Hai to Gensou no Grimgar – Capítulo 7 – Volume 17 - Anime Center BR

Hai to Gensou no Grimgar – Capítulo 7 – Volume 17

Capítulo 7

Pontos de Experiência.

Muito provavelmente, Kimura não sabia sobre o mestre da Torre Proibida até que Haruhiro lhe contou.

Claro, Haruhiro também não conheceu o cara pessoalmente. Foi apenas algo que Shinohara disse uma vez. Hiyomu tinha um mestre a quem servia, e essa pessoa, ou seja lá o que fosse, aparentemente roubou as memórias de Haruhiro e dos outros. Com base nas ações de Hiyomu, era razoável inferir que seu mestre estava na Torre Proibida. Em outras palavras, o mestre da Torre Proibida e o mestre de Hiyomu poderiam ser o mesmo.

Se Renji estivesse aqui, Haruhiro poderia ter ido falar com ele, mas agora eles estavam em grupos separados. Haruhiro tomou a decisão de explicar isso a Kimura.

— … Entendo. Se realmente há alguma conspiração em ação, por mais que me doa admitir, não posso negar a possibilidade de Shinohara-kun estar envolvido. Para ser honesto, eu tinha dúvidas sobre a decisão dos Orion de ingressar no Exército da Fronteira. Shinohara-kun tomou a decisão sem consultar ninguém… Não é a primeira vez que algo assim acontece, mas é maior do que qualquer outra ocasião.

De acordo com Kimura, ele não ficaria surpreso ao saber que Shinohara estava em contato com o Comandante Jin Mogis do Exército da Fronteira.

Quando surgisse a necessidade, Shinohara poderia apertar a mão de um inimigo com um sorriso. Não que ele fosse amigo de todos, apenas não deixava que seus sentimentos pessoais o atrapalhassem em fazer o que tinha que fazer. Ele sorria porque geralmente era melhor do que franzir a testa. E, realisticamente, como alguém se beneficiaria se andasse por aí com uma cara azeda o tempo todo? Shinohara era uma pessoa incrivelmente pragmática, o que, no que diz respeito a Kimura, era o que o tornava confiável.

— Nem todo mundo é capaz de manter um amor inquebrável como eu. O coração humano é uma coisa inconstante. Shinohara-kun é um homem que se move de acordo com a lógica, e o senso de dever faz parte dessa lógica.

Mesmo Kimura, seu amigo íntimo e confidente, não via Shinohara apenas como um cara legal. Ele poderia ser um cara legal quando surgisse a necessidade. Shinohara era o tipo de homem que poderia agir com a generosidade necessária.

— Independentemente disso, estou preocupado com Shinohara-kun. Se há coisas que ele esconde até de mim, tenho certeza de que deve ter um bom motivo. Você pode ter que enganar seus amigos primeiro para enganar seus inimigos. Mas não é bom que ele tenha feito você suspeitar dele, Sr. Haruhiro. Não posso ignorar isso.

Kimura concordou que eles precisavam investigar as verdadeiras intenções de Shinohara. Mas ele sempre seria amigo e companheiro de Shinohara. Se confrontado com a escolha de ficar do lado de Shinohara ou Haruhiro e Renji, ele sem dúvida escolheria Shinohara.

Era melhor não presumir que Kimura era seu aliado. Mas se Shinohara fizesse parte de alguma conspiração e Kimura sentisse que precisava voltar ao caminho certo, ele ainda poderia ficar do lado deles. Isso significava que eles poderiam trabalhar juntos. Havia espaço para cooperar.

A saída ficava pelos fundos da capela. Haruhiro pressionou a mão na fresta da porta e ela imediatamente começou a dobrar, indicando que o desbloqueio cronometrado havia funcionado. Os Tokkis devem ter passado pela cozinha e chegado à porta antes de Haruhiro e seu grupo.

— O próximo é o pátio interno, hein? —o cavaleiro das trevas mascarado disse com uma bufada, e os óculos de Kimura brilharam.

— Sim, de fato é.

