Hai to Gensou no Grimgar – Capítulo 7 – Volume 21 - Anime Center BR

Hai to Gensou no Grimgar – Capítulo 7 – Volume 21

Capítulo 7

Sem Saber Nada

— Este é o controle da Arca. — disse Haru.

Finalmente, Manato entendeu como Haru abria a porta do corredor. Não era nada complicado. Bastava pressionar um botão discreto ao lado da porta. Então, a porta se abria. Era só isso.

A porta deslizou suavemente para a direita e abriu. Yori e Riyo observavam fascinadas o movimento da porta. Manato já havia visto máquinas operadas por eletricidade no Japão e não achava estranho encontrar algo assim, mas para elas parecia bastante incomum.

A sala de controle, para onde Haru guiou Manato e as outras, dava uma impressão mais parecida com o Japão do que com Grimgar.

Havia áreas controladas apenas pelos yakuza em Tsunomiya, Mebashi e Kariza, com edifícios imponentes e carros diferentes dos de Keitora. Ele sabia que, se os yakuza o encontrassem, poderiam matá-lo. Apesar do risco, Manato havia entrado secretamente nesses lugares várias vezes para observar. Embora não tivesse conseguido acessar os prédios, conseguia ver um pouco do interior através das janelas e das paredes de vidro.

— Hmm, mas não é igual… — comentou.

Não era tão grande quanto um armazém. O teto, com iluminação suave, não era tão alto. Havia mesas ou plataformas organizadas de forma ordenada, assim como cadeiras. A sala de controle tinha níveis. A entrada era a parte mais alta, e ficava mais baixa em direção ao fundo. Havia escadas e rampas.

Haru desceu as escadas.

Yori e Riyo pareciam confusas.

Manato decidiu seguir Haru.

— Ei, Haru, o que faz o controle? — perguntou Manato.

— Controla todas as funções da Arca. Embora, na verdade, eu só conheça uma pequena parte delas. — respondeu Haru.

— Uau, funções? Não entendo nada!

— A única coisa que é certa é que a Arca não é de Grimgar. Deve ter vindo de outro mundo e pousado aqui. Provavelmente, transportava algo diferente de nós.

— Ah, então é uma nave. Arca? Bem, não parece um navio.

— A aparência pode ser disfarçada. Não só o exterior, mas também o interior pode ser modificado.

— No começo, o corredor era uma escada em espiral, certo?

— Não só a Arca. Também acontece com essa máscara…

Haru colocou aquela máscara novamente. Embora não parecesse mais necessário ocultar seu rosto, parecia ter se acostumado a usá-la, e talvez se sentisse desconfortável sem ela.

— Em Grimgar, há muitas coisas vindas de outros mundos. Pode ser um lugar que atrai essas coisas.

— Outros mundos… como o Japão? O Japão é um desses outros mundos?

— Provavelmente.

Ao chegar ao final das escadas, Haru parou em frente a uma longa mesa. Não parecia uma mesa comum. Tinha protuberâncias e figuras desenhadas.

Yori e Riyo também desceram as escadas.

— Não posso acreditar que o interior dessa torre seja assim…

Yori olhava com atenção, observando nervosamente. Parecia bastante alerta. Riyo, ao seguir Yori, não mostrava expressão alguma, por isso Manato não conseguia entender o que ela pensava ou sentia.

Apesar de ter sido derrotada por Haru e ficado inconsciente, Riyo acordou rapidamente. Aparentemente, estava bastante bem. Haru, apesar de ter o pescoço quebrado e o rosto destruído, quase não causou danos a Riyo. No fim das contas, Haru provavelmente quis vencer dessa maneira deliberadamente.

— Não é de se admirar que estejam confusos. — disse Haru, retirando a luva da mão direita. Sua mão era tão pálida quanto seu rosto. Haru colocou a mão sobre os símbolos na mesa. — Controle, requeiro autenticação.

Quando Haru disse isso, luzes começaram a acender em vários lugares, surpreendendo Manato.

— Oh…!

Embora não tenha dito nada, Yori também se sobressaltou. Os olhos de Riyo estavam estranhamente abertos, olhando fixamente.

O símbolo em que Haru colocou a mão brilhou em azul pálido.

— Autenticação. Ativando o controle.

— … Quem disse isso? — perguntou Manato, virando a cabeça. A voz não era nem de Haru, nem de Yori, nem de Riyo.

Na frente de Haru, mas não tão perto, apareceram caracteres brancos flutuando. Manato sabia ler e escrever um pouco, mas não reconhecia esses caracteres. Yori e Riyo, que estavam olhando em silêncio com desconfiança, também pareciam incapazes de lê-los.

