Hai to Gensou no Grimgar – Capítulo 5 – Volume 21 - Anime Center BR

Hai to Gensou no Grimgar – Capítulo 5 – Volume 21

Capítulo 5

O que esquecemos?

— Vocês atravessaram as Montanhas Tenryu? Montadas nesses dragões? No continente domesticam dragões? Não consigo acreditar que isso é verdade…

Devido à máscara, não dava para discernir a expressão de Haru, mas ele parecia bastante surpreso e até perturbado.

Riyo cuidava meticulosamente do dragão que havia dobrado suas asas, acariciando seu pescoço e esfregando seu peito, deixando-o lamber seu rosto sem parecer incomodada. Yori também estava atendendo ao seu dragão, mas, ao contrário de Riyo, ela o fazia enquanto conversava com Haru.

— Embora eu afirme que os domesticamos, a cada cinco aprendizes, três são devorados ou mortos por seus dragões, então não é tão fácil assim. Além disso, os dragões só obedecem ao seu pai adotivo, portanto, se você deseja montar um, precisa cuidar dele desde o ovo, como fizemos eu e os outros. —Ei… Espera, Carambit, isso coça as orelhas, pare, haha!

No entanto, fosse Yori ou Riyo, Manato não entendia como elas conseguiam suportar que aqueles seres as lambessem tanto e, embora parecesse que às vezes mordiam levemente, elas se mantinham calmas. A boca do dragão era grande o suficiente para engolir uma cabeça humana, e seus dentes eram afiados e pontiagudos.

Esse tipo de dente pertencia a um carnívoro. Elas não tinham medo? Se o dragão cometesse um pequeno erro, poderia ser um grande problema. Realmente dava medo.

Manato sentiu um arrepio na espinha. Era tão assustador que chegava a ser até engraçado.

Na verdade, Manato queria se aproximar dos dragões de Yori e Riyo. No entanto, seu instinto de caçador dizia que, se ele se aproximasse, os dragões se irritariam, e então Yori e Riyo poderiam sofrer as consequências. Isso não era bom, então Manato se conteve. Mesmo que realmente quisesse acariciá-los.

***

Logo ali, havia uma colina com uma antiga torre chamada Arca. Após se livrarem dos devotos de Lumiaris, Manato e os outros subiram essa colina a partir de Altana.

Como Yori desejava ver seu dragão mais uma vez, ela o chamou. Quando ele se perguntou como ela faria isso, Yori e Riyo tocaram uma flauta de pedra redonda conhecida como flauta do dragão, e os dois dragões voaram das Montanhas Tenryu.

O som nítido e agudo da flauta de dragão não era tão alto, mas parecia que poderia ser ouvido a uma boa distância, caso estivesse em um local com boa visibilidade. E apenas certos dragões podiam ouvi-lo claramente. Embora Manato não conseguisse distinguir, dizia-se que cada domador de dragões tinha uma forma única de tocar a flauta, assim seu dragão sabia quem estava tocando.

— Desde que haja uma conexão de coração, os dragões são adoráveis e companheiros confiáveis. Se receberem o carinho adequado, não exigem muitos cuidados. Além disso, eles cuidam da própria alimentação. Agora mesmo, estão com cheiro de sangue, o que significa que comeram algo na montanha. Como os obrigamos a atravessar as Montanhas Tenryu, estavam com fome. Deveríamos ter evitado chamá-los? Você queria ver Yori, certo? E Yori também queria te ver, Carambit. Sim, ela queria te ver. Bom, bom!

— Ahhh…

Manato não conseguiu evitar cobrir a cabeça e gritar. Os dois dragões o olharam, e uma atmosfera tensa se fez sentir no ar.

— O que foi? O que aconteceu?

Yori rapidamente abraçou o pescoço de seu dragão. O dragão semicerrrou os olhos e lambeu a bochecha de Yori.

— Desculpe, eu só queria tocá-lo. Sei que isso é errado.

— Exatamente. Você não tem permissão.

— Sim, eu sei. Poderia acabar sendo devorado.

— Se você irritar Carambit, não seria estranho se ele te comesse. Nem mesmo Yori poderia pará-lo. Bem, não o impediria. A propósito, como está o seu ferimento, Manato?

— Ferimento?

Manato levantou ambos os braços, girou o corpo e deu um leve salto para aterrissar.

— Sim, já estou bem. Não dói. Parece que já fechou.

