Hai to Gensou no Grimgar – Capítulo 8 – Volume 16 - Anime Center BR

Hai to Gensou no Grimgar – Capítulo 8 – Volume 16

Capítulo 8: A experiente e perigosa donzela do crepúsculo.

Haruhiro era uma parede.

Metaforicamente, é claro. Era um telhado, uma janela, um pilar ou uma parede? Parecia algum tipo de parede, mas não uma parede literal. A parede real aqui era aquela contra a qual ele estava pressionando, prendendo a respiração.

Embora, falando da parede, não fosse uma parede de madeira, parede de pedra ou mesmo uma parede de barro. Não, não era exatamente uma parede de terra, isso estava claro, mas provavelmente era feita de material de terra. Eles usaram algum tipo de solo especial? Ou uma mistura? Estava cheio de musgo e também bastante duro. Ele tentou cutucá-la com sua adaga, mas não conseguiu penetrá-la muito bem, então seria justo dizer que ela estava muito dura. Quase tão dura quanto uma rocha.

Essa parede, que separava a Cidade Velha de Damuro da Cidade Nova, tinha apenas quatro a cinco metros de altura, mas faltava a superfície irregular de uma parede de pedra, dificultando sua escalada. No entanto, se você tivesse uma escada ou alguma outra ferramenta, seria outra história. No entanto, havia pontos onde a parede era abaulada e, nesses pontos, tinham vários buracos. Obviamente, aquelas eram torres de vigia. Ele não tinha certeza se elas estavam lá o tempo todo, mas presumivelmente havia goblins vigiando lá. Além disso, também havia goblins armados caminhando ao longo do topo da parede. Se ele tentasse escalá-la, eles o encontrariam instantaneamente.

Havia lugares onde parecia possível entrar ou sair.

Haruhiro viu pessoalmente três portas de madeira com estrutura de aço que foram colocadas em buracos cavados na parede.

No entanto, sempre havia um grande número de goblins em cada portão e era claro que eles os estavam protegendo. Se eles fossem arrombar as portas, teriam que fazer isso com força bruta. Isso pode não ser impossível, mas seria como mexer em um ninho de vespas. Provavelmente não é a melhor ideia.

Seus camaradas esperavam por perto em uma das ruínas relativamente intocadas da Cidade Velha. Haruhiro e Neal se separaram para explorar um pouco depois do meio-dia e já estava escurecendo.

Haruhiro ainda não conseguiu encontrar uma maneira de se infiltrar na Cidade Nova.

Como a parede não era tão alta, a fuga deveria ser fácil. Entrar sem ser detectado, por outro lado, seria incrivelmente difícil.

Não era o mesmo para goblins? Se eles deixassem a Cidade Nova para se tornarem goblins da Cidade Velha, praticamente não haveria como eles retornarem. Em seus dias de trainee, Haruhiro e outros soldados voluntários como ele massacraram aqueles goblins para sobreviver. Ele ainda estava trabalhando em seus sentimentos sobre isso.

Deixando isso de lado, ele queria ver o que aconteceria quando escurecesse. Foi por isso que Haruhiro se tornou um com a parede e agora esperava o pôr do sol.

Mesmo quando ele fez isso, havia goblins andando em cima dele, mas eles não o descobriram. Não que os goblins vigilantes fossem particularmente desatentos, era assim que as coisas aconteciam quando um ladrão agia na parede.

Finalmente, o sol se pôs.

A área ficou mais escura com o tempo.

A luz começou a se filtrar das torres de vigia. Devem ter acendido uma fogueira lá dentro. Os goblins que patrulhavam acima da muralha também carregavam tochas ou algo parecido.

Haruhiro se afastou da parede por um tempo, mantendo um olho arregalado na Cidade Nova da Cidade Velha. As torres de vigia eram geralmente colocadas a uma distância entre trinta e quarenta metros. Não havia muitos goblins patrulhando, mas também não era um número pequeno. À primeira vista, parecia haver um a cada cinquenta metros ou mais. Não nenhum. Parecia que havia dois goblins em uma patrulha. Isso não acontecia quando era dia. Mudou depois de escurecer?

Ele observou os goblins patrulhando pararem e depois virarem suas tochas em direção à Cidade Velha. Eles estavam levando seu trabalho mais a sério do que eu esperava.

— … Isto é difícil.

