Lord of the Mysteries – Capítulos 411 ao 420

Capítulo 411 – Chegando em multidões

Combo → 41/55

“Parece ser da linhagem Balam… um professor universitário… É realmente o Sr. Azik, não alguém com o mesmo nome…” Usando as informações fornecidas pelo Velho Kohler, Klein basicamente confirmou que a pessoa a quem a recompensa era destinada era o suposto descendente da Morte, Azik.

“Aqui reside o problema. Quem ou qual organização está procurando pelo Sr. Azik?”

“O Episcopado Numinoso cujo objetivo final é reviver a Morte? Ince Zangwill, que gosta de ser o mentor dos bastidores?”

“É improvável que seja o último. Ince Zangwill possui o Artefato Selado 0-08, que permite que um alvo aja de acordo com suas descrições e, por meio de uma série de coincidências, pode atingir o objetivo desejado. Não há nenhuma necessidade de ele usar gangues e caçadores de recompensas para encontrar o Sr. Azik…”

“Espere, e se isso for realmente um arranjo do Artefato Selado 0-08? Percebendo que agora é o alvo do Sr. Azik, mas não tem confiança para conquistar a vitória na batalha, Ince Zangwill está usando 0-08 para instigar o conflito entre o Sr. Azik e alguma facção em particular, na esperança de eliminar seu inimigo indiretamente. E essa recompensa foi emitida por essa facção… É bem possível!”

“No entanto, não posso descartar o Episcopado Numinoso. Para se vingar, o Sr. Azik pode ter feito contato com eles. No entanto, houve grandes diferenças entre as duas partes em relação à ressurreição da Morte, o que acabou levando a um desentendimento…”

Klein instantaneamente pensou em duas possibilidades e nas razões correspondentes.

Ele tomou um gole de café e disse ao Velho Kohler: — Ajude-me a descobrir quem emitiu esta recompensa e seu preço exato. Se for apropriado, tomarei nota enquanto estiver nisso.

— Sem problemas. — O Velho Kohler não achou que houvesse algo errado com o pedido de Klein.

De uma certa perspectiva, não havia diferenças essenciais entre um detetive particular e um caçador de recompensas. A única diferença era que os detetives se envolviam em assuntos triviais, como pegar adúlteros em flagrante, encontrar gatos e ajudar os outros a passear com cachorros, enquanto tendiam a usar mais os poderes da dedução do que a força bruta.

Quando o Velho Kohler terminou de descrever o que tinha visto e ouvido, Klein lhe ensinou brevemente alguns dos truques para conduzir uma conversa com base no treinamento dos Falcões Noturnos, bem como os planos de contingência para cenários específicos.

— É hora de eu ir para as docas. Obrigado, detetive Moriarty, por me permitir levar uma vida boa mais uma vez! — O Velho Kohler pegou o chapéu velho e gasto em cima da mesa e agradeceu-lhe sinceramente.

O detetive, em sua opinião, não apenas lhe proporcionou um emprego bem remunerado, mas também lhe ensinou muitas coisas úteis. Mesmo que o detetive não precisasse mais dele como informante, as habilidades que ele aprendeu lhe permitiriam sobreviver no Burgo Leste, especialmente porque estava envelhecendo e menos capaz de trabalhos árduos.

“Uma boa vida? Na minha opinião, o que você tem agora é o básico do que uma pessoa deveria ter…” Depois de ver o Velho Kohler sair da cafeteria barata, Klein ficou sentado ali, atordoado.

Esta foi a primeira vez que ele ouviu o nome de um amigo por outra pessoa desde sua chegada em Backlund, e também foi a primeira vez que pode ter entendido o paradeiro de Ince Zangwill!

Nos últimos três meses, o principal objetivo de Klein foi digerir a poção e melhorar a si mesmo, especialmente depois de matar Lanevus.

Isso porque ele sabia muito bem que ele e Ince Zangwill, que provavelmente era um Beyonder de alta sequência, tinham uma lacuna intransponível. Ele não podia ficar impaciente por vingança, especialmente quando se tratava do arrepiante Artefato Selado 0-08. Ele nem tinha a intenção de se aproximar e investigar.

Cenas da Companhia de Segurança Espinho Negro em Tingen se repetiram na mente de Klein, e aqueles sapatos engraxados apareceram claramente diante de seus olhos.

Erguendo a cabeça e soltando o ar devagar, Klein pegou o cachecol e o chapéu e saiu da cafeteria barata.

…

Burgo Hillston, fora de um prédio bastante antigo.

Klein desceu da carruagem, apertou o chapéu e foi direto para a porta.

Era a casa de Isengard Stanton.

O grande detetive havia escrito para Klein alguns dias atrás, convidando-o para discutir um caso de assassinato.

O Sr. Klein, que esteve ocupado com o financiamento do projeto da bicicleta, respondeu com tato que não tinha tempo a perder como forma de rejeição. Para sua surpresa, Isengard Stanton não pareceu se importar e disse que o caso havia atingido uma parede de tijolos, tornando improvável que houvesse qualquer avanço tão cedo. Ele estava muito disposto a esperar pela visita do detetive Sherlock Moriarty e expressou como esperava uma conversa que acendesse centelhas de sabedoria.

Como tal, Klein só poderia primeiro adivinhar uma data adequada para a visita, escolhendo a data mais próxima após as negociações, que aconteceram esta tarde. Com isso, escreveu de volta e marcou um encontro.

Ding-dong, ding-dong.

Klein tocou a campainha duas vezes e recuou para esperar.

Mais de dez segundos depois, a porta se abriu e o assistente do grande detetive Isengard disse com um sorriso: — Boa tarde, detetive Moriarty. O Sr. Stanton está esperando por você na sala de atividades. Você gostaria de café ou chá?

O assistente era magro e usava óculos de aro dourado. Ele parecia refinado e profissional.

Klein olhou para ele e disse: — Chá. Economize nas fatias de limão.

— Sem problemas. — O assistente conduziu Klein até a sala de estar, apontou para a sala de atividades e disse: — Desculpe, nossos criados são apenas temporários e eles estavam de folga hoje, então só posso incomodá-lo a ir sozinho.

Klein assentiu e caminhou em direção à sala de atividades no primeiro andar.

Ao erguer a mão para bater na porta, de repente sentiu que algo estava errado.

“Marquei uma visita com o Sr. Stanton com alguns dias de antecedência. Por que eu acertei no dia de folga dos empregados temporários?”

Os olhos de Klein se estreitaram e ele puxou uma moeda de cobre.

Nesse momento, a porta da sala de atividades se abriu devido à batida, produzindo um pequeno estalo.

Em um piscar de olhos, como se algum selo tivesse sido removido, o forte cheiro de sangue fresco jorrou e dominou o nariz de Klein.

Pelo que ele pôde ver, a cadeira reclinável na sala de atividades estava virada e manchada de sangue vermelho escuro. Um livro estava ao lado dele, com a capa voltada para cima.

Com apenas aquele olhar, Klein sentiu como se estivesse vendo uma cena de crime.

O nome do livro chamou sua atenção: A Lenda do Diabo do Burgo Sivellaus.

“Diabo…” Klein estava prestes a fazer um movimento quando um vento forte de repente soprou na sala de atividades, abrindo rapidamente a porta.

Creak!

Klein viu claramente todo o interior da sala de atividades.

O carvão da lareira há muito havia se extinguido e não havia mais brasas vermelhas acesas; a mesa de centro, o sofá, as cadeiras, o armário e outros itens haviam caído ou quebrado. Parecia que ele testemunhou uma batalha intensa.

Havia muito sangue no carpete e nas paredes, e muitas marcas de queimaduras, mas não havia sinal de corpo no local, nem mesmo um toco de galho.

“Algo aconteceu com o detetive Stanton?” Klein de repente deu um passo para trás, pretendendo primeiro deixar o local.

No entanto, quase ao mesmo tempo, ele sentiu alguém se prender a ele.

Alguém estava olhando para ele com um olhar frio e impiedoso de um local desconhecido!

No momento em que cometesse um erro em sua resposta, ele receberia imediatamente um golpe fatal!

“Como este pode ser um dia adequado para visitar Isengard Stanton? Minha interpretação da revelação estava errada?” Klein não ousou agir precipitadamente.

No entanto, não estava muito nervoso ou perturbado. Tendo vivenciado muitas batalhas e performances, ele sabia que precisava manter a calma nesses momentos.

Tap, tap, tap. O assistente de Isengard Stanton se aproximou com uma bandeja.

Na bandeja havia um bule e duas xícaras de porcelana branca.

O assistente congelou no lugar quando viu a cena na sala de atividades.

Ele olhou para Klein, seu rosto repentinamente cheio de medo enquanto gaguejava: – Você… matou… Sr… Stanton…

Cada vez que ele dizia uma palavra, um pedaço de carne caía de seu rosto enquanto o sangue jorrava.

Depois que ele terminou de falar, seu corpo foi feito em pedaços, transformando-se em um cadáver desmembrado. Era como se ele sempre tivesse estado naquele estado, um corpo que foi costurado para simplesmente receber Klein.

Clang! Crack! O bule e a xícara de porcelana branca caíram no chão ao mesmo tempo, rolando ou espirrando, e a água do chá rapidamente encharcou a área.

Klein não se mexeu enquanto observava tudo o que havia acontecido. Isso porque ele ainda se sentia como se estivesse sendo observado.

A pessoa que causou essa série de eventos parecia estar esperando que ele fizesse um movimento antes de pular de costas e quebrar seu pescoço.

Depois de um período de tempo desconhecido, em um impasse silencioso e assustador, Klein viu a porta da casa de Isengard Stanton se abrir quando um grupo de policiais em uniformes xadrez preto e branco invadiu.

Quando encontraram os cadáveres repugnantes e desmembrados no chão, sacaram seus revólveres e os apontaram para Klein, que estava parado na porta da sala de atividades.

Apesar de enfrentar os canos negros das armas, Klein relaxou.

O olhar sem palavras que parecia apontar uma arma para trás de sua cabeça desapareceu naquele instante!

Klein levantou as mãos e riu impotente.