— Você possui uma incrível capacidade de cura natural. Você realmente é humano?

— Acho que sou humano. Bem… talvez eu seja um pouco diferente de papai e mamãe, e de Junza. Eles demoravam muito para se curar quando se machucavam. Alguns companheiros morreram porque não se curaram.

— Muitos morreram?

— Sim, muitos morreram. No final, só sobramos quatro, eu incluído. Antes havia mais. Ah, isso aconteceu no Japão, não em Grimgar.

— Japão? Não em Grimgar? Talvez… você seja como minha bisavó?

— Bisavó? A propósito, posso chamá-las de Riyo e Yori?

— Tudo bem, Yori é Yori e Riyo é Riyo. São nomes que minha bisavó nos deu.

— Oh, bisavó. A avó é a mãe da minha mãe, certo? Embora nunca a tenha visto, ouvi falar dela.

— A bisavó é a mãe da avó.

— Isso é um monte de mães!

— …Um monte de mães? Eh… o que isso quer dizer?

— É a mãe da mãe da mãe, então é um monte de mães.

— …De qualquer forma, a mãe de Yori e Riyo é Rinka, e o pai de Rinka é Ruon. Ruon é o avô de Yori e Riyo.

Manato cruzou os braços. — O avô…

— Ruon… — disse Haru.

— A mãe de Ruon é a bisavó de Yori e Riyo, e…

Haru interrompeu Yori enquanto ela tentava continuar.

— Espera… Espera um pouco. Ruon… Ruon? Sua mãe…?

— Ruon era o avô, mas nunca o conheci. Ele morreu há muito tempo.

— Faz mais de trinta e oito anos — disse Riyo em um tom baixo, enquanto empurrava o corpo de seu dragão. — Ushaska, depois.

Ao responder ao chamado de Riyo, o dragão Ushaska soltou um grito agudo e, batendo as asas, lançou-se colina abaixo. Era assim que um dragão decolava. A corrida de Ushaska não foi muito longa. Suas asas eram robustas, assim como suas patas. Logo, Ushaska se afastou do chão e começou a ganhar altitude rapidamente.

— O avô Ruon morreu em 23 de fevereiro do ano 724 do calendário do Reino de Arabakia, quase vinte anos antes do nascimento de Yori. Yori nasceu em 3 de abril do ano 744, e eu nasci no ano seguinte, em 3 de outubro do ano 745.

— Ah… os números… — Manato sentiu-se confuso. Parou de pensar imediatamente.

— Vamos, Carambit.

Yori também empurrou seu dragão. Carambit, depois de um momento de resistência, aceitou quando Yori fez um gesto carinhoso. Carambit também voou colina abaixo.

Haru inclinou-se levemente, com a mão esquerda sobre a máscara.

— Altana, certo? — Yori olhou para as ruínas. — A bisavó acordou em Grimgar, acompanhada de seus companheiros, quando ainda havia um nobre fronteiriço em Arabakia, e se tornou parte dos voluntários. Ela sempre me falava muito sobre essa época.

— Sim, ela também falou sobre o que aconteceu depois de ir ao Continente Vermelho. — Riyo olhava para a Arca. — Sobre como o clã e a companhia avançaram para o sul das Montanhas Tenryu e fundaram o Reino Unido. Ela também me contou muito sobre o que aconteceu depois.

— Riyo. Você sempre interrompe a conversa.

— Desculpa.

Riyo abaixou o olhar. Embora sua expressão fosse neutra e sua voz plana, ela poderia estar desanimada.

— … Você poderia me dizer o nome da sua bisavó? Talvez eu a conheça — disse Haru.

Yori se voltou para Haru.

— Minha bisavó era como um livro vivo para o clã, e todos a chamavam de Grande Mãe, Grande Avó ou Amada Mãe. Posso chamá-la de bisavó porque, sem dúvida, carrego o sangue dela, o sangue daquela pessoa que foi a mais importante, grande, querida e amada de todos. Minha bisavó costumava nomear os filhos que nasciam no clã. Aqueles a quem ela dava nomes eram especiais.

— … “Yori”, esse nome… eu me lembro. Agora eu me lembro… — Como o rosto de Haru estava atrás de uma máscara, não dava para ver para onde ele estava olhando. Mas parecia que ele estava olhando para baixo, como se não pudesse encarar Yori. — Um amigo disse que, se o filho que ia nascer fosse uma menina, a chamaria de Yori. Mas ela teve um menino.

