Capítulo 16: Outro.
Tradução: Tinky Winky
Mais ou menos na mesma época, pode ter havido um homem mascarado, uma feroz tempestade de espadas, criando uma fina névoa vermelha e soltando uma torrente de gritos enquanto continuava, ainda, a golpear, ou talvez não houvesse.
Não.
O homem mascarado existia. Existiu, ok?
Fortaleza de Ferro ao longo do rio.
A fortaleza ao longo do Rio Jato, agora um covil kobold, estava aberta a um violento ataque antes do amanhecer. A torrente implacável de Blasts, Detonations, e até mesmo Magia Arve de alto nível como Blaze Falls, bem como Thunderbolts, Thunderstorms e Icicle Downs foram muito eficazes. As tentativas dos kobolds de defender a fortaleza foram inúteis diante disso e foram quebradas em pouco tempo. Mas a batalha estava apenas começando.
Kobolds tinham um instinto de matilha especialmente forte. Quando liderados por um dos kobolds de alto escalão que viviam nas profundezas das minas Cirene, não apenas os incontáveis kobolds trabalhadores, mas também os kobolds seniores acima deles lutaram sem medo da morte. Em pouco tempo, o interior da fortaleza se transformou em um pandemônio total. Os kobolds empilharam seus próprios cadáveres para defender suas posições, e enquanto os atacantes estavam ocupados removendo-os, mais reforços kobolds chegaram para lançar um ataque de pinça.
Mas ele sabia que seria uma luta até a morte e, ao contrário daqueles inúteis Exército da Fronteira, desde o dia em que se tornou um soldado voluntário, ele arriscou a vida para se alimentar e ganhou fama por confiar apenas em si mesmo e em seus companheiros.
Qualquer batalha em que você pudesse manter a compostura nem contava como uma batalha. Qualquer um que não tivesse pensado: “Oh merda, estou morto, este é o fim”, pelo menos uma centena de vezes era menos que um novato.
O que ele tinha a esconder? Não, ele não tinha intenção de esconder isso. Situações de se afogar ou nadar, viver ou morrer, matar ou morrer eram um acontecimento diário para os soldados voluntários.
Para sobreviver, os soldados voluntários dentro da fortaleza matariam os kobolds como loucos, então quase seriam mortos pelos kobolds. Eles ignoraram as feridas que não os impediam de se mover e fizeram com que os sacerdotes usassem magia de luz para curar as realmente perigosas. Então eles matariam os kobolds novamente e quase seriam mortos novamente. Se essa fosse sua vida diária, você se cansaria. Seria insuportável. Mas mesmo quando eles foram colocados em uma situação que faria você dizer: “Não, não, não, não aguento mais isso, só quero morrer. Deixar terminar. Alguém me mate por favor! Alguém!”, os soldados voluntários não se deixaram abater.
Bem, não, nem todos os soldados voluntários eram tão durões. Mas a maioria dos soldados voluntários que participaram do ataque à Fortaleza de Ferro de Riverside hoje eram caras realmente durões e já haviam visto sua parcela de batalhas.
Desnecessário dizer que o homem mascarado era um deles.
Havia um total de quatorze torres que compunham a Fortaleza de Ferro de Riverside, conectadas por pontes para que pudessem mover forças de uma para outra. Portanto, em teoria, era possível manter uma linha defensiva até que todas as quatorze torres caíssem. Eles tiveram que tomar as torres uma a uma até que a vontade de lutar dos atacantes ou defensores diminuísse.
O homem mascarado estava indo para o último andar da sétima torre. Se fosse uma montanha, ele já estaria no sétimo acampamento. Não, talvez seja o quinto, ou o oitavo, ou mesmo o nono. As escadas tinham menos de dois metros de largura e estavam alinhadas com fileiras de kobolds empunhando armas como lanças e naginatas. Seria suicídio atacá-lo diretamente. Isso é o que qualquer um pensaria. Mas, para começar de qualquer maneira, esse era o estilo do homem mascarado, sua filosofia, seu modo de vida.
— Habilidade pessoal!
O mascarado golpeou com sua katana e subiu correndo as escadas. Todos os kobolds latiram ao mesmo tempo e tentaram espetá-lo ou cortá-lo. Se ele simplesmente atacasse como um touro furioso, mesmo que fosse o mais durão dos caras durões, isso era exatamente o que aconteceria com ele.
— Relâmpago Sagrado Brahma-Deva Ataque Soberano…!”