Se Haruhiro estivesse sozinho, não seria impossível para ele se infiltrar na Cidade Nova. Ele esperaria até que não houvesse nenhuma patrulha goblin por perto e então escalaria rapidamente a parede no ponto médio entre duas das torres de vigia. Ele provavelmente precisaria de algum tipo de ferramenta. Uma escada, ou talvez uma plataforma.

No entanto, assim que subisse, deixaria aquela ferramenta na Cidade Velha. Sua ferramenta precisava ser instalada e depois desmontada. Ele precisaria da ajuda de alguém. Afinal, isso significava que ele não poderia fazer isso sozinho?

Haruhiro dirigiu-se às ruínas onde seus companheiros esperavam. Neal já estava de volta quando chegou. O resto do grupo estava sentado em círculo ao redor de uma lâmpada que havia sido colocada no chão.

— Isso é inútil.

Por mais que odiasse, Haruhiro tinha que concordar com Neal.

— Acho que não devemos levar todo mundo para a Cidade Nova. Se formos, deve ser um pequeno número de nós. Ajuda será necessária. Seria mais fácil com uma escada, mas se Kuzaku me desse um empurrão, eu poderia passar pela parede.

— Não há não devemos ir, disse Hiyomu, estalando a língua. Temos que ir, não temos outra escolha. Então vamos. Ainda não entendeu? Se for esse o caso, eles não são incrivelmente estúpidos?

Ninguém disse uma palavra.

Obviamente, Haruhiro estava chateado. Todos eles tinham que ser. Mas reagir a tudo que Hiyomu dizia era exaustivo.

— Honestamente, vocês não têm esperança…

Hiyomu pegou algo em seu quadril enquanto grunhia. Haruhiro e seu grupo tinham mochilas cheias de rações, odres de água e muito mais. Mas Hiyomu viajou muito leve, com apenas uma pequena bolsa que carregava no quadril.

Ela tirou um pedaço de papel dobrado daquele saco e o estendeu perto da lâmpada.

— Um mapa? Setora sussurrou.

— Não é óbvio? Hiyomu olhou para Setora. Talvez não fosse tanto porque sua personalidade de repente piorou, mas mais porque ela estava irritada… Mary se inclinou e olhou para o mapa.

— Esta é… a Cidade Nova?

— Hmm… Kuzaku estreitou os olhos para ele, inclinando a cabeça. É difícil ver.

— Então não olhe. Você é tão chato, idiota. Hiyomu suspirou. Veja isso? Este é o único mapa da cidade nova de Damuro que existe, ok? Você deveria ser um pouco mais grato, mesmo que tudo o que você tenha seja do seu tamanho e nem possa usá-lo adequadamente. Pervertido com problema de ejaculação precoce.

— Isso não foi um pouco desnecessário…?

— Se você não quer o abuso, por que não cala a boca?

— Ok, vou calar a boca agora.

— Por favor faça.

— Você me deixa um pouco louco, sabia?

— Você não vai calar a boca?

— Eu vou agora!

Eles são crianças?

Haruhiro olhou para o mapa. Era verdade que não era fácil de ler. O papel em si era velho e gasto, e as linhas e o texto estavam desbotados. Mas fora isso, a escala era arbitrária. Consideráveis atalhos provavelmente foram tomados e ele foi distorcido de várias maneiras. Suspeitou que fosse impreciso, concentrando-se principalmente nas posições relativas dos pontos de referência.

— Talvez tenha sido… vinte anos atrás? Hiyomu murmurou.

— Vinte anos… Mary disse calmamente. Hiyomu a ignorou e continuou.

— Havia um grande grupo planejando assumir a cidade nova de Damuro. A Cidade Velha, como você sabe, é um campo de caça para novatos, mas a Cidade Nova é um território intocado para soldados voluntários. Se existisse uma nova fronteira tão maravilhosa tão perto de onde você mora, você teria que ser covarde, mas ao mesmo tempo insensível, para nem mesmo tentar desafiá-la. Então… aquele grupo incrível infiltrou-se brilhantemente na Cidade Nova e fizeram este mapa.

Haruhiro olhou para Hiyomu com os olhos arregalados. Hiyomu estava olhando para o mapa. Ela parecia terrivelmente preocupada com as rugas que tinha. Hiyomu traçou as dobras com os dedos, repetidamente.

— É claro que muita coisa mudou desde então. Vinte anos se passaram. Não é pouco tempo, de forma alguma. Esse grande grupo montou cinco bases dentro da Cidade Nova e viajou entre elas enquanto explorava, mas…

O dedo indicador de Hiyomu se moveu pela superfície do mapa, apontando para uma forma de estrela. Havia também outras quatro estrelas. Cinco ao todo.

