Hai to Gensou no Grimgar – Capítulo 16 – Volume 13 - Anime Center BR

Hai to Gensou no Grimgar – Capítulo 16 – Volume 13

Capítulo 16

Uma Personalidade Multifacetada.

Tradução: Tinky Winky

Sabe, eu tenho outro nome. Aquele que meus pais me deram. Mas sempre fui chamada de Alice.

Eu fui intimidada. Eles não me provocavam nem um pouco. Era intimidação abertamente mesmo.

Quanto ao motivo de me chamarem de Alice, é por causa do livro que eu estava lendo. Concedido, é um pouco injusto dizer que é “culpa” do livro. Os livros não podem fazer nada de errado. Mas ainda assim, eu odiava ser chamada de Alice.

Alice!

“Eu não sou Alice.”

“Aaalice!”

“Eu não sou Alice.”

“Aaaaliiiiice!”

“Eu disse que não sou Alice!”

“Aliiiice!”

“Eles não desistem. O que seja. Digam o que quiserem.”

“Então está tudo bem, certo, Alice?”

“Aaalice!”

“Aaaaliiiiice!”

Alice!

“Aliiiice!”

Alice!

Lembro-me que era simplesmente como se eu lhes tivesse dado permissão. Todos começaram a me chamar de Alice, Alice, Alice, Alice, Alice, Alice, Alice, Alice, Alice.

Escondiam minhas coisas. Às vezes, eles as quebravam. Arranhavam minhas coisas e jogavam coisas em mim.

Além disso, algo que eu me lembro vividamente, havia o que eles chamavam de Jogo de Desculpas. Eles me cercavam no parque para que eu não pudesse me mexer. Então eu diria a eles para sair do caminho, limpar o caminho ou qualquer outra coisa. Claro que não deixavam eu passar. Isso me deixava com raiva, então tentava empurrá-los de lado.

Então eles faziam um show exagerado de queda, dizendo que doía, ou que tinham quebrado um osso, ou estavam sangrando, ou alguma outra bobagem.

“Desculpe-se! desculpe-se!” Eles exigiam. Eles não me deixavam ir até que eu o fizesse.

Não era como se eles me deixassem ir quando eu fizesse. Eles me diziam para falar com mais sinceridade, ou se eu realmente estivesse arrependida. Exigiam muito de mim assim.

Eu estava em desvantagem.

Eles também gritavam comigo. Não tive escolha a não ser fazer o que me foi dito.

Quanto ao que eles me obrigavam a fazer, deixo isso para sua imaginação.

Bem, as coisas que eles fizeram, quando me lembro, são piores do que apenas sentir dor na garganta; Eu quero abrir minha própria cabeça.

O ponto chave é que eles não me seguraram para fazer coisas comigo. Fui forçada, com certeza, mas fiz isso sozinha. Eu os odeio, obviamente. Mas também me culpo por obedecer humildemente.

No final, tenho que me perguntar se talvez tenha sido minha culpa por ser fraca. Se eu odiasse tanto, deveria ter mordido minha língua. Eu também deveria ter sido capaz de mordê-los como se eu tivesse enlouquecido. Eu me pergunto por que eu não fiz.

O nome Alice, para mim, é uma ferida.

Não uma cicatriz, uma ferida. Uma que é grande, sempre aberta e nunca se desvanecerá.

Eu me odeio mais do que posso lidar. Eu odeio tudo em mim, e mais do que tudo, não consigo me perdoar por ser assim.

Ou era isso que eu estava sentindo naquela época.

Eu odiava tudo.

O mundo inteiro.

Acho que tudo começou quando cheguei a Parano.

Foi então que percebi que até eu, que odiava tudo, tinha coisas que eu amava, coisas que eram importantes para mim.

Por exemplo, eu achava que odiava esse rosto, esse corpo, mas, apesar disso, estava sempre me olhando no espelho. Muito perto.

A verdade é que eu pensei: Ah, eu não pareço tão mal desse ângulo, ou , aquela expressão de agora, ficou muito fofa, enquanto me olhava no espelho.

Se alguém dissesse, por que você está olhando para aquele espelho? Naquela época, eu teria negado. Não, eu não estou olhando! Mas pensando nisso agora, eu estava me olhando.

Minha aparência é incomum, mas não feia. Não que fosse ruim se fosse. Coisas que são comumente vistas como feias, como queixos tortos, narizes, lábios carnudos, uma barriga grande, podem ser fofas se você der uma boa olhada.

Eu me odiava, mas havia partes de mim que eu gostava.

Ou melhor, quando sofri bullying, comecei a pensar que era minha culpa e comecei a odiar isso em mim. Pode-se dizer que fui forçada a me odiar e a me ver de maneira negativa.

Não que eu odiasse tudo em mim. Houve partes que me incomodaram, claro, mas também pelas quais eu estava profundamente apaixonada.

Então eu caí na razão. Eu não poderia evitar que eles me incomodassem me chamando de Alice, Alice, Alice. Mas eu não odiava o nome em si.

Na verdade, agora eu sinto que Alice se encaixa melhor em mim do que o nome que meus pais me deram.

Sou cruel ou gentil? A resposta é, ambos.

As pessoas que fizeram essas coisas horríveis comigo, não é como se fossem escória total o tempo todo. Eles se sentiriam mal ao ver um pobre gato abandonado à beira da morte e ajudariam sua família e amigos quando estivessem em apuros.