— Tudo bem, vamos fazer isso! — Kuzaku disse alegremente.

Haruhiro fez uma pausa e respirou fundo.

— Sigamos.

Ao contrário da capela, o corredor não estava iluminado, embora houvesse luz vindo da frente. Na verdade, eles logo perceberam que o pátio interno estava tão iluminado que os fez pensar se estavam do lado de fora em vez de no subsolo. O teto era surpreendentemente alto e havia também um segundo andar. No entanto, aquele segundo andar tinha formato de U e não cobria a maior parte da área.

O que havia de errado com aquele telhado? Tinha um leve brilho branco. Embora não fosse tão brilhante quanto um céu azul claro, provavelmente emitia tanta luz quanto no meio de um dia nublado.

— Oh?! Yaa-hoo! É Haruhiro e sua turma! Aqui estou! Cheguei! E não apenas eu! Todos os Tokkis estão aqui! Viva!

Talvez a dez metros de onde o grupo entrou no pátio interno, Kikkawa os cumprimentava com Mimori ao seu lado. O que ele estava tentando transmitir ao ficar ali com os dois braços levantados? Haruhiro não tinha certeza, mas ele estava claramente olhando para ele.

— Eu não estava preocupado, mas vejo que eles chegaram aqui em segurança! —Tokimune deu um sinal de positivo. Anna-san estufou o peito, agindo ainda mais presunçosa do que o normal.

— Parece que seus excrementos de minhoca conseguiram fazer um bom trabalho, sim!

— Obrigado!

— Vamos, Kuzaku! Não agradeça quando ele nos chamar de cocô de minhoca, seu merda!

—… Me incomoda menos ela me chamar de cocô de minhoca do que você me chamar de merda, Ranta-kun. Ela não diz isso maliciosamente.

—E você acha que digo isso com maldade?!

— Ei? Claro.

— Ok, sim, não vou negar isso.

— Heh… Em algum momento Inui caminhou atrás de Setora novamente e agora tinha uma lança apontada para sua garganta.

—…Você é incorrigível. —Setora parecia exasperada. Como poderia não estar?

— Se algum dia eu aprender minha lição…! —O olho que não estava coberto pelo tapa-olho de Inui se arregalou. Ele estava perturbadoramente injetado de sangue. Será assim que o selo for quebrado, eu acordar como o Lorde Demônio, ser morto e então reencarnar como o Lorde Demônio mais uma vez, mas ainda não vou reformar meus hábitos!

— …Então você não vai reformar, né? —Yume murmurou. Imediatamente, os óculos de Kimura brilharam.

— Bo-hweh! Eu respeito isso!

Mary e Haruhiro suspiraram em uníssono. Então, percebendo que tinham feito isso, cada um olhou para o outro, desculpando-se. Não foi nada para sentir pena, apenas que ambos estavam envergonhados, mas o momento foi interrompido por um grande estrondo. Eles olharam para ver que Tada havia esmagado seu amado martelo de guerra no chão.

— Eles já descansaram o suficiente. Vamos fazer isso.

— Tada está certo! —Tokimune sorriu abertamente e ergueu seu escudo, desembainhando sua longa espada com seus gestos habituais. Kikkawa atingiu seu escudo com a espada. Mimorin desembainhou sua longa espada com as duas mãos.

Enquanto isso, Anna-san não fez nada em particular, mantendo o peito estufado e a cabeça erguida como sempre. Atrás dela, emitindo uma aura maligna, estava Inui. Quando ele foi atrás de Setora? Inui mudou de classe de ladrão, para guerreiro e caçador, então provavelmente havia mais nele do que ser um louco.

— Ufa. —Kuzaku exalou, segurando o cabo de sua grande katana. Ele ajustou seu aperto. É isso, hein? O inimigo desta fase.

Isso foi claro e realmente não exigiu comentários. Eles viram o inimigo no momento em que entraram na área.

Tinha dois braços, duas pernas e uma cabeça que se projetava do torso. Apesar da forma humanóide, era consideravelmente maior que qualquer humano. Era difícil dizer exatamente quão grande ele era, agachado, mas provavelmente tinha mais de cinco metros de altura em pé. O pátio interior tinha dois pisos. Mesmo em sua postura atual, sua cabeça alcançou o segundo.

