(Extra 3) Capítulo 2
Desde que acordei.
Tradução: Tinky Winky
Shihoru ficou intrigada.
Não, estava completamente intrigada.
Até chegarem à Guilda dos Magos, em uma área residencial tranquila de alta classe em um lugar chamado East Slum, Manato a guiara. Agora que Manato se foi, ela se sentiu sozinha, inquieta e assustada.
Mas para se tornar Sacerdote, Manato teve que ir ao Templo de Lumiaris, que aparentemente ficava no Distrito Norte. Ela não podia mantê-lo aqui.
A Guilda dos Magos era uma mansão elegante com paredes brancas, e quando ela criou coragem para entrar, ela foi gentilmente recebida por uma mulher no hall de entrada, então ela se sentiu um pouco aliviada.
Mas mais tarde, quando ela foi levada para uma sala de espera, ela estava ao lado de um menino chamado Adachi que usava óculos escuros e grossos, e ele a fez se sentir desconfortável.
Parecia que Adachi estava esperando há um tempo. Ele estava visivelmente irritado e parecia não conseguir falar com ele. No entanto, mesmo que ela se sentisse bem-vinda, Shihoru provavelmente não poderia ter iniciado uma conversa sozinha.
Finalmente, uma mulher de vinte e poucos anos que estava, é claro, vestindo uma roupa preta e um chapéu preto, levou Shihoru e Adachi para outra sala.
Aquela sala com grandes janelas ficava no segundo andar do prédio, e havia uma grande poltrona na frente de fileiras de mesas e cadeiras simples.
“O feiticeiro estará aqui em breve”, a mulher disse a eles. Por favor, sente-se no lugar que deseja.
Então ela saiu do quarto.
“Espere mais, hein?” Adachi murmurou.
Havia uma dor no peito de Shihoru. Ela não estava mais feliz pela espera do que ele, mas ficar sozinha com um Adachi furioso era ainda pior.
Adachi sentou-se mais perto da cadeira grande. Shihoru estava sentada na segunda fila da frente, atrás de Adachi, em um assento na janela. Parecia que sentar no banco de trás seria ruim, mas ela não queria estar ao lado de Adachi.
Adachi ocasionalmente murmurava para si mesmo. Ela não conseguia entender o que ele estava dizendo, mas parecia estar reclamando de uma coisa ou outra.
Shihoru fez o possível para não pensar em Adachi, pois não fez nada além de esperar o feiticeiro chegar.
Depois de esperar ansiosamente, finalmente um velho de barba branca com um grande chapéu entrou na sala. Ele não estava sozinho. O velho estava com a mulher vestida de preto de antes, segurando seu braço para apoiá-lo.
Seu rosto estava tão enterrado sob sua barba branca e sobrancelhas que ela não podia vê-lo, e suas costas estavam curvadas, então ele devia ser bem velho.
O velho sentou-se na grande cadeira, enquanto a mulher estava ao lado dele.
“Este é o Feiticeiro/Mago Sarai”, disse a mulher, apresentando-o.
O velho Sarai inclinou ligeiramente a cabeça.
Ou assim ela pensou originalmente, mas sua cabeça parecia se mover um pouco durante o sono.
Não, isso não poderia ser. Ele tinha acabado de se sentar naquela cadeira grande. Ele não poderia ter adormecido ainda.
Adachi levantou a mão.
Em um tom frio, a mulher disse: “O que é isso?
-Está dormindo? Adachi foi direto ao cerne da questão. O velho aí. Para mim, parece que ele adormeceu.
“… Feiticeiro Sarai. A mulher deu uma cotovelada no ombro de Sarai. Feiticeiro Sarai. Feiticeiro Sarai… Feiticeiro Sarai…?
—Mweh. Sarai olhou para cima. Parecia que ele realmente estava dormindo. Ah… já é de manhã? E ele também estava atordoado de sono.
“Chega de brincadeira.” Adachi se levantou de seu assento.
Ei? Ei? Ei? Sem sequer olhar para a Shihoru em pânico, Adachi estava saindo da sala.
-Ouça! Você! Espere! “A mulher correu atrás dele.
E assim, Shihoru e Sarai ficaram sozinhos na sala.
Ela tinha ficado para trás.
Shihoru estava presa esperando novamente.
Sarai não estava abrindo a boca para falar.
Poderia estar dormindo de novo?
Não, ele claramente não poderia, poderia?
Mas, após uma inspeção mais detalhada, o grande chapéu de Sarai balançou. Ele não poderia estar “assentindo” como eles chamavam?
Ela deveria acordá-lo?
Não, ela ainda não tinha certeza se estava dormindo. Não seria rude tentar acordá-lo quando ela não sabia se estava realmente dormindo?
