Hai to Gensou no Grimgar – Capítulo 10 – Volume 15 - Anime Center BR

Hai to Gensou no Grimgar – Capítulo 10 – Volume 15

Capítulo 10: Vida e morte.

Tradução: Tinky Winky

 

A montanha não era particularmente íngreme e o tempo estava bom. A viagem teria sido como uma escalada em grupo, exceto pelos dragões. Quando mil pessoas marcham em fileiras, as feras tendem a não se aproximar. A menos que seja o mais poderoso de todos os animais, o dragão, que dizem não ter predadores além de sua própria espécie.

Demorou até a noite para chegar ao topo, felizmente sem avistamentos de dragões durante esse tempo.

Olhando para o leste, uma grande cidade era visível. Não era Altana. Damuro. Na época em que o Reino de Arabakia prosperava ao norte das Montanhas Tenryu, Damuro era a cidade central de sua região mais ao sul. E quando Damuro caiu, a vitória da Aliança dos Reis e a derrota da humanidade foram gravadas em pedra.

Depois disso, Damuro tornou-se um covil goblin, dividido em Cidade Nova a oeste e Cidade Velha a leste. A Cidade Velha havia sido negligenciada por mais de 100 anos e ainda estava em ruínas. Segundo Mary, era habitada por goblins que foram derrotados em lutas de facções na cidade, junto com outros párias. A Cidade Nova que havia sido reconstruída pelos goblins era, em uma palavra, estranha. Parecia mais um enorme formigueiro do que uma cidade, com arranha-céus misturados no meio.

A Força Expedicionária rumou para o leste, descendo a montanha, fazendo pausas ao longo do caminho. Eles não queriam passar a noite na encosta da montanha, então, mesmo que o sol se pusesse no caminho, eles teriam que continuar e rezar para que nenhum dragão aparecesse.

Os soldados começaram saltando sobre suas próprias sombras ou brincando, mas agora avançavam em silêncio. Mesmo que começassem a reclamar: “Estou cansado, não aguento mais”, ninguém iria carregá-los nas costas ou puxá-los pela mão. Se não andassem com os próprios pés, ficariam na encosta de uma montanha onde poderia haver dragões.

Uma vez sobre a montanha, a Força Expedicionária começou a agir um pouco mais como um verdadeiro exército. Poderia ter sido por isso que o General Jin Mogis escolheu essa rota? Obviamente, se os dragões tivessem aparecido, haveria muito caos para as tropas aprenderem alguma coisa, então talvez Haruhiro estivesse pensando demais nisso.

Assim é.

Nenhum dragão apareceu.

A Força Expedicionária finalmente terminou de descer a montanha tarde da noite, e a maioria dos soldados desmaiou onde quer que estivesse e dormiu como pedras.

Haruhiro e seu grupo também estavam exaustos, mas não adormeceram imediatamente. Este era o momento de preparar uma cama, por mais mínima que fosse, e descansar adequadamente. Se eles fossem para a cama com fome, seu sono seria superficial, então eles teriam que comer alguma coisa primeiro, e se eles não matassem a sede, eles não dormiriam bem.

Enquanto Haruhiro e os outros se preparavam para dormir, o general Mogis caminhava calmamente entre os soldados. A grande maioria dos homens estava inconsciente e imóvel. Era meio assustador, a maneira como o general parecia estar andando por um campo de mortos.

Não, não foi assim; foi perturbador.

O general cantarolava enquanto se afastava.

Ele estava se divertindo descaradamente.

— ..Tem certeza que aquele cara não é louco? Kuzaku sussurrou.

O general havia escolhido atravessar a montanha, apostando que nenhum dragão apareceria, para treinar seus homens. Talvez não fosse isso. Teria sido bom com o aparecimento de dragões. Na verdade, ele queria que fosse. Os dragões atacariam e os homens correriam para a esquerda e para a direita em pânico, matando-os um após o outro. Jin Mogis queria ver como aquela cena se desenrolava? Sorrindo e cantarolando enquanto observava…

Isso era um absurdo.

Haruhiro estava muito cansado, então provavelmente estava apenas se entregando a fantasias tolas.

Quando o sol nasceu, Haruhiro acordou imediatamente, mas demorou um pouco até que os soldados da Força Expedicionária o fizessem.

Eles partiram por volta do meio-dia e, quando haviam marchado quatro quilômetros para sudeste, o sol já estava se pondo.

Altana ficava a cerca de dez quilômetros a leste daqui.