[Nota: Brahma e deva parecem se referir ao budismo]
Então, antes que isso pudesse acontecer com ele, o homem mascarado saltou. Ele saltou para a esquerda e chutou a parede, voltando para a direita. Os kobolds soltaram latidos confusos enquanto balançavam seus braços de chifre. Eles reflexivamente tentaram seguir o homem mascarado.
Não ajudou. O homem mascarado se movia com reflexos relâmpagos. Não havia como eles conseguirem acompanhar. Ele chutou a parede esquerda, depois a direita, depois a esquerda novamente, antes de finalmente cair no meio dos kobolds. Cortou, cortou e cortou mais um pouco. O homem mascarado estava encharcado de sangue kobold para começar, mas agora ele estava ainda pior, e ele continuou cortando e fatiando-os enquanto reduzia seus números. Cada músculo de seu corpo gritou em protesto, e seus pulmões pareciam prestes a explodir, mas o homem mascarado não parou. Porque ele não tinha coração, um diabo, um demônio.
Fosse o que fosse, fosse o que fosse, o mascarado não era Deus, nem um dos filhos de Deus, nem mesmo um monstro.
Uma vez que sua katana provou o sangue de 15, não, 17 ou 18 kobolds, o homem mascarado de repente se sentiu exausto.
Oh merda! O que é isso? Meu corpo não faz o que eu mando. Eu não posso nem falar. Estou ficando sem energia aqui? A sério? Quero dizer sério?
Os kobolds uivaram como se dissessem: “Agora, agora é nossa chance, pegue-o!” Eles passaram por cima dos cadáveres decepados de seus camaradas, ou os chutaram para fora do caminho, e correram para o homem mascarado. O homem levantou a cabeça. Ele estava ciente disso, mas não podia fazer nada.
Que diabos? O que um cara legal como eu está fazendo tão fodido assim aqui? Xingamento.
— Ranta Estúpido!
Então, uma caçadora com seus longos cabelos amarrados em tranças saltou, atirando uma flecha em direção aos kobolds. Ela estava carregando um arco. Um arco curto. Ela encaixou outra flecha e a lançou. Incrivelmente rápido. E cada tiro atingiu um kobold no olho ou na boca. Mesmo de perto como este, não, especialmente de perto como este, devido à pressão que seus alvos estavam colocando sobre ela, era difícil fazer tiros como aquele. A caçadora acabara de fazer algo incrivelmente difícil, e o fez com facilidade, como se não houvesse problema.
Quantos kobolds ela matou até que sua aljava estivesse vazia? Pelo menos sete ou oito.
— Você é um verdadeiro problema, sabia?! Usando uma expressão que era apenas parcialmente correta, ela agarrou o homem mascarado pelo pescoço e o arrastou escada abaixo antes que os kobolds pudessem alcançá-los.
— … Ei, isso dói! Você está me sufocando! Xingamento!
— É sua culpa por ser imprudente, estúpido! Sofra mais!
— Já estou sofrendo muito!
— Todos! Yume deu o sinal.
Os soldados voluntários passaram correndo pelo homem mascarado – conhecido por alguns como Ranta – e Yume, mas era um corredor estreito. Em pouco tempo, eles foram pressionados contra a parede.
— Oh?!
— Miau?!
Yume estava de costas para a parede e Ranta a cobria. Ele não estava em cima dela nem nada, mas se ele não fizesse isso seria um pouco perigoso ou algo assim, sabe?
— P-Pessoal…! Ranta protestou, mas ninguém estava ouvindo. Os outros soldados voluntários estavam entrando na brecha que Ranta e, bem, Yume haviam aberto, e tentavam esmagar o inimigo com mais um empurrão. Eles estavam todos indo atrás dos kobolds.
— Y-yume! Deixe-me dizer-lhe, isso foi involuntário, ok?!
— O que não foi intencional?!
— O que não foi? Bem…
Houve momentos em que Ranta ficou muito feliz em usar uma máscara.
Seus corpos estavam pressionados um contra o outro tanto quanto possível, então naturalmente seus rostos estavam próximos, e era um pouco, uh, embaraçoso.
Embora a verdade seja que isso não foi ruim.
Ele sentiu que isso o animou um pouco, então talvez não fosse apenas ruim, era bom?
Porque Ranta ainda tinha que balançar sua katana.
A batalha ainda não havia terminado.
Fim do Volume…