Dito isto, ela não poderia deixar as coisas assim para sempre. Até mesmo Shihoru tinha limites para sua paciência. O que exatamente ela deveria fazer aqui?
Shihoru ficou intrigada.
Não, estava completamente intrigada.
O tempo passou sem que ela pudesse fazer nada além de maravilhar-se e, do lado de fora da janela, o sol começou a se pôr.
Shihoru estava finalmente pronta para chorar. Não que isso resolvesse alguma coisa. Talvez não, mas desde seu despertar, nada fazia sentido e ela estava cansada disso.
Ela não aguentava mais. Era difícil ver por que ela deveria aguentar mais. Mas o que mais ela poderia fazer? Ela não tinha mais nada que pudesse fazer.
No final, ficar sentada aqui em silêncio sem motivo aparente lhe convinha. Ela não valia nada. Não havia valor em sua vida. Mesmo depois de toda essa melancolia, ela não conseguia sair do lugar, apenas gritava por dentro.
Uma idiota. Eu sou uma idiota.
“Hum…?” E aí garota…?
Voltando a si, Shihoru olhou para Sarai. Ela rapidamente enxugou as lágrimas.
Sarai estava olhando para ela. Olhos escuros espreitaram por trás de cílios excessivamente longos. “Garota, por que você está chorando?”
“…N-Não… Hum… N-Não há nenhuma razão real…”
-Ah não? Sarai murmurou um pouco, depois ficou em silêncio por um tempo. Ele soltou um suspiro e então lentamente começou a acariciar sua barba branca. Deixe-me dizer-lhe algo sobre magos. Tomamos emprestado o poder dos elementais, seres que nem temos certeza se estão vivos ou não, para lançar feitiços mágicos. Em suma, não temos poder próprio.
“… Poder próprio? Shihoru repetiu.
-Em efeito. Essa é a coisa com magia. Está lá para o uso dos impotentes. Olhe. Eu vivi mais de cem anos, mas minha longevidade é tudo o que tenho. Estou ficando senil e não consigo mais enxergar bem. Minhas pernas também não estão mais boas. Mas, ainda assim, posso usar magia.
Ela não esperava ouvir que ele tinha mais de cem anos, mas Shihoru ficou surpresa com o quão bem ela podia ouvir sua voz, dado o quão baixa era.
Ele era um velho misterioso…
“Hehe…” Sarai soltou uma risada baixa como se ele visse através dela. Garota, você pensou que eu sou um velho estranho, não é?
-Eu não fiz isso.
“Não, o fato é que sou um velho estranho, concordo. Na verdade, é uma vida estranha que levei. Quando acordei aqui em Grimgar, nunca teria acreditado que viveria cem anos.
“S-Sarai… Feiticeiro Sarai… Ele veio aqui como nós?” Shihoru engasgou.
“Você pode me chamar de vovô.”
-Eu não poderia…
-É assim? Então me chame de vovô.
“Hm… vovô.
-Sim. Isso serve. Sarai assentiu, gesticulando para que ela se aproximasse. Venha aqui, garota. Se você está tão longe, eu tenho que falar. É um pouco difícil para um homem velho.
“S-Sim!” Eu… me desculpe…
Shihoru se sentou apressadamente no assento que Adachi havia tomado antes. Ela ainda não conseguia ver o rosto do homem através das sobrancelhas e barba, mas ele parecia satisfeito.
“O menino que saiu está impaciente”, disse Sarai. Bem, tenho certeza que Yoruka vai lidar com isso. Yoruka, esta é a garota que estava me levando pela mão.
“Oh, Y-Yoruka-san é o nome dela… Entendo.
“Essa garota também. Ela era uma garotinha como você até recentemente, mas agora ela se tornou tão grande. Agora, ela é uma boa maga. Muito mais lúcida do que eu. Uma boa conversadora também. Porque eu sou apenas um homem velho, você vê. Essa garota deve ter mais de quarenta agora.
-Ei? Quarenta…?
“Não parece, não é?”
“Eu… eu pensei que tinha uns vinte e cinco…”
— Ahhh. Se você disser isso a ela, ela ficará satisfeita, tenho certeza. Aliás, garota.
“… S-Sim!” Shihoru se endireitou.
Este velho provavelmente não era tão senil quanto dizia. Mais do que isso, ele só podia estar fingindo ser diminuído pela velhice. De qualquer forma, ela podia ter certeza de que ele não era uma pessoa comum.
Além de suas sobrancelhas brancas, suas pupilas negras brilhavam com uma luz terrivelmente forte.
Um mago
Aqueles eram os olhos de um mago.
“Menina”, disse ele.
-…Sim?
“Estou precisando ir ao banheiro já faz um tempo. Eu não posso ir sozinho. Eu vou te dizer onde é, então você poderia me levar até lá, talvez?
Fim do capítulo…
