I Don’t Want This Reincarnation – Capítulo 172
Estagnação (4)
Meu coração batia irregularmente com o olhar frio do homem e minha boca estava seca.
Ele me encarou sem dizer uma palavra por um breve momento que pareceu uma eternidade e então quebrou o silêncio batendo no braço da cadeira com o dedo.
— Eu estava errado.
O som de batidas interveio no meio entre as vozes relaxadas e lânguidas.
— Achei que você aprenderia alguma coisa olhando os insetos rastejando no chão aqui, Se-hyun-ah.
— ……
— Ao invés de aprender, há rumores de que você andava com um prostituto. Sério, eu não posso acreditar…
O homem raramente ria, quanto mais soltar uma risada falsa. Baixei os olhos, sem nem pensar em responder.
— Sim… Hyehyangchon parece ser um pouco cedo. Quando você o dá a uma criança de apenas vinte e sete anos, você pode ouvir todos os tipos de coisas.
Mesmo que eu dissesse o quanto odiava, você me obrigou a fazer isso e agora se arrepende. Era igualmente ridículo. Eu reprimi o sarcasmo por dentro.
O homem, que havia pensado por um momento enquanto tocava os lábios, perguntou ao assistente que estava ao seu lado.
— De que tipo de loja Park Seok-jae é responsável?
— Há um bar localizado em Gangnam.
— Nada mal. Você quer?
— Eu…
Quando eu estava prestes a balançar a cabeça, o homem olhou para a pessoa que havia caído atrás de mim. As palavras de recusa que chegaram ao fim da minha garganta foram bloqueadas.
— O que você me diz, Se-hyun-ah?
Eu, que estava hesitante e incapaz de responder, olhei para o homem e sorri levemente.
— Sim…
Suspirei e aceitei sua oferta. Ao contrário de Hyehyangchon, ele ficou bastante satisfeito com minha atitude de recuar silenciosamente e o homem, que sorriu adequadamente pela primeira vez depois de entrar na sala, levantou-se e caminhou até mim.
— Sim, você fez uma boa escolha. É melhor vender álcool do que rumores sobre você andando por aí com um prostituto fedorento.
Depois de dar alguns tapinhas na minha bochecha como se estivesse lidando com um cachorro dócil que escuta bem, ele comandou o assistente.
— Pegue isso, tire o conteúdo e jogue fora. Tem uns trezentos milhões sobrando em dívida, então… Está quebrado assim e está difícil vender de novo. Não há nada que possamos fazer.
— Entendo.
Essas palavras sacudiram meus olhos por um momento. O homem, que estava perto o suficiente para sentir sua respiração, percebeu e acrescentou lentamente.
— Meu Se-hyun é tão obediente por algum motivo, devo usar alguma gentileza? Dê um pouco de anestesia antes de retirá-lo.
— Sim.
Ouvi o som de uma pessoa sendo arrastada violentamente atrás de mim.
— Uh…Uh, agh…
Todos os assistentes deixaram a sala no final da mendicância que foi cuspida em uma pronúncia esmagada. Tudo o que restou foram as longas manchas de sangue gravadas na direção em que o corpo foi arrastado, o homem e eu.
Respirei com cuidado e fixei meu olhar nos olhos cinza-prateados na frente do meu nariz. Eu não estava acostumado com as pupilas expostas sob os cílios longos, não importava quanto tempo eu os encarasse.
Depois de fazer contato visual assim por um tempo, senti como se estivesse sufocando, então abaixei minha cabeça e evitei.
— Se-hyun-ah.
— Sim.
O homem parado na minha frente era pesado, assim que empurrei um pouco a parte superior do corpo para trás, ele imediatamente agarrou minha cintura.
— Você está chateado?
Perdi o momento de responder enquanto tentava soltar a mão grande que pressionava minhas costas e olhei para baixo.
— Enfim, não desta vez. Droga, isso não faz sentido. Aonde quer que você vá, anda com um prostituto?
— Nunca fiz isso…
— Eu sei. Nosso bom Se-hyun não pode fazer isso. Você está apenas saindo com malditos e homens que não têm o suficiente.
