I Don’t Want This Reincarnation – Capítulo 98
Conhecendo suas intenções (2)
Eu já tinha tido um sonho irritante, então meu humor piorou sem parar. Perguntei ao Cheon Sa-yeon, tentando afastar as memórias do passado que permaneciam no canto da minha cabeça.
— Qual é a situação?
A voz que saiu da minha garganta seca era áspera como uma lixa. Ele disse que acordei em três dias, então me perguntei se as coisas tinham sido resolvidas até certo ponto depois que desmaiei.
Cheon Sa-yeon entregou um copo de água morna e respondeu com uma atitude relaxada.
— Há alguns feridos, mas nenhuma morte. Alguém que mora em algum lugar conseguiu evacuar graças à força irracional.
Senti um espinho nas palavras, mas fingi que não sabia e bebi a água.
— Isso é um alívio. E quanto a estradas ou edifícios quebrados?
— Ainda está sendo resolvido. No entanto, cada guilda selecionou e enviou membros para ajudar no trabalho de restauração, então acho que será resolvido até certo ponto em um mês.
Cheon Sa-yeon, que pegou o copo vazio naturalmente, ergueu levemente o canto da boca.
— Tome um banho e saia. Falaremos do resto depois disso.
— Você vai esperar? Não está ocupado?
— Posso te dar uma mão?
Cheon Sa-yeon estendeu a mão, dizendo outra coisa. Sai fora, seu desgraçado. As mãos brancas de Cheon Sa-yeon bateram palmas e eu caminhei até o banheiro.
— Coloquei roupas para você se trocar no armário.
— ……
De qualquer maneira, seu bom senso não servia para nada. Respirei fundo e abri a porta do banheiro.
Depois do banho, coloquei apenas a roupa de baixo e a calça, e segurei minha camisa na mão. A água escorria do meu cabelo molhado, então achei melhor usar depois que secasse um pouco. Depois de escovar meu cabelo algumas vezes, abri a porta do banheiro.
Cheon Sa-yeon, que estava sentado na cama com os braços cruzados, ergueu uma sobrancelha quando saí do banheiro.
— O que é isso?
— O que mais seria?
— É um presente?
— ……
Que cara louco. Você está falando besteiras como um presente. Vendo meu rosto miseravelmente distorcido, Cheon Sa-yeon sorriu brilhantemente.
— Se você vai dizer algo assim, saia.
— Que insensível.
Afastei minha franja, que estava molhada e cobria meus olhos. Gotas de água pingavam das pontas do meu cabelo e desciam pela minha clavícula até meu peito. O olhar de Cheon Sa-yeon voltou-se para a gota de água por um momento.
— Han Yi-gyeol.
Cheon Sa-yeon levantou-se de seu assento e abriu a boca.
— Você deve ter algo para me dizer.
Quando encontrei seus olhos negros, fiz uma careta. Sim, havia. Por alguma razão, era vergonhoso falar claramente.
“Me sinto mal.”
Nesse caso, seria melhor manter as aparências. Naturalmente, desviei o olhar e respondi.
— Não. Não tenho.
— Hum.
Cheon Sa-yeon se aproximou de mim, talvez percebendo que eu estava tentando fugir. Uma parede fria tocou minhas costas enquanto eu reflexivamente recuei para a distância encurtada.
— Mentir não é tão divertido.
— O quê…? Uh.
Cheon Sa-yeon agarrou meu pescoço em um instante. Seu toque despreocupado fez minha respiração sufocar e uma dor penetrante aumentou.
“Porra, esse maldito de novo!”
Xinguei Cheon Sa-yeon por dentro e agarrei o pulso dele com a mão vazia para escapar. No entanto, não importava o quanto eu tentasse, não conseguia movê-lo.
— Me solta, seu filho da puta.
— Naquela hora. Em frente ao portal da ilha.
Seu olhar para mim era muito frio. Talvez tenha liberado de propósito, uma energia fria fluiu de Cheon Sa-yeon, que estava próximo, e meu corpo endureceu. Como uma presa diante de um predador, senti minha mão tremer e engoli saliva seca.
— Quem veio quando eu estava fora?
— Ha, seu maluco. Isso ainda…
— É isso que vou dizer, Yi-gyeol-ah.
— Keuk!
Isso machuca…! Uma dor excruciante varreu o pescoço apertado. Cheon Sa-yeon me empurrou contra a parede enquanto eu instintivamente lutava para escapar, torcendo os cantos de sua boca e sorrindo. Tuk, a camisa branca que eu estava segurando caiu no chão.