— Não direi nada até ver meu advogado.

…

Delegacia de polícia de Backlund em Chissak.

Acorrentado a um cano de água, Klein encontrou o advogado Jurgen mais uma vez.

— Vou acompanhá-lo durante o interrogatório. — Não havia nada incomum na expressão de Jurgen, como se o detetive Moriarty pertencesse aqui.

Klein suspirou e disse: — Que tragédia. Eu deveria estar pensando no que vou comer hoje à noite, não falando com um policial impassível.

O que ele mais agradeceu hoje foi que, devido à investigação da Ordem Aurora e à atenção do Beyonder de alta sequência da Escola de Pensamento Rosa, ele não trouxe nenhum item Beyonder com ele. Seu único revólver foi facilmente escondido da revista corporal usando uma performance de Mágico.

Ao entrar na sala de interrogatório, ele contou a carta que recebeu de Isengard Stanton sobre a discussão de um caso sem o questionamento do policial.

— Mais tarde, iremos à sua casa com o Sr. Jurgen para recuperar essas cartas. Espero que ainda estejam lá. — O policial encarregado do interrogatório mudou de assunto e perguntou: — Como você conheceu o detetive Isengard Stanton?

Klein respondeu sem hesitar: — Por causa daquele caso de assassinato em série…

Neste ponto, ele de repente congelou por um momento.

Isso o lembrou de algo. Ele sempre suspeitou que havia um mestre por trás do cachorro diabólico, a pessoa que pigarreou quando o cachorro do diabo foi morto.

“Sim, o livro que Stanton estava lendo antes do ataque era A Lenda do Diabo do Burgo Sivellaus. Será que o dono do Cachorro Diabólico está começando a se vingar depois de ficar escondido todo esse tempo? E o detetive Stanton foi a pessoa nos registros policiais que forneceu as principais pistas ou ideias. Além disso, foi ele quem recebeu a recompensa generosa!” Klein rapidamente teve uma teoria.

Capítulo 412 – Carta

Combo → 42/55

Quando pensou na possibilidade de que o dono do Cachorro Diabólico estivesse envolvido, Klein mudou sua estratégia e decidiu relatar seu envolvimento com Isengard Stanton em detalhes.

Além disso, tomou a iniciativa de mencionar a reunião de Isengard Stanton de uma equipe de detetives para investigar o assassinato em série e a parte da recompensa que eles obtiveram com sucesso.

— Nessa comissão, embora eu só tenha dado algumas ideias, bem… no jargão da indústria de detetives particulares, forneci sugestões, mas ainda assim foi considerada a maior contribuição por Sr. Stanton, então recebi a maior parte da recompensa. — concluiu Klein.

Os dois oficiais encarregados do interrogatório anotaram as informações e perguntaram se alguém poderia provar. Klein deu a eles os nomes e endereços de Stuart, Kaslana e dos outros detetives particulares.

— Muito bem, Sr. Moriarty. Sua resposta é detalhada o suficiente. — Um policial parou de escrever e perguntou: — Quanto tempo você passou na casa de Isengard Stanton hoje? Quero dizer, desde o momento em que você entrou até o momento em que o encontramos.

Klein pensou por um momento e, sem consultar o advogado Jurgen, respondeu diretamente: — Cerca de dois a três minutos.

O que ele disse foi baseado no que realmente sentia.

Outro policial ergueu as sobrancelhas e disse: — Muitos moradores próximos puderam confirmar que você entrou na casa de Isengard Stanton por volta das 14h10. Chegamos ao local às 14h28, ou seja, você estava na casa há cerca de dezoito minutos, não dois ou três minutos!

— O que exatamente você estava fazendo durante esse longo período de tempo? Por que você não saiu e chamou a polícia?

“Dezoito minutos se passaram?” Klein franziu a testa de repente.

Ele sentiu que o impasse que tinha com a existência que o observava silenciosamente durou pouco mais de um minuto. Como demorou dezoito minutos?

“Foi a estranha sensação de estar sendo observado que confundiu minha compreensão do tempo, ou foi outra coisa? São os poderes Beyonder da outra parte? Se realmente fosse o dono do Cachorro Diabólico, ele estaria pelo menos na Sequência 6, com grande probabilidade de ser a Sequência 5…” Enquanto Klein ponderava, Jurgen se inclinou para a frente, pronto para acusar a polícia de estar fazendo perguntas sugestivas.

Esse não era um motivo muito bom, mas ele simplesmente queria usar esse método para interromper o ritmo do interrogatório e atrasar a pergunta desfavorável para seu cliente.

Nesse momento, Klein levantou a mão para esfregar a testa.

— O que acabei de dizer é a verdade. Com base no que senti, apenas dois ou três minutos se passaram depois que entrei na casa do detetive Isengard Stanton.

Ao dizer isso, ele enfatizou: — Sim, com base no que senti.

Os dois oficiais trocaram olhares antes de escrever a resposta.

Após um momento de silêncio, o oficial que havia feito a pergunta disse: — Durante aqueles dezoito minutos, um criado que voltou de fora da casa tocou a campainha, mas ninguém atendeu, então ele olhou pela janela oriel e viu o chão cheio de cadáveres e que você estava parado na porta da sala de atividades.

— Ele estava apavorado, correndo para a delegacia como um louco, e muitos transeuntes e alguns moradores confirmaram isso.

Klein ignorou o olhar do advogado Jurgen e balançou a cabeça.

— Não ouvi a campainha.

Os dois oficiais trocaram olhares novamente, mas não fizeram nenhum comentário. Tudo o que fizeram foi anotar o que foi dito.

Eles fizeram perguntas sobre outros detalhes, e Klein, que não havia feito nada e estava livre de culpa, respondeu a todas as perguntas com sinceridade.

No final, ele não pôde deixar de perguntar: — Você encontrou o detetive Isengard Stanton? Não parecia que a sala de atividades tinha um cadáver. É provável que ele ainda esteja vivo, certo…

Um policial usou uma caneta para bater na mesa e disse: — Essa é uma das coisas que estamos pensando. Apenas a sala de atividades da casa apresentava sinais de briga, e as janelas estavam fechadas, e não eram abertas há dias. Como você sabe, isso é muito normal durante as estações de outono e inverno de Backlund.

— O agressor e o Sr. Isengard Stanton deixaram a sala de uma maneira estranha e não encontramos vestígios dele em nenhum outro lugar da casa ou da vizinhança, nem mesmo sangue.

Sem esperar que Klein falasse, ele questionou antes de responder à sua própria pergunta: — Você definitivamente deseja mencionar a porta da sala de atividades e a porta da casa, mas muitas pessoas confirmaram que não houve perseguição nas proximidades, nem ninguém foi feito refém ou um cadáver sendo removido.

“Talvez tenha realmente acontecido no meio da noite? Talvez eles fossem capazes de atravessar paredes?” Klein ofereceu silenciosamente outras possibilidades em sua mente e orou silenciosamente.

“Que a Deusa abençoe o detetive Isengard Stanton e que ele tenha escapado do desastre.” A Deusa da Meia Noite era a Imperatriz do Desastre e do Horror.

Quando o interrogatório terminou, Klein foi detido em uma pequena sala e a polícia enviou alguém para pegar a carta como prova com o advogado Jurgen na Rua Street, nº 15.

Não foi até a noite que Klein foi finalmente admitido sob fiança, pagando uma quantia de cinquenta libras.

— Está muito mais caro do que da última vez. É difícil para o detetive particular normal ter tanto dinheiro em um curto período de tempo. — Depois de deixar a Delegacia de Polícia de Chissak, Klein levantou a gola de seu casaco e reclamou com Jurgen.

Jurgen ainda usava uma expressão profissional e séria.

— A situação foi favorável a você da última vez, mas desta vez, muitas das evidências apontam para você.

Ele parou uma carruagem alugada, virou a cabeça para o lado e olhou para Klein.

— Sherlock, sou seu advogado. Antes de responder às perguntas do policial, é melhor que você se comunique comigo, mesmo que seja apenas me olhando.

— Não fale descuidadamente, mesmo que sinta que não há problemas. Pessoas comuns que não foram treinadas dirão facilmente coisas que as enganarão.

“Isso… Estou acostumado a inventar minhas próprias histórias e resolver meus próprios problemas…” Klein lembrou o que acabara de acontecer e deu uma risada vazia.

— Ok, vou manter isso em mente.

Sem dizer mais nada, Jurgen embarcou na carruagem.

Klein sentou-se diante dele e pensou no ataque do detetive Isengard Stanton.

Enquanto pensava, de repente ouviu o barulho de seu estômago.

“Já passou da minha hora normal de jantar…” Klein pegou seu relógio de bolso de ouro e o abriu.

Ele não queria gastar mais energia preparando comida, então começou a pensar em qual restaurante valia a pena esperar.

Naquele momento, Jurgen ergueu as pálpebras e disse: — Pedi à minha avó para preparar o jantar para três.

— Como posso recusar? — Klein ficou surpreso por um momento antes de rir. — As habilidades culinárias da Sra. Doris são sempre algo a se esperar.

…

Quando voltaram para a Rua Minsk no Burgo Cherwood, o céu estava completamente escuro e as lâmpadas da rua eram ainda mais brilhantes do que a indistinta lua vermelha no céu.

Depois de jantar na casa dos Jurgen e se divertir com o gato, Klein voltou para casa no ar frio e úmido.

Ele costumava vasculhar a caixa de correio e tirou uma cópia das Notícias Vespertinas de Backlund que acabara de chegar.

Klein abriu a porta com o jornal na mão e, assim que guardou a bengala, percebeu que algo estava errado.

Sua intuição espiritual como Vidente lhe disse que um estranho havia entrado em sua casa!

“Foi a polícia que veio recolher as provas?” Klein olhou em volta com cautela e de repente viu uma carta na mesa de centro.

Deveria haver apenas jornais ali!

Klein entrou na sala cautelosamente, preparando-se para um ataque. Aproximou-se da mesinha de centro e, durante todo o processo, o ambiente ficou completamente silencioso sem a menor anormalidade.