— Ugh—!
De repente, a parte de trás da minha cabeça foi pega com força. O homem que forçou meu rosto para cima me deu um sorriso torto.
— No máximo, todos os caras que vêm até aqui e gastam dinheiro comprando prostitutas são iguais.
Minha testa se contorceu de dor aguda. Cerrei os dentes e mal engoli um gemido.
— Eu já disse isso muitas vezes antes. Se você quer sexo, me diga. Certo? Vou apresentá-lo a uma mulher muito simpática.
— ……
Meus ombros enrijeceram com as palavras terríveis.
O homem havia dito essa frase várias vezes desde o ano em que me tornei adulto até que sete anos se passaram.
Idiota louco. Chamar alguém para fazer isso era nojento para caralho, mas mesmo se chamasse, não havia como escapar da minha natureza masculina. Prefiro não fazer isso pelo resto da minha vida. Eu não queria viver uma vida suja dessa maneira.
— Não preciso disso.
Quando mal respondi com a língua dura, o homem suspirou e soltou meu cabelo e minha cintura. Felizmente, ele parecia melhor do que antes.
— Estou mandando outro cara aqui, então faça isso em um dia.
Fiquei aliviado por finalmente ter escapado dos braços do homem e acenei com a cabeça.
Foi bom não ter que entrar e sair mais de Hyehyangchon, mas não foi sem problemas.
Meu trabalho foi mudado em um instante por ordem do homem e tive que ficar na casa dele por alguns dias com uma desculpa ridícula para assumir.
Tarde da noite, para não esbarrar no homem, saí do banheiro e fui direto para o quarto de hóspedes.
— ……?
Uma conversa podia ser ouvida lá de baixo. Já passava das onze da noite. Não é tarde demais para os convidados virem? Desci as escadas com cuidado, passando a mão em minha franja, que ainda estava um pouco molhada.
— Isso não faz sentido, Diretor. Você não sabe como fiz isso até agora!
A pessoa que apelava com uma voz cheia de ressentimento era uma pessoa que eu conhecia bem. Eu não podia ir para a sala, então me encostei na parede da escada e escutei.
— Bem. Eu não sabia, porque não estava interessado.
— Diretor!
Incapaz de conter seu temperamento, o homem abriu a boca em voz baixa e fria, diferente de antes.
— Onde está o porco cutucando a coleira e gritando? Você não pode dizer que horas são agora?
— Peço desculpas. Mas…
— Acho que você está enganado, Park Seok-jae.
Clack, o cheiro de cigarro foi levemente sentido junto com o som de algo sendo colocado na mesa de vidro.
— Eu te dei aquela loja?
— Perdão?
— Eu só disse para você administrar em meu nome, acho que nunca disse que daria para você?
— Mas, mas…
— Se você quer ter uma loja, não pode administrar assim.
— ……
— Quer apostar cem milhões comigo? Aposto que estará todo enrolado em seis meses assim que for dono de uma loja. Onde quer apostar?
— ……
— Onde aprendeu a ser ganancioso sem o que está na sua cabeça? Hein?
Encostei a cabeça na parede e respirei fundo. A situação não era muito boa.
O homem ficou sensível por dez dias quando algo ruim aconteceu. Mesmo agora, fazia menos de dois dias desde que causei o problema, então o comportamento de Park Seok-jae era como derramar óleo no fogo.
— Por que você não responde? Você tem gritado muito bem até agora.
— Peço desculpas…
Depois de ouvir isso, finalmente não aguentei e me levantei da parede. Desci deliberadamente as escadas restantes para que minha presença pudesse fingir ser vista e entrei na sala.
— Diretor.
À minha frente, pude ver as costas de Park Seok-jae, que estava de pé com a cabeça baixa, e o homem sentado no sofá. Ao contrário de Park Seok-jae, cujos ombros tremiam, o homem olhou para mim com um cigarro na boca sem nenhuma reação.
Eu estava determinado, preparado que não seria fácil intervir, mas quando senti o ar frio na pele, não foi fácil abrir a boca. O homem, que deu uma tragada profunda no cigarro com os olhos fixos em mim, soltou a fumaça e disse.