Provavelmente havia alguns que, embora estivessem jogando o Jogo das Desculpas, estavam pensando: Hum, isso é demais. Não precisávamos ir tão longe.

Alguém até teve dores de consciência e me enviou uma carta. Estava na caixa de correio. O remetente não escreveu seu nome, mas foi cuidadosamente escrito à mão.

Quando o bullying estava no seu pior, eu mesmo fiz algumas coisas bem desagradáveis. Como arrancar as asas e pernas de insetos. Toda vez que eu os via se contorcendo naquele estado, isso me fazia sentir melhor. Quando terminava, eu dizia, acho que é hora de eu acabar com sua miséria, e então os matava.

Pensei em fazer o mesmo com animais maiores. Embora eu nunca tenha feito. Não porque eu me sentia mal por eles. Eu apenas senti que seria um monte de problemas, então eu não fiz. Se fosse fácil, acho que teria conseguido. Eu poderia ter escalado esse sentimento, e um dia acabasse sendo uma serial killer.

Naturalmente, se eu não tivesse sido intimidada por tanto tempo, acho que nunca teria me ocorrido fazer coisas assim. Ainda assim, não posso dizer que não sou uma pessoa cruel.

Para dar um exemplo, imagine um jogo em que várias pessoas, inclusive você, estão trancadas em uma sala, e apenas uma pode sair viva.

(Nota: Tem um livro japonês bem antigo que li na escola, no meu 3 ano eu acho, antes disso eu n lia nada, que me lembrou dessa parte acima, fui atrás e sim, esse trecho é uma referência ao livro ‘Battle Royale’ do autor Kōshun Takami.)

O que você faria nessa situação?

Você mataria os outros e se salvaria?

Ou você se deixaria matar porque matar é errado?

Você se mataria?

Há algum mérito no argumento de que a situação proposta é muito extrema e não é apropriado tentar extrair algo de sua natureza como pessoa.

Mas tudo pode acontecer. Não é uma situação completamente impossível. Você também está em Parano, então entendeu, certo?

Não sei como ou de onde você veio para Parano, mas eu estava em uma escola à beira-mar. Havia uma caverna em um penhasco ao longo da costa, e as pessoas falavam em explorá-la.

Naquela época, eu estava usando as estratégias que aprendi para lidar com o bullying e estava lidando muito bem graças a uma série de coincidências. No entanto, parecia que se eu estragasse tudo, estaria de volta onde estava antes.

Eu tinha vários amigos e um deles me convidou para ir com eles, então eu não tinha motivos reais para dizer não.

Entramos na caverna negra, avançamos cada vez mais.

Em algum lugar ao longo do caminho, era como se houvesse gás. Nossa visão piorou e me lembro de sentir que isso era uma má notícia. Mas tudo o que posso dizer é a próxima coisa que eu sabia que estava aqui.

Estávamos vagando descuidadamente em Parano.

Foi além do inesperado. Quero dizer, que algo tão ridículo poderia acontecer.

Se uma pessoa mata outras pessoas porque alguma situação não lhes deixou escolha, essa é uma pessoa capaz de matar. No entanto, se essa oportunidade nunca tivesse surgido, eles poderiam ter passado a vida inteira sem matar ninguém.

Eu posso matar.

Se for necessário, matarei qualquer um e qualquer coisa com minhas próprias mãos. Sem arrependimentos. Quer dizer, se eu tenho que fazer isso, eu tenho que fazer.

Mas pelo menos eu tenho emoções.

Naquela vez, uma estrela caiu. Pela minha experiência, pensei que alguém tinha vindo a Parano, então fui ver como ele estava. Foi assim que te encontrei. Eu não podia deixar você em paz, então eu te salvei.

Você não é meu amigo, ou qualquer outra coisa para mim. Você, pessoalmente, não é nada de especial. Mas não há ninguém são em Parano, então às vezes fico nostálgica.

Quando vejo uma pessoa decente como você, não faço nada além de me preocupar com os outros enquanto sinto várias emoções, aos poucos me torno o você que se reflete nos olhos dos outros, como uma espécie de espelho frágil, me dá vontade de falar muito.

Bem, isso é tudo, realmente, no entanto.

Já atingi meu objetivo, então estou bastante satisfeita.

Eu poderia te abandonar como se você não fosse nada. Mas, como eu disse, às vezes eu posso ser legal. Quando sou legal com os outros como agora, me sinto bem. Mas eu vou me cansar disso eventualmente.

Isso, ou mudar de ideia e decidir que quero comer você. Ainda não tenho planos de fazer isso, mas posso tirar vantagem de você de alguma forma. Ou enganar você. Quando chegar a hora, direi.

Se você disser à pessoa que está prestes a trair que vai traí-la, ela não vai acreditar, vocé não acha?

Idiota. Eu vou te dizer quando eu tiver feito isso.

Aliás, o que você quer fazer?

O que quer que faça por ti?

Fim do capítulo…

Notas finais do tradutor…

Talvez o motivo do bullying fosse ser diferente (albino). Coisa provável, eu acho.

Não sei vocês, mas esses capítulos ‘Pessoais’ do personagens para mim são os melhores, tem os que Haruhiro age de maneira foda que também são muito bons.

Sobre o livro Battle Royale, esse capítulo foi inspirado nele, quando disse que fui atrás, não foi na net pq n tem explicações sobre isso, abri o livro e tava lá, 2 frases idênticas ao livro de 1999.

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