Capítulo 7 – Layout. (Parte 3)
— “Max ‘One-on-One’” e “Ducky ‘Red Devil’”, hein. — Tada ajeitou os óculos com o dedo indicador da mão esquerda. — É, eles não são páreo pra mim.
— Esses dois estão sempre se enfrentando. — Tokimune olhou para os dois como um pai orgulhoso. — Acho que é como dizem: “quanto mais você briga, melhor se dá com a pessoa.”
— Não consigo entender isso… — Mary balançou a cabeça.
— Eles estavam sangrando… — Kuzaku parecia um pouco desconcertado também.
— Heh… — disse Inui.
Tomara que Inui fique quieto, pensou Haruhiro.
— Pensar que começaram esse ritual sem mim… — continuou Inui.
Porque nada do que ele diz faz o menor sentido.
— Ah, seus imbecis! Tem outras coisas pra fazer antes, né?! — Anna-san pulou com as bochechas infladas. — Outras coisas? Por quê, shit? O que era? O quê?
Sinceramente, o que era que eles deveriam estar fazendo primeiro, hein? Haruhiro fechou os olhos, respirando fundo. Talvez ele sempre tenha sido do tipo paciente. De qualquer forma, sentia que havia desenvolvido um nível impressionante de tolerância.
Quando abriu os olhos, viu Shinohara se aproximando com um grupo de homens e mulheres com capas brancas. Comparado a Max de Iron Knuckle e Ducky dos Berserkers, pessoas que ele jamais entenderia, Shinohara parecia um salvador. Ele até tinha uma auréola de luz ao redor dele. Era uma ilusão?
Bem, claro que era uma ilusão. Não havia como ele ter uma auréola de luz de verdade.
— Urgh… — Mimorin fez uma careta e estreitou os olhos.
Será que ele era brilhante demais pra ela? Não pode ser… será que Mimorin também via a auréola de luz?
Haruhiro piscou para confirmar por si mesmo. Não, nem Shinohara, por mais incrível que fosse, emitia uma auréola de luz. Isso era óbvio.
— Ei, Haruhiro, Tokimune — Shinohara os cumprimentou. — Parece que estamos numa situação ruim, né?
— Olá — Haruhiro acenou com a cabeça, olhando para Shinohara com os olhos semicerrados. — Uma situação ruim? O que você quer dizer com…
— Permitam que eu, Kimura do Orion, explique — o homem de corte militar com óculos interrompeu.
Esse cara de novo.
— Notamos que o deus gigante parou de se mover há mais ou menos duas horas. Nossa armadilha já estava pronta, então decidimos localizar o deus gigante. Não foi uma tarefa difícil. Se você se aproxima do deus gigante, sua localização se torna evidente. E então, nós o vimos. O deus gigante se erguendo sobre a colina inicial. Ah, que terrível! Pois aquele é o nosso único caminho de volta! Agora, embora possamos não estar completamente impedidos de retornar, fazê-lo seria incrivelmente difícil!
O que foi que você disse?! Haruhiro quase disse num tom completamente monótono, mas se conteve. Não estava tão surpreso.
Ele estava deprimido porque sua pior previsão, aquela que ele não queria considerar, havia se tornado realidade. Mas era só isso. Era tudo.
Pelo que parecia, Shihoru, Mary e Kuzaku perderam toda a empolgação.
Yume parecia estar pensando profundamente. Parecia que ela tinha chegado a uma conclusão. — Ah! Se não podemos voltar, isso quer dizer que não temos como ir pra casa?!
— Ele já disse isso! Você é burra?! — Ranta gritou com ela.
— Yume não é burra — ela se defendeu. — Pessoas que chamam as outras de burras, essas são as verdadeiras burras, sabia?
— Bom, seguindo sua lógica, as pessoas que chamam os outros de gênios são os verdadeiros gênios também?! — Ranta esbravejou.
— Hmm. Provavelmente, não acha?
— Você é uma gênia! Uma gênia! Yume, você é uma verdadeira e linda gênia!
— Ohhh? Sério? Ranta, então é assim que você se sente sobre a Yume — ela sorriu. — Tá meio constrangedor.
— I-Isso é besteira! Não foi isso que eu quis dizer! Não é assim, tá?!
— Seu rosto tá todo vermelho… — Shihoru olhou de canto para Ranta, tremendo de nojo. — Que nojo…
— Q-Q-Q-Q-Quem tá com o rosto vermelho, droga?! E o que você quer dizer com nojo?!