— Em Orion, nós o chamamos de golem, disse Kimura com um flash de seus óculos. Eles variam em tamanho, mas esse é um grande golem. Pense nisso como um grande pedaço móvel de rocha humanóide. Muito forte. Nós os derrotamos destruindo suas cabeças.

— A cabeça, né? Eu entendo. —Kuzaku assentiu. Mas, eh, é menos uma cabeça e mais um botão arredondado…

— Miau! Está simplesmente brilhando! —Yume estava certa. Havia uma luz vermelha no centro da cabeça do golem.

— Vai se mover. —Ranta baixou os quadris.

O golem estremeceu ao se levantar.

— Delm, hel, en, balk, zel, arve…! —Mimorin desenhou sigilos elementais com a ponta de sua espada longa, lançando Blast. Não apenas um tiro. Dois consecutivos. Eles deixaram a cabeça do golem envolta em fumaça, mas ele continuou a se mover. A parte superior de seu corpo levantou-se e os joelhos dobrados se endireitaram. Ele estava quase de pé.

— Isso não está funcionando, está?! —Anna-san gritou. O fato é que, embora ligeiramente carbonizada, a cabeça do golem não estava rachada e não apresentava sinais de quebra. A luz vermelha semelhante a um olho também não havia desaparecido.

— Pensando bem, Haruhiro, já fizemos algo assim antes! —Tokimune estava sorrindo e parecia estar se divertindo muito. Estranho. Se Ranta tivesse tomado essa atitude, Haruhiro ficaria chateado, mas não Tokimune. É porque ele era mais legal?

— Bem, mesmo que tenhamos feito algo assim antes, não me lembro.

-Ah sim? Ok, vanguardas, espalhem-se! —Tokimune disse em voz alta e depois saiu correndo. Tada, Kikkawa e Mimorin seguiram o exemplo. Ela era tecnicamente uma maga, mas ainda contava como parte da vanguarda. Inui se foi. Quem sabia para onde ele tinha ido.

— Haruhiro?! Ranta o incentivou a agir e ele não pôde deixar de pensar: Ah, cale a boca. Já sei”. Eles eram tão incompatíveis. Ou era por causa da personalidade podre de Ranta? Ranta é completamente desagradável? Talvez tudo isso.

— Seguiremos as ordens do Tokimune-san! Kuzaku, Ranta e Yume, vão para a frente!

— Oh sim!

— Vamos fazê-lo!

— Você…!

— Mary, fique com Anna-san e esteja preparada para tudo! Kimura-san, você também! Setora, conto com você para cobri-las!

— OK!

— Me deixa.

— Entendido.

O golem estava completamente de pé agora, mas Tokimune, Tada, Kikkawa e Mimorin, assim como Kuzaku, Ranta e Yume o cercaram em um instante. Anna-san, Kimura, Mary e Setora mantiveram distância. Eles estariam seguros desde que o golem não começasse a disparar projéteis.

Mas para onde foi Inui? Isso importava? Haruhiro decidiu esquecer isso por enquanto.

Somersault Bomb…! —Tada lançou um ataque preventivo. Ele correu e deu uma cambalhota para frente. Ele então atingiu o golem. Seu martelo de guerra atingiu-o no joelho direito. Ele nem sequer se mexeu. Em vez disso, ele balançou os braços enormes para afastar Tada.

— Concentre seus ataques enquanto o mantemos sob controle! —Tokimune saltou em direção ao golem, atingindo sua perna esquerda com sua longa espada e escudo. O golem o atacou, forçando-o a recuar rapidamente.

— Hahhhh…! —O próximo foi Kuzaku, fazendo parecer que iria cortar o golem com sua grande katana, e depois chutá-lo na canela. O golem tentou se virar e olhar para ele.

— E eu! —Yume imediatamente deu um pulo, apunhalando o golem na bunda com uma faca grande.

