I Don’t Want This Reincarnation – Capítulo 5

— Hm… Como Tae-heon-ssi… estava?

— Perdão?

Depois de alguns minutos após dar início à corrida, Cha Soo-yeon me fez uma pergunta…

Como o protagonista estava? Bem, eu não o conhecia de verdade, então não sabia.

— Ouvi dizer que Tae-heon-ssi visitou um portal na China há um tempo… — como se estivesse me testando, Cha Soo-yeon prosseguiu elaborando sua indagação: — Me perguntava se ele havia se ferido ou não.

— Aah…

Pera, aconteceu algo assim…?

Ha Tae-heon realmente costumava viajar para o exterior com muita frequência, isso desde o início até o final da novel, então era difícil me lembrar de uma data em específico. Já a razão pela qual ele viajava direto era por conta do Mestre da Guilda Roheon, que o obrigava sempre a acompanhá-lo em suas idas ao exterior… Ah, corrigindo, como “Abismo” era focado no público masculino, esse Mestre da Guilda não passava de mais uma figura feminina.

Acabei rindo baixinho antes de abrir a boca.

— Óbvio que ele voltou bem! É difícil se machucar quando se tem as habilidades de Ha Tae-heon, senhorita.

— Ve-Verdade… Ouvi dizer que ele foi junto com a Mestre da Guilda Roheon.

— Oh...

Foi então que percebi o real objetivo da sua pergunta.

— Olha, eu acho que Ha Tae-heon apenas pensa que ela é uma boa líder. Entende o que quero dizer?

— Sério?

— Sim. Honestamente, compartilhar sentimentos pessoais com sua chefe é um pouco… Não é fácil, certo? Claro, também não é ruim. Só não parece que seria algo viável para alguém com a personalidade dele.

— Co-Como assim?

— Ha Tae-heon é sério.

Parecendo entender minhas falas, Cha Soo-yeon corou levemente e sorriu; sua expressão era muito mais fofa do que antes.

Aparentemente, ela estava muito preocupada com a ida do protagonista para a China junto da mestra. Bem, isso era natural, afinal, mesmo que ambos falassem que era para trabalho, ainda havia o fato de que eram sexos opostos indo numa viagem juntos.

Como se ela tivesse ganhado confiança com minhas palavras, Cha Soo-yeon cerrou seu punho e fez uma expressão determinada.

O que ela pretende fazer?

O carro então saiu dos subúrbios e foi em direção a uma estrada tranquila. E enquanto eu dirigia, continuei a conversa com a minha passageira para que ela não tivesse nenhuma suspeita.

Foi muito fácil. Se era relacionado ao Ha Tae-heon, Cha Soo-yeon me ouvia com olhos brilhantes.

Cerca de uma hora depois, olhei pelo retrovisor apenas para checar como Cha Soo-yeon estava… Esbocei um sorriso de forma estranha, fingindo estar envergonhado.

— É um restaurante que se tornou famoso recentemente através de um programa de TV, mas é um pouco distante. Sinto muito. Você está entediada?

— Não. Está tudo bem.

— Vamos chegar em breve. Falta cerca de dez minutos.

Mesmo que meu alvo sentisse que algo era estranho, não parecia ser capaz de fazer um julgamento rápido agora. O restaurante estava marcado no GPS, e eu compartilhei várias informações sobre Ha Tae-heon.

Como esperado, Cha Soo-yeon apenas acenou com a cabeça e não fez nenhuma pergunta.

O carro dirigiu sem parar e chegou até um restaurante.

Desliguei o sistema de navegação que dizia que tínhamos chegado ao nosso destino e declarei: — Só um momento, por favor. Há um estacionamento atrás do prédio, então estacionarei lá primeiro.

Voltando a dirigir, olhando ao redor, fingi estar à procura de um estacionamento. Assim, logo pude passar pelo restaurante e chegar ao verdadeiro “destino” a cerca de 50m de distância; parei o carro.