— Hmm. — Kimura ajustou os óculos, olhando de Ranta para Yume. — Desculpe se essa é uma pergunta delicada, mas vocês dois estão num relacionamento profundamente romântico? Em outras palavras, vocês são namorados?
— Q-Q-Q-O quê?! — Ranta começou a se agitar tanto que parecia estar dançando. — Q-Q-Q-Que besteira é essa, seu idiota?! N-N-Não me faça rir!
— Nem pensar. — Yume negou rapidamente. — Você tá errado.
— S-S-Sim! V-V-Você tá errado! N-Não entenda errado! Eu jamais me contentaria com ela! Quer dizer, olha só esses peitos pequenos!
— Não chame eles de pequenos!
— Qual o problema com peitos pequenos?! — Kimura de repente ficou furioso. — Plano é sublime! A humanidade ainda não inventou nada que possa superar o peito plano! De forma alguma!
— Kimura, acalme-se. — Shinohara parecia um pouco incomodado enquanto dava um tapinha no ombro de Kimura.
— Ah, me desculpe. — Kimura riu. — Perdi a compostura ali. No entanto, permita-me esclarecer qualquer mal-entendido. Embora seja minha filosofia pessoal que peitos pequenos sejam o auge de todas as coisas, eu entendo que eles não são a única coisa de valor. Naturalmente, eu também aprecio seios grandes! Na verdade, sou flexível o suficiente para me adaptar a qualquer tamanho de busto!
— Você é apaixonado! — Kikkawa ergueu o braço. — Você tem paixão, Kimuracchi! Eu entendo, entendo perfeitamente! Eu sou do mesmo jeito, cara! Qualquer tamanho tá bom pra mim, com certeza!
— Sim!
Kimura e Kikkawa trocaram um firme aperto de mão. Parecia que uma amizade apaixonada havia se formado entre eles.
Até Orion tinha estranhos como esses, hein. De alguma forma, isso foi uma descoberta profundamente comovente.
— Hum… — Anna-san deu de ombros e olhou para eles com decepção. — Toda vez que vocês abrem a boca, é só sobre peitos, peitos, peitos! Isso? Isso é chamado de assédio sexual, tá! E se a Anna-san e as outras garotas começarem a falar sobre o tamanho do pênis na frente de vocês? Imagina como isso levaria vocês ao céu, seus perdedores de pau pequeno!
Mary franziu a testa. — Hayashi? O que houve?
Olhando para o lado, o ex-companheiro de Mary, Hayashi, estava agachado.
— …Não. Não é nada. Nada está errado. Sério, nada…
— Oh, my god! — Anna-san cobriu a boca. — Será que você tem um “pau pequeno”? Nada para se preocupar, né? Dizem que, mesmo pequeno, ainda funciona sem problemas…
— “Dizem que,” — Mimorin repetiu sem expressão.
Por que ela repetiu isso?
Hayashi estava prestes a chorar. Coitado. Mas seria estranho consolá-lo. Haruhiro não poderia oferecer apoio, nem dizer muito nessa situação. Talvez nenhum dos rapazes pudesse, e eles apenas teriam que ficar em silêncio.
— Hmph… — Tada lambeu os lábios. — Basicamente, vamos ter que lutar. Não teria como ser de outra maneira.
Esse era o Tada-san. Ele não tinha sensibilidade. Para Tada, isso não fazia diferença, e ele provavelmente nem se preocupava com isso. Por isso, ele ignorava as coisas. Era um jeito bem comum dele agir. Nesse caso, Haruhiro estava feliz por isso.
Ou não? Eu estou feliz? Hein? “Temos que lutar”? Pera aí.
— O que você quer dize— — Haruhiro esqueceu o que ia perguntar. Mais precisamente, o fato de que ele estava tentando dizer algo sumiu de sua mente.
Noooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooong.
Algo ecoou.
Um som? Não, era mais uma vibração do que um som. Embora, se bem me lembro, o som é uma vibração, então acho que era o mesmo que um som. Que tipo de som? Haruhiro não sabia, mas era alto. Seu corpo todo tremia como se tivesse se transformado em um grande tímpano. Seu ser inteiro foi abalado pelo som.
Não houve tempo para se surpreender, ele estava à mercê do som. Essa era uma experiência nova para ele. De onde vinha o som? De onde ele tinha vindo, e até onde ele tinha ido? Ele não tinha certeza de quão vasto o Reino do Crepúsculo era, mas não podia ser tão pequeno. Será que tinha alcançado o fim de tudo?