Deste ponto em diante, eram principalmente áreas arborizadas, planícies abertas e pântanos. Se marchassem com um exército de mil homens, seriam vistos de longe. Se eles quisessem lançar um ataque surpresa em Altana, eles teriam que marchar vigorosamente pela terra à noite com um único empurrão.

O general Mogis ordenou que o exército ficasse alerta e então chamou Neal, o batedor, Anthony e o grupo de Haruhiro.

— Tenho uma missão importante que você deve cumprir. Quero que entre em contato com nossos agentes que devem estar escondidos em território inimigo e coletando informações.

— Se escondendo? Haruhiro perguntou. Por território inimigo, você quer dizer Altana, certo? Isso significa que há pessoas em Altana?

O general simplesmente olhou para Haruhiro, sem dizer nada.

— Se eles não foram encontrados, respondeu Anthony. Caso Altana fosse ocupada pelo inimigo, um pequeno número de pessoas deveria permanecer dentro da cidade, esperando por apoio.

— Isso assumindo que eles seguiram as regras, acrescentou Neal.

— Confirmar isso faz parte da missão, disse o general com indiferença, mas parecia perigoso.

Não, sem dúvida seria muito perigoso.

Honestamente, ele não gostou. Mas se essas eram as ordens do general, ele não podia recusar.

Haruhiro pensou por um momento antes de abrir a boca.

— Talvez devêssemos manter nossos números em um mínimo absoluto?

O general ficou em silêncio. Ele estava olhando para Haruhiro.

— Estou bem preparado para a tarefa, mas se levar pessoas comigo, elas só vão atrapalhar.

— Eu sou uma sacerdotisa, disse Mary. Se alguém se machucar, serei útil. Acho que devo ir também.

Mary provavelmente não era uma especialista em operações secretas, mas também havia a questão de suas memórias. No final, ele iria precisar que ela viesse.

— Eu… Kuzaku começou a dizer, então gemeu. Eu adoraria ir, mas posso te causar problemas…

Também não havia razão para que eles precisassem desesperadamente que Setora e Kiichi os acompanhassem.

— Ok, Mary, eu… Anthony-san e Neal-san. Haruhiro olhou para o general. Então é isso?

Quando Haruhiro olhou nos olhos enferrujados do general Mogis, ele se sentiu desconfortável por algum motivo. A expressão do homem era difícil de ler. Ele estava tramando algo horrível? Haruhiro não pôde deixar de suspeitar.

O general concordou.

— Muito bem. Saia de uma vez.

Assim que eles estavam saindo, Kuzaku reclamou.

— Nós vamos ficar para trás, hein? Eu também queria ir.

— Você mesmo disse que poderia causar problemas.

— Bom, sim. Eu poderia causar problemas, mas ainda quero estar lá. Eu sei que é contraditório. Mas é válido né?

— Não. Setora não mediu palavras. Kiichi e eu podemos ser uma coisa, mas você e Shihoru podem acabar atrapalhando. Haruhiro tomou a decisão certa.

— Mas Setora-san, não acho que foi por isso que Haruhiro fez isso. É menos que estejamos atrapalhando e mais que, no fundo, ele está preocupado conosco. É aquele impulso paternal para nos manter fora de perigo, sabe? Ah, acho que não é o nosso pai, né? Então é uma preocupação normal.

— Cara, não, Haruhiro disse a ele. É que você só estaria no caminho. Você é enorme.

— Oh vamos…. Ei? A sério? Quero dizer, eu sei que sou muito grande, mas…!

Shihoru puxou a manga de Haruhiro.

— … Cuidado.

Haruhiro se sentiu um pouco envergonhado e desviou o olhar de Shihoru.

— … Sim.

— Você também, Mary, acrescentou Shihoru.

— Eu vou, disse Mary, seus lábios se contraindo para dar a ela um leve sorriso. Obrigada.

O grupo de quatro partiu logo depois.

Havia campos agrícolas e pastagens espalhados pelo sul de Altana, e fazendas aqui e ali, embora não o suficiente para transformá-las em cidades. Agora que haviam tomado Altana, os campos estavam devastados e não havia gado à vista. Os fazendeiros fugiram ou foram mortos. Evidentemente, as casas estavam todas vazias. Também não havia sinal de goblins à espreita ao redor deles.

Depois que o sol se pôs, Haruhiro e os outros puseram os pés dentro de uma das fazendas. Era uma casa de madeira robusta com telhado de palha, mas não se parecia com nenhuma das outras. O interior foi destruído. Isso foi obra de orcs ou goblins, sem dúvida.