— Ufa…! —Mimorin deu à coxa do golem um gostinho de suas longas espadas gêmeas.

— Hahaha! Golem-chan! Estou aqui! —Kikkawa estava acertando seu escudo com sua espada. O que era isso?

— Hunngh! —Enquanto Kikkawa estava brincando, Ranta correu em direção ao golem. Chegou à sua cabeça em pouco tempo. Habilidade Pessoal, Escalada em Cachoeira na Maré Alta! Gahahaha!

O que ele pensava que estava fazendo?

Pois bem, andar de cabeça para baixo chamou a atenção do golem, que tentou pegar Ranta com as duas mãos. No entanto, os movimentos do golem eram lentos. Faltava flexibilidade.

— É inútil, inútil, inútil! —Ranta saltou da cabeça do golem para os ombros e depois para as costas, evitando suas mãos menos hábeis. Ele passou por elas.

— Zwahhhhhh…!

Tada se mexeu. Você pode pensar que eu só tinha um truque, mas não, claramente não. Tada mirou com cuidado e com um avanço maior que o primeiro ataque, ele deu um salto incrível.

— Nghhhhhhh…!

Ele deu um salto à frente, mas não apenas um. Foi uma reviravolta dupla.

— Ahhhhhhhhhhhhh…!

Se você pedisse a Haruhiro para fazer o mesmo, ele não poderia ter feito. É fisicamente difícil e assustador. Se Tada estivesse errado, ele bateria com a cabeça ou colidiria com o golem, uma pedra enorme. Isso não só causaria ferimentos graves, mas também poderia significar morte instantânea. Tada foi corajoso? Ele poderia fazer algo assim se não fosse corajoso?

Somersault Bomb…! —O martelo de guerra de Tada atingiu o joelho direito do golem. Quase no mesmo lugar de seu primeiro ataque. Talvez fosse exatamente o mesmo lugar.

O golem perdeu o equilíbrio. O Somersault Bomb incrivelmente sólido de Tada demoliu um bom terço do joelho do golem.

— Viva! Esse é o nosso Tadacchi! Uau! Kikkawa estava torcendo. No entanto, isso não era uma festa.

— Bom trabalho, sim! Anna-san também estava animada. Ela estava respirando pesadamente pelo nariz.

— Sim. Mimorin levantou ambas as mãos. Ela não parecia estar tão animada, mas talvez estivesse, à sua maneira.

— O que…?! Com o golem forçado a se ajoelhar, Ranta teve que pular, mas isso foi uma questão menor.

— É hora de se amontoar, pessoal! Raheeeee…!

Que tipo de grito de guerra foi esse? Haruhiro não tinha ideia. Ainda assim, embora Tada e Mimorin fossem incríveis, foi realmente Tokimune quem fez dos Tokkis o que eles eram.

Ele não tinha a velocidade ou os movimentos de Ranta. Não era particularmente pequeno e não carregava equipamentos leves. Mas apesar disso, Tokimune chutou o chão e subiu no joelho do golem, saltando cada vez mais alto.

O ato de Tokimune estava apenas começando.

Tokimune bateu seu escudo na lateral do rosto do golem.

Sua longa espada balançou, apunhalando o olho vermelho brilhante.

Ele então usou seu escudo para continuar batendo na cabeça do golem.

Sua longa espada continuou balançando.

Tokimune estava usando o corpo do golem para andar. Ele tinha enlouquecido. Absolutamente selvagem. Ele flutuou como um leopardo e bateu como um elefante.

Parecia que ele estava se movendo aleatoriamente, sem pensar no que estava fazendo, mas isso provavelmente não era verdade. Bem, não, talvez ele não estivesse pensando muito, mas as ações de Tokimune seguiam algum tipo de lógica, por mais ridículas que fossem. Não parecia que ele estava andando na corda bamba. Na verdade, ele não parecia estar em perigo algum. Ele fez tudo parecer fácil.

— Tchau! Tada colocou seu martelo de guerra no ombro. Lá vai ele, dançando como um homem selvagem.

