coisas agitadas, mas de dentro desse cômodo era genuinamente bonito.

Logo, os flocos fofos cobririam a cidade de branco.

— Espero que ele esteja bem…

Garota da Guilda só sussurrava para si mesma; ela não disse quem esperava que estivesse bem, ou o que estava fazendo que o colocaria em perigo.

Isso não impediu Vaqueira de pôr a mão em seus seios grandes e sussurrar “Ele vai ficar bem”. Depois ela acrescentou: — Acho que ele já esteve na montanha nevada antes.

— Oh, sério? — disse Garota da Guilda, pestanejando com essa informação nova e inesperada. — Eu não sabia disso. Então ele esteve lá antes…

— No entanto, ele nunca me disse o que fazia lá.

Todo mundo possui certas coisas de que não querem falar. Ele era sempre taciturno, e embora isso às vezes a fizesse sentir um pouco solitária, Vaqueira estava disposta a conviver com isso.

Afinal, há coisas que não lhe disse também.

Ela devolveu o cardápio com uma palavra de agradecimento e guardou seus sentimentos naqueles seus peitos generosos.

— Agh! Frio, frio, frio! Esse frio é de doer! Sei que aquele cara só estava usando os punhos, mas…!

— Ele era… o descendente… dos gigantes de gelo, não era?

— Essa luta foi muito longa e dolorosa demais.

A porta da guilda abriu, com dois rostos familiares entrando juntamente com um sopro de vento.

Um dos aventureiros era um homem bonito com uma lança sobre o ombro; o outro era uma bruxa cuja roupa deixava um pouco de sua figura avantajada à imaginação.

Eles limparam a neve na entrada, depois Lanceiro — com o cabelo cuidadosamente penteado — se aproximou vivazmente de Garota da Guilda.

— Ahh. Você sempre chega antes dele — disse Garota da Guilda, com suspiro se misturando com seu sorriso pregado. — Estou feliz que esteja bem, é claro.

Vaqueira se levantou. — Boa sorte com o trabalho.

— Obrigado. Vou me esforçar ao máximo. — Houve uma pausa, então: — Eu não o odeio, sabia?

— Ele só não é o meu favorito — sussurrou ela, e Vaqueira sorriu para ela.

— Acho que tudo vai dar certo.

— O que quer dizer?

— Ele vai voltar antes de celebrarmos a passagem do ano.

Tenho certeza disso.

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