— Onde é? Haruhiro perguntou a Anthony.

Anthony disse: “Por aqui” e levou Haruhiro para a cozinha. No entanto, não era separada do resto da casa de forma alguma. Havia apenas um forno e uma mesa para preparar comida em um canto da sala.

Anthony ajudou Haruhiro a afastar a mesa da cozinha. Havia uma porta secreta escondida na parede atrás da mesa.

Quando eles abriram a porta escondida, havia uma pequena sala apertada que fedia a poeira e mofo. Dentro havia barris, caixas e ferramentas antigas, mas deviam ser uma distração.

Anthony e Haruhiro removeram os barris e outras coisas da sala e removeram todos os ladrilhos de pedra do chão.

Por fim, apareceu uma entrada que lembrava um poço.

— Ele tem 50 anos, pelo que ouvi, disse Anthony, enxugando o suor da testa. Supõe-se que existam outros também, mas este é o único que conheço.

— Parece que algo vai sair disso. Neal apontou com o queixo para o corredor. Eles vão primeiro.

Anthony, Haruhiro, Mary e depois Neal eram a ordem de marcha do grupo enquanto desciam.

Havia barras de metal nas paredes para enganchar as mãos e os pés, mas eles tiveram que continuar descendo por um tempo. Era realmente como um fosso, e grande o suficiente para apenas uma pessoa entrar de cada vez.

— As barras começaram a afrouxar em alguns lugares. Tenham cuidado. Assim que Anthony disse isso, “Wah! ele gritou surpreso. Isso era perigoso. Uma caiu.

Apesar disso, todos desceram pela parte vertical, e depois disso havia um túnel com menos de um metro de largura, e baixo o suficiente para que até mesmo Haruhiro, que não era particularmente alto, tivesse que abaixar a cabeça. Ele foi forçado a se agachar enquanto caminhava, então foi bastante difícil.

Anthony, que estava à frente do grupo, carregava uma pequena lanterna. Essa era sua única luz.

— Eles estão se escondendo e esperando por reforços que nem podem ter certeza se estão chegando, hein? Neal bufou. Isso é um emprego perdido, se é que já ouvi falar de um assim. Eu não faria. Esperemos que as pessoas na fronteira tenham um pouco mais de coragem.

— As pessoas da fronteira, disse Anthony em tom forte, têm nervos mais fortes do que vocês no continente. Isso é certo.

Neal riu um pouco.

— Você pode estar certo.

— Eu tenho, respondeu Anthony.

O túnel devia estar evitando lugares onde a rocha era muito dura. Foi muito giro. Não havia como saber quando terminaria.

Haruhiro verificava Mary de vez em quando. A cada vez, ela acenava para ele, como se dissesse que estava bem.

— Onde isso se conecta? Haruhiro perguntou a Anthony.

— A guilda dos cavaleiros das trevas na Vila Ocidental.

— Os Cavaleiros das Trevas. Vila Ocidental… Haruhiro repetiu pensativo.

Como ele se lembrava, Mary havia dito a eles que um antigo camarada, Ranta, havia sido um cavaleiro das trevas. Vila ocidental. Ele não tinha certeza, mas provavelmente era o lado oeste de Altana. Talvez isso fosse óbvio.

— A julgar pela distância que caminhamos, já deveríamos estar sob Altana, disse Anthony.

Eles andaram uma boa distância depois disso. Quando chegaram a uma parede de pedra, Anthony parou.

Neal deu uma risada amarga.

— Oh vamos…

— Não tire conclusões precipitadas. Anthony parou de se curvar e endireitou as costas.

Ele não iria bater a cabeça? Parecia que o teto era mais alto ali.

Anthony prendeu a lanterna na cintura.

—  Ok, teremos que escalar. Me sigam.

Ao contrário da entrada, não havia barras de metal aqui, então eles tiveram que apoiar as mãos e os pés contra as paredes e escalar lentamente.

Depois de subir cerca de dois metros, conectou-se a um buraco que ia para o lado. Se eles rastejassem, mal poderiam caber nele. Era ainda mais estreito do que o túnel pelo qual haviam passado antes, mas era reforçado com pedra.

— Esta é a saída, Anthony disse, então começou a bater em alguma coisa.

Foi bloqueada com apenas uma barreira de pedra fina? Anthony a derrubou com força bruta.

Quando eles saíram, eles estavam em uma grande sala aberta feita de pedra.