Olhando para a carta, Klein primeiro pegou um par de luvas pretas e as calçou antes de abrir a carta.

Havia um pedaço fino de papel dentro do envelope. Depois de desdobrá-lo, uma cor vermelha escura foi imediatamente refletida nos olhos de Klein, e um leve cheiro de sangue permaneceu em seu nariz.

Palavras foram escritas no pedaço de papel com sangue coagulado: “Todos vocês vão morrer!”

“Isso… É mesmo o dono do Cachorro Diabólico? Ele está se vingando das pessoas que causaram a morte de seu cachorro? Este é realmente um caso de intimidar os fracos e temer os fortes. Por que não encontrar diretamente os Falcões Noturnos responsáveis pela operação de limpeza?” O coração de Klein apertou e muitos pensamentos passaram por sua mente.

Mas rapidamente rejeitou sua reclamação. Era muito normal se vingar da pessoa com quem se podia lidar. Assim como nos últimos meses em Backlund, ele nunca pensou em encontrar Ince Zangwill, mas nunca desistiu de perseguir Lanevus.

Depois de olhar em volta novamente, Klein gradualmente descobriu que esse assunto era um pouco confuso.

“Ele não tem medo de ser pego pelos Beyonders oficiais usando um método tão ostensivo para se vingar? Este é o requisito de atuação para sua poção?”

“Ou melhor, visto que o detetive Isengard Stanton escapou, ele sabe que não pode se livrar de seus alvos em segredo, então só pode mudar seus métodos. Mas qual é a razão por trás desse método?”

“Além disso, quando eu estava na casa do detetive Stanton, ele estava claramente me observando. Por que não fez um movimento? Ele estava apreensivo com um detetive particular comum como eu?”

“Não, impossível… Ele sabe que sou um Beyonder? Possível. Devido ao efeito colateral de me perder devido à Chave Mestra, eu me encontrei com o Cachorro Diabólico. Ele viu meu corpo e como eu parecia. Embora eu estivesse disfarçado, não posso ter certeza de que um diabo possa ver através dele…”

“Talvez, depois desse incidente, tenha conseguido apresentar a cena ao seu dono de alguma forma…”

“No entanto, naquela época, eu não conseguia nem derrotar o Cachorro Diabólico, então só podia fugir pateticamente. O que há para ter medo? A menos que ele esteja preocupado com outra coisa, como o ferido Isengard Stanton, que pode estar escondido por perto?”

“Ele me escreveu abertamente, pensando que eu, um Beyonder não oficial, não ousaria pedir ajuda aos oficiais?”

Com a cabeça cheia de perguntas, Klein inspecionou a casa e caminhou até o segundo andar.

Quando abriu a porta do quarto, outra carta apareceu.

A carta estava quieta sobre a escrivaninha, como se estivesse esperando por ele há muito tempo.

Klein abriu a carta e viu uma frase em vermelho escuro: “Você é o próximo.”

“Próximo… Que arrogante…” Klein não pôde deixar de suspirar.

Neste momento, ele de repente teve um pensamento. Levantou a cabeça e olhou para fora da janela.

Do outro lado dele havia algumas casas de dois andares com as luzes acesas.

O brilho das lâmpadas da rua incidiu sobre suas paredes externas, formando uma zona entrecruzada.

De repente, as sombras nas áreas se contorceram, formando uma sombra negra em um fraque.

A sombra ergueu a mão direita, gesticulando em forma de revólver, e apontou para Klein.

Em seguida, retraiu o braço e soprou na boca da arma.

Imediatamente depois, silenciosamente recuou, transformando-se em inúmeras sombras desconectadas.

Capítulo 413 – Visitantes

Combo → 43/55

Dentro da Delegacia de Polícia de Rice, responsável pela Rua Minsk e arredores.

Klein apertou a mão do policial que o escoltou para fora.

— Esta carta ameaçadora deve ter algo a ver com os assassinatos em série anteriores. O organizador da equipe de detetives, o grande detetive, Sr. Isengard Stanton, já foi atacado esta tarde!

— Por favor, leve isso a sério.

O policial recolheu a mão e disse: — Não se preocupe, Sr. Moriarty. Definitivamente, não vamos ignorar sua sugestão e vamos denunciá-la imediatamente aos superiores.

— Muito obrigado. — Klein pôs o chapéu e saiu pela porta.

Após ver as duas cartas ameaçadoras e a provocação do suposto dono do Cachorro Diabólico, Klein não hesitou em levar as provas à delegacia mais próxima para denunciar o caso. Ele secretamente esperava que o assunto fosse transferido para os Punidores Mandatários ou para a Mente Coletiva da Maquinaria o mais rápido possível para que ele pudesse ser colocado sob a proteção dos Beyonders oficiais.

Embora não tivesse mais motivos para manter sua identidade de detetive, sendo plenamente capaz de desistir de sua residência na Rua Minsk e mudar para outra residência e identidade, ele suspeitava que esse poderia ser o objetivo do autor daquela ameaça carta.

Usando o medo de que os Beyonders sem registro fossem expostos, o perpetrador o estava forçando a fugir na calada da noite. Então, durante esse processo, ele poderia aproveitar a oportunidade para lançar um ataque.

“Na verdade, é um momento bastante adequado para me atacar enquanto eu estava indo para a delegacia de polícia para relatar o incidente… E também quando eu estava em casa… Aquele sujeito tem outros planos…” Confuso e cauteloso, Klein voltou para a Rua Minsk.

Assim que desceu da carruagem, viu uma figura vagando na frente de sua casa com a ajuda dos postes de iluminação em meio à garoa.

O coração de Klein disparou, mas ele relaxou imediatamente ao reconhecer o visitante.

Era Stuart, um detetive particular magro de estatura mediana, que o adorava.

“Não posso ser descuidado… E se as sequências subsequentes do Diabo tiverem um poder semelhante ao Sem Rosto?” Klein agarrou sua bengala com força e se aproximou lentamente, então deu uma tosse de sondagem.

O detetive Stuart virou a cabeça abruptamente e disse nervosamente: — Sr. Moriarty, recebi uma carta ameaçadora. Dizia: “Todos vocês morrerão!”

— Você também recebeu? — Klein deixou escapar surpresa ao mesmo tempo em que achava isso compreensível.

Stuart também foi um dos detetives que Isengard Stanton reuniu para a investigação dos assassinatos em série.

Os olhos de Stuart se arregalaram abruptamente.

— Você também recebeu?

— Sim. — Klein assentiu com seriedade.

“Mais de uma, na verdade…” ele acrescentou silenciosamente.

— O que devo fazer? Primeiro fui visitar o Sr. Stanton, mas ouvi dizer que ele foi atacado, então vim imediatamente até você. Oh, graças a Deus por Suas bênçãos. Eu estava prestes a sair! — Stuart deixou escapar.

Klein apontou para a porta.

— Vamos conversar lá dentro.

Depois de entrar na sala de estar, Klein pediu licença para ir ao banheiro e foi apressadamente acima da névoa cinza para realizar duas adivinhações. Primeiro, era para confirmar que a pessoa era Stuart. E segundo, se havia algum perigo relativamente sério naquela noite. Ele recebeu uma revelação confirmando ambos.

Em outras palavras, Stuart não era o inimigo disfarçado e seria uma noite de perigo considerável.

Claro, esse perigo pode não acontecer bem na frente de Klein, mas alguém poderia ser eliminado em segredo. Essa era a limitação da adivinhação. Tudo o que ele pôde receber foi uma revelação de certo grau, não a resposta completa. Ele não conseguia obter uma resposta precisa.

Além disso, as limitações do misticismo não podiam ser resolvidas por técnicas como a exclusão ou a dicotomia.

Voltando ao mundo real, Klein apertou o botão mecânico do vaso sanitário e, em meio aos respingos de água, lavou as mãos e abriu a porta.

— Stuart, você gostaria de café ou chá? — Klein perguntou de uma maneira completamente composta.

Stuart se levantou e balançou a cabeça.

— Não, devemos discutir o problema primeiro. Embora tenha recebido muitas cartas ameaçadoras no passado, nenhuma delas se compara a que recebi hoje. Ele deve tê-las escrito usando sangue fresco! Minha intuição me diz que ele definitivamente vai agir, e que tem capacidade para isso!

— A propósito, o Sr. Stanton foi atacado pela mesma pessoa, não foi?

— Acho que sim, — disse Klein estoicamente antes de se sentar. — Isso provavelmente tem algo a ver com os assassinatos em série anteriores. A coisa comum que você, eu e o Sr. Stanton compartilhamos é esse caso.

“A reação de Stuart é um pouco exagerada… Ele está assustado com o ataque ao Sr. Stanton?” Ao mesmo tempo, Klein observava Stuart cuidadosamente.

Sendo contagiado por sua atitude, Stuart se acalmou significativamente. Ele sentou-se novamente e disse enquanto pensava: — Parece ser o caso…

Antes que ele pudesse terminar sua frase, sons de tilintar de repente ecoaram na sala.

Alguém havia tocado a campainha.

Stuart instantaneamente se sobressaltou, como um pássaro assustado.

Klein franziu a testa enquanto olhava para ele antes de se levantar para ir para a porta.

Assim que tocou na maçaneta, a cena lá fora apareceu em sua mente.

Os visitantes eram a detetive Kaslana em seu casaco cinza; sua assistente ruiva, Lydia; e vários outros homens que pareciam familiares.

“Eles são todos os detetives particulares que o Sr. Stanton reuniu… Como esperado…” Como Klein lembrou, ele reconheceu os visitantes.

Ele abriu a porta e deu dois passos para trás.

Com sobrancelhas espessas e bochechas ligeiramente caídas, Kaslana olhou para Klein e Stuart que estava atrás dele. Sem trocar gentilezas, ela disse sem rodeios: — Todos nós recebemos a mesma carta ameaçadora, então acredito que vocês também, certo?

— Sim, — Klein respondeu solenemente.

Kaslana não se esquivou de exalar uma lufada de névoa branca.

— Fomos todos reunidos pelo Sr. Stanton para participar da investigação dos assassinatos em série. Essa é a única coisa que temos em comum.

