I Don’t Want This Reincarnation – Capítulo 171
Estagnação (3)
Não tendo certeza se era mentira dizer que organizariam o passado de Cheon Sa-yeon, a partir do dia seguinte, Elohim e Elahah tiraram todos os livros vermelhos da biblioteca e os colocaram no chão da biblioteca.
Graças a isso, fui proibido de entrar na biblioteca por enquanto. Isso porque, como da última vez, se eu tocasse no livro do Cheon Sa-yeon sem saber, o problema do preço futuro seria complicado.
Piii.
— Haaa…
A raposa mordeu o galho e correu feliz. Quando eu vi, suspirei.
— Vamos parar.
Já era a décima sétima vez. Eu não fazia ideia de onde era tão divertido vir com um galho jogado para longe.
Piik! Piii!
Como se entendesse meu lamento, a raposa ergueu o rabo e começou a fazer barulho sobre alguma coisa. Não havia nada a fazer de qualquer maneira, mas parecia que ele estava me dizendo para jogá-lo.
— Entendi, entendi.
Não havia nada para refutar, então joguei o galho para trás. Depois de fazer isso mais dez vezes, a raposa parecia satisfeita, então se deitou aos meus pés e bocejou com seu corpinho redondo.
Ele brincou bastante, então era hora da soneca? Ele parecia muito com uma criança.
Não havia nada de especial, então me sentei ao lado da raposa. Olhei para o céu azul, sentindo minha franja esvoaçar na brisa agradável.
Já se passaram cinco dias desde que li o livro de Han Yi-gyeol. Como Elohim disse, eu preciso sonhar mais para ver o passado de Cheon Sa-yeon que se completará no futuro, mas mesmo que eu comesse o doce preto, o quarto sonho ainda não havia chegado.
Antes havia algum tempo entre o primeiro sonho e o segundo, mas não tanto quanto desta vez. Mesmo que tentasse relaxar, não poderia deixar de me sentir nervoso.
“Não sei.”
Mesmo que eu perguntasse a Elohim, ele apenas me daria uma resposta incompreensível de que os sonhos sempre vinham quando eu precisava deles. Enquanto eu olhava as nuvens que passavam lentamente por um longo tempo, a raposa, que estava deitada de costas com os olhos fechados, aguçou as orelhas e ergueu a cabeça.
— Você parece entediado.
Surpreendentemente, foi Elahah quem apareceu com o farfalhar e o esmagamento da grama. Levantei-me com constrangimento.
— Elaha.
Ao contrário de Elohim, com quem eu me encontrava e conversava todos os dias, eu ainda era um pouco estranho com Elahah, porque raramente nos encontrávamos. Elahah não parecia querer se aproximar de mim, então era ambíguo abordá-lo primeiro.
— Ou talvez eu esteja incomodando você quando você está se divertindo?
Elahah, que viu a raposa balançando o rabo com o corpo ereto como eu, zombou de mim enquanto eu alisava minha nuca desajeitadamente.
— Não é isso. Ele continua me seguindo. Não sei por quê.
— Claro, ele está te seguindo, porque está interessado em você.
Elahah, que respondeu em tom azedo, me entregou o saquinho de papel que estava segurando.
— Pegue.
— O que é isso?
— Coma quando estiver com fome.
Quando abri o saco de papel, pude sentir o cheiro perfumado. Ele continha waffles quentes feitos na hora.
— El e eu teremos que ficar na biblioteca hoje.
— Vocês estão tão ocupados?
Com essas palavras, senti pena dele. Parecia que minha ganância havia dado trabalho a duas pessoas de graça.
— Porque é muito. Mas isso não importa. É um trabalho que precisa ser feito pelo menos uma vez de qualquer maneira.
Elahah respondeu levemente como se não se importasse.
— Não só os waffles, mas também preparei algo para comer na mesa, então coma você sozinho.
— Algo para comer?
— Porque você não vai aguentar até o jantar comendo só uns waffles.