Yori é a segunda no clã que possui esse nome. A primeira Yori foi a filha do Vô Ruon, a primogênita, que faleceu jovem. Minha bisavó deu o mesmo nome a Yori, um nome precioso que ela escolheu junto com meu bisavô.

— …Não pode ser… Isso é… mentira… —Não, não acho que você, esteja mentindo. É só que já se passaram quase cem anos. Passaram-se cem ano. Então, te deram esse nome, certo? Você nasceu no ano 744… Esse ano você faz dezoito? E a sua bisavó?

— Minha bisavó não sabia quantos anos tinha. Quando acordou em Grimgar, só lembrava do próprio nome. Ela era muito idosa, mas estava bem de saúde. Contava histórias enquanto eu estava no seu colo. Às vezes, a Riyo também estava com ela, e naquela época Riyo ainda era pequena.

— …Quando? Quando ela faleceu?

— Há cerca de cinco anos e meio — disse Riyo em voz baixa, mas sem hesitar. — No dia 24 de dezembro do ano 756 do calendário de Arabakia. — É o dia em que nossa bisavó morreu. Um dia que nunca vou esquecer.

— Cinco anos…?

Haru ajoelhou-se bruscamente no chão.

— … Só cinco anos e meio atrás… — Ele se inclinou, balançando a cabeça sem forças. — Tão recente… Viveu até há pouco tempo… O que eu estou fazendo…? O que eu estava fazendo? Por quê?

Manato se aproximou de Haru e se agachou ao seu lado. Queria fazer algo por ele, mas não sabia o quê. Por ora, achou que não era o momento para rir. Pelo menos, Haru não devia estar em condições de rir.

Não sabia o que fazer.

— Yume… — murmurou Haru com uma voz distorcida, como se fosse arrancada de sua garganta. — Yume estava… viva. Ela estava viva. Ela… protegeu Ruon… Fugiu de Grimgar. Ruon teve filhos… e netos em Grimgar… E eu… o que eu tenho feito…? Poderia ter feito algo… é… tinha que ter feito algo…

Manato hesitou por um momento, mas deu um leve tapinha nas costas de Haru.

— Haru, você está bem?

— … Sim. — Embora Haru tenha respondido, ele não se mexeu. — Estou bem.

— Ei…

Yori se aproximou de Haru. Ela não se agachou. Olhou para Haru de cima.

— Yori e Riyo se apresentaram e revelaram sua situação. Agora é a sua vez. Você, Haru, é a sua vez de dizer quem é. Sei que a bisavó te chamava de Haru-kun. Ela disse que você era um companheiro, um amigo, alguém como um irmão mais velho. Embora o bisavô fosse uma exceção, a bisavó confiava plenamente em você. Ela disse que você a ajudou muitas vezes, incontáveis vezes. Mas… — Yori respirou fundo. — Haru-kun acordou em Grimgar no mesmo dia que a bisavó, então era mais ou menos da mesma idade. Por ser humano e não elfo nem anão, não deveria estar vivo. A bisavó, que queria vê-lo até o fim, provavelmente já havia aceitado a realidade.

— Haru-kun é o nome que a bisavó usava — disse Riyo com tranquilidade. — Seu nome verdadeiro é Haruhiro.

— Sim… — Haru finalmente levantou a cabeça. — Eu sou esse Haruhiro. Como você falou, eu já deveria estar morto há muito tempo. Sou um sobrevivente da morte e estou carregando a vergonha de estar vivo.

— E por que você esconde o rosto?

— Não é apenas uma máscara.

Haru colocou a mão sobre a borda da máscara que cobria todo o seu rosto e ouvidos.

— Ela tem funções.

— Uma relíquia?

— Sim.

— E você a usa porque é conveniente?

— Meu rosto não é algo que possa ser mostrado para as pessoas—Não, não é isso. Durante décadas, estive sozinho. Não é que eu não quisesse que me vissem. Eu simplesmente queria me esconder.

— A bisavó nunca escondeu nada, não importava o quanto estivesse enrugada. Ela sempre se orgulhava mais do que qualquer um.

— Meu desejo era ver a Yume. Eu poderia ter tido a chance de vê-la. Se houvesse essa possibilidade, eu deveria ter feito isso… Eu queria ter dito isso pessoalmente a ela.

Haru tirou a máscara. Ou melhor, a máscara se soltou sozinha, e Haru a segurou em sua mão.