— Chegamos. Pode descer agora.

— Hm?

Por ter me visto sair do carro sem hesitar, Cha Soo-yeon também acabou saindo.

— Não acho que este seja um lugar para estacionar… — murmurou Cha Soo-yeon olhando em volta.

Ela estava certa.

Havia apenas muitas árvores e grama ao redor, e não parecia ser nada como um estacionamento de restaurante.

— Haa…

Ao invés de responder, suspirei e usei meu poder.

Quando ergui meu dedo, o corpo de Cha Soo-yeon flutuou cerca de 10 metros no ar.

— Ouch! — exclamou Cha Soo-yeon olhando para mim com uma cara desnorteada.— O-O que você está fazendo de repente? Ponha-me no chão agora mesmo!

— Foi mal. Na verdade, recebi ordens para te sequestrar.

—O quê? Me sequestrar?! — Cha Soo-yeon perguntou, ainda desnorteada.

Bem, era justo. Esta foi provavelmente a primeira vez na sua vida que foi sequestrada.

— É sério. Mas se possível, eu gostaria que você xingasse apenas a pessoa que ordenou isso, e não a mim.

— Pare de brincar e me coloque no chão imediatamente…

— Isso não é possível. Ainda assim, acho que meu plano será aceitável para você, Cha Soo-yeon-ssi. Gostaria de ouvi-lo?

— Deixe-me descer!

— Não.

Cha Soo-yeon enrijeceu seu rosto. Feito isso, me deparei calmamente com seu olhar zangado.

— Eu avisei.

Subitamente, gesticulando suas palmas, chamas gradualmente começaram a queimar em sua volta. Por outro lado, rapidamente as envolvi com o vento e as levei para o chão a fim de evitar outro incêndio.

— Acalme-se. Fogo é perigoso aqui.

— Cale a boca! Não sei quais são suas intenções, mas não tenho a menor vontade de ser raptada. Se eu não ti—

— Do que está falando? Eu não tenho intenção de te capturar, Cha Soo-yeon-ssi.

— O quê?

Mais algumas chamas voltaram a se formar ao redor de Cha Soo-yeon, contudo, continuei a as enfraquecer e jogá-las no chão.

Felizmente, ela logo desistiu de dar continuidade a tais ataques.

— Pare de brincar. Obviamente você disse aquilo da boca para fora.

— Falei que recebi ordem de raptá-la, mas não que pretendo cumpri-la. Isso aqui não parece mais um convite de comunicação do que um sequestro?

— Para de falar besteiras, seu maluco!

Com as minhas falas descaradas, Cha Soo-yeon me xingou… Ela sabia fazer tal coisa? Isso era novidade para mim.

— Não é besteira; é a verdade. Eu não quero fazer nada de ruim. Meu coração é mais puro do que parece. Se for possível, só quero que tudo vá bem.

— Se você não está me sequestrando, pare de usar sua habilidade imediatamente.

— Isso é um pouco… bem, ainda tenho medo de ser atacado. Sou um pouco fraco, sabe?

Enquanto encolhia os ombros, Cha Soo-yeon me lançou uma cara ainda mais irritada.

Isso foi um pouco demais; fiquei levemente magoado, a atmosfera era tão diferente quando estávamos falando de Ha Tae-heon…

— Já que fomos tão longe, que tal ouvir ao menos a oferta? Com sua cooperação, podemos terminar essa conversa em duas horas.

— Como posso confiar em você…?

— Como ainda não confia em mim nesta situação em que me encontro lidando sozinho com você? Você sabe muito bem que seria difícil para mim vencê-la caso lutasse a sério.

— …

Isso era uma meia mentira…

A habilidade de Han Yi-gyeol nunca tinha sido inferior à de Cha Soo-yeon. Logo, caso estivéssemos nos enfrentando com todas as forças agora, era certo que ambos acabaríamos gravemente feridos.

— Se você estiver disposta a ouvir minha oferta, eu desativarei minha habilidade.