— Eu também acho. — Klein apontou para dentro de sua casa. — Vamos conversar lá dentro.

Observando a entrada dos seis detetives particulares, Klein rapidamente analisou as intenções do dono do Cachorro Diabólico.

“Para provocar tamanha comoção, isso logo atrairá a atenção das organizações oficiais de Beyonder. Quem sabe, pode haver uma potência semideus guardando esta área, então como ele se vingaria?”

“Ele está apenas sendo provocador, fazendo com que os militares e os Beyonders das três Igrejas enviem pessoas para proteger todos esses detetives particulares. Com os Beyonders oficiais não ousando ser negligentes, isso espalhará o pessoal e os exaurirá, fazendo-os correr. Tudo isso para se vingar do principal alvo do ataque daquela vez?”

“No processo, ele pode até ter a chance de matar alguns dos Beyonders oficiais…”

“Quanto aos detetives particulares, ele só agirá muito mais tarde, quando a cautela deles diminuir…”

“Claro, se sondas como essa derem uma abertura, então ele definitivamente não deixaria passar…”

“Para os demônios que podem sentir o perigo antes do tempo, este é um método que joga com seus pontos fortes.”

“No entanto, as três Igrejas, juntamente com os militares e a família real, possuem muitos especialistas e Artefatos Selados. Eles não têm falta de semideuses ou Artefatos Selados de Grau 0 e Grau 1. O dono do Cachorro Diabólico está tão certo de que não há poderes ou itens que possam restringir sua força?”

“Não, ele definitivamente não ousaria.”

“Os oficiais, especialmente os Falcões Noturnos, Punidores Mandatários e Mente Coletiva da Maquinaria, têm lutado contra Diabos por quem sabe quantos anos. Na Quarta Época, mesmo na mais antiga Terceira Época, não faltaram feitos semelhantes.”

“O dono do Cachorro Diabólico é no máximo um Sequência 5. Se qualquer coisa der errado, ele pode ser dilacerado por um semideus ou um terrível Artefato Selado. Por que ele ainda ousaria fazer tais tentativas?”

“Ou pode-se dizer que ele está simplesmente brincando com os oficiais e que não agiria, fazendo isso uma e outra vez…”

“Sim, há outra possibilidade. Usando a carta ameaçadora, ele consegue reunir mais da metade dos alvos. Em seguida, usando o contrapeso das organizações oficiais de Beyonders e as tendências processuais e burocráticas, criar um atraso de tempo…”

“O ataque ao Sr. Isengard Stanton deve ter sido entregue a Mente Coletiva da Maquinaria, que está encarregada dos assuntos sobrenaturais no Burgo Hillston, mas os que mataram o Cachorro Diabólico eram principalmente os Falcões Noturnos. As duas organizações definitivamente não se comunicam muito em detalhes…”

“Bem, também pode ser atribuído com base na fé do Sr. Stanton… Em qual divindade ele acredita… Eu não sei, nem posso dizer…”

“Resumindo, com tantos investigadores particulares morando em distritos diferentes e com credos diferentes, a divisão de jurisdição é um assunto problemático, e operações conjuntas não são tão fáceis de conseguir.”

“Neste momento, os que nos protegem devem ser apenas dois ou três grupos de Beyonders oficiais. No máximo, eles estariam no nível de diáconos e não usariam Artefatos Selados que são muito poderosos ou perigosos. Mesmo um Beyonder Semideus de Alta Sequência não direcionaria seu olhar para nós tão rapidamente.”

“Isso daria uma chance ao dono do Cachorro Diabólico.”

“Embora três a quatro grupos de Beyonders oficiais possam definitivamente matar um ou até mais de um Sequência 5, desde que ele tire vantagem da situação, há uma boa chance de que consiga escapar com sucesso.”

Klein foi capaz de deduzir duas ou três possibilidades em apenas vinte a trinta segundos, dando a cada uma delas uma opinião preliminar.

Pensando no resultado da adivinhação que indicava que haveria perigo significativo esta noite, Klein acenou pensativamente com a cabeça, fechou a porta e entrou na sala de estar. Ele disse aos detetives sentados ou em pé: — Vocês chamaram a polícia?

“Há quase metade das pessoas, que estavam reunidas naquela época, reunidas aqui…” ele examinou os detetives e murmurou interiormente.

Representando o resto, Kaslana respondeu: — Alguns chamaram a polícia, enquanto outros tentaram encontrar o Sr. Stanton ou amigos familiares. Por fim, todos nós nos reunimos e conversamos sobre a visita a você, o grande detetive.

Klein gentilmente acenou com a cabeça e disse deliberadamente: — Pessoal, não fiquem muito nervosos. A pessoa que enviou a carta deveria estar tentando se vingar daquele assassinato em série frustrado, mas é uma pessoa só, com no máximo um ou dois companheiros. Quanto a nós, temos um total de oito detetives, todos hábeis em combate e tiro, então por que deveríamos ter medo dele?

— Além disso, não éramos os únicos reunidos pelo Sr. Stanton, e deve ser o mesmo para aqueles que receberam as cartas ameaçadoras. Eles simplesmente não acabaram vendo vocês ou vindo me visitar.

Ao ouvir suas palavras, Kaslana e sua assistente, Lydia, revelaram expressões duvidosas, como se não tivessem certeza de algo.

Outro detetive respirou fundo.

— Sr. Moriarty, talvez seja como você diz, não precisamos ter medo dele.

— Mas ele é uma cobra sinistra à espreita no escuro. Ninguém sabe quando ele lançará um ataque e ninguém pode se proteger com antecedência. Além disso, ele pode até prejudicar nossos familiares.

— Familiares?

— Ah, minha esposa!

— Não, meu anjinho!

Os detetives foram instantaneamente dominados por suas emoções ao exibirem reações exageradas.

Parado atrás de Klein, Stuart tremia de medo e raiva.

— Não, eu não quero isso… — ele murmurou, quase perdendo o controle de suas emoções.

Assim que Klein e Kaslana tentaram acalmá-los, Stuart de repente sacou sua arma e apontou para a nuca de Klein!

Seus olhos estavam vidrados e suas emoções pareciam tê-lo dominado completamente.

Capítulo 414 – Apóstolo do Desejo

Combo → 44/55

Enquanto Stuart levantava a arma para mirar, Klein, que estava de guarda há muito tempo, já a havia detectado. Ele se lançou para frente ao mesmo tempo em que Stuart executava sua série de ações.

Bang!

Stuart, que estava claramente fora de controle, puxou o gatilho e a bala passou de raspão na lateral do rosto de um detetive particular ao atingir a parede.

Instantaneamente, os outros detetives sacaram seus revólveres devido ao estresse. Era como se estivessem olhando para o inimigo, tornando o cenário extremamente caótico.

Entre eles, Stuart e um detetive particular tinham rostos corados e veias salientes. Seus olhos ardiam com uma mistura de medo e raiva, como se tivessem se transformado em supostos diabos.

Nesse momento, Kaslana gritou: — Parem!

Sua voz não era alta, mas estava cheia de honra. Isso fez o corpo de todos tremer, e eles inconscientemente obedeceram.

Embora tenha havido um breve momento de silêncio, o humor de todos não pareceu melhorar. Klein já havia rolado para o outro lado e se levantou com o revólver na mão.

Sua mente acelerou e ele não podia se dar ao luxo de esconder seus pensamentos. Ele planejava contar com sua habilidade de alucinação para acalmar os poucos visitantes.

De repente, a campainha tocou.

Ding-dong, ding-dong!

Alguns dos detetives particulares ficaram repentinamente alertas e seus olhos revelaram uma pitada de lucidez.

O tilintar da campainha era como um balde de água fria derramado sobre suas cabeças.

Stuart olhou para o revólver em sua mão e murmurou atordoado: — O que eu estava fazendo agora…

“Os Beyonders oficiais fizeram sua jogada?” Klein deu um suspiro de alívio, aproximando-se da porta enquanto segurava seu revólver.

No momento em que segurou a maçaneta, a imagem da pessoa do lado de fora apareceu em sua mente.

Era um homem de casaco preto e chapéu de caçador. Ele tinha as têmporas grisalhas e um rosto magro — Isengard Stanton.

O rosto do detetive estava um tanto pálido e seu braço esquerdo estava apoiado perto do ombro.

“Ele realmente está bem!” Klein ficou encantado a princípio, mas depois tornou-se cauteloso — lembrou-se do dia em que o Mestre das Marionetes Rosago se transformou em um policial para bater à sua porta.

Klein colocou o dedo no gatilho, abriu a porta e deu dois passos para trás.

Isengard Stanton sorriu e acenou para ele.

— Obrigado por sua visita esta tarde; caso contrário, eu poderia não ter conseguido continuar brincando de esconde-esconde com aquele diabo.

— Você salvou minha vida.

“Isso… Será que a interpretação correta de uma data adequada para visitar Isengard Stanton é que, ao visitá-lo esta tarde, consegui ajudá-lo a sair do problema? E quanto aos próximos dias de datas adequadas para visitas? Ao contornar a cena do crime, eu não seria suspeito?” Klein não sabia se ria ou chorava.

Ele não baixou a guarda enquanto abria caminho.

— O que exatamente aconteceu?

— Conversaremos depois. — Isengard de repente baixou a voz e riu. — Você deseja discutir assuntos de Beyonders na frente de Stuart e dos outros?

“Então, aqui está você mencionando Beyonders para mim tão naturalmente? Isso mesmo, consegui ficar em um impasse com o dono do Cachorro Diabólico por mais de dez minutos. Isso serve para provar que não sou uma pessoa comum… Além disso, a sugestão que ofereci anteriormente apontava diretamente para um animal transformado em Diabo…” Klein silenciosamente ficou dois passos atrás de Isengard Stanton.

Ao ver esse grande detetive, Kaslana e sua assistente, Lydia, soltaram um suspiro de alívio. Stuart e os outros detetives particulares também demonstraram alívio.

— Você está bem, Sr. Stanton? — eles perguntaram.

Isengard moveu ligeiramente o braço esquerdo e disse: — Um pouco ferido, mas não muito.