— Código: Sala de Reposição A e Código: Sala de Reposição B, mudar disfarce.

— Mudança de disfarce aceita. — respondeu a voz.

— Bem… Tamanho 3, estilo moderno, tipo quarto de uso único. Sala de Reposição A com cama de solteiro, Sala de Reposição B com camas gêmeas.

— Aceito. Executar a mudança de disfarce?

— Sim, por favor.

— Aceito. Mudança de disfarce concluída em cento e oitenta segundos.

— Não é necessário a contagem.

— Aceito. Contagem cancelada.

— … Haru? — Manato agarrou a capa de Haru e a puxou levemente. — Com quem você estava falando?

— Com o Controle. — Quando Haru se afastou, a luz dos caracteres desapareceu. — Na verdade, com ninguém. É uma das funções do dispositivo que controla a Arca, realiza as mudanças se comunicando dessa maneira.

— … Isso… — Yori franziu a testa e fez uma expressão amarga. — Se a Companhia souber, será um problema. Eles virão para este lugar com toda a força. Eles adoram essas coisas incompreensíveis.

— Não sei quem é essa Companhia, mas se apoderar da Arca não é fácil. É necessário uma autenticação para operar o Controle.

— E só você, Haruhiro, pode fazer essa autenticação?

— Sim, em princípio.

— Talvez esteja sendo intrometida, mas Haruhiro, você fala demais. O que faria se Yori fosse parte da Companhia?

— Você pode não acreditar, mas eu não duvido que você seja a bisneta de Yume e Ranta. — Haru colocou as luvas. — Principalmente porque você e Riyo conheceram Yume pessoalmente. Eu sinto que vejo Yume em vocês. Vocês herdaram algo dela, provavelmente algo muito especial.

— … Mencionar minha bisavó é desonesto.

— Desculpe. Sou desonesto. Graças a isso, ainda estou vivo. — Haru se afastou da mesa. — Sigam-me. Preparei um quarto para vocês.

* * * *

Voltando ao corredor, Haru abriu uma porta diferente da de Controle. A porta levava a um quarto que era, por assim dizer, normal. Era algo semelhante aos quartos das casas que Manato havia encontrado no interior de Kariza. Tinha um tamanho decente, com um teto baixo o suficiente para tocar se pulasse, duas camas, um armário, uma mesa e duas cadeiras. O quarto também tinha portas adicionais, segundo Haru: um closet, um banheiro para banho e, além disso, um vaso sanitário.

— Se vão ficar aqui, Yori e Riyo, podem usá-lo juntas. Se faltar algo, me avisem. Se não for algo muito especial, acho que posso resolver. — Haru olhou para Yori e Riyo. — Talvez prefiram quartos separados em vez de compartilhar?

— Hmm…

Yori cruzou os braços e franziu a testa.

Riyo respondeu imediatamente.

— Prefiro compartilhar.

Haru havia preparado outro quarto. Era do mesmo tamanho que o de Yori e Riyo, mas tinha apenas uma cama. Ele disse que era o quarto de Manato.

— Um quarto só para mim? Whoa! Talvez seja a primeira vez.

— Tenho comida guardada no meu quarto. Para mim é o suficiente, mas vocês são jovens e provavelmente comerão bastante. Dependendo de quanto tempo ficarem, vamos precisar pensar em como conseguir mais. Mesmo com o pomar em Altana, não sei se ainda vai ser útil…

Manato recebeu instruções sobre como usar o banheiro de Haru e tomou um banho de água morna. Tinha ouvido dizer que no Japão também havia instalações assim, mas nunca pensou que as usaria.

— Aah, tomar banho é bom demais…

Ele tomou banho mais do que o necessário e se secou com uma toalha macia que havia no closet. Um grande espelho no closet refletia a parte superior de seu corpo. Ele se virou para verificar suas costas, mas encontrou apenas cicatrizes muito grandes. E as pequenas provavelmente desapareceriam completamente no dia seguinte.

— Meu cabelo cresceu bastante…

Estava completamente nu, com apenas uma toalha em volta do pescoço, e começou a andar pelo quarto. As roupas que tinha tirado antes de tomar banho estavam amontoadas em um canto do quarto. Embora Haru as tivesse encontrado, as roupas estavam rasgadas.

— Será que posso consertá-la? Ah, ainda tem sangue. Será que dá pra lavar? Seria incrível se ela se consertasse sozinha, igual ao corpo… Mas normalmente não é assim. Humm… Yori e a Riyo são bem fortes. O Haru também. Ser forte é muito bom. Quero ser forte… ou talvez não. Não sei. Se Junza estivesse aqui, ele diria que ser forte é conveniente. Yori, Riyo e Haru são fortes. Ah… mas será que é melhor ser forte do que não ser? Se eu fosse forte… Humm. Eu não seria um peso pros outros, né?