Cha Soo-yeon franziu as sobrancelhas com as minhas palavras e ponderou.

Realmente, não parecia ser fácil convencê-la.

— Você não tem que pensar muito. Não é inteligente ouvir primeiro a oferta?

— …

— Se me ouvir e acabar não gostando, não vou mantê-la aqui por mais tempo. Porém, caso coopere, eu até lhe darei um item como sinal de apreço. Que tal?

— Haa… Certo. Certo. Vou ouvi-lo, então desative sua habilidade agora mesmo.

O vento foi retirado de Cha Soo-yeon. Ela, que pousou com um movimento fácil, me lançou uma expressão um tanto quanto desconfortável.

— Por favor, não olhe para mim assim. A oferta não é nada de mais…

— Não é nada de mais, mas você me trouxe até aqui.

— É porque sou um pouco pacifista.

Não era fácil raptar uma pessoa famosa como Cha Soo-yeon sem usar violência ou drogas. E ainda assim, a razão pela qual fiz esta escolha foi porque a cooperação de Cha Soo-yeon era essencial para o meu plano proceder.

— Muito bem, me diga qual é a sua oferta.

— Certo.

Pensei um pouco sobre por onde começar e seu conteúdo mais importante.

— Vou atrair Ha Tae-heon desta forma…

— O quê?!

Cha Soo-yeon ficou chocada.

Sua felicidade ao ouvir o nome de Ha Tae-heon no carro não podia se comparar com sua expressão de raiva.

Eu falei algo errado?

— Você está fazendo tudo isso por ele ser seu objetivo? O que você pretende fazer com Tae-heon-ssi?!!

— N-Não, não…

— Se for esse o caso, eu nunca cooperarei! Prefiro acabar com você agora mesmo…!

— Não foi isso que quis dizer! É um mal-entendido — falei enquanto balançava minhas mãos em negação.

Acho que foi uma péssima escolha trazer à tona o conteúdo mais importante.

— Sendo mais preciso, meu objetivo é evitar que Ha Tae-heon vá “lá”.

— Explique direito.

— Você sabe que terá uma reunião relacionada a um portal na sede de administração às 5 horas de hoje?

— Está falando sobre a reunião relacionada ao surgimento do novo portal?

— Sim. Se eu estiver correto, o novo portal ficará responsável pela Guilda Roheon. Já, a Equipe de Limpeza deste portal terá, naturalmente, Ha Tae-heon como representante…, mas enfim, para isso acontecer, ele também deverá participar desta reunião.

— Não pode ser… você…

— Sim. Quero atrair Ha Tae-heon até aqui para impedi-lo de comparecer à reunião. Esse é meu objetivo.

Para ser mais preciso, esse era o objetivo de Cheon Sa-yeon que, cobiçando este novo portal, não dava a mínima para qual guilda estava responsável…

“A primeira arma do mundo de Rank SS deve sair dele.”

Normalmente, vários monstros de ranks diferentes apareciam dentro de um portal — contribuindo assim para seu nível de dificuldade ser atribuído. — Contudo, quando possuía um “Boss”… as coisas eram diferentes.

Os bosses eram monstros inexplicavelmente fortes que dropavam armas ou itens após suas mortes, já a nivelação do portal variava dependendo apenas de seu próprio rank.

Exemplo: Se o portal contém vários monstros Rank B e um boss de Rank S, o Rank S era aquele que seria atribuído a ele.

Além disso, os ranks dos drops obtidos também eram determinados pelo nível do boss, ou seja, quanto maior seu rank, maior a qualidade dos itens e armas dropados.

O nível mais alto de portais com boss que apareceu na Coreia até o momento foi o de Rank S. Totalizando, havia 5 portais de Rank A e 2 de Rank S.

Mas, desta vez, o primeiro portal de Rank SS do mundo apareceu. Portanto, sabendo muito bem das recompensas, não era surpreendente que Cheon Sa-yeon realmente quisesse tomar posse dele.