— OK. Pessoal, não fiquem nervosos. Isso vai acabar logo. A polícia está esperando por aquele bastardo na escuridão.

— É por causa dos assassinatos em série?

— Você localizou o suspeito?

— Ele vai machucar os inocentes?

…

Os detetives particulares perguntaram freneticamente.

Isengard pressionou a palma da mão direita para baixo.

— Não se preocupe, contarei em detalhes em breve, mas antes disso, preciso descobrir algumas coisas com Sherlock e Kaslana. Vamos para a sala de atividades por alguns minutos.

Seu prestígio acumulado fez com que os detetives se sentassem sem refutar.

Embora ainda estivessem preocupados, eles não tinham mais o problema de se preocupar ou perder repentinamente o controle de suas emoções.

Depois de entrar na sala de atividades e fechar a porta de madeira, Klein deu uma olhada na sala fechada e de repente pensou em algo.

“Este tipo de ambiente é muito adequado para usar itens como o Frasco de Veneno Biológico!”

Ahem… Klein pigarreou, atravessou a sala e abriu a janela.

Ele ainda não relaxou sua cautela contra Isengard Stanton, nem acreditava que Kaslana fosse absolutamente confiável.

Isengard olhou em volta, sentando-se diretamente na cadeira reclinável de Klein antes de rir.

— Sendo velho, ainda gosto de sentar assim.

Sentado em um único sofá, Klein perguntou novamente: — Sr. Stanton, o que exatamente aconteceu?

Isengard olhou para Kaslana, que estava atrás de uma mesa de centro, e disse: — Somos todos Beyonders, então não vou explicar coisas relacionadas ao conhecimento geral.

— Beyonders? — Kaslana olhou primeiro para Klein, depois para Isengard, ligeiramente surpresa, mas não tão chocada.

“Acontece que você também é uma Beyonder… Por que você ficou perplexa com um fantasma fraco naquela época e incapaz de descobrir o problema… Sim, talvez ela seja de uma Sequência que não é boa em lidar com sombras ou fantasmas…” Klein respondeu ao seu olhar.

Isengard sorriu e disse: — Certa vez, fui para Lenburg por quatro anos a estudos, onde entrei em contato com o mundo Beyonder e me tornei um crente do Deus do Conhecimento e da Sabedoria.

— Depois de retornar a Backlund, gradualmente estabeleci um bom relacionamento com os militares, a Igreja da Deusa da Noite Eterna e a Igreja do Deus do Vapor e da Maquinaria, mas não ousei revelar minha verdadeira identidade, porque os Punidores Mandatários definitivamente me classificariam como herege de uma seita. Nesse assunto, as outras organizações oficiais não me ajudariam diretamente, pois isso equivaleria a iniciar uma guerra com a Igreja do Senhor das Tempestades.

— Como esperado da Igreja do Tirano.

— Tirano? — Klein perguntou de passagem.

Isengard pegou seu cachimbo, mas apenas cheirou o tabaco.

— Nossa Igreja chama internamente o Senhor das Tempestades disso.

— Tudo bem. Deixe-me primeiro voltar ao que aconteceu hoje. A pessoa que me atacou e entregou cartas ameaçadoras para vocês é o mestre do assassino em série de antes. Heh heh, você deve saber que o assassino é um cachorro preto da Sequência do Diabo, principalmente você, Sherlock. Você foi o primeiro a apontar que o Diabo poderia ser um animal.

Klein sorriu, nem negando, nem admitindo. Kaslana também apenas juntou as mãos, sem dizer uma palavra.

Isengard balançou a cabeça e riu.

— Não se preocupem, não sou um executor, mas como crente no Deus do Conhecimento e da Sabedoria, não posso pregar em Backlund ou estabelecer oficialmente uma organização. Só posso contar com vocês e outros como vocês para obter ajuda.

“Em outras palavras, você pode nos ajudar a assumir a culpa?” Klein zombou interiormente.

Isengard continuou, vendo que eles ainda não estavam admitindo.

— O mestre do Cachorro Diabólico é um especialista de Sequência 5. Sim, pelo que sei, a Sequência 5 do caminho do Diabo é o Apóstolo do Desejo. Eles podem usar e controlar as emoções e desejos de todos, induzindo-os a serem corrompidos.

— Ao enfrentar um Apóstolo do Desejo, não se deve ter sentimentos muito intensos. Não se deve fazer ou exibir desejos evidentes; caso contrário, eles serão imediatamente controlados remotamente por ele. Assim, uma semente pode ser plantada neles ou ser catalisada imediatamente.

— Isso fará com que as pessoas exibam muitos problemas à medida que gradualmente se corrompem. Elas também podem perder o controle de suas emoções em um momento crítico e serem incapazes de oferecer qualquer resistência… Esta é uma parte dos poderes Beyonder que um Apóstolo do Desejo possui. Eu confirmei esses aspectos da minha batalha com ele.

Ao ouvir isso, Klein de repente entendeu uma das razões pelas quais o culpado havia enviado cartas ameaçadoras e feito tais ações provocativas.

“Ele queria nos irritar, fazendo com que nossas emoções experimentassem mudanças violentas para que ele pudesse plantar uma semente de corrupção ou catalisar nossas emoções, fazendo-as explodir fora de controle!”

“Isso tornaria seus ataques mais simples e fáceis!”

“Felizmente, sou um Beyonder que experimentou muitas coisas. Naquela época, tudo o que eu tinha era vigilância e cautela… Quando Stuart e os outros viram a carta ameaçadora, suas emoções claramente mudaram, então o Apóstolo do Desejo plantou uma semente neles…”

“Se não tivéssemos sido capazes de estabilizá-los a tempo, a situação teria se tornado caótica com o conflito interno, dando aos Beyonders oficiais ao redor pouco tempo para reagir e, assim, dando ao Apóstolo do Desejo ampla oportunidade…”

“Quando eu estava na casa de Isengard Stanton, senti que o tempo passava devagar. Foi resultado da ampliação do meu súbito aumento de vigilância, tensão, cautela e outras emoções?”

Klein pensou no passado e se sentiu com sorte.

— Então é assim… — Kaslana parecia entender muitas coisas.

Isengard esfregou as têmporas e disse: — Quase fui manipulado por ele, o que resultou em meus ferimentos. Depois, usei um item místico para brincar de esconde-esconde dentro de casa. Foi só quando Sherlock visitou e os três lados chegaram a um impasse que tive a chance de respirar.

— Meu pobre assistente estava ansioso para voltar a Lenburg para a missa no dia de ano novo.

Nesse ponto, ele suspirou.

— Quando a polícia chegou, aproveitei para fugir e depois usei o rio para escapar da perseguição, — acrescentou Isengard. Ele então perguntou: — Sherlock, Kaslana, como vocês planejam lidar com esse problema?

Após um momento de silêncio, Kaslana disse: — Sr. Stanton, você tem alguma sugestão?

Isengard disse: — Primeiro, ter a proteção dos Beyonders oficiais, impedindo que o Apóstolo do Desejo ouse agir. Enquanto isso está acontecendo, devemos torcer para que ele seja rapidamente capturado ou morto.

— Se nossas esperanças não forem atendidas, é impossível que os Beyonders oficiais aloquem pessoas para nos proteger constantemente. Então, só temos duas escolhas. Primeiro, é mudar nossa identidade, inclusive de nossas famílias e nos mudarmos para um lugar diferente. Porém, ninguém pode garantir que o Apóstolo do Desejo não descobrirá isso. Em segundo lugar, podemos ingressar diretamente em uma organização oficial correspondente e nos tornarmos um membro externo. Dessa forma, nossa identidade e local de residência também mudarão, mas é muito mais seguro.

“Juntar-se a uma organização oficial correspondente? A Mente Coletiva da Maquinaria? Ou ir a lugares como Lenburg ou Masin para se juntar à Igreja do Deus do Conhecimento e da Sabedoria? Eu seria um crente de três igrejas?” Klein sentiu uma sensação inexplicável de absurdo.

Ele pensativamente pediu conselhos: — Não há outras soluções?

Ao mesmo tempo, não houve mudança na expressão de Kaslana. Não se sabia o que ela estava pensando.

Isengard Stanton esfregou seu cachimbo e disse: — Sim, podemos unir forças para criar uma oportunidade de encontrar e deter rapidamente o Apóstolo do Desejo.

— Claro, o resultado perfeito seria matá-lo diretamente.

Capítulo 415 – O Anel

Combo → 45/55

Klein não teve uma resposta muito grande em relação à sugestão de Isengard Stanton. Ele olhou para a porta bem fechada da sala de atividades e disse: — Até onde eu sei, um diabo pode prever o perigo antes de agirmos, e eles podem até determinar a origem do perigo, fornecendo assim uma resposta eficaz.

— É difícil encontrá-lo e contê-lo.

Isengard acenou levemente com a cabeça e disse: — Sim, esse é realmente o caso, mas isso não significa que não haja soluções.

— Que soluções? — Kaslana perguntou imediatamente.

Isengard sorriu e disse: — Eu lutei com ele de frente e testemunhei seus poderes Beyonder de prever o perigo, então tenho uma ideia aproximada de seus pontos fortes e fracos.

— Um Diabo pode de fato detectar o perigo antes que ele aconteça, e isso pode ser feito por um período de tempo bastante significativo antes do perigo. Enquanto fizermos planos e tomarmos medidas decisivas que o atinjam, ele receberá a premonição correspondente. Claro, tem que ser algo que realmente pode prejudicá-lo.

“Não, a verdade é que os pontos fortes e fracos dos diferentes tipos de Diabos são diferentes. Alguns deles podem ser capazes de detectar o perigo com dez ou vinte minutos de antecedência…” Klein retrucou silenciosamente, mas não disse isso em voz alta.

Isengard continuou, — A falha dos poderes de premonição é que eles só podem detectar a pessoa e a localização do perigo, mas não conhecem os detalhes específicos. Isso nos dá a oportunidade de aproveitá-la.

— Que oportunidade? Eu não acho que podemos prender um Diabo que pode prever o perigo, — Kaslana perguntou incrédula.