— Na verdade, quem sabe?” Talvez tenhamos sorte se pelo menos uma dessas bases permanecer?

Setora apontou para a figura em forma de montanha que ficava mais ou menos no meio do mapa.

— O que é isso?

Hiyomu olhou para Setora.

— Ahsvasin. Traduzido para a linguagem humana, seria o “O Mais Alto Céu”. O Mogado está nas Alturas dos Céus. A propósito, Mogado é como os goblins chamam seu rei. Então, basicamente, o Mais Alto Céu é um castelo.

— Entendo. Setora tocou em uma área no canto inferior esquerdo do mapa que havia sido apagada. Então o que é isso?

— Ohdongo.

Quando Hiyomu respondeu, Kuzaku inclinou a cabeça. -Fungo?

Haruhiro colocou a mão na testa e suspirou. Kuzaku, cara…

— Não, eu sabia disso, ok? Eu sabia que não era isso. Mas foi assim que me pareceu.

— Bem, os goblins falam uma linguagem vulgar, cheia de sons guturais, disse Hiyomu, franzindo a testa, então bufou. Ohdongo. Significa o “Vale Mais Profundo”. É onde dizem que os ugoths vivem. Ugoths são, bem… sábios? Eles são goblins intelectuais.

Desnecessário dizer que humanos e goblins eram diferentes. Eles eram bípedes. Eles eram destros e podiam usar ferramentas com as mãos. Eles eram criaturas sociais. Mas, apesar dessas semelhanças, eles eram uma raça completamente diferente.

Os goblins ainda estavam algumas fileiras abaixo dos humanos. Certamente Haruhiro não era o único humano que os via dessa forma. Afinal, Hiyomu chamou a linguagem deles de vulgar. Os humanos naturalmente, sem sequer questionar, desprezavam os goblins.

— Agora, você não saberia, mesmo soldados voluntários como Soma, mas ugoths podem falar a linguagem humana.

Os olhos de Haruhiro se arregalaram.

— … Linguagem humana?

— Assim é. Hiyomu zombou de Haruhiro. Vamos, pense nisso. Quando os remanescentes do Reino de Arabakia fugiram para o sul das Montanhas Tenryu e Damuro se tornou território goblin, isso foi talvez cento e quarenta anos atrás. Então o Rei Não Vivo morreu, embora ele fosse supostamente imortal, ou o que quer que tenha acontecido, cem anos atrás, bem, talvez cento e cinco anos. Depois disso, o Reino da Arabakia começou a buscar um retorno.

— Eles construíram Altana… Mary murmurou para si mesma, e Setora franziu a testa, coçando a garganta de Kiichi enquanto o fazia.

— Como? Damuro está ao virar da esquina de Altana. Os goblins teriam visto os humanos do reino de Arabakia como inimigos, certo?

Kuzaku cruzou os braços e gemeu.

— Você pensaria que eles teriam tentado ficar no caminho. Seria impossível se você não eliminasse os goblins primeiro, certo?

— Ah! Hiyomu riu. Isso é o que alguém que pensa com músculos pensaria.

— Sim, eu sei… Kuzaku disse.

Não aceite isso, pensou Haruhiro, mas deixe isso de lado para pensar no problema de Altana.

— …Os ugoths. Existem goblins que falam a linguagem humana. Os humanos construíram Altana sem interferência… Eles evitaram lutar? Porque os humanos e goblins chegaram a um acordo…?

— Eles devem ter obtido algum lucro, disse Setora calmamente. E se os goblins conseguiram algo por não atacar os humanos, a suposição natural seria que os humanos lhes deram algo em troca.

— Isso não vai a lugar nenhum, já que vocês são todos idiotas. Deixe-me ajudá-los. Hiyomu sorriu para Setora e então enfiou a mão em sua bolsa de quadril.

— Ei…?!

Os olhos de Kuzaku se arregalaram. Haruhiro também ficou surpreso.

Ele reconheceu a faca que saiu da bolsa de Hiyomu. Foi aquela faca. Aquela usada pelo líder dos goblins que outrora ocuparam Altana, o vice-rei Bogg. Tudo era feito de metal vermelho. A faca vermelha de Bogg cortou facilmente a garganta de Dylan Stone, o comandante da equipe de ataque.