Yori franziu a testa e cerrou os dentes. Riyo, de uma certa distância, olhava para o rosto descoberto de Haru. Embora sua expressão não tivesse mudado, Riyo piscou duas ou três vezes.

Manato observou atentamente o perfil de Haru.

Não conseguia imaginar como seria um humano após superar os cem anos. Os pais de Manato provavelmente morreram antes dos trinta. Ambos estavam cheios de rugas e manchas, e tinham poucos dentes restantes, então costumavam rir dizendo que haviam encolhido muito.

Ao envelhecer, as pessoas primeiro crescem e depois murcham. Quando encolhem o suficiente, morrem porque já não conseguem viver.

Manato também havia crescido bastante, então pensava que eventualmente também iria encolher.

O rosto de Haru não havia encolhido. Não havia rugas notáveis. Não era surpreendente. Haru não tinha as costas curvadas nem arrastava os pés. Era mais ágil que a maioria. Seria estranho se apenas seu rosto estivesse enrugado e pequeno.

Era branco.

Sua pele era extremamente branca.

Havia pessoas de pele escura e pessoas de pele clara. Junza e Amu tinham a pele mais escura, enquanto Neika e Manato tinham a pele mais clara. Yori e Riyo também eram de pele branca. No entanto, a pele de Haru era diferente.

Não era translúcida, mas a pele de Haru não tinha cor. E havia veias azuis que se destacavam como uma rede. Talvez fossem veias. Seus lábios estavam um pouco escurecidos, a parte branca de seus olhos era mais um azul pálido. Suas pupilas eram de um amarelo pálido.

— Não envelheço como os outros seres vivos. Não quero assustá-los, mas, para ser preciso, o que habita em mim é esse tipo de existência. Eu sou Haruhiro, mas ao mesmo tempo não sou Haruhiro. Não estou vivo. Estou sendo mantido vivo.

— Você tem alguma relação com o No-Life King — perguntou Yori.

Haru demorou um momento para responder. Foi difícil abrir a boca.

— Não posso afirmar que não. Mas é algo distinto do No-Life King… Compreendo. Vocês estão cientes de tudo o que a Yume compartilhou com vocês. Nesse caso, também devem saber que o receptáculo do No-Life King era alguém que costumava ser um dos nossos.

— Isso mesmo. O que a bisavó sabia, Yori também sabe mais ou menos. Embora a bisavó dissesse que havia coisas incertas, ao falar sobre vocês, às vezes se lembrava ou percebia mal-entendidos.

— Yume… não esqueceu, mesmo depois de escapar de Grimgar com Ruon.

— Ela sempre quis voltar.

— “Em Grimgar…” — De repente, Riyo interveio. Era evidente que não era a forma de falar habitual de Riyo, mas a entonação era a sua, sem muitas inflexões. — “Há algo que esqueci. Isso, tenho que buscar. Algum dia, você pode buscar no lugar da bisavó?”

Haru olhou para o céu.

— Yume…

— Hã? — Yori virou-se para Riyo com uma expressão alarmada. — Espera, o quê?! Isso é algo que a bisavó disse só quando estávamos sozinhas! Além disso, ela costumava repetir bastante as coisas, mas essas palavras ela disse apenas uma vez!

— Ela também me disse, apenas uma vez, quando eu estava sozinha com ela. — Riyo olhou para baixo, levemente. — Eu mantive em segredo até agora. Me desculpe.

— …Riyo, não é sua culpa. A bisavó!!! Ela fazia esse tipo de coisa! Ela era tão genuína! E isso também fofinha!

— Então, vocês…

Haru olhou para Yori e Riyo por sua vez com seus olhos amarelos.

— Vão continuar o desejo de Yume e voltar para Grimgar? O que exatamente era o objeto esquecido do qual Yume estava falando?

Yori e Riyo se entreolharam brevemente. Embora essas irmãs fossem bastante diferentes em altura e personalidade, ainda tinham uma certa semelhança.

— É um problema, sim, pode-se considerar um problema. — Yori deu de ombros levemente. — A bisavó não mencionou nada concreto sobre o que queria fazer ao voltar para Grimgar. Provavelmente, não queria impor nenhuma obrigação para Yori e Riyo. Talvez, na verdade, não quisesse nos pedir para ir buscar algo que ela havia esquecido. Mas, ainda assim, ela disse. Não conseguiu evitar.