Klein também concordou com a cabeça.

“Claro, posso usar a névoa cinza para enganar o Apóstolo do Desejo, tornando-o incapaz de detectar o perigo antes do tempo. Mas o problema é expor o segredo da névoa cinza na frente dos outros…” Klein silenciosamente acrescentou algumas palavras.

Isengard riu.

— É verdade que não vai funcionar normalmente, mas o mundo Beyonder está cheio de coisas incríveis.

— Sou um Sequência 7: Guardião do Conhecimento do caminho do Leitor, também conhecido como Detetive. Ao dizer isso honestamente, é uma forma de mostrar minha sinceridade em cooperar.

— Nesta situação, acho que a honestidade é mais importante do que qualquer outra coisa.

“Apenas Sequência 7? Como poderia um Sequência 7 escapar de um Apóstolo do Desejo? Parece que o Sr. Stanton tem um item místico poderoso…” Esclarecido, Klein se mexeu na cadeira.

— Um Guardião do Conhecimento tem a habilidade de suprimir os poderes de premonição de um Diabo? — Kaslana perguntou com o corpo inclinado para a frente.

— Não, — Isengard disse com uma risada. — No entanto, eu tenho um anel. Origina-se de um Descontrolado de Sequência 6 do caminho do Leitor. Isso me permite diferenciar, reconhecer, lembrar e imitar todos os poderes de Beyonder que já vi antes. Claro, contra poderes de Beyonder mais poderosos, a chance de falha é maior.

— Haha, existe uma máxima em nossa Igreja, onisciência significa onipotência.

“Por que soa tão familiar… Além disso, a descrição do item…” Klein estava prestes a repassar suas memórias quando viu Isengard Stanton pegar um lindo anel.

O anel foi incrustado com muitos pequenos diamantes. Juntos, eles cercaram uma bela joia verde-esmeralda que parecia um olho humano.

Só de olhar para este anel, Klein sentiu-se tonto, como se tivesse sobrecarregado sua mente.

“Não é… Este Artefato Selado não é o 2-081? Isengard Stanton é o Velho Senhor Olho da Sabedoria?” Klein olhou surpreso para o detetive sentado na poltrona reclinável.

Esse anel era o Artefato Selado 2-081 que o Olho da Sabedoria havia exibido para ele anteriormente e usado várias vezes na reunião do Beyonder!

“Olho da Sabedoria… Este codinome parece estar relacionado à Igreja do Deus do Conhecimento e Sabedoria…” Klein, usando sua habilidade de Palhaço para controlar sua expressão enquanto olhava silenciosamente para Isengard Stanton.

No final, ele descobriu que alguns dos contornos do grande detetive combinavam com o Olho da Sabedoria, mas havia muitos detalhes que eram muito diferentes.

“Sua habilidade de se disfarçar é muito impressionante… Teve a ajuda do 2-081?” Klein fez um julgamento aproximado.

Neste momento, ele de repente pensou em uma cena.

“Se o Sr. Stanton disser: — Vamos todos trabalhar juntos para resistir ao Apóstolo do Desejo, e a coisa mais importante é a honestidade. Já descrevi minha Sequência e item místico. É sua vez. O que eu deveria dizer? Tirar silenciosamente o Broche do Sol que ele me vendeu?”

Naquele momento, ele não estaria dizendo: — Legal, então é você!

Enquanto Klein imaginava coisas, Kaslana olhou para o anel que Isengard Stanton mostrou e perguntou com inveja e perplexidade: — Que poder você está planejando imitar para resistir à capacidade do Apóstolo do Desejo de prever o perigo?

Isengard curvou o canto dos lábios e riu.

— A premonição que os Diabos têm em relação ao perigo.

Naquele momento, ele parecia uma raposa grisalha.

“Ah? Isso realmente funciona?” Klein foi momentaneamente incapaz de entender as complexidades.

Vendo Kaslana e Klein perplexos, Isengard riu e explicou: — Primeiro, que é o que estamos fazendo atualmente, elaborar um plano que possa realmente prejudicar o Apóstolo do Desejo e começar a trabalhar nele.

— Em segundo lugar, o Apóstolo do Desejo sentirá o perigo e saberá que o perigo vem de nós e que se origina deste lugar.

— Terceiro, como um Diabo, sem nenhuma preparação avançada, há certas coisas que são instintivas para ele e que ele não pode mudar. Sua primeira reação é definitivamente nos matar ou se vingar de nós, e haverá certas mudanças em seu corpo, após as quais ele considerará se a situação atual é adequada para um contra-ataque ou não, e se deve optar por ficar longe de nós.

— Quarto, ao imitar os poderes de premonição do Diabo, sentirei a ameaça do Apóstolo do Desejo e compreenderei a fonte do perigo, que também é sua localização atual.

“Isso é… uma operação corajosa…” Klein ficou bastante surpreso.

“Mas o que acontece a seguir? O Apóstolo do Desejo fugiria assim que percebesse que algo está errado. Não teremos nem tempo de persegui-lo…” Imediatamente surgiram dúvidas nele.

Isengard olhou para os dois e sorriu.

— De acordo com minhas deduções, ele deve estar escondido em nosso ambiente agora. Não importa o quão bom ele seja em controlar remotamente as emoções dos outros, deve haver um limite de distância. E agora, ele levou Stuart e os outros a perder o controle de suas emoções.

— Depois que escapei de sua perseguição, a razão pela qual demorei tanto para aparecer aqui foi porque estava discutindo um plano com os Falcões Noturnos, Mente Coletiva da Maquinaria e os militares. Cada um enviará de dois a três esquadrões encarregados de monitorar os burgos próximos. Todos esses burgos têm seus nomes de código. Heh heh, tudo isso estará dentro das expectativas do Apóstolo do Desejo. Mesmo que ele sinta o perigo, tratar-lhe-á apenas como normal.

— Assim que eu confirmar sua localização, informarei os Beyonders oficiais, e eles fecharão rapidamente as áreas correspondentes e se aproximarão dele.

— Mas aqui está o problema. Como devemos informar os Beyonders oficiais? Se não conseguirmos fazer isso em segundos, o Apóstolo do Desejo escapará. Claro, ele pode fugir logo após avisarmos os oficiais, — disse Klein, pensativo.

— Se for esse o caso, também estaríamos sem soluções. Não existe um plano que seja absolutamente perfeito. Só podemos esperar que o processo de ativação de um determinado Artefato Selado seja concluído. Quando chegar a hora, o Apóstolo do Desejo pode já ter deixado Backlund, mas ele pode voltar a qualquer momento, — explicou Isengard.

Ele então tirou um item dourado do tamanho da palma da mão. Parecia um telégrafo em miniatura, mas também tinha uma trombeta.

— Este é um Artefato Selado; pode permitir que minha voz soe simultaneamente até um alcance de cinco quilômetros, — Isengard sorriu ao apresentá-lo. — Seu efeito negativo é que, uma vez ativado, todos os sons em um raio de cinco quilômetros serão transmitidos aos ouvidos do usuário por um longo período de tempo. Claro, posso imitar um poder de Beyonder para mitigar esse efeito.

Depois de ouvir com atenção, Kaslana franziu a testa ligeiramente.

— Como há Beyonders oficiais envolvidos, não parece haver necessidade de nossa cooperação…

Isengard cuidadosamente colocou o Artefato Selado 2-081 e disse sinceramente: — Para não alarmar o Apóstolo do Desejo antes do tempo, há um vazio de poder no distrito próximo. Se o alvo está realmente aqui, nós três precisamos nos ajudar para retê-lo da melhor maneira possível.

— Eu não tenho nenhum problema. — Klein ponderou por um momento antes de concordar.

Kaslana também assentiu e disse: — Sr. Stanton, não há necessidade de explicar tanto. Afinal, vamos cooperar para o nosso próprio bem.

— Haha, uma explicação faz parte do plano, e um acordo significa que a operação está prestes a começar… — Isengard semicerrou os olhos.

A gema verde-esmeralda no anel de sua mão direita começou a brilhar com uma luz azul escura.

De repente, Isengard Stanton se levantou, apontando para cima com uma expressão sombria.

— Ele está bem aqui, lá em cima!

Klein e Kaslana se levantaram ao mesmo tempo, um pronto para estalar um dedo e acender um fósforo no segundo andar para chegar lá diretamente, enquanto o outro seguiu Isengard em direção à porta.

Nenhum deles esperava que o Apóstolo do Desejo fosse tão ousado a ponto de permanecer nas proximidades após o fracasso da tentativa anterior, bem na Rua Minsk, nº 15!

“Talvez ele estivesse lá em cima observando tudo com um olhar frio enquanto discutíamos o plano para lidar com ele!” Esse pensamento surgiu de repente na mente de Klein.

Naquele momento, ele viu os olhos de Kaslana ficarem vermelhos de repente, e sua mão direita formou um punho quando ela deu um soco nas costas de Isengard Stanton onde estava seu coração!

“Isso…” As pupilas de Klein se contraíram quando ele instantaneamente percebeu muitas coisas.

A razão pela qual o Apóstolo do Desejo não fugiu foi porque ele ainda tinha outros planos estabelecidos!

Ele ainda tinha uma semente de corrupção no coração de alguém intacta.

Essa pessoa não era outra senão Kaslana!

Uma dos únicos três Beyonders aqui!

A razão pela qual a tentativa malsucedida de instigá-los foi tão facilmente resolvida foi para baixar a guarda e esperar o momento crítico para fazer Kaslana perder o controle de suas emoções!

O maior alvo do Apóstolo do Desejo ainda era Isengard Stanton.

“Que astuto…” Klein estalou os dedos, mas foi apenas uma bala de ar que foi disparada contra Kaslana.

Ao mesmo tempo, ele gritou: — Cuidado!

Isengard também tinha muita experiência. Ele não se importava com a situação quando se jogou para frente.

No entanto, Kaslana ignorou a bala, permitindo que ela atingisse seu braço e que o sangue espirrasse por toda parte.

Bam!

Ela deu um soco nas costas de Isengard, jogando todo o corpo para frente.

Crack!