No entanto, embora ele a chamasse de faca, a lâmina tinha quase uma polegada de largura e tinha uma ponta sólida. Se você incluísse a maçaneta, a coisa tinha que ter uns bons dezoito polegadas de comprimento.

caberia essa faca? Na bolsa de cintura de Hiyomu? Haruhiro se perguntou. Talvez não fosse impossível colocá-la lá dentro. Mas era difícil imaginar que caberia confortavelmente.

— Aquela bolsa… Mary perguntou com um olhar cauteloso em seu rosto, e Hiyomu deu um tapinha na bolsa com um olhar de compreensão.

— Ahh, obviamente, isso também é uma relíquia do meu mestre. A ridícula capacidade de armazenamento que essa coisa tem é super conveniente. Inveja? Bem, eu não vou te dar, não vou te emprestar, não vou deixar você tocar nem por um segundo. Entendido? Coloque um dedo nela e você está morta, ok?

— As relíquias são incríveis, hein…? Kuzaku ficou visivelmente impressionado. Que cara simples.

— Tão incrível que é hilário. Hiyomu parecia tão presunçosa como sempre. Só para esclarecer, esta faca não é uma herança, ok?

— Então é feito apenas de um metal raro?

Quando Setora perguntou, Hiyomu brandiu a faca e assentiu.

— Isso parece. Há muito tempo, no reino de Arabakia, eles o chamavam de hi’irogane. Eu não sei do que é feito, mas se vários metais extraídos nas montanhas Tenryu forem derretidos, ele produzirá esse tipo de liga vermelha.

— Embora com certeza seja bonito. Kuzaku assentiu. Realmente se destaca, né? Então, o Reino da Arabákia fez isso… o que foi? mirogane?

— Oi’irogane.

Quando Haruhiro o corrigiu, Kuzaku coçou a cabeça.

— Bem bem. Hi’irogane, hi’irogane. Isso é o que? Cor de fogo? Então é um metal que é escarlate, hein?

— Eles… Os olhos de Setora se estreitaram ligeiramente. Eles deram para os goblins?

— A outra teoria é que ele estava escondido em Damuro o tempo todo. Hiyomu girou a faca e brincou com ela. Não parecia perigosa. Ela estava acostumada com isso. Eles podem ter dito aos goblins onde estava. Mas de qualquer forma, o raro e valioso hi’irogane encontrado apenas em Damuro caiu nas mãos dos goblins.

— Hum…

Kuzaku tinha um “e daí?” na sua cara. Hiyomu zombou dele.

— Você, com sua falta de imaginação, pode não entender, mas isso foi algo estupidamente grande para os goblins. Eles são uma raça inferior. E deixe-me ser clara, essa não é minha opinião pessoal. Havia muitas raças, não apenas humanos, que desprezavam os goblins. Elfos, anões e até mesmo orcs e kobolds viam os goblins como meros animais. Embora, mesmo agora, isso não tenha mudado muito. Quer dizer, eles só batem nos macacos por um fio de cabelo. Ah, mas goblins têm pele lisa, então talvez seja estranho dizer que eles os vencem por um fio de cabelo quando são menos peludos? Bem, é apenas uma metáfora.

Esses goblins tinham o monopólio do precioso e limitado suprimento de hi’irogane. Esse fato deve ter sido muito mais importante para os goblins do que Haruhiro estimou.

Kuzaku bateu com o punho na palma da mão.

— Ah, Eu entendi! É por isso que apenas goblins importantes usavam armas e armaduras feitas de hi’irogane. É um símbolo de poder? Ou algo assim…?

— Bem pensado. O sorriso radiante de Hiyomu era assustador. Quer um tapinha na cabeça?

— Não, obrigado…

— Quando você diz assim, eu só quero dar mais tapinhas em você. nuffujuju.

— Bem, vá em frente e tente então.

— Okaaay. Hiyomu estendeu a mão e deu um tapinha na cabeça de Kuzaku. Pat, pat, pat, pat.

— Suficiente!

Quando Kuzaku afastou sua mão, Hiyomu sorriu. Se não era aparente até agora, sua personalidade era tão podre que era assustador.

Entendo, isso faz sentido. Também era assustador o quão calmo Setora estava.

— Nossa cartada nas negociações é o hi’irogane, hein? Devolvemos o equipamento hi’irogane que recuperamos dos goblins em Altana. Em troca, eles trabalham conosco. Isso não é um pouco fraco?

Hiyomu bateu no peito com uma mão.