— Ha ha! Não fique de mau humor! Tokimune decolou da cabeça do golem, voando alto, bem alto no ar.

— Uau… Haruhiro disse apesar de tudo.

— Ele é uma estrela! Yume balbuciou algumas bobagens. Bem, talvez não tenha sido estúpido. Haruhiro a entendeu.

O golem esticou o pescoço e olhou para Tokimune.

— Sim-hahhhh! Tokimune se virou, não, ele se virou no ar acima do golem.

O que isso significa?

Obviamente, os pés de Tokimune estavam voltados para cima e sua cabeça voltada para baixo.

E não estava tanto na cabeça, mas no rosto.

Tokimune enfiou sua longa espada e caiu.

— Finalmente…!

Entrou.

A longa espada de Tokimune mergulhou no olho vermelho brilhante do golem.

Profundo.

Até a alça.

— Ufa! Tokimune imediatamente retirou sua longa espada, saltou do golem e caiu no chão de pedra.

Ele juntou os pés, levantou-se e aproximou o escudo. Sua longa espada estava apontada para os dedos dos pés enquanto ele a usava para desenhar um semicírculo, depois a ergueu para apontar para cima.

— Nossa… Kuzaku ficou ali parado, estupefato. Ele deve ter ficado surpreso.

Ranta cerrou os dentes. Droga, isso foi incrível…

O golem parou de se mover. Seus olhos não brilhavam mais, nem mesmo fracamente.

— Oh sim! —Kikkawa adotou a mesma pose de Tokimune. Não parecia tão bom.

— Não importa o que digam, vencemos por minha causa, ok?!

De onde vem a fonte inesgotável de confiança e autoafirmação de Anna-san?, Haruhiro se perguntou.

— Claro que sim. Tokimune piscou para ela. Devemos tudo a você. Vocês são os melhores e temos sorte de poder acompanhá-los!

Aposto que vem de você.

Talvez Anna-san tenha se tornado o tipo de pessoa que ela era porque Tokimune reforçou abertamente seu comportamento. Ou ela conseguiu se tornar o mascote dos Tokkis porque era assim? Qualquer um poderia ser.

De qualquer forma, Haruhiro não poderia ser como Tokimune ou Anna-san. Ele sentiu um pouco de inveja, mas não achava que precisava ser assim. Talvez não devesse.

—Ah, ah, ah…! Kimura riu. Que tipo de risada foi essa? Ele estava forçando uma risada? Ele apertou a armação dos óculos e eles brilharam.

— Vocês são soldados verdadeiramente voluntários, verdadeiramente talentosos, únicos e confiáveis. Estou profundamente impressionado. Ah, sim, sim. Não pensei que seriam tão bons…

— Isso soa como uma frase que o chefe final diria… Kuzaku disse. Haruhiro entendeu o que ele quis dizer.

— Seja você!

Suas risadas parecem loucas, Kimura.

— Se é isso que parece, então talvez seja isso que eu sou.

— Pelo menos negue… Haruhiro disse sem querer. Kimura deu um tapa na testa dele e recostou-se.

—  Aheeeoahhhh!

Sério, sua risada é assustadora.

Neste ponto, nem estava claro se era uma risada ou alguma outra expressão de emoção. Mas parecia que zombar dele seria admitir a derrota, então Haruhiro não faria isso.

— Eh…

Olhando para cima, viu que Inui estava no segundo andar. Ele subiu lá sem que Haruhiro percebesse. Como? O segundo andar tinha uma grade, ou melhor, um parapeito ao redor, e Inui apoiou as duas mãos sobre ele com os ombros caídos.

— Lá se vai minha chance de ser o centro das atenções…

— Como se nos importássemos!

Para seu desgosto, Haruhiro concordou com Ranta.

— Oh? Tokimune olhou mais profundamente no pátio interno. Não sei o que é isso.

— Ei?! —Inui subiu no parapeito. Mas isso não foi tudo.

— Hohhh! Inui se jogou no primeiro andar. Por que ele fez isso? Será que ele subiu até o segundo andar em busca de uma chance de pular e roubar os holofotes, mas quando não conseguiu, decidiu se exibir em queda livre? Ele era um idiota?

