Hai to Gensou no Grimgar – Capítulo 3 (Parte 1) – Vol 6 - Anime Center BR

Hai to Gensou no Grimgar – Capítulo 3 (Parte 1) – Vol 6

Capítulo 3 – Com todo o meu coração. (Parte 1)

Tradução: Tinky Winky

…E daí? Mesmo que fosse verdade, isso significava alguma coisa?

Não. Não significava nada. Não havia nada que ele pudesse fazer a respeito.

Os sentimentos de Haruhiro não impactavam a maneira como todos viviam o dia a dia. Seus sentimentos não mudavam nada.

Agora ele havia resolvido esses sentimentos, ou aceitado, poderia-se dizer. Na verdade, toda a frustração dele havia evaporado neste ponto. Ele nem ligava mais para o que estava acontecendo entre Mary e Kuzaku.

Bem, não tinha chegado ao ponto de ele pensar: Espero que os dois sejam felizes, mas sim: Tudo bem, façam o que quiserem. Ah, e vocês podem até pensar que estão mantendo isso em segredo, mas eu sei—

 Talvez?

Sim, honestamente, ele não conseguia pensar assim também.

Eles achavam que era um segredo, mas ele sabia. O que ele poderia fazer para resolver essa diferença? Ele deveria tentar resolver isso? Ele não tinha certeza.

Era desconfortável.

Então, quando surgiu a ideia de Vamos voltar para Altana por um tempo, foi um grande alívio.

Ele tinha guardado uma boa quantia de dinheiro, então estava na hora de aprender pelo menos uma nova habilidade, e ele queria fazer algumas compras também.

Além disso, ele queria se encarar de forma adequada. Ou melhor, ele precisava de um tempo. Resolver seus sentimentos e tudo mais, não era tão fácil!

Ao longo de cerca de dois dias, eles viajaram do Assentamento do Reino do Crepúsculo, passando pelo Posto Avançado do Campo Solitário, e depois atravessando as Planícies do Vento Rápido, até Altana.

Eles se separaram por um tempo ali. Haruhiro foi para a guilda dos ladrões, onde passou sete dias aprendendo Stealth (Furtividade), a habilidade suprema dos ladrões. Ele tinha pensado em aprender Air Throw (Arremesso), uma habilidade de combate e assassinato, mas como líder simples e entediante que também fazia o papel de batedor, o que ele realmente queria era o conjunto completo de habilidades que o permitissem ocultar sua presença e não ser detectado pelos outros.

Ele pagou 20 moedas de ouro para a guilda por isso. Não foi barato— na verdade, foi caro—mas, se ele não aprendesse direito, estaria perdendo uma grande oportunidade. Além disso, a mentora de Haruhiro, Barbara, era super rígida, então não havia a menor chance de ela deixá-lo fazer corpo mole.

— Achei que ia morrer… — Haruhiro gemeu.

Desta vez, sem piadas ou exageros, ela havia dito para ele morrer. Para se tornar um cadáver.

Stealth era composta por três técnicas amplas:

A primeira, para eliminar sua presença: Hide (Ocultar).

A segunda, para se mover com a presença eliminada: Swing (Balanço).

A terceira, para utilizar todos os seus sentidos e detectar a presença dos outros: Sense (Sentido).

Quando ele começou com Hide, a primeira etapa, Barbara havia ordenado que ele morresse e, em seguida, o puniu impiedosamente quando ele não conseguiu fazer direito. Ela quebrou dois, talvez três ossos, e então o forçou a treinar Hide naquele estado.

Havia uma pessoa com um passado duvidoso, um ex-ladrão que agora era sacerdote. Quando alguém se machucava na guilda dos ladrões, ele vinha curar, mas ainda assim era questionável se Barbara deveria estar levando seus alunos ao ponto de quase desmaiar de tanta dor. Era cruel.

Como Barbara-sensei dizia, se ela não o quebrasse sob essas condições extremas, ele não aprenderia direito. Ela estava fazendo isso tudo por ele. Ele deveria estar chorando de gratidão.

Na verdade, era um teste pelo qual ele não conseguiria passar sem derramar algumas lágrimas. Ele podia ver como o que Barbara dizia tinha um pouco de verdade. Contudo, se tivesse cometido um erro, Haruhiro poderia ter morrido. Era assustador.

Mas ter suportado tudo isso valeu a pena. Os fundamentos de Stealth agora estavam gravados profundamente na mente e no corpo de Haruhiro, e nunca mais o deixariam. Agora, até quando ele vagava sem rumo por Altana à noite, ele se pegava usando Hide, Swing e Sense sem nem perceber. Era um pouco estranho, para dizer o mínimo.

— Você tem aptidão para isso — Barbara havia dito, oferecendo-lhe um raro elogio. — Você realmente deve ter nascido para esse trabalho.

— Bem… — Haruhiro sorriu um pouco enquanto se misturava à multidão no mercado. — Fico feliz em ouvir isso…

Mesmo que seja para ser um ladrão, né?, ele pensou. Não precisa nem dizer, mas um ladrão é alguém que rouba coisas. Um assaltante.

Aparentemente, a guilda dos ladrões teve suas origens em uma sociedade secreta de ladrões, Viúva Negra, que operava nas sombras do Reino de Arabakia. Quando Arabakia avançou para as fronteiras, a Viúva Negra ofereceu ajuda ao Exército Real em troca da libertação de seus camaradas presos. Essa oferta foi aceita, e alguns desses antigos prisioneiros, que foram enviados para a morte certa como batedores nas fronteiras, acabaram criando a guilda dos ladrões.

Que bela história heroica, hein? Haruhiro pensou. Será que é por causa dessas origens que o treinamento da guilda dos ladrões é tão duro? Ou a Barbara-sensei é só uma sádica?