— Se vai fingir que não, faça direito. Você não queria que eu soubesse depois de ficar sem camisa?
— Gaah, uh…!
— Quem foi? Ha Tae Heon? Hum. Eu não teria tempo para isso. Se não Ha Tae-heon…
A sensação do colar tocando minha pele nua era assustadora. Cheon Sayeon, que estava contemplando por um tempo olhando para mim, exalando, inclinou ligeiramente a cabeça.
— Foi Lee Joo-ha?
— ……
— Se for o que Lee Joo-ha tem a dizer… Ah. O casaco da rank SS de Ha Tae-heon?
A força em meu pescoço ficou mais forte. Fechei os olhos com força e os abri quando senti meu rosto corar de sangue.
— É só isso? Realmente?
— ……
— Responda, Han Yi-gyeol.
Ele não soltou a mão que estrangulava meu pescoço para responder. Lutei para abrir a boca.
— Isso mesmo.
— É mais chato do que eu pensava.
Cheon Sa-yeon, que murmurou com uma expressão indiferente, soltou meu pescoço. Uma tosse seca saiu da minha garganta enquanto eu rapidamente recuperava o fôlego. As lágrimas que mal estavam penduradas nos cantos dos meus olhos caíram.
— Haa, haa…
Enquanto Cheon Sa-yeon olhava para mim ofegante tocando o pescoço que deve ter deixado uma marca, ele disse.
— Quando perguntei com o que você estava insatisfeito, era só isso? O que incentivou Ha Tae-heon a fazer para deixá-lo desconfiado?
— Coff, ha… E daí?
Suprimindo algo quente vindo das profundezas, respondi. Cheon Sa-yeon fez uma cara que ele realmente não conseguia entender.
— Han Yi-gyeol. Como você sabia onde estava o casaco da rank SS e como o conseguiu…? Você deve saber por que não perguntei. Você e eu não estamos no mesmo barco?
Ao contrário do olhar frio, a voz de Cheon Sa-yeon era tão doce.
— Respeitamos o que escondemos uns dos outros, e não estranhamos. Você já esqueceu?
— Alguém que sabe disso, te machuca assim?
— Isso é diferente. Como posso fingir que sou ignorante quando você diz que está ofendido comigo?
Ele era muito egoísta, apenas fazendo o que queria. Para mim, que estava rindo em vão, porque era ridículo, franzi a testa levemente como se sentisse pena de Cheon Sa-yeon.
— Eu esperava, Han Yi-gyeol, que você tivesse um pensamento mais útil. Isso é ruim. Simplesmente…
— Pois é.
Eu estava tão irritado que não quis mais ouvir. Depois de cortar as palavras do Cheon Sa-yeon, agarrei minha garganta dolorida e abri minha boca.
— O fato de você ter feito esse tipo de merda em um lugar que eu não conhecia foi bem chato.
Você pensou que não havia nada que queria perguntar sobre mim? Mesmo depois de entrar no portal da Área G5, lutei para entender a intenção de Cheon Sa-yeon.
No entanto, no final, o que restou em minha mente…
— Você parece idiota. Ainda assim, este sou eu.
Era apenas o sentimento de traição do Cheon Sa-yeon que senti por um momento.
Patético e absurdo, acreditei no Cheon Sa-yeon. Nas ações que ele me mostrou, entendi mal que deveria haver alguma sinceridade.
— Ainda assim, não há segunda vez.
Sentindo a dor crescendo em meu pescoço, levantei minha cabeça e olhei para Cheon Sa-yeon. O sorriso em seu rosto, que estava sombreado pela luz da luz, havia desaparecido.
— Porque eu não sou burro o suficiente para acreditar mesmo depois disso acotnecer.
— ……
Cheon Sa-yeon, que abriu a boca para dizer algo, fechou-a novamente sem cuspir nada. Piscando lentamente, ele suspirou.
— É realmente, decepcionante…
Foi uma avaliação seca, sem sentir emoções. Cheon Sa-yeon tocou seu relógio, que girou ligeiramente.
— Não vai acontecer duas vezes, então devo dizer que estou feliz em ouvir isso.
— ……
— Apenas faça uma pausa hoje. As visitas estão proibidas, por isso adiamos o encontro com as pessoas para amanhã.
— O quê?