Haruhiro viu o som. Ele sacudiu o mundo e o distorceu. As distorções eram visíveis aos olhos.
Haruhiro segurou o peito. Seu coração estava disparado. O som passou em poucos segundos, no máximo. No entanto, seu coração ainda tremia. Era diferente do seu pulso. Estava dormente? Era algo parecido com isso.
Ele olhou ao redor. Ninguém estava bem. Todos tinham sido atingidos por aquele som agora. Shihoru estava sentada no chão, segurando a cabeça.
— Você está bem? — Mary segurou Shihoru enquanto a ajudava a se levantar.
Shihoru assentiu, mas parecia não conseguir dizer nada. Havia lágrimas em seus olhos.
— O que… você acha… que foi isso agora? — Haruhiro tentou perguntar a Shinohara, mas logo pensou que Shinohara estaria tão perdido quanto ele.
Como esperado, Shinohara balançou a cabeça. Seus olhos tinham um brilho mais afiado do que o habitual.
— Não sei… mas duvido que seja um bom sinal.
— Você acha? — Tokimune soltou um suspiro profundo e, em seguida, exibiu seus dentes brancos. — Eu não poderia estar mais empolgado, no entanto.
Ah… Isso não vai acabar bem, pensou Haruhiro. Eu posso dizer por experiência própria, nunca acontece nada de bom quando Tokimune diz isso. Isso é o pior. Eu não gosto mais disso. Como as coisas chegaram a esse ponto? De quem é a culpa? O que está acontecendo? Parem, por favor. Droga. Droga. Droga.
Haruhiro soltou todas as reclamações que pôde pensar em sua mente, e então engarrafou todas elas.
Eu quero fugir. Mas não posso.
Eu estou pronto para isso—mas essa é uma coisa que eu não consigo dizer. Não é possível. Mas tenho que me preparar. Não importa o que aconteça, tudo o que posso fazer é lidar com isso. Não importa o que aconteça?
O que diabos vai acontecer aqui?
Eu não sei.
Como eu poderia saber?
Os membros do Iron Knuckle e dos Berserkers se reuniram em seus respectivos grupos para discutir. Orion estava fazendo o mesmo. Aqueles que não pertenciam a um clã, ou que tinham vindo ao Reino do Crepúsculo como parte de uma party independente, também estavam se reunindo, incertos. De alguma forma, embora a party de Haruhiro e os Tokkis não tivessem realmente decidido fazer isso, as circunstâncias os levaram a se juntar ao grupo de Orion.
Eles discutiram várias coisas.
Onde está a party de Soma? Onde estão Akira-san e sua party? Que som foi esse agora há pouco? O que devemos fazer? O que podemos fazer por enquanto? Devíamos voltar para casa. Mesmo que quiséssemos voltar, o problema é que não há um jeito fácil de fazer isso. Então, o que deveríamos fazer? Devíamos sair daqui. Mas por que sairíamos do assentamento? Seja o que for que decidirmos, precisamos escolher uma direção geral a seguir. É melhor não nos separarmos. Melhor ficarmos juntos. Não, talvez fosse realmente melhor nos separarmos, para não concentrar todo mundo em um só lugar. Se todos estiverem amontoados, há o risco de sermos exterminados. Exterminados? O que quer dizer com exterminados? Ainda não sabemos, certo? Pode ser que nada aconteça. Onde estão Soma e sua party? Inicialmente íamos nos reunir na colina inicial. Agora não podemos; por isso Orion veio para o assentamento. Provavelmente é o mesmo para os outros. Então, onde estão Soma e sua party? Akira-san? O que fazemos? O que devemos fazer? Qual é a ação correta?
A discussão não levava a lugar nenhum. Eles não encontravam respostas. Iron Knuckle e os Berserkers também não estavam se movendo.
Eventualmente, Shinohara e Kimura começaram uma conversa. Parecia que os dois decidiriam o que fazer por Orion.
Havia soldados voluntários espalhados, discutindo sobre isso ou aquilo. Era barulhento. Mas não só isso—havia uma inquietação no ar.
Haruhiro precisava dizer algo. Precisava falar com seus companheiros. Porque Haruhiro era o líder. Ele precisava decidir. Era assim que se sentia, mas não conseguia pensar direito. Nada vinha à mente.