— ……
Um canto do meu peito fez cócegas ao ver Elohim e Elahah, cuidando de minhas refeições como se fosse natural. Embora eu parecesse com Han Yi-gyeol, quantos anos eu tenho?
Elahah, que estava olhando silenciosamente para mim, que não era familiar, abriu a boca.
— Você sabe qual é a diferença de idade entre você e nós?
— Quanto?
— Mesmo se você olhar para a sua idade real, você é muito mais jovem do que nós. Muito, muito jovem. Portanto, não pense em coisas inúteis e alimente-se bem.
Ele olhou através da minha mente e, quando disse isso, evitei seu olhar e sorri sem jeito.
— Bom, é verdade…
— El disse que vai checar mais tarde, então coma.
Vou até mesmo sendo checado?
— Sim. Vou comer sem pular refeições. Não se preocupe.
— E isto.
Ele estendeu o livro que estava segurando na outra mão. Era um livro que eu havia recomendado outro dia.
— Você ainda não leu tudo.
Na capa estavam as palavras ‘O Pequeno Príncipe’. Havia coisas que vinham à mente repetidamente durante a leitura, então não fiquei feliz com este livro, por isso o fechei no meio.
— Entendo por que você não leu, mas não seria uma má ideia ler uma vez.
— É mesmo…?
Tentei ignorar a amargura e aceitei o livro. Elahah, que olhou para mim com olhos estranhos, tinha um sorriso semelhante ao de quando pegou o livro pela primeira vez.
— Fascinante.
— ……?
— Por que você não se ofendeu?
Não consegui entender as palavras repentinas e apenas pisquei os olhos. O que isto significa?
— Devo me ofender com Elahah?
— Isso é normal. Claro, El e eu devemos ter entendido completamente.
— Nunca pensei assim.
— Eu sei. Podemos ver tudo. É por isso que eu disse que era fascinante.
Elahah disse enquanto se aproximava um passo de mim.
— O ser humano comum… Sente-se sobrecarregado com esse poder de ler não só a vida que viveu, mas também seus pensamentos. Fica superconsciente ou estressado.
— Ah.
Foi então que percebi o que Elahah estava tentando dizer.
— Mas mesmo sabendo do poder que temos, nada mudou e você não se sente incomodado.
— Isso é um problema?
Ele tocou os lábios e inclinou a cabeça.
— Tenho olhado para você o tempo todo. Hum, não entendo por que as pessoas ficam me olhando, eu que não tenho nada de especial.
— Na verdade, eu sabia que fui particularmente contundente nesse sentido, mas…
Elahah suspirou abertamente e gentilmente agarrou meus ombros como Elohim fez.
— Você me viu desde o começo, então não é tão ruim, certo? Mas só por essa razão?
— Elaha.
— Antes de te conhecer, eu achava que você tinha nascido assim. Porque não é a primeira pessoa que sabe se sacrificar pelos outros mesmo que não tenha nada.
— ……
— Mas agora que vejo, não parece uma coisa tão simples. Você não se importa o suficiente consigo mesmo.
Involuntariamente, a força entrou em minha mão segurando o livro. Elahah, que estava olhando para mim enquanto eu permanecia rígido, tocou minha carranca com o dedo.
— Você considera natural que os outros interfiram em você.
— Não sei do que você está falando. Eu—
— Você não pertence a mais ninguém, Kwon Se-hyun. Agora é a hora de perceber isso.
As palavras de Elahah foram ouvidas à distância. Entre os lábios abertos, não consegui cuspir nenhuma resposta.
Bruuum, o som do trovão foi ouvido fracamente.
A luz brilhou através da janela molhada. O ar úmido caía infinitamente e o trovão que ressoava no chão parecia trazer um presságio sinistro.
— Ele está no porão.
Como entrei apressado sem nem conseguir respirar, o guarda que esperava em frente à escada me informou a localização do homem como se estivesse esperando. Apertei minha gravata preta desordenada novamente, forçando minha respiração áspera a ser engolida.