Não, não foi por isso.

O parapeito de onde Inui acabara de pular explodiu. Ele havia sido destruído por algum tipo de projétil.

Inui pousou de forma brilhante, mas isso não importou. Algo explodiu no parapeito do segundo andar, certo? Foi uma assombração?

— Todos, tomem medidas evasivas com estilo! Tokimune ordenou confiante, embora a parte ‘no estilo’ parecesse desnecessária.

Eles estavam vindo. Eles estavam vindo direto em direção a eles. Balas.

— Ugh!

— Yahoo!

— O que está acontecendo?!

— Maldito seja!

— Pooora!

— Bweh ha heh hahhhh!

— Escandalosos…

Foi um caos. Todos, inclusive Haruhiro, estavam correndo confusos, mas até agora nenhum deles havia ‘comido’ uma bala. Tokimune permaneceu quase imóvel, apenas ocasionalmente agindo para desviar de uma bala com seu escudo. Tada bateu casualmente em tudo que voava em sua direção. Eles provavelmente estavam tentando discernir a direção e o número de inimigos. Enquanto corria, Haruhiro tentava fazer o mesmo, mas estava funcionando?

— Esse inimigo é móvel?!

— Sim, eles são móveis, confirmou Tokimune com um encolher de ombros relaxado.

— Achei que as assombrações não se moviam! Quando Haruhiro observava Tokimune, sua sensação de crise sempre enfraquecia, para melhor ou para pior.

— Zo-foh! Eles não se movem, não. Os óculos de Kimura brilharam. Não se forem assombrações. Mas poderia ser?! Um novo tipo de inimigo?!

— Uh, mas… Haruhiro parou. Ele estava ouvindo mais do que apenas o ricochete das balas e tinha certeza de que vinha do segundo andar. Algo grande estava se movendo? O segundo andar rangeu sob seu peso. Então eles eram passos? Era difícil ver do primeiro andar. Mas espere, algo foi visto.

— Um golem?

Parecia quase igual ao golem que Tokimune acabara de derrotar. Havia uma luz vermelha no centro da cabeça. Mas este não era tão grande quanto o golem do primeiro andar. Era menor. No entanto, não parecia um pequeno golem. Sim, era mais um golem de tamanho médio. Havia golens de tamanho médio no segundo andar. Não apenas um. O segundo andar em forma de U tinha um do lado esquerdo e outro do lado direito. Dois no total.

E?

De onde vêm essas balas?

Onde estão os assombrados?

— Ugh! Kikkawa encorajou. Por que ele estava tão animado? Elas estão saindo dos golens, certo?! Esses golens tem assombrações ligadas a eles?!

—Um novo tipo?! Kimura balançou a cabeça. Não! Não podemos realmente chamá-lo de um novo tipo! É simplesmente uma assombração ligada a um golem! Deveríamos chamá-lo de híbrido!

Não importa como ele os chamasse, havia três assombrações presas em cada um dos ombros do golem de tamanho médio.

— Algo como golem da plataforma de armas? Ranta disse. Esse nome parecia um pouco longo.

— Golplat, para abreviar, sim! —Anna-san forneceu uma maneira curta de dizer que funcionou.

Golplat A no lado direito e Golplat B na esquerda disparavam constantemente à medida que se aproximavam.

— Oh…! Kuzaku pulou para o lado para desviar de uma bala, mas outra veio na frente dele, então ele quase recebeu um golpe direto. Ele virou o corpo na diagonal, evitando por pouco.

Setora estava escoltando Anna-san, Mary e Kimura para uma área abaixo do segundo andar, lá eles estariam seguros. Espere, não, eles estavam no ponto cego do Golplat A, mas Golplat B começou a atirar em Setora do lado esquerdo do segundo andar.

— Estrondo! Zash! Baam! —Kimura estava desviando as balas com sua maça e escudo, mas ele não era como Tokimune ou Tada. Ele não poderia continuar assim para sempre. Kimura era um esquisito, mas ainda era sacerdote. Então, novamente, Tada também. E Anna-san. Espere, todos os sacerdotes eram estranhos? Mary era a única pessoa sã aqui?