Isso não era bom. Não podia deixar as coisas assim. Honestamente, era a única coisa que Haruhiro sabia. Ele não queria olhar seus companheiros nos olhos, então abaixou a cabeça.
Isso não é bom. Sério, isso é muito ruim. Ele se sentia mal. Não consigo respirar direito. Está doendo. Eu não tinha me preparado para o pior? Que patético. É, isso mesmo. Eu sou uma pessoa patética. Eu sei. Não consigo ser decisivo, mesmo que eu queira. Afinal, não é o que eu sou.
— Ouça — disse Kuzaku. — Eu vou te seguir. Não importa o que aconteça, eu tô contigo, Haruhiro. Achei que devia pelo menos dizer isso.
— E-Eu também — Shihoru levantou a mão levemente. — Haruhiro-kun, você já me salvou tantas vezes. Eu queria dizer isso…
— Tem que ser o Haru-kun, né — disse Yume com uma risadinha.
— Eu tenho certeza — Mary sorriu. — Se você não tivesse estado lá, Haru, algo terrível teria acontecido. Quero dizer, de muitas maneiras. Eu estou aqui agora graças a você.
Tudo ressoou.
De muitas maneiras.
As palavras de Mary, em particular.
Então é assim, né?
Não era exatamente a melhor maneira de colocar, mas ele sentiu como se algo precioso tivesse sido arrancado dele.
Se ao menos ele tivesse percebido antes. Que ele realmente amava Mary.
Ainda assim, mesmo que ele tivesse se dado conta, esse era Haruhiro. Com certeza, ele não teria agido de forma diferente. Em outras palavras, teria resultado na mesma coisa.
Sim. A mesma coisa. As coisas aconteceram desse jeito porque precisavam acontecer.
— Heh — Ranta deu uma risada zombeteira. — Vocês são tão bregas. Queriam tanto disparar suas bandeiras de morte assim? Bando de idiotas. Sério, sério.
Na verdade, foi reconfortante. Se Ranta não agisse como Ranta, isso teria tirado Haruhiro do eixo.
Haruhiro girou os ombros, tentando relaxar a tensão. De que adiantava ficar nervoso? Não era esse o tipo de situação.
— Eles não vão morrer, cara — os olhos de Haruhiro provavelmente pareciam sonolentos naquele momento. Claro, ele não estava cansado. — Eu não vou deixar mais ninguém morrer.
No momento em que disse isso, ele começou a pensar coisas como: Bem, é o que eu espero, vou me esforçar até a morte para manter todos vivos, é o que estou dizendo, é uma expressão de intenção, não sei se é possível ou não, mas—
Esse era Haruhiro. Ele não podia mudar quem era de repente. No entanto, fingir que tinha mudado—isso, até certo ponto, ele podia fazer.
— Ducky, estamos indo! — Max levou Iron Knuckle à ação. Parecia que eles estavam indo para a colina inicial.
— Façam o que quiserem! Os Berserkers vão ficar de prontidão! — gritou Ducky. Parecia que os Berserkers planejavam permanecer no assentamento.
Max e Ducky tinham constituições físicas diferentes, mas eram do mesmo tipo. Como líderes, ou chefes, na verdade, Iron Knuckle e os Berserkers exalavam uma aura semelhante. Eles eram agressivos e chamativos.
Iron Knuckle usava azul e preto, enquanto os Berserkers usavam vermelho como suas cores distintivas, e cada um dos membros exibia essas cores em seus equipamentos. Parecia que eles tinham símbolos de clã, também. O símbolo do Iron Knuckle era um punho cerrado, enquanto os Berserkers usavam uma caveira com uma espada e um machado cruzados. No entanto, apesar de serem semelhantes, o Iron Knuckle era mais alegre e travesso, dando uma sensação de juventude. Já os Berserkers tinham o que poderia ser chamado de dignidade—ou, menos caridosamente, de astúcia.
Iron Knuckle estava indo ao ataque, os Berserkers na defensiva. Shinohara e Kimura ainda estavam discutindo. O que os Tokkis fariam? Haruhiro olhou para Tokimune para avaliar sua reação.
Hein? Algo estranho? Ele pensou de repente. Estranho como… isso é…
Esse som.
Haruhiro olhou para o leste. Depois, para o sul.