Klein ouviu o som de ossos quebrando, e o ponto de contato foi a coluna vertebral.

Capítulo 416 – Mais com mais é menos

Combo → 46/55

Kacha!

Quando Klein viu as costas de Isengard Stanton desmoronar, até ele sentiu uma leve dor na coluna.

Isengard caiu no chão com um baque, pelo visto perdendo instantaneamente a consciência.

Kaslana, por outro lado, permaneceu em seu lugar original, ofegante com um olhar vazio em seus olhos. Sua testa estava coberta de suor frio e não houve ataque subsequente.

Era como se ela tivesse acabado de acordar de um longo pesadelo causado por suas emoções. Toda a força em seu corpo havia desaparecido completamente de sua explosão anterior.

Huff! Huff! O corpo de Kaslana balançou, à beira do colapso.

Os olhos de Klein se estreitaram quando ele correu até Isengard Stanton em dois passos.

Ele se ajoelhou e tentou ajudá-lo a se levantar.

Isengard, que estava esparramado no chão, gritou de dor: — Corra!

— Não se preocupe comigo!

Obviamente, ele não achava que um grupo de três pessoas que instantaneamente tinha um membro gravemente ferido e outro perdendo toda a sua força poderia reter o Apóstolo do Desejo. Assim, ele disse a Klein para escapar imediatamente e se encontrar com os Beyonders oficiais; caso contrário, todos os três morreriam ali mesmo.

Ao mesmo tempo, Isengard levantou a mão direita com dificuldade, tentando usar alguns de seus poderes de Beyonder para atrair a atenção dos Beyonders oficiais que estavam a uma certa distância.

Quanto ao minúsculo telégrafo com a trombeta, há muito tempo voou para a parede por causa da queda de Isengard.

Klein hesitou e, quando estava prestes a tomar uma decisão, viu um líquido preto e espesso escorrendo do teto, formando rapidamente uma figura negra como breu.

A figura parecia estar completamente envolta em uma cortina preta, expondo apenas um par de frios olhos azuis.

Ao vê-lo, Klein sentiu como se estivesse vendo as mais intensas emoções e desejos de uma criatura viva: medo, ira, ganância, ciúme, fome, luxúria, etc.

O Apóstolo do Desejo não desperdiçou a situação que criou meticulosamente e entrou na sala de atividades quase imediatamente.

Neste momento, a equipe de três detetives, tinha Kaslana, exausta pela explosão de emoções, Isengard Stanton, com a coluna gravemente ferida, fazendo com que ele perdesse a capacidade de participar do combate. Apenas Klein saiu ileso.

No entanto, além de seu revólver e balas Beyonder, todos os seus itens místicos estavam acima da névoa cinza. Além disso, estava enfrentando um Apóstolo do Desejo de Sequência 5, uma potência capaz de nutrir um Cachorro Diabólico!

Naquele momento, os cantos dos lábios de Klein se curvaram ligeiramente.

Sua mão direita, que havia sido colocada na ferida nas costas de Isengard, golpeou abruptamente, fazendo com que a óbvia lesão se deslocasse para o lado e para uma costela!

O poder Beyonder mais milagroso do Mágico: Transferência de Danos!

Ele permitia que um ferimento fosse transferido uma vez em um corpo, transformando um ferimento grave em um ferimento leve, mas era incapaz de transferir o dano para outras pessoas ou itens!

Quando Klein viu que Isengard Stanton estava ferido, já havia pensado nas contramedidas subsequentes.

Ao agir primeiro como se estivessem sem soluções para fazer o Apóstolo do Desejo aparecer e, em seguida, transferir o ferimento do grande detetive para deixá-lo com apenas uma leve fratura nas costelas, Klein acreditava que Isengard seria então capaz de lidar com o Apóstolo do Desejo com ele. Era uma luta pela sobrevivência que todos os humanos agiam por instinto.

Dessa forma, mesmo que o Apóstolo do Desejo percebesse que algo estava errado, seria tarde demais para ele escapar. Assim que Klein completasse o tratamento e unisse forças com o grande detetive, eles seriam capazes de parar o alvo até que os Beyonders oficiais chegassem!

Quase ao mesmo tempo, o anel que Isengard apontou para fora começou a produzir um verde cheio de vitalidade. Um leve brilho logo envolveu o corpo de Isengard, permitindo que suas feridas cicatrizassem rapidamente.

A fratura em suas costelas foi instantaneamente curada.

A dor do grande detetive era real, mas seu desamparo era apenas uma encenação!

No entanto, isso coincidiu com a ajuda de Klein.

Quando o Apóstolo do Desejo que estava prestes a entrar em ação viu essa cena, seus olhos se arregalaram de repente e seu corpo parou abruptamente.

Livre de qualquer armadilha, ele se virou e correu em direção à janela.

Durante este processo, seu corpo rapidamente desmoronou em um líquido preto pegajoso.

O líquido penetrou no solo, penetrou na parede e desapareceu.

Klein ergueu a mão direita bem a tempo de estalar os dedos.

A Bala de Ar passou pela janela aberta e disparou para fora, enviando faíscas para todos os lados. No entanto, o Apóstolo do Desejo havia desaparecido completamente.

“Ele correu muito rápido, sem qualquer hesitação… Você é um diabo ou não?… Isso só vai piorar as coisas no futuro…” O canto da boca de Klein se contraiu quando se virou para olhar para Isengard Stanton, que rolou e se levantou.

O grande detetive olhou para ele.

— Você é capaz de curar feridas?

Os dois abriram a boca ao mesmo tempo e fizeram a mesma pergunta.

Depois de olharem um para o outro, Isengard balançou a cabeça e sorriu amargamente: — Nunca esperei que a armadilha que preparei permitiria que ele escapasse.

Enquanto falava, seu anel começou a brilhar e ele olhou em volta para confirmar que o Apóstolo do Desejo já havia partido.

Isengard então deu uma breve explicação.

— Eu não tive a chance de imitar a habilidade de cura esta tarde. Mais tarde, acreditei que poderia usar isso para armar uma armadilha e fazer o Apóstolo do Desejo aparecer, fazendo-o pensar que estou ferido. Portanto, eu deliberadamente enfaixei minha ferida de maneira exagerada.

Ele apontou para a atadura que elevava seu braço esquerdo até o ombro.

— Com certeza, funcionou. Mas eu não esperava que você fosse capaz de lidar com ferimentos graves, e… — Isengard suspirou suavemente.

Como resultado, ambos colocaram a cura das lesões como sua principal prioridade. Ninguém segurou o Apóstolo do Desejo, então no momento em que ele percebeu que algo estava errado, fugiu imediatamente.

“Stanton e eu tínhamos trunfos que o Apóstolo do Desejo não conhecia, e queríamos usar isso para enganá-lo. Quem diria que nos anularíamos e permitiríamos que ele fugisse… É este o chamado mais com mais é menos?” Klein riu impotente.

— Isso ocorre porque não nos conhecemos bem o suficiente e não tivemos um bom trabalho em equipe.

— Não, é minha culpa, — Isengard disse sinceramente. — Quando eu vi que você não fugiu ou se defendeu, e ao invés disso veio me ajudar, eu deveria ter deduzido que você não estava nervoso, que você tinha confiança e meios, mas infelizmente enquanto usava este anel, meu cérebro permaneceu em um estado altamente sobrecarregado. Não consegui pensar em mais nada.

“Portanto, o Artefato Selado 2-081 reduzirá passivamente a inteligência de alguém…” Klein sorriu e disse: — Sr. Stanton, não é hora de discutir quem é o responsável. O Apóstolo do Desejo já fugiu. Devemos considerar nossas ações subsequentes.

Isengard tirou o anel e se virou para a porta da sala de atividades.

— Os Beyonders oficiais chegarão em breve. Vou sair para acalmar Stuart e os outros. Depois disso, podemos bolar um plano. Você se juntará a mim ou planeja cuidar de alguns de seus assuntos?

“Os Beyonders oficiais… O Sr. Stanton mencionou anteriormente os Falcões Noturnos, a Mente Coletiva da Maquinaria e os militares… Por favor, que não haja um conhecido… Sim, minha intuição espiritual não me avisou, então provavelmente não há… O Sr. Stanton está me dando uma chance de limpar e descartar quaisquer itens sensíveis para que eu não tenha problemas com os hostis Beyonders oficiais…” Muitos pensamentos passaram pela mente de Klein quando ele perguntou: — Sr. Stanton, quando você descobriu a localização do Apóstolo do Desejo, onde ele estava?

Isengard pensou e disse: — Seu quarto. Ele estava sentado em frente à sua mesa.

“… Que arrogante…” Klein apontou para a porta e disse: — Vou até lá para investigar. Vou ver se ele deixou algum rastro.

— Se pudermos descobrir como o Apóstolo do Desejo realmente se parece, isso definitivamente tornará sua apreensão muito mais simples.

— Vou deixar o resto com você.

— Tudo bem. — Isengard moveu-se para o lado e ajudou a fraca Kaslana.

Vendo isso, Klein de repente achou engraçado.

“Tendo discutido tanto e feito os preparativos para montar uma armadilha, ainda falhamos em reter o Apóstolo do Desejo e acabamos neste estado… Sempre há mais acidentes do que preparativos… É por isso que o Mágico é apenas um Sequência 7…”

Depois de sair da sala, Klein foi direto para o segundo andar e entrou em seu quarto.

A disposição interna permaneceu inalterada e até mesmo a distância entre a cadeira e a escrivaninha não era diferente de antes. No entanto, Klein parecia ver uma figura envolta em um líquido preto como breu.

Ele ficou sentado ali, olhando para a frente, esperando paciente e calmamente por uma chance.

“Como esperado de um sangue frio…” Klein olhou para as vidraças da janela oriel e sentiu que poderia adivinhar se havia refletido alguma coisa.

“O caminho do Diabo é bom para o crime, então não seria tão fácil para ele deixar pistas para trás… No entanto, posso tentar ir acima da névoa cinza…” Klein inspecionou a área e começou a queimar alguns dos cadernos de misticismo que escreveu nas suas folgas.

