Capítulo 5 – Meu Eu Natural. (Parte 3)
— Branken. — Akira-san lançou um olhar de reprovação ao anão antes de voltar sua atenção amigável—ou, pelo menos, era o que parecia—para Haruhiro.
— Estava ansioso para conhecê-los. Afinal, eu já conhecia Rock e Io, além de suas equipes, antes de eles se juntarem, mas de vocês só ouvi falar através do Soma.
— Pois é, imagino que nunca tenha nos encontrado antes — disse Haruhiro. — Er, eu não sei o que dizer, mas não somos voluntários há muito tempo e não temos grandes feitos pra contar…
— Vocês derrotaram o Death Spots, não foi? — perguntou Akira-san. — Ouvi dizer que também tiveram um bom desempenho na ofensiva contra a Fortaleza de Observação Deadhead.
— S-Sim, nós tivemos! — Ranta inflou o peito com orgulho. — Jovens promissores! Esse somos nós, eu diria! Não há como negar que temos um grande futuro pela frente!
— Cara… — Haruhiro queria dar um soco forte em Ranta, mas não conseguiu reunir energia para isso.
— Hmm. — Tokimune olhava de Akira-san para Haruhiro, repetidamente. — Os Day Breakers, hein. Fiquei surpreso ao ouvir que Haruhiro estava com eles, mas você também, Akira-san? Tenho a impressão de que ouvi do Kikkawa que os Rocks e a party de Io se juntaram a ele.
— Eles são, tipo, os mais fortes! — Kikkawa balançava a cabeça, como se não conseguisse mais se segurar. — Incrível! As lendas, as lendas originais, Typhoon Rock e o time de Io-sama! É tipo, um time dos sonhos, ou algo assim?! Não, tipo, um sonho de verdade?! Tipo, sonho, mais sonhador, o mais sonhado?!
— Ah, certo. — Tada se aproximou, olhando para Akira-san com olhos avaliadores. — Ei, mano. Quer dizer, Akira-san.
Uau. Haruhiro ficou surpreso. Você acabou de chamar ele de “mano”? O quê? O que aconteceu com o modo submisso e quieto? Kikkawa parece estar voltando ao seu ritmo também.
— Você sabe sobre o Reino do Crepúsculo? — Tada nem tentou ser educado.
— Ainda não fomos lá — respondeu Akira-san, sem se importar. — Mas já ouvimos falar.
— Tem um monstro louco lá — disse Tada. — Tão louco que até me empolgou. É um deus gigante.
— Oh?
— Estamos planejando convidar Soma e os outros, mas você quer participar da ação também? — perguntou Tada.
Ele está convidando. Ele está totalmente convidando.
Haruhiro apertou o nariz. Estava prestes a chorar.
O quê? Que diabos, Tada? Não faz esse tipo de coisa. Esse é o Akira-San, você está perguntando se o Akira-san quer participar, como se fosse algum bandido de segunda. Se quer convidá-lo, tem que haver formas melhores. Tipo, na forma de falar. Além disso, isso não está certo. Você não convidaria ele, normalmente. Bem, Tada nunca foi normal. Eu já sabia disso, mas, ainda assim. Ele não está um pouco anormal demais?
— Vou pensar sobre isso — disse Akira-san.
Você é um cara tão legal, Akira-san. A forma como você considera os outros. Você nem fica irritado com alguém tão descaradamente arrogante como Tada. Você tem tanto caráter. É maravilhoso. Haruhiro estava comovido.
— Hã? — Tada estalou.
Então, por que Tada tem uma veia pulsando na testa? Isso não é estranho? Será que ele enlouqueceu? Ele claramente não é normal, certo? Quero dizer, é totalmente estranho. Isso não é motivo para surtar; ele não tem razão para estar bravo.
— Qual é a dessa resposta? — Tada rosnou. — Parece que você está tentando fugir da pergunta. Eu, odeio quando as pessoas fazem isso. Você está interessado ou não? Seja claro.
Ah, então esse é o problema dele? Haruhiro pensou. Eu entendo o que ele está dizendo. Eu entendo, mas não precisava surtar por isso.
Haruhiro, sua party, e até mesmo os outros Tokkis observavam incrédulos. Quanto a Gogh, Kayo, Miho, Branken e Taro, ele estava com medo de verificar suas reações.
— Hmm. — O rosto de Akira-san endureceu. Ou melhor, ele assumiu uma expressão séria. Por fim, Akira-san acenou levemente com a cabeça.
Ele acabou de inclinar a cabeça?
— Desculpe. Você tem razão, aquela resposta que te dei foi quase uma formalidade.
— É — Tada bagunçou o próprio cabelo. — E qual é a sua resposta de verdade?
— Parece interessante, mas não posso decidir agora.
— Por quê? — exigiu Tada.
— São dois motivos. Primeiro, não tenho nenhuma informação sobre esse deus gigante.
— É isso que torna a coisa interessante, não é? — Tada rebateu.
— Você tem um ponto aí — disse Akira-san com um sorriso surpreendentemente infantil, travesso e até um pouco maldoso. — Aqui está o outro motivo. Vamos nos encontrar com Soma amanhã.
— Isso é só uma questão de ir para o Reino do Crepúsculo depois, sabe.
— Se acabarmos indo, vai ser assim mesmo — disse Akira-san. — Você mencionou que vai convidar o Soma, certo?
— Sim.
— Então, deixe-me conversar com ele sobre isso também.
— Não poderia pedir um resultado melhor — respondeu Tada.
— Não posso te dar uma resposta agora — Akira-san ainda sorria —, mas estou inclinado a ir. Você parece ser alguém divertido para lutar lado a lado.
— Eu garanto isso — Tada sorriu e estendeu o punho. — Só conheço você pelos rumores, mas me conheço muito bem.
Akira-san bateu o punho contra o de Tada. — Vamos garantir que o Soma vá também. Lutar ao lado dele é estupidamente divertido.
— Ha ha ha — Tada deu um tapa no ombro de Akira-san.
— Ohoh! — Ranta saltou.
— Yahooey! — Kikkawa também pulou no ar, soltando um grito bizarro.
— Isso tá ficando emocionante agora, yeah! — Anna-san fez sinais de V com as mãos e começou a girar em círculos.
Mimorin estava encarando Branken por algum motivo. Ela provavelmente achava ele fofo.
— Conseguimos, né, Haruhiro? — Tokimune exibiu os dentes brancos e deu uma cutucada no lado de Haruhiro.
Haruhiro não disse nada. No momento, ele só queria se agachar. Queria sentar. Queria dormir. Dormir por um bom tempo.
Ele não pode dar uma resposta imediata? Não importa o que ele diga; se está falando que vai levar o Soma junto, Akira-san já decidiu que vai, né? Não gosto disso…
Simplesmente não entendo pessoas que não são normais, e não gosto disso…