Qualquer que fosse o caso, um ladrão ainda era um ladrão. Alguns usavam as habilidades que adquiriram na guilda para levar uma vida de crimes intermináveis. Haruhiro não tinha pensado muito nisso antes de se tornar um ladrão—na verdade, ele nem pensava nisso—mas, quando ele dizia: Eu sou um ladrão, fazia mais de uma pessoa franzir a testa. Especialmente aqueles que levavam vidas normais em Altana.

Isso é só preconceito, ele poderia tentar explicar. A maioria dos ladrões da guilda são soldados voluntários e não roubam nada.

Mas a arte do roubo ainda incluía habilidades como Picking (Roubo), Burglary (Arrombamento) e até mesmo Pickpocket (Batedor de Carteiras), todas com aplicações práticas. Se quisesse, um ladrão poderia se voltar para o crime a qualquer momento. Não era difícil culpar as pessoas por serem cautelosas.

— Não é uma profissão muito respeitada, né? — murmurou Haruhiro.

Ele gostava de se esgueirar e fazer reconhecimento. Isso combinava com ele, a ponto de pensar que era sua vocação.

— Mas ladrão, hein… Talvez eles devessem ter mudado o nome…

Quando a guilda foi formada, não precisavam se chamar de ladrões. Poderiam ter escolhido outro nome. Ou será que os nossos antecessores que fundaram a guilda tinham orgulho de serem ladrões? Não, mas isso é algo de que se ter orgulho?

— A guilda dos ladrões não tem um código, então alguém poderia até fundar outra guilda… Não que eu vá fazer isso, é claro — murmurou. — Será que alguém faz isso por mim?

Se alguém fizesse, Haruhiro se juntaria a essa guilda num piscar de olhos.

Vou ficar um pouco triste em romper minha relação de mestre e aprendiz com a Barbara-sensei? Talvez? Talvez não? Quero dizer, a Sensei é assustadora.

Bem, não era como se ele estivesse considerando isso seriamente. Não importava tanto assim.

Ranta havia dito que passaria seis dias aprendendo Missing (Desaparecer), uma habilidade de combate dos Cavaleiros das Trevas. Shihoru havia dito que passaria cinco dias aprendendo Shadow Pond (Lago Sombrio), que pertencia ao foco principal dela, a Magia Darsh, e depois dois dias tentando aprender o feitiço Ice Globe (Globo de Gelo) da Magia Kanon. Yume parecia ter algo em mente e planejava passar sete dias aprendendo habilidades como Hunting (Caça), Tracking (Rastreamento), Pit Trap (Armadilha de Poço) e Bear Trap (Armadilha de Urso).

Como Mary não podia usar magia de luz no Reino do Crepúsculo, ela decidiu passar cinco dias aprendendo a habilidade de autodefesa Revenge (Vingança), enquanto Kuzaku decidiu passar seis dias aprendendo as técnicas defensiva Guard (Guarda) e Tug of War (Cabo de Guerra).

Haruhiro, Shihoru e Yume passaram sete dias treinando, Ranta e Kuzaku seis, e Mary cinco. Quanto aos Tokkis, Anna-san e Tada finalmente aprenderam Sacrament (Sacramento). Os outros também se esforçaram em seus próprios treinamentos, e depois usaram o tempo livre para fazer o que quisessem. Amanhã todos se reuniriam novamente.

Ranta provavelmente estava no Beco Celestial por agora, atrás de mulheres. Haruhiro não sabia muito sobre isso, mas Altana tinha bordéis… Era assim que se chamavam? Lugares onde você pagava para ter a companhia de mulheres, e não faltavam pessoas que frequentavam esses lugares.

Na verdade, Ranta o convidara uma vez. Quando ele recusou, Ranta ficou bravo. Ele aparentemente não tinha coragem de ir sozinho e estava tentando arrastar Haruhiro junto. Se ele quisesse ir, deveria ter simplesmente erguido a cabeça e ido. No entanto, Ranta simplesmente não conseguia se obrigar a dar esse passo, e sem dúvida ainda não havia ido. Ele provavelmente estava em algum bar, com garotas servindo suas bebidas, afogando as mágoas, ou paquerando.

Mary e Kuzaku estavam…

Bem, sabe como é? Provavelmente estavam juntos em algum lugar. Claro que estariam! Eles pareciam estar saindo juntos, afinal. Me pergunto se eles estão… fazendo isso. Não que eu me importe. Por favor, construam uma família maravilhosa. Será que estou me adiantando? Bem, isso pode acontecer eventualmente. Acho que seria uma boa coisa…? Talvez…?

O sino começou a tocar. Era o sino das seis da tarde. O sino que marcava as horas em Altana começava a tocar a cada duas horas a partir das seis da manhã. Às seis da tarde, ele tocava sete vezes para avisar a chegada da noite e depois “dormia” até o dia seguinte. As lojas no mercado começariam a fechar, enquanto o Beco Celestial se tornaria mais movimentado.

Haruhiro parou em frente à Companhia de Depósitos Yorozu.

— Ei.

— Tá atrasado, tá?! — disse Anna-san, inflando as bochechas de raiva e pulando. — Talvez não, né?! Porque você não tá realmente atrasado, ?! Mas, em um encontro, o homem tem que chegar cedo, yeah?! Yeah?!

Haruhiro inclinou a cabeça.

— Me desculpa.

— Você não tá agindo com retidão, né?!

— Você quis dizer sinceridade.

— Com sinceridade!

— Ah, entendi — disse Haruhiro. Ela queria que ele fosse sincero com ela? Eu pensei que ela tava falando sobre outra coisa. Que vergonha.

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