Anthony tirou a lanterna da cintura e segurou-a na mão, iluminando-a.

Eram estátuas alinhadas na parede? Havia figuras que não eram exatamente humanas ou bestas em pé sobre pedestais. Havia em vários tamanhos. Algumas eram do tamanho de uma pessoa, enquanto outras tinham metade.

Então houve uma coisa assustadora que ele não conseguiu identificar a princípio; ele pensou que era o cadáver de algum tipo de criatura, mas era uma vela. Incontáveis ​​velas derreteram e endureceram juntas, assumindo aquela forma medonha que agora dominava o chão desta sala.

— Adoração de Caveiras, hein? Neal olhou para uma das estátuas e deu de ombros. É de mau gosto. Humanos adorando o deus da morte.

Anthony parecia que estava prestes a dizer alguma coisa.

— Aí… Haruhiro ficou tenso. Ele havia inadvertidamente sacado sua adaga. Tem alguém ai?

Ele andou para o fundo da sala. Também era uma estátua?

Não. Aquilo não era uma estátua.

Mexeu-se.

Ele levantou-se.

— OOOO Trevas, OOOO L-Lorde dos vícios.

Ele falou.

Era uma voz humana.

— …Um sobrevivente?! Neal sacou sua adaga e se preparou.

— Não… Anthony abaixou sua lanterna e desembainhou sua espada.

— Não é! exclamou Mary.

DD-Demon C-C-Call, alguém disse com uma voz incrivelmente rouca.

Uma coisa como uma nuvem roxa começou a formar um vórtice na escuridão.

Essa massa semelhante a um redemoinho logo assumiu uma forma específica.

Tinha uma cabeça como um cervo branco puro e um corpo humano emaciado coberto por um manto escuro. O que era aquilo?

— Um demônio! exclamou Mary. O familiar de um cavaleiro das trevas!

— O que está acontecendo?! Neil gritou.

Mary não respondeu.

— Pare o demônio! Eu o purificarei!

Purifique-o.

Um zumbi, hein?

A maldição do No-life King transformou aquele cavaleiro das trevas em um cadáver em movimento. Ele não era um sobrevivente. Ele já estava morto.

— Ueahhehhhhhhhhhhhhh.

O demônio soltou um grito aterrorizante enquanto atacava. Os braços brancos semelhantes a ossos que estavam escondidos por sua capa. As mãos eram praticamente foices.

— Hah! Anthony soltou um grito de guerra enquanto golpeava o demônio com sua espada.

Haruhiro e Mary se entreolharam. O que Mary estava tentando fazer e o que ela queria de Haruhiro? Ele entendeu em um instante.

Haruhiro passou correndo por Anthony, que trocava golpes com o demônio.

O cavaleiro das trevas zumbi notou Haruhiro.

— Ah, ah, ah, ah.

O zumbi tinha uma arma. Uma espada curva, uma cimitarra. Não apenas uma, mas duas. Empunhadura dupla, hein?

Quando o zumbi deu um passo à frente, ele sentiu calafrios.

Ele presumiu que, por ser um zumbi, seria lento e estúpido, ou pelo menos não tão rápido quanto na vida. Talvez ele fosse ainda mais rápido quando ainda estava vivo, mas era bem rápido apesar de estar morto.

No tempo que ele levou para dizer “Oh não” ele já estava muito perto.

Seu corpo reagiu instintivamente. Ele bloqueou as duas cimitarras com sua adaga e as desviou, mas não tinha ideia de como fez isso.

O zumbi continuou atacando.

Oh merda, merda, merda, merda, merda.

Haruhiro pegou a outra adaga, aquela com uma lâmina ondulada que parecia chamas. Ele desviou a cimitarra do zumbi. Apenas. Ele desviou enquanto pensava surpreso, Uau, eu realmente posso fazer isso, hein?

No entanto, o zumbi desapareceu de repente diante de seus olhos.

-Ei…?

A esquerda.

Ele não sabia se era instinto ou o quê, mas Haruhiro olhou para a esquerda.

Houve.

O zumbi.

Ele se teletransportou? De jeito nenhum, isso é um absurdo. Uh-oh. A cimitarra. Não posso evitá-la e também não posso desviá-la. Eu não vou conseguir.

— Oh, Luz, que a proteção divina de Lumiaris esteja com você.

Mary se aproximou do zumbi como se fosse atacá-lo.