Está chegando. Cada vez mais perto. Um gigante branco. Passos, é isso. Essa vibração… São os passos de um gigante branco. Não, mas isso… Espera, o quê? o número…
Não é só um ou dois, né? Quantos são? Não sei. Talvez ainda estejam longe?
Eles estão vindo de lá… e de lá também?
Não consigo contar. São muitos. Não tenho tempo de ficar aqui contando.
— Te-Tem um enxame de gigantes brancos! — A voz de Haruhiro parecia prestes a falhar.
— Uau… — Até Tokimune ficou chocado. — Estão vindo de todos os lados, hein.
Tada riu, girando seu martelo de guerra. — É assim que eu gosto.
— Heh… — Inui abriu os braços. — Vento da ruína, sopre com toda a sua fúria!
— Não fala essas coisas de mau agouro, tá?! — Anna-san deu um soco em Inui.
— Eu vou ard-gu, Anna-san, com todo o meu fe-li! — Kikkawa apontou para si mesmo com o polegar.
— Ard-gu e fe-li… — Haruhiro murmurou para si mesmo. Provavelmente eram algumas das palavras confusas de Kikkawa, mas ele nem conseguia mais entender o que significavam.
— Kwahh — Mimorin soltou um som estranho enquanto sacava sua espada.
— Parece que vamos ter que lutar, droga. — Ranta abaixou a viseira do elmo.
— Mas mesmo que a gente vá lutar… — Kuzaku ajustou o elmo e levantou o escudo. — …será que conseguimos?
Yume, Shihoru e Mary estavam todas em silêncio. Suas expressões eram rígidas e sombrias. Até Yume estava fazendo uma careta.
Haruhiro honestamente queria fugir. Mas a questão era: para onde? Sim, não parecia haver nenhum lugar para ir. Porque o deus gigante estava na colina inicial.
Será que o deus gigante tinha feito aquele som incrível? Era esse tipo de coisa que ele estava pensando. E agora as coisas ficaram assim? Dizem que é melhor não mexer com os deuses adormecidos, mas talvez nós, soldados voluntários, tenhamos irritado os deuses deste Reino do Crepúsculo?
Não importava. Pelo menos, não era algo para pensar agora.
— Ei, Shinohara! — Ducky gritou, acenando para eles. — Ajuda a gente aqui! Se separar não é uma boa ideia!
— Vamos chamar o Iron Knuckle de volta também. — Shinohara assentiu. — Esse é um momento em que precisamos nos unir, deixando de lado as diferenças entre clãs! O Orion vai fazer como sempre!
— Ouçam, não ousem ficar com medo e dar as costas para o inimigo! — Ducky rugiu. — Se fugirem, esperem ser mortos! Enfrentem até a morte!
— Por que aquele ruivo tá falando o óbvio? — Tada riu zombando.
Esse cara não tinha medo?
Haruhiro estava com medo. Ele sentia suas pernas e seu estômago tremerem.
O Iron Knuckle deu meia-volta e voltou, liderado por Max.
— Eles estão vindo, estão vindo, estão vindo! — Tokimune batia com a espada no escudo.
Ah, eu não quero olhar—Mas Haruhiro precisava olhar. Os gigantes brancos. Ao sul, ainda estavam longe. Os gigantes brancos a leste estavam bem mais próximos. Pelo que conseguia ver, eram cerca de dez, talvez? Poderiam haver mais atrás.
Embora houvesse diferenças entre os gigantes brancos, eles podiam ser divididos em três categorias de tamanho. Os da classe de quatro metros, os da classe de seis metros e os da classe de oito metros. Aqueles da classe de oito metros eram raros, e Haruhiro nunca tinha visto um antes.
Havia dois que pareciam ser da classe de oito metros. Um era da classe de seis metros, e o resto da classe de quatro metros.
Haruhiro não era corajoso e decisivo, nem de coração firme, nem pensava claramente, nem era calmo. O melhor que conseguia fazer era atuar no papel de líder destemido. Ele precisava desempenhar esse papel de alguma forma.
Shihoru. Yume. Ranta. Mary. Kuzaku. Ele olhou para o rosto de cada um deles. Tenho meus companheiros, e não quero que nenhum deles morra. É por isso que precisamos superar isso juntos.
— Se tá com sono, vai dormir, líder — Ranta riu.
— Quantas vezes eu tenho que te dizer? Eu nasci com esses olhos. — Haruhiro bateu o punho contra o peito. — …Beleza. Vamos fazer o que precisamos. O sono pode ficar pra depois.