No corredor do porão, com as luzes apagadas, havia uma atmosfera estranha. Caminhei sem hesitação para a sala mais interna e bati sem demora.
Clique.
Um assistente com o mesmo terno que eu abriu a porta com cuidado. Juntei minhas mãos fracamente trêmulas e entrei na sala.
Através da escuridão, pude ver algo se contorcendo no chão. Passei nervoso para não parar de andar.
— Kkeu, huu…
Seus pés estavam descalços e seu corpo estava coberto de sangue, ele soltou um gemido como se seus dentes estivessem prestes a quebrar. Estava todo inchado e vermelho, mas logo reconheci que era um rosto familiar.
— Para onde você está olhando?
Só olhei para baixo por um breve momento, mas uma repreensão estrondosa voou. Cometi um erro. Um suor frio desceu pela minha espinha fria.
Rapidamente virei a cabeça para frente e vi o homem sentado em uma cadeira com o cigarro na boca.
O assistente que estava ao lado dele acendeu o isqueiro e colocou fogo no cigarro. Olhos frios cinza-prateados podiam ser vistos através da fumaça branca. A julgar pelo cheiro que se espalhou, não era um cigarro comum.
— Você não está atrasado?
— Peço desculpas.
Vim imediatamente quando soube da notícia, mas a resposta já estava decidida de qualquer maneira. O homem que estava olhando para mim com uma sobrancelha ligeiramente levantada cruzou as pernas lentamente.
— Foi um desperdício. Se você tivesse vindo antes, teria sido uma visão interessante.
Ele colocou o que estava segurando na boca com o dedo e ergueu o queixo em direção ao oponente que estava caído no chão. Forcei meus olhos a voltarem para o homem e engoli saliva seca.
— Como você sabe, faz tempo que não venho aqui.
— Sim.
Kkiik, o homem encostou-se na cadeira e de sua velha cadeira, houve um farfalhar que perfurou meu ouvido.
— Há quantos anos você tem esta loja?
— Já se passaram três anos.
— Certo, certo. Três anos.
Quando o homem sacudiu a mão, o assistente que guardava a porta agarrou à força o homem que estava caído no chão e o levantou.
— Hu, haah…
Ofegante como se sua respiração estivesse acabando, ele foi arrastado e seu corpo tremeu como se estivesse em convulsão com o olhar do homem.
— Entendo que você passou por muitas dificuldades por três anos, porque foi forçado a ir, Se-hyun-ah.
Seus longos dedos com nervuras ricochetearam no que ele estava segurando. Ainda havia uma faísca, então uma fumaça branca escorria sob meus pés.
— Ainda assim, você tem que cuidar dos filhotes lá embaixo.
— ……
— Você sabe que existem boatos por aí, mas você simplesmente deixou passar?
Boatos. Sim… Eu sabia que a pessoa que foi trazida estava falando besteira sobre dormir comigo ou que ele iria me usar como um trampolim para sair deste lugar.
Mas eu não queria entrar e tocá-lo. Por mais engraçados e absurdos que fossem os sonhos que tivessem, eles não poderiam se tornar realidade de qualquer maneira.
Se eu soubesse que as coisas iriam acabar assim, eu teria avançado e repreendido ele com antecedência. Arrependimentos tardios vieram.
— Ou o quê, aquele desgraçado disse a verdade?
— Diretor.
— Diga-me. Você transou com aquele prostituto fedorento?
— Não.
— Mas por que você está fazendo essa cara, Se-hyun-ah? É como se você estivesse realmente rolando com aquele filho da puta.
— Peço desculpas.
Eu rapidamente abaixei minha cabeça ao som de raiva.
Não tive medo de ver a raiva do homem dirigida a mim. Em vez disso, era algo pelo qual ser grato. Mas não havia possibilidade disso. O homem também sabia muito bem que tocar os outros funcionava melhor para mim.