Na verdade, era exatamente isso que eles estavam procurando. Não, ele não havia apontado isso para ela, e ele estava em perigo, mas a intenção o tempo todo era que Haruhiro agisse como uma isca e chamasse a atenção do zumbi, então Mary o purificaria com magia.

“Dispel… !”

Houve uma explosão de luz que envolveu o zumbi.

Quando o zumbi caiu, o demônio também desapareceu.

— Haru! Mary correu em sua direção, com uma expressão terrível no rosto. Voce esta machucado?!

— Ah sim. A maneira como ela agarrou seu braço com força e tocou seu rosto o surpreendeu um pouco. Estou bem. Obrigado.

Mary soltou um suspiro.

— Obrigado Senhor.

— Então esse é um daqueles zumbis de que já ouvi falar? Neal chutou o zumbi caído, tentando virá-lo.

— Não. Anthony parou Neal. Ele estava sendo manipulado por uma maldição.

— Haha. Neal riu. “Ele”? A maldição, ou o que quer que seja, está quebrada agora. É apenas um cadáver.

— Vocês do continente não respeitam os mortos?

— Não sei como é a fronteira, mas os adoradores de Skullhell só merecem desprezo, mesmo depois de mortos. Esses caras são vis.

— Até onde eu sei, ele era um lorde da guilda dos cavaleiros das trevas. Ele ficou em Altana e lutou até o fim. O que há de vil nisso?

Neal acenou para interromper a conversa, agindo como se isso fosse muito incômodo.

Mary ajoelhou-se junto ao corpo e fez uma oração. Anthony também ofereceu uma oração silenciosa.

Haruhiro tentou imitar os dois, mas havia algum sentido em manter as aparências assim quando ele não estava realmente chorando pelo homem?

— Você é como eu, hein? Neal deu-lhe um tapinha amigável nas costas.

Eu não sei sobre isso, Haruhiro pensou, mas não disse nada. Ele tinha a sensação de que nunca iria gostar de Neal. Sim, ele poderia muito bem odiar o cara.

— Vamos. Anthony pegou a lanterna que havia colocado no chão. Temos negócios na guilda dos ladrões. Também fica na Vila Ocidental, então não é longe.

A guilda dos cavaleiros das trevas estava sob uma casa abandonada que parecia que poderia desabar a qualquer momento.

À primeira vista, a parte acima do solo parecia dilapidada, mas a estrutura era sólida, os corredores intrincados e havia muitos cômodos pequenos. Também tinha muitas salas escondidas, e uma delas continha uma passagem que levava ao subsolo.

Esse senhor provavelmente foi ferido em batalha e fugiu para a guilda dos cavaleiros das trevas, mas morreu lá.

Porém, mesmo após ocupar a cidade, o inimigo não havia encontrado a guilda. Eles procuraram acima e abaixo do solo, só para ter certeza, mas obviamente não havia sobreviventes e não encontraram outros zumbis ou mesmo cadáveres.

Aquele senhor foi o único que morreu no subsolo e então se tornou um dos mortos em movimento da maldição do No-life king, o que resultou em ele estar lá, esperando, quando Haruhiro e os outros chegaram.

— Parece que fizemos uma boa ação, como seguidores de Lumiaris, a Deusa da Luz, disse Neal descaradamente. Aquele herege adorador do Skullhell havia se tornado uma abominação contra as leis da vida. Era um ser vil que precisava ser destruído. Tenho certeza que Lumiaris deve estar bastante satisfeita.

— Você poderia, por favor, calar a boca? Anthony olhou para Neal. Não sinto nenhum agora, mas não podemos ter certeza de que não há inimigos.

Neal sorriu fracamente e ergueu as mãos em sinal de rendição.

A área estava mal iluminada. O amanhecer estava se aproximando.

A torre oeste era o subúrbio, e os prédios pareciam velhos e dilapidados, quebrados ou à beira do colapso, mas de alguma forma tinham sido mantidos com manutenção.

O grupo ainda não tinha visto um único goblin desde que subiram à superfície.

Não havia goblins na Vila Ocidental? Não, eles provavelmente estavam lá dentro, dormindo. Eles tinham que chegar onde estavam indo antes que os goblins acordassem.

— … Deveria estar por aqui. Anthony olhou para Haruhiro. Por que ainda não chegamos?

Não me pergunte, era assim que Haruhiro realmente se sentia, mas ele era um ladrão. Ele não podia revelar que não havia como dizer a eles onde estava a guilda dos ladrões.

— Porque… é a Guilda dos Ladrões? Haruhiro tentou sugerir.