— …Entendo. Yume provavelmente seria assim. Eu não conhecia Yume tão bem quanto vocês. Ela passou muito mais tempo com Ruon e com vocês, sua família e amigos, do que conosco.

— Mas, para a bisavó, Grimgar era um lugar especial.

Yori olhou ao redor, inalou profundamente e exalou.

— A vida da bisavó começou aqui. Porque sua primeira lembrança é do dia em que acordou em Grimgar. Neste lugar, ela conheceu pessoas que amava e se separou delas. Perdeu algumas, mas também ganhou muitas coisas preciosas. O mais importante foi conhecer o bisavô. Por causa disso, nós, Riyo e Yori, estamos aqui. Em Grimgar. Voltamos… bisavó. Não sei o que você esqueceu, mas eu vou descobrir. Se eu tiver certeza do que encontrei, então isso vai ser o que você esqueceu. Tenho certeza de que você pensaria assim.

Haru baixou o olhar. Em seguida, colocou a mão no ombro de Manato e sussurrou:

— Obrigado, Manato. Você me ajudou. Já estou bem. De verdade.

Manato assentiu e retirou a mão que estava nas costas de Haru.

Haru parecia estar carregando um peso muito grande por muito tempo e ainda não conseguiu se livrar dele. Ele está lutando para não ser esmagado por essa carga.

— Yori. Riyo. Há algo mais que preciso dizer a vocês. — Haru deixou a máscara no chão. — O pai de Ruon, o bisavô de vocês, fui eu quem tomou a vida de Ranta com minhas próprias mãos.

— … Hã?

Manato franziu a testa.

A mãe de Yori e Riyo era Rinka, e o pai era Ruon.

O pai de Ruon era Ranta.

E Haru matou Ranta.

Ranta era o bisavô de Yori e Riyo, e Yume era sua bisavó. Eles eram como os pais de Manato, Eles foram um casal ou algo assim. Dizem que quando um casal se ama, eles têm filhos.

Em resumo, é o mesmo que quando os animais na época de acasalamento copulam e a fêmea engravida. Quando os pais copulam, o resultado é que nasce um filho.

Embora Manato conhecesse apenas a palavra “amor”, ele não entendia completamente, pode ser um sinônimo de copulação. Ou talvez significasse que tinham um bom relacionamento. Os pais de Manato se davam muito bem.

Haru e Yume foram companheiros.

Yume e Ranta foram um casal.

E Haru matou Ranta.

Yori e Riyo estavam em silêncio. Não é que estivessem surpresas, mas não conseguiam entender e tinham dificuldade em aceitar. Manato sentia o mesmo.

— Ah… então, Haru e Ranta eram… inimigos? Ou o quê?

— Não. — Haru não olhou para Manato ao responder e balançou levemente a cabeça. — Ranta acordou em Grimgar no mesmo dia que Yume e eu. Muitas coisas aconteceram, mas éramos companheiros.

— Mas, mesmo assim, você o matou? Foi um acidente?

— Não foi um acidente. Matei Ranta intencionalmente.

— Por quê?

— Tenho minhas razões. Mas não quero dar desculpas. Eu matei Ranta. É um fato inegável.

Yori afastou seu cabelo curto e disse algo, mas apenas um pequeno som saiu.

— Haru-kun. — Riyo deu um passo à frente, ficando na frente de Yori. Haru e Manato a olharam.

— Quero desafiá-lo para um duelo. Por favor.

— U-U-Um duelo? — Haru fechou os olhos por um momento e depois os abriu novamente. — O que você está dizendo? E não me chame de Haru-kun.

— Não posso chamá-lo de Haru-kun?

— …T-Tanto faz, me chame como quiser… mas um duelo? Você está falando de lutar comigo?

— Sim. Foi isso que eu disse, Haru-san.

— Por que eu devo lutar com você… oh, por vingança. Claro, você tem o direito a isso. Mas isso…

— Não é por vingança. Quero que me enfrente em um duelo.

— Uhm… mas…

Haru desviou o olhar de Riyo, procurando algo. Talvez quisesse ver a expressão de Yori. Mas Yori estava atrás de Riyo, quase completamente coberta por ela.

— Haru-san. Quero que me enfrente em um duelo.

Riyo repetiu a mesma coisa, com o mesmo tom.

Manato pensou que Riyo repetiria até que Haru assentisse.

— Entendo. — Haru assentiu. Não só uma vez. Ele assentiu três vezes. — Se é isso que você quer, não posso recusar. Teremos um duelo.

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