Manato deitou na cama. O cobertor era macio, mas o que estava por baixo sustentava seu corpo de forma firme. Era uma sensação de conforto inimaginável.

— Incrível. Isso é… — Manato suspirou e sorriu.

Como se chama isso? Paraíso? Céu? Junza falava sobre isso. Quando uma pessoa morre, normalmente vai para o inferno, mas algumas vão para o paraíso ou para o céu. O inferno é um lugar horrível, mas o paraíso não é assim… Como chegamos a falar disso? Ah… Junza estava machucado, dizia que estava com dor e não conseguia dormir… Então, a Amu se aconchegou em Junza e começou a acariciá-lo, e Junza… embora estivesse com muita dor… disse ‘é uma sensação boa, é o paraíso’. O que significa isso? Eu perguntei, e nós falamos sobre inferno, céu… paraíso… Ah, sim, Junza… disse algo. ‘Talvez eu faça um filho com a Amu’. Ahn? O que foi isso? Me fez rir. Então, Junza ficou um pouco bravo… Por que ele ficou bravo? Eu ri ainda mais… Então, Junza ficou ainda mais bravo… Eu ri mais e perguntei o motivo. ‘Sério, Manato, se você tivesse que escolher entre Amu e Neika, quem você escolheria?’… Humm, não entendo… Nunca tinha pensado nisso… Filhos? Se eu tivesse um filho, como pai, eu morreria antes… Morrer na frente do seu filho é… Humm… não sei… Bem, papai e mamãe… morreram juntos, então… Sim… Tudo bem…

—… Grimgar, é?

Parecia que ele tinha adormecido sem perceber.

— …Hein?

Ao acordar, notou que as luzes do quarto estavam bastante reduzidas. Além disso, havia uma coberta sobre ele. Não parecia que ele a tivesse colocado. Não tinha ideia de onde tinha vindo aquela coberta. A roupa que tinha ao redor do pescoço estava amassada num canto afastado.

Ao se levantar, notou que havia um prato com garfo e faca na mesa. O prato tinha algo servido. Cheirava levemente. Devia ser comida.

Manato retirou a coberta e saiu da cama. No encosto de uma cadeira estava o macacão laranja e preto que ele tinha tirado.

Manato pegou o macacão, o estendeu e viu que os lugares rasgados estavam costurados. O sangue também tinha sido limpo… Alguém o consertou? Mas quem?

Era curioso, mas a comida era prioridade. O prato era bem grande. O que tinha nele parecia ser picles, carne defumada, feijão cozido, e as coisas roxas e vermelhas provavelmente eram frutas secas. Era variado e em quantidade bastante considerável.

— Nossa… justo quando eu estava com fome! É incrível ter comida sem precisar fazer nada!

Manato se sentou numa cadeira para começar a comer à vontade.

— Mnngh…

Levantou-se da cadeira de imediato e pegou o macacão. Era algo que alguém tinha consertado. Não se sentia bem tratá-lo de forma descuidada. Pensou em vesti-lo, mas estava com muita pressa para comer. Manato dobrou o macacão com cuidado, hesitou um pouco e o deixou suavemente no chão. Depois, se sentou na cadeira e voltou a pegar o garfo.

Uau. A carne está cortada em fatias finas. Assim é mais fácil de comer…

Manato começou com a carne defumada em fatias finas e devorou tudo que havia no prato, mastigando e enviando ao estômago.

— Está tão bom, tão gostoso… hmmm…

Ele quase se engasgou. Olhou ao redor e viu um tipo de jarra perto do prato, que parecia conter água. Estava tão focado na comida que não tinha notado antes. Manato tirou a tampa da jarra, levou-a à boca e bebeu o líquido que parecia água.

— Água. Ah, é água. Agora que penso nisso, eu também estava com sede. Estou muito agradecido…

Foi num piscar de olhos. Toda a comida e a água estavam no estômago de Manato, e ele até lambeu o vinagre dos picles no prato, deixando tudo limpo.

— … Uau. Eu poderia comer mais, mas estou satisfeito… — Manato olhou para o teto e fechou os olhos. — A vida é boa…

Ele achou engraçado. Não riu alto, mas deu uma risadinha.

— Piyo piyo… piyo piyo…

— Hã?

Manato abriu os olhos e olhou ao redor do quarto.

— Piyo piyo… piyo piyo…

— O que é isso?

— Piyo piyo… piyo piyo…

— Não parece uma voz…

— Piyo piyo… piyo piyo…

— Humm?