Eu estou encarregada de negociar. Você não precisa pensar sobre isso. Apenas faça o seu trabalho e seja bom. Nosso objetivo é se infiltrar na Cidade Nova. Então faça contato com um ugoth com quem possamos conversar.

Haruhiro apontou para a seção enegrecida do mapa.

— Ohdongo. O Vale Mais Profundo… Este é o único lugar onde existem ugoths?

Hiyomu balançou a cabeça.

— Há também um número em Ahsvasin. Eles parecem servir ao Mogado como conselheiros.

Mary baixou os olhos.

— Não temos escolha a não ser encontrar uma maneira de entrar em um desses dois lugares…

Kuzaku gemeu e inclinou a cabeça.

— Não podemos simplesmente entrar mostrando aquela faca hi’irogane?” Mesmo os goblibs mais baixos sabem o que é, certo? Eles não dirão: “Oh, aquele humano tem hi’irogane! Chame uma pessoa importante, espere, não, um item importante!?

— Se você perguntar a Hiyo…

Hiyomu começou a se referir a si mesma como Hiyo. Não era Hiyomu? isso importava?

— Minha aposta é: ‘É hi’irogane!’ Todo mundo, pegue de volta! Ataqueeeeeee!, em vez disso. Você tem que lembrar que não importa o que digamos, eles não podem entender. Os goblins são nossos inimigos. Se encontrarmos qualquer coisa que não seja um ugoth, será uma luta até a morte. Isso é o que temos que assumir.

— É por isso que isso foi uma loucura para começar. Fazendo uma aliança com os goblins… Kuzaku murmurou.

Hiyo olhou para Kuzaku. Ela abriu a boca para dizer algo, mas apenas bufou.

Hiyo não estava otimista sobre isso, de forma alguma. Isso poderia ter sido o que isso significava. Ou talvez seu mestre, aquele que controlava a Torre Proibida, estivesse se movendo por necessidade.

— Mesmo que seja uma loucura ou algo assim, nós vamos fazer isso. Hiyo mordeu e lambeu os lábios. O Mestre deu a ordem acreditando que Hiyo poderia fazê-lo. Não era uma coisa do tipo “está tudo bem se você estragar tudo”. Há uma chance de sucesso. Uma imensa. De qualquer forma, só temos que encontrar um ugoth… Se não conseguirmos levar todos para a Cidade Nova, então…

Ela não tinha escolha. Nem Haruhiro. Era quase certo que o General Jin Mogis estava mantendo Shihoru sob sua custódia. Se o grupo não mostrasse resultados, o general provavelmente a machucaria.

— …Eu posso entrar na Cidade Nova. Se Kuzaku me ajudar, provavelmente não preciso de nenhuma ferramenta.

— Não seria impossível para mim ir também, disse Neal, que ficou quieto o tempo todo, mas não parecia entusiasmado com a perspectiva.

— Eu também, disse Setora, mas tenho certeza de que Kiichi poderia ir. Um nyaa pode ser mais útil do que um humano.

Haruhiro olhou para Hiyo. Hiyo olhou para ele com um olhar penetrante que parecia dizer: O quê? O que é? Quer morrer, lixo?

— … Isso serve. Hiyo pode ir também. Afinal, eu sou da classe ladrão.

— Oh de verdade?

— Comecei como paladina, tive uma breve passagem como ladra e acabei como guerreira. O que há com isso?

— Uma paladina… Mary murmurou. O queixo de Kuzaku caiu.

— …Uma guerreira? A sério?

— Tudo isso agora é passado. Eu no passado, Hiyo corou. Do que ela tinha vergonha? Hoje em dia, sou simplesmente uma beleza incrível, como vocês podem ver. Mas eu tive um tempo na minha vida onde eu era essas coisas. Eu odiei isso. Hiyo sendo um paladino, um ladrão e um guerreiro? Não é engraçado…

Hiyo provavelmente passou por muita coisa, mas Haruhiro não se importava. Qualquer curiosidade que ele pudesse ter era prejudicada por seu ódio visceral por ela.

— Então você fez este mapa há vinte anos, certo?”

Quando Haruhiro perguntou, um olhar terrível cruzou o rosto de Hiyo.

— Hiyo nunca disse uma palavra sobre fazer isso.

— …Bem, não que isso importe.

— Além disso, se você não me chamar de Hiyo de agora em diante, garanto que vai se arrepender.

— Eu entendo…

— O que há de errado, Haru-kun?