Foi uma algo inesperado. Eu não consegui acompanhar o fluxo da conversa e apenas pisquei, mas Cheon Sa-yeon derramou suas palavras sem prestar atenção.
— Temos pessoal de segurança no local, então não pense em fugir e fique calmo. A curandeira Min Ah-rin será enviada amanhã de manhã.
— Espere um minuto.
Antes que eu pudesse perguntar, Cheon Sa-yeon deixou o quarto do hospital sem olhar para trás. Deixado sozinho em um instante, olhei fixamente para a porta bem fechada do quarto.
— O quê…?
Você proibiu as visitas? Então, foi por isso que Kim Woo-jin e Min Ah-rin não estavam aqui?
Foi ridículo quando ele respondeu descaradamente que não sabia que eu estava procurando por Min Ah-rin e Kim Woo-jin.
Quando virei meu olhar, o rosto de Han Yi-gyeol, que estava carrancudo no espelho pendurado na parede, foi refletido. Uma leve marca vermelha permaneceu em seu pescoço, como esperado.
— É realmente, decepcionante.
Enquanto eu olhava inexpressivamente no espelho e tocava meu pescoço, as palavras de Cheon Sa-yeon que acabei de ouvir ecoaram em meus ouvidos.
Decepcionante? Quem disse isso. Dito isto, fui eu quem fiquei desapontado em primeiro lugar.
— Enfim, seu maldito irritante.
Eu me virei e peguei a camisa que havia deixado cair antes. Meu cabelo ainda estava úmido, mas não a ponto de pingar água, então desamassei a camisa antes de vesti-la.
Mesmo tendo acabado de acordar, meu corpo parecia pesado. Após o sonho desagradável, recebi o temperamento do Cheon Sa-yeon, então agora eu já estava sem vigor algum.
Depois de quase abotoar minha camisa, voei sobre a cama como se estivesse caindo. Fechei os olhos ao sentir o cobertor macio em meu rosto.
Havia algo levemente visível através da escuridão total. Um bife com sangue vermelho foi colocado em um prato liso. Clack, clack. Uma voz cheia de riso podia ser ouvida através do som de pratos batendo uns nos outros.
— Você está fazendo um ritual? Por que não come?
Clique. Ele largou a faca que estava segurando em sua mão branca encharcada de sangue.
— Ops. É demais comer carne, porque sua boca está inchada? Desculpe, desculpe. Eu esqueci.
Logo depois que essas palavras foram ditas, uma tigela de mingau branco puro foi colocada sobre uma mesa cheia de comida.
— Coma, hm? Não me olhe com esses olhos. Ontem eu fui tão mal. Desculpe.
— Ho… Gaah, keuk…
— Não era minha intenção, mas estou um pouco estressado esses dias. Você entende, certo? Eu não costumo…
— Coff, coff.
— Ah, merda.
Enquanto os gemidos cheios de dor eram ouvidos continuamente, os lábios que estavam cuspindo desculpas se torceram desagradavelmente.
— Sim, Seokjae-ya. Por favor, limpe isso. Estou tendo conversas importantes, mas continuo sendo interrompido.
— Sim.
— O quão longe você foi? Ah… Por que está fazendo essa cara de novo?
Um homem que estava deitado no chão com todo o corpo aleijado foi arrastado com as costas presas no local. Sangue espesso correu pelo corpo do homem enquanto se afastava dele por um longo tempo.
— Não devo matá-lo? A seu pedido, posso poupá-lo de pelo menos uma dessas coisas.
Clack. Clack. O som de talheres batendo soou novamente.
— Mas não sei se ele tem dinheiro para o tratamento. Não tinha nem cédulas de mil wones, então é assim mesmo. Nesse caso, não seria mais conveniente para mim apenas matá-lo rapidamente?
— ……
— Você é muito fofo. O fato de que ainda pode fazer essa expressão mesmo que eu tenha feito isso… Você nasceu com isso?
Os pratos que estavam cheios à sua frente se espalharam como fumaça.
— Você dá carinho com facilidade, confia com facilidade e depois finge que não e se machuca. Como um cachorro perseguindo as pessoas, mesmo que seja abandonado…
Quando abri os olhos, a voz abafada desapareceu. Eu sorri amargamente com tal amargura.
Acho que sim. Pensei que tinha consertado até certo ponto, mas deve ter sido uma ilusão.
No final, o passado do qual não conseguia me livrar pesou muito nas minhas costas.