— Hm, Se-hyun-ah. Fala!
— Hum…
Ah, não sei. Não tinha como fugir disso, então sorri sem jeito e abri a boca com o pensamento de fazer uma tentativa, ainda não sabia se já tinha tudo dado errado.
— Então, diretor. Tomei vinho… Já falei antes vamos tomar uma bebida. Você se lembra?
— Vinho?
— Sim. Se você não se importa…
O homem esfregou um cigarro no cinzeiro e ergueu um pouco o canto da boca na mentira que lutei para cuspir.
— Vinho, hein.
O homem que notou minhas intenções murmurou algo baixinho como se estivesse me provocando. Eu estava nervoso, mas mesmo se eu implorasse mais ali, só teria o efeito oposto. Mordi o lábio e esperei por permissão.
— Odeio vinho.
— Perdão?
— Acho que sobrou um pouco de licor.
— ……
Eu estava confuso, sem saber o que o homem iria fazer. Licor. A dificuldade aumentou de repente, mas agora eu não podia recusar.
— Acho que não é muito bom. Então não beba.
— Não. Eu quero beber.
Ele se levantou de seu assento quando respondi apressadamente, deixando de lado meus sentimentos miseráveis.
— Eu ia dormir cedo, porque estava cansado, mas se o nosso Se-hyun quiser beber, eu devo beber.
Fiquei muito grato por isso. É verdade que o desavergonhado ficou aborrecido, mas felizmente a situação foi resolvida sem maiores problemas.
O homem que estava caminhando para a vitrine de bebidas parou e disse com uma voz mal-humorada.
— Vá embora, Park Seok-jae.
— Diretor.
— Você disse que se esforçou muito, então devo te dar uma semana para organizar. Isso é o suficiente, certo? Se-hyun me deu um dia.
— ……
O rosto de Park Seok-jae ficou vermelho e distorcido.
— O que você está fazendo? Eu disse para você sair. Não quero beber enquanto olho para sua cara estúpida, Seok-jae.
— Sim… Estou indo então.
Park Seok-jae, que engoliu sua raiva, abaixou a cabeça em direção ao homem que nem olhou para ele e então se virou. Em nenhum momento fez contato visual comigo.
Enquanto eu olhava fixamente para Park Seok-jae, que havia cerrado o punho com força e estava se afastando, senti uma mão gentil acariciando minha bochecha.
— Por que você está olhando tanto para o cara indo embora?
Eu involuntariamente virei minha cabeça para o homem e tremi a uma distância muito mais próxima do que eu esperava. Vendo isso, o homem com um sorriso significativo deu mais um passo novamente.
— Você nem sabe fazer outras coisas direito, mas essa sua expressão cresce a cada dia. É por isso que estou preocupado.
Notei o homem, que tirou a garrafa da vitrine e se dirigiu para a cozinha, e corri para segui-lo.
— Vou prepará-lo.
— Sente-se.
O homem, ainda sorrindo, apontou para a mesa irlandesa branca e tirou um copo. Eu estava suando frio enquanto ele parecia tão feliz que eu nem conseguia comparar com antes.
“Acho que estou condenado…”
Posso manter minha sanidade e voltar para o quarto? Achei que seria um pouco difícil. Meus ombros já estavam caídos de cansaço.
Enrijeci quando o homem parou do lado oposto e colocou o copo e o balde de gelo que havia trazido.
— Estou realmente ansioso para ver até onde nosso Se-hyun vai durar desta vez.
— Mas…
— Quanto álcool eu conseguiria beber? Com meu corpo sendo fraco, era melhor pedir para ele beber primeiro. Certo?
— ……
O homem que colocou um gelo em um copo serviu o licor. O copo cheio de gelo veio até mim e o copo cheio de álcool foi levado pelo próprio homem. Hesitei por um momento enquanto me entregava o copo e então perguntei mal-humorado.
— Posso colocar só mais um cubo de gelo?
Era apenas um cubo de gelo, mas agora era mais precioso para mim do que qualquer outra coisa. Felizmente, o homem riu e acrescentou outro cubo de gelo.