Fora isso, eles precisavam derrubar os Golplat A e B rapidamente.

A propósito, Haruhiro havia se infiltrado com Stealth , então ele não estava sendo o alvo no momento. Parecia que Stealth era eficaz contra golplats.

— Delm, hel, en, balk, zel, arve…! Mimorin de repente lançou uma Explosion. Não, não foi repentino. Golplat B se aproximou do parapeito próximo de onde Inui estava, onde a estrutura tinha um buraco. Mimorin enviou seu feitiço para aquela abertura.

— Ok, Mimori-san! Kikkawa aplaudiu ao desviar uma bala. Apesar de estar em apuros, ele aplaudiu ativamente e encorajou seus companheiros de equipe. O cara tinha coragem.

O parapeito já quebrado sofreu ainda mais danos com a explosão, demolindo o piso e causando seu desabamento. Golplat B caiu no primeiro andar em uma nuvem de fumaça e destroços.

— Kuzaaaaku! É a nossa vez!

— Lá vou eu!

Ranta correu em sua direção, ziguezagueando como um raio. Kuzaku não conseguia correr com tanta habilidade ou de forma estranha. Ele atacou diretamente Golplat B.

— Agora o que? Tokimune estava olhando para o Golplat A, ainda no segundo andar.

Tada brandiu seu martelo de guerra. Você quer que eu jogue você no segundo andar? Ele ofereceu.

— Uh. Esse truque, hein? Talvez nem tanto…

Eles pareciam aceitar isso com muita calma, mas estava tudo bem? Bem, sentir-se tenso, concentrar-se e agir desesperadamente não era exatamente o estilo dos Tokkis. Eles permaneceram calmos e se divertiram. Esse era o seu método de fazer as coisas. Não é como se a maioria das pessoas conseguisse fazer isso, mesmo que tentassem, sabe? Os Tokkis claramente não eram normais. É por isso que um estilo tão anormal lhes convinha.

O que Inui, que era intensamente idiossincrático até mesmo para os padrões dos Tokkis, estava planejando? Como ele chegou originalmente ao segundo andar?

Mistério resolvido, Haruhiro pensou quando viu. Inui estava subindo a parede de pedra para chegar ao segundo andar. Ah, então ele faz isso normalmente, né?

Haruhiro suprimiu seu desejo de brincar sobre isso e tentou imitar Inui. Ele era um escalador muito bom. Talvez ele tenha começado a escalar como hobby antes de perder a memória? Ou ele simplesmente viveu uma vida tão perigosa que foi forçado a escalar penhascos regularmente?

Seja qual for o caso, ele alcançou o topo do muro de pedra antes de Inui, que estava na frente dele, então agora ele estava em apuros.

Ok, talvez nem tanto. Golplat A não sabia da chegada de Haruhiro. As assombrações em seus ombros estavam atirando no primeiro andar. Haruhiro não poderia simplesmente sentar e assistir aquilo. Ele se aproximou do inimigo, sem pressa mas não nem demorando. Ele permaneceu alerta, é claro. Mas se o Golplat A detectasse, estaria acabado? Não tanto. Se as balas fossem em sua direção, o corpo do Golplat A ou as cabeças das assombrações teriam que se virar primeiro em sua direção. Basicamente, seria um movimento muito óbvio. Ele poderia simplesmente se mover para fugir quando isso acontecesse. Saltar para o primeiro andar e se esconder embaixo. Essa posição é difícil de alcançar para o Golplat A. Mesmo que ele vá cair mal, ele não estava alto o suficiente para que a queda o matasse. Eles tinham vários sacerdotes esperando que poderiam curá-lo imediatamente. Pensando bem, a situação não exigia que ele fosse tão medroso.

Haruhiro caminhou atrás do Golplat A. O que Inui estava fazendo? Ele tinha acabado de chegar ao segundo andar. O Golplat A também não notou Inui.