Manato se levantou da cadeira e prestou atenção ao som, procurando a origem.

— Piyo piyo… piyo piyo… piyo piyo… piyo piyo… piyo piyo…

— Uhm…

O som parecia vir de algum lugar no teto, mas não era claro.

— Piyo piyo… piyo piyo… piyo piyo…

Eventualmente, o som estranho se misturou com outro som, que provavelmente era o som de algo batendo na parede ou no chão.

— Será que vem da porta?

Manato se aproximou da porta de entrada. Ao encostar o ouvido na porta, ouviu o som. Era fraco, mas a porta vibrava em sincronia com o som de batidas.

A porta desse quarto era similar às de uma casa japonesa, diferente do corredor. Tinha uma maçaneta e uma fechadura; a maçaneta servia para abrir e fechar, e a fechadura para trancar. Manato destrancou a porta, girou a maçaneta e a abriu.

— Oh!

Do outro lado da porta estava o corredor, e lá estava a Yori. Atrás dela estava a Riyo.

— Vocês estavam batendo na porta? — Manato inclinou a cabeça. — … Não? Mas parecia um som estranho…

Yori tinha a boca levemente aberta e franzia a testa. Riyo também estava olhando com os olhos bem abertos, nenhuma das duas disse nada.

Na verdade, não estava claro para onde estavam olhando. Não era para o rosto de Manato. Elas olhavam para baixo.

— Ah…

Manato tentou cobrir aquela parte com as mãos. Como não podia cobrir tudo, ele se virou.

— … Eu estava nu. Já me repreenderam muitas vezes por mostrar isso para uma mulher, como a Amu ou a Neika. Desculpa. Foi um descuido.

— E o traseiro está bem? — perguntou Yori, e quando ele tentou responder, involuntariamente se inclinou um pouco para a frente.

— Ah—

Manato se virou rapidamente para não mostrar a parte de trás para Yori e Riyo.

— …O traseiro também está mal, né? Mas bem, não está um pouco melhor do que antes? Só dá pra ver na parte da frente.

— Primeiro, coloque alguma roupa.

— Tá bom.

Manato tentou ir buscar roupa, mas Yori o deteve.

— A porta! Feche a porta de novo!

— Ah, sim.

Ao fechar a porta, Manato se virou novamente para Yori e Riyo. Yori cobriu os olhos com uma mão e suspirou.

— … Já chega!

— Desculpa.

Apesar de ter pedido desculpas, ele não pôde evitar rir. Manato se vestiu e, depois de fechar a porta, a abriu novamente.

— Você dormiu bem?

Yori parecia estar tranquila. Com Riyo, que era uma pessoa bastante inexpressiva, não era possível ter certeza.

— Parece que eu dormi profundamente. Hã? Como vocês souberam? Vocês entraram no quarto enquanto eu dormia?

— Haruhiro. Nem a Yori nem a Riyo entramos. Afinal, é o quarto de um garoto… bem, na verdade, não tão garoto assim.

— Yori e Riyo são mulheres. Tem algo assim, né? Que é melhor não se despir demais.

— … Em geral, sim. A menos que seja uma relação especial, não se mostra a nudez.

— O que você quer dizer com uma relação especial? Ah! Eu mostrei minha nudez para Yori e Riyo. Então agora temos uma relação especial?

— Não é isso que eu quis dizer…

— Não é isso? Humm, é complicado. Por exemplo, se eu tivesse uma relação especial com a Yori, significaria que eu mostraria minha nudez?

— … Não tenho certeza.

— O que se faz ao mostrar a nudez?

— O que—o que você quer dizer?

— É mostrar a nudez em troca de ver a dos outros?

— Isso não… não é exatamente assim…

— Os homens têm algo entre as pernas, mas as mulheres não. Além disso, as mulheres têm seios, não é? Isso, quando têm filhos, serve para amamentar, como nos animais. Ah. Como homens e mulheres são diferentes, eles se mostram essas diferenças? Tipo, “isso é diferente”, é isso?

— … A Yori, ela não sabe, ela não sabe.

— Yori não sabe? Então, Riyo?

— Eu…

Riyo ficou em silêncio ao dizer isso. Ela estava com a boca aberta e claramente seu rosto, ou melhor, todo o seu corpo estava rígido. Manato inclinou a cabeça.

— Humm? O que foi?

— Não faça perguntas estranhas para a Riyo! — de repente, Yori gritou. — Você dormiu profundamente e se recuperou, né? Vamos!

— Vamos… pra onde?

— Pra fora! — Yori o pegou pelo braço e o arrastou. — Não faz sentido ficar aqui o tempo todo. Já que viemos para Grimgar, temos que verificar várias coisas com nossos próprios olhos!

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