— Porque… é de manhã? Mary ofereceu, mas não tinha tanta certeza de que adiantaria muito.

Haruhiro franziu a testa e esperou que parecesse bom.

— Faz um tempo… faz muito tempo, sabe…?

Neal olhou ao redor.

— É um lugar terrivelmente suspeito.

O grupo concentrou sua atenção em um edifício estranho que era uma mistura complexa de construção de pedra e madeira, e eles estavam tentando contorná-lo para encontrar uma entrada.

O problema era que eles não podiam.

Eles bateram em paredes e cercas, entre outros obstáculos, e não conseguiram encontrar nenhuma maneira de se mover para o lado ou para trás do prédio.

Eles tentaram seguir para os becos próximos, mas ainda não conseguiram passar para o outro lado e acabaram tendo que voltar.

— Espera.

Estamos perdendo, não estamos?

Eles estavam em uma rua estreita que corria ao lado do prédio em questão, mas Haruhiro não sabia onde eles estavam.

Se ele quisesse voltar para, digamos, a guilda dos cavaleiros das trevas daqui, ele provavelmente teria um tempo surpreendentemente difícil. Pelo menos não seria fácil.

Anthony suspirou.

— Isso é mau.

Mesmo agora, o tempo estava passando. Haruhiro puxou o lóbulo de sua orelha. Ele não sentia menos urgência do que Anthony, mas quanto mais tentava se apressar, mais provável era deixar as coisas de lado e mais seu pensamento ficava atolado, então ela precisava manter a calma aqui.

Foi quando, de repente, “Você precisa de alguma coisa?” uma voz disse atrás dele, surpreendendo-o.

Era a voz de uma mulher.

Se ela vinha por trás deles, isso significava que a mulher estava no beco onde o grupo acabara de cair. Quando chegou? De onde ela apareceu? Ele não a tinha notado. Haruhiro se virou.

Era uma mulher, como ele pensou. Ela parecia nada mais do que humana. Seu cabelo comprido escondia metade de seu rosto.

Seu corpo, por outro lado, não estava escondido. Ela não estava nua, mas teria sido apropriado se o que ela estava vestindo a cobrisse um pouco mais. Ela estava mostrando muita pele.

— Ah… Neal respirou fundo.

Anthony engoliu em seco.

—…! Mary tentou dizer algo, mas a mulher falou primeiro.

— Gato Velho, disse ela.

Os olhos da mulher se arregalaram quando ela olhou para Haruhiro. Ela pareceu surpresa.

Sou eu que estou surpreso aqui, ok?

—…Huh? Haruhiro apontou para si mesmo. Gato velho…

A mulher jogou o cabelo atrás da orelha e suspirou.

— Você ainda estava vivo?

—Vivo…

Gato velho? Não, foi Velho Gato?

Não ficou claro o que ela quis dizer, mas provavelmente sabia quem era Haruhiro.

Haruhiro, porém, não a conhecia. Ele não me lembrava dela.

— Vivo… Haruhiro olhou para baixo. Nós…

Por enquanto, era melhor não mencionar nada que não deveria. Mas, por outro lado, não seria bom se ela pensasse que ele estava se escondendo ou tentando não falar sobre algo.

— Eu consegui de alguma forma, obrigado…

— Ouvi dizer que você estava perdido. Eu tinha certeza que você estava morto.

— …Coisas aconteceram.

— Sou Anthony Justeen, comandante regimental da 1ª Brigada do Exército da Fronteira do Reino de Arabakia, Anthony se apresentou. Você está com a guilda dos ladrões, certo? Então você fez bem…

— Bem, hein…? Eu não sei sobre isso, a mulher sussurrou, cruzando os braços. Meu nome é Bárbara. Eu sou uma ladra, então esse é apenas o meu apelido de trabalho.

Mary se inclinou e sussurrou no ouvido de Haruhiro.

—…Essa pessoa, ela poderia ser uma professora. Você a chamava de Sensei. É apenas um palpite da minha parte.

— Sensei…

Isso fazia cada vez menos sentido.

Bárbara estava olhando para Haruhiro novamente. Se ele ficasse muito nervoso ou desviasse o olhar, ela poderia ficar desconfiada, mas por algum motivo, ele não conseguia olhar diretamente para ela.

Por que essa ladra, Bárbara, que supostamente era sua professora, não usava roupas adequadas? O que ela estava ensinando a ele?

Era um mistério total.

Fim do capítulo…

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