Agora Haruhiro ficou um pouco tenso. Mas demorar mais não aumentaria suas chances de sucesso. De qualquer forma, ele teve que agir rapidamente.

Haruhiro se aproximou do Golplat A. Tinha cerca de quatro metros de altura. Subir não seria um problema. Como o Golplat A era humanóide, obviamente não era uma superfície plana, o que tornava a escalada ainda mais fácil. Em pouco tempo, Haruhiro subiu o suficiente para tocar a cabeça do golplat. Foi quando ele detectou. Ele se contorceu, possivelmente tentando tirar Haruhiro de cima dele. Mas as costas do Golplat A não eram tão flexíveis quanto as de um humano, nem tinham cintura. Seus movimentos eram pesados ​​e lentos. Haruhiro nem precisou segurar tão forte.

Haruhiro sacou sua adaga e, um por um, acabou com as assombrações no ombro do Golplat A. Foi um trabalho simples, especialmente comparado ao que ele teve que fazer quando Tada o jogou no teto um momento atrás.

— Ah! Minha chance de ser o centro das atenções! Inui estava reclamando. Haruhiro não se importava.

Depois de reduzir as seis assombrações ao chão, Haruhiro agarrou a cabeça do Golplat A e tentou enfiar sua adaga na parte brilhante do olho vermelho. Ênfase em “tentou”. Sua adaga saltou. Havia algo transparente como vidro e algo vermelho brilhava por trás. Ele havia arranhado a parte parecida com vidro, mas seria preciso muito mais força para quebrá-la. Ou talvez ele pudesse continuar a atacar teimosamente o mesmo lugar?

Ele não tinha nada a perder tentando, mas poderia dar a outra pessoa a chance de brilhar. Haruhiro pulou do Golplat A e caiu no parapeito. O golem atacou-o e o forçou a pular para trás. Sendo este o parapeito, não havia nada atrás dele para pousar. Ele simplesmente caiu no primeiro andar, assim como o Golplat A, que quebrou o parapeito indo atrás dele.

— Haru-kun…!

— Haru…!

— Haruhiro…!

Ele ouviu Yume, Mary e Mimorin. Apreciou a preocupação, mas ei, ele ficaria bem.

Se ele fosse Tokimune, ele poderia ter dado um salto impressionante no ar e depois feito um pouso gracioso. Mas ele não era Tokimune. Ele não tinha o carisma e o poder estelar de Tokimune, então priorizou pousar com segurança sem se machucar. A experiência de ser repetidamente jogado ao ar por Tada o ajudou. Ele nunca sabe quais experiências podem ser úteis no futuro. No momento em que pousou, ele suavizou o impacto, imaginando que suas articulações estavam deslocadas, e rolou para ficar de pé. Tokimune e Tada, com Kikkawa como bônus extra, já estavam descendo para o Golplat A.

— Morra!

— Saia da frente, Kikkawa!

— Oh! Desculpe! Eu sinto muito!

— Bem, vamos correr para ver quem consegue terminar primeiro, Tada!

— Eu, obviamente!

Parecia que Tokimune e Tada cuidariam disso em grande parte.

— Sim!

Haruhiro olhou para cima bem a tempo de ver uma grande katana apunhalar o olho vermelho brilhante do Golplat B. Ranta deu um tapa na nuca de Kuzaku.

— Droga, idiota! Deixe-me terminar!

— Ai! Não há razão para me bater por isso!

— Quando fui razoável, idiota?!

— Sim… Bom ponto. Faz sentido para mim.

— Haruhiro! Mimorin correu em sua direção e agarrou seu rosto com as duas mãos. Haruhiro!

— Sim?

— Você não está ferido?

—Estou bem.

— Me alegro.

Ele queria que ela parasse, mas uma vez que ela fizesse aquela cara com lágrimas nos olhos, ele teria se sentido mal por interrompê-la.

— Você poderia me deixar ir?

Mas, sim, ele ainda queria que ela parasse de fazer isso.

Mimorin assentiu e depois o soltou.

Graças a Deus.

Fim do capítulo.

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