Haruhiro fechou os olhos. Ele respirou fundo. Ele ainda estava frustrado, mas isso o ajudou a se acalmar um pouco. Isso não era nada para ficar tão chateado. Ele percebeu isso quando pensou nisso com a cabeça limpa, mas ainda estava com raiva.

Hiyo era um gênio quando se tratava de irritar as pessoas. Haruhiro estava sendo muito cuidadoso, mas mesmo assim estava tendo dificuldade em lidar com ela.

— …É a experiência que vem com a idade? ele murmurou para si mesmo, e Hiyo olhou para ele.

— Você acabou de dizer alguma coisa?

— Quem sabe. Acho que não. Você ouviu alguma coisa? Talvez você tenha imaginado?

— Hmph! Hiyo olhou para o lado.

À primeira vista, Hiyo parecia uma garota no final da adolescência. Mas apenas de relance. Se você olhar para sua aparência, suas roupas e seu penteado, você pode pensar que ela tinha essa idade. Em uma inspeção mais próxima, ficou claro que ela era mais velha. Ele se lembrou do que Barbara-sensei havia dito sobre ela. A mulher que gosta de parecer mais jovem que ela. Não havia como ela estar na adolescência. Ela parecia estar na casa dos vinte anos. Vinte e poucos anos. Talvez no final. Se você estivesse procurando nos lugares certos, poderia ser ainda maior do que isso.

Poderia ter sido apropriado dizer que ele era de “idade indeterminada”. A forma de seu rosto, a maneira como ela aplicava a maquiagem, sua roupa, sua constituição, sua entonação, sua escolha de palavras, seus maneirismos, nada disso se encaixava. Nada disso parecia fazer parte dessa pessoa chamada Hiyo. Não era natural. Ela estava trabalhando muito duro para ser assim, certo? O papel de uma pessoa chamada Hiyo. Em caso afirmativo, por quê?

Haruhiro não sabia. Mas ele não era obrigado a aprender mais sobre Hiyo, mesmo que pessoalmente não quisesse?

Hiyo não era amiga deles. Francamente, era justo chamá-la de inimiga.

Sem um conhecimento profundo de seu oponente, ele não poderia obter vantagem. Sim. Esta foi uma batalha. Mas que tipo de batalha? Haruhiro nem tinha certeza disso.

Ele não podia deixar as coisas como estavam. Se ele não colocasse seriamente, seriamente, tudo o que tinha nisso, Hiyo, o mestre da Torre Proibida, e o General Jin Mogis usariam até que fosse gasto e depois jogariam fora.

— Se o mapa tem vinte anos, não devemos confiar nele. Acho que devemos começar comigo, Kiichi, Neal e Hiyo entrando na Cidade Nova e confirmando as localizações de Ohdongo e Ahsvasin, enquanto verificamos o quanto a situação atual difere do que está no mapa. Espero que até mesmo uma dessas bases ainda exista. Vamos verificar isso também.

— Parece que teremos que esperar aqui por enquanto… Kuzaku franziu a testa em desânimo. Ele parecia super desapontado.

— Não há pontos cegos pelos quais podemos escapar? Neal perguntou a Hiyo.

— Duvido. A segurança não era tão forte naquela época… Hiyo murmurou para si mesma, então de repente entrou em pânico. M-Mas Hiyo não saberia nada sobre isso! Não uns vinte anos atrás! De jeito nenhum, ok?! Acabei de ouvir rumores! Rumores!

— Ei?! Kuzaku cobriu a boca com as mãos. Espere, o grande grupo que fez este mapa há vinte anos era seu?! Quantos anos você tem então?!

— ..Você poderia ser mais lento na assimilação?”

Setora não fez nenhuma tentativa de esconder o desprezo no olhar que deu a Kuzaku. Os olhos de Mary eram igualmente frios.

Não sei se você deveria perguntar a idade dela…

— Não, mas falando sério, não é um mistério? Ei? Sou apenas eu? Não pode ser…?

Hiyo de repente esfaqueou a faca no mapa.

— Você quer saber isso?

Ela estava sorrindo.

Mas não alcançou seus olhos. Os cantos de sua boca estavam virados para cima, talvez até um pouco demais, mas ainda assim ela não parecia nem um pouco como se estivesse sorrindo.

— Vou te dizer. Tenho dezesseis. Belezas nunca envelhecem. Hiyo sempre tem dezesseis anos. Entendido?

Kuzaku assentiu levemente.

— … Sim.

Que medo.

Fim do capítulo.

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