Não muito depois de terminar de lidar com os itens, ele viu alguns estranhos subindo para o segundo andar.

O líder do grupo era um homem de rosto rígido, mas cabelos castanhos crespos, bagunçados e teimosos.

Em sua mão havia um antigo espelho de prata com padrões estranhos. Em ambos os lados do espelho havia pedras preciosas pretas decoradas com olhos.

— Olá, Sr. Moriarty. Eu sou Ikanser Bernard da Igreja do Deus do Vapor e Máquinas. Posso inspecionar este lugar?

Klein imediatamente acenou com a cabeça e disse: — Sem problemas.

Ele então disse educadamente: — Você precisa que eu o siga e responda a qualquer uma das perguntas que você possa ter?

— Tudo bem. Desculpe o incómodo. O Sr. Stanton mencionou para mim sobre sua situação, — Ikanser disse com um sorriso.

Vários membros de sua equipe o seguiram. Eles o trataram de maneira diferente — alguns o ignoraram, alguns curiosos, alguns cheios de hostilidade.

“Minha situação? Como exatamente o Sr. Stanton me apresentou e que história ele inventou?” Enquanto seus pensamentos disparavam, Klein seguiu Ikanser para o quarto novamente, enquanto o resto dos Beyonders oficiais formavam duplas, cada um responsável por uma zona diferente no segundo andar.

— É aqui que o Apóstolo do Desejo se sentou? — Ikanser apontou para a cadeira em frente à mesa.

Ele claramente perguntou a Isengard Stanton.

— Sim, — Klein respondeu francamente.

Sem dizer mais nada, Ikanser ergueu o espelho de prata e acariciou sua superfície três vezes com a mão direita.

Depois de uma breve pausa, ele disse em voz profunda: — Honrado Arrodes, minha pergunta é: ‘Como era o Diabo que antes estava sentado aqui?’

As luzes ao redor deles de repente escureceram, como se estivessem envoltas pela névoa após uma tempestade. Um estranho brilho aquoso apareceu na superfície do espelho prateado, formando uma cena: um homem coberto por um líquido preto pegajoso estava sentado em uma cadeira de costas para a janela enquanto olhava para a cama.

Imediatamente depois, a cena mudou. O espelho no canto refletia vagamente o perfil lateral da sombra escura que estava igualmente coberta pela escuridão total.

Mas ele podia distinguir vagamente uma aparência.

O Apóstolo do Desejo tinha maçãs do rosto muito salientes e um par de olhos azuis de aparência fria.

Capítulo 417 – Arrodes

Combo → 47/55

Vendo a cena no espelho de prata, Klein revelou uma expressão pensativa.

“Este espelho é muito poderoso e até tem seu próprio nome. Parece ser um Artefato Selado vivo…”

“Esses itens podem não ser muito prejudiciais, mas a dificuldade de selá-los é muito alta. Raramente são usados, exceto em situações especiais. Essa pessoa chamada Ikanser Bernard, da Mente Coletiva da Maquinaria, parece ter uma classificação alta. Ele deve ser um diácono, e definitivamente não é um diácono simples…”

“A adivinhação é limitada, então o resultado seria quase o mesmo que o resultado mostrado pelo espelho de prata. Mesmo que eu fosse acima da névoa cinza, não obteria um resultado melhor.”

“Não há como determinar a aparência do Apóstolo do Desejo. Existem inúmeras pessoas em Backlund com maçãs do rosto salientes e olhos azuis…”

Como Klein estava em meio a seus pensamentos, a cena produzida pelo espelho de prata rapidamente se dispersou.

Em seguida, apareceram palavras em vermelho-sangue.

“Com base no princípio da reciprocidade, é minha vez de fazer a pergunta. Se você mentir ou não puder responder, terá que aceitar uma missão dada por mim ou sofrerá uma penalidade.”

— … — Klein ergueu as sobrancelhas quando viu isso.

“Isso é algum espelho de Verdade ou Consequência? Interessante…”

As palavras que pareciam sangue pingando lentamente mudaram para novos caracteres, formando uma nova frase: “Qual é o verdadeiro nome do Luz Vermelha?”

“Luz vermelha? Um dos líderes da Grande Fraternidade Branca? Uma das sete luzes puras acima do mundo espiritual?”

Klein pensou cuidadosamente e percebeu que não sabia a resposta.

Ele só conhecia a Luz Amarela, Venithan.

A garganta de Ikanser subia e descia enquanto o suor gradualmente aparecia em sua testa.

Após um breve momento de silêncio, ele disse em voz grave: — Nanides!

“Errado.” As palavras vermelho-sangue no espelho mudaram novamente. — Missão ou penalidade?

Havia uma indecisão óbvia no rosto de Ikanser. Por fim, expirou e disse: — Penalidade.

Assim que ele terminou de falar, um raio branco prateado apareceu do nada e atingiu sua cabeça.

Com sons crepitantes, o cabelo de Ikanser se arrepiou e seu corpo desabou com um baque. Pequenas quantidades de fumaça preta saíram de seu corpo.

No entanto, o espelho não caiu no chão com ele. Em vez disso, flutuou sozinho e pousou na mesa.

Depois de dois segundos, Ikanser cambaleou e ficou sentado ali, ofegando enquanto tremia.

Klein olhava tudo em silêncio, sem saber como reagir.

Depois de um tempo, Ikanser, que havia se recuperado um pouco, olhou para ele e disse com um sorriso forçado: — Você deveria ter ouvido falar de Artefatos Selados e saber que eles vêm com certos efeitos negativos.

— Sim. — Klein olhou para o cabelo em pé na cabeça de Ikanser e de repente entendeu por que seu penteado era tão crespo, bagunçado e teimoso.

Klein não pôde deixar de dizer: — Na verdade, você poderia fazer o questionamento sozinho. Não há necessidade de você fazer isso na minha frente.

— Ufff, o requisito para usar esse espelho é que deve ter alguém olhando do lado. — Ikanser ainda estava tremendo.

“É tão senciente…”

Klein deu dois passos à frente e aproximou-se da mesa. Ele olhou atentamente para o espelho de prata por curiosidade e descobriu que, além dos estranhos padrões e dois olhos decorativos, não havia nada de especial no Artefato Selado.

Ikanser, cujo lado estava voltado para ele, tremeu enquanto ria.

— Você pode fazer perguntas a ele. Não nos importamos.

— Não, não tenho nenhuma intenção de perguntar. — Como Klein poderia jogar Verdade ou Consequência com algo como um tabuleiro ouija?

Enquanto falava, tentou tocar a borda do espelho de prata.

“É gelado ao toque e tem uma sensação metálica…”

Enquanto Klein tinha esse pensamento, viu o antigo espelho de prata tremer ligeiramente.

Palavras brancas rapidamente apareceram nele: — Seu leal e humilde servo, Arrodes, ao seu serviço.

“Ah?”

A mente de Klein momentaneamente ficou em branco.

Então, ele deixou a mesa sem nenhuma mudança de expressão.

“O que está acontecendo? Este espelho ainda estava jogando Verdade ou Consequência com os outros de uma maneira muito fria e implacável apenas um momento atrás… Como se tornou assim em um piscar de olhos?”

Klein se divertiu e ficou intrigado.

Ele rapidamente deu um palpite com base nas informações que havia reunido.

“O espelho de prata conhece o verdadeiro nome do Luz Vermelha, então parece estar relacionado ao mundo espiritual até certo ponto…”

“E o espaço misterioso acima da névoa cinza parece estar conectado ao mundo espiritual também. No mínimo, quando eu me convocar, poderei ver o que parece ser o mundo espiritual depois de passar pela porta…”

“Este espelho chamado Arrodes é capaz de sentir a aura da névoa cinza?”

Enquanto esses pensamentos passavam por sua mente, Klein viu que Ikanser havia se recuperado e se levantado novamente. Ele agarrou o antigo espelho de prata enquanto os outros dois membros na sala também pararam de fingir que não tinham visto nada enquanto procuravam sem rumo pela sala.

Após uma série de inspeções, Klein se despediu de Ikanser e companhia e encontrou Isengard Stanton, que havia retornado à sala de atividades.

— O que faremos a seguir? — ele perguntou diretamente.

Isengard respondeu com uma expressão solene.

— Vamos fazer com que as famílias morem juntas. Isso tornará mais fácil protegê-los. No entanto, isso só pode ser uma solução de curto prazo.

— Você e eu, assim como Kaslana, agiremos normalmente e receberemos proteção secreta. Vamos torcer para que o Apóstolo do Desejo seja encontrado o mais rápido possível.

— Você acredita no Deus do Vapor e da Maquinaria, certo?

— Sim, — Klein respondeu enquanto desenhava um Emblema Sagrado triangular em seu peito.

Ao mesmo tempo, ele lamentou um pouco.

“No futuro previsível, só posso ir além da névoa cinza enquanto estiver dentro do banheiro…”

…

No Burgo Imperatriz, a opulenta vila do Conde Hall.

Audrey olhou para o relógio de parede de formato elegante e sentou-se lentamente em frente à penteadeira, apesar de seu nervosismo e excitação.

Ela estava indo para a casa de sua professora de psicologia, Escalante, e dar o passo fundamental para se tornar um membro oficial dos Alquimistas da Psicologia.

Antes de fazer isso, ela precisava se preparar bem antes de orar ao Sr. Louco por sua ajuda.

“Eu deveria ser capaz de ver o anjo desta vez, certo?”

Audrey pensou com antecipação.

Depois de alguns segundos de silêncio, ela juntou as mãos na frente da boca e do nariz e recitou suavemente o nome honroso do O Louco.

Na Rua Minsk, nº 15, Klein estava parado na sala de estar, olhando para a cena que finalmente se tornou silenciosa enquanto ele suspirava.

Para ele, o Apóstolo do Desejo significava apenas perigo, mas para Stuart e os outros, era uma mudança em suas vidas.

“Espero que isso possa ser resolvido o mais rápido possível… Com tantos Beyonders com tantos Artefatos Selados, deve haver algo eficaz contra o caminho do Diabo…”

Em meio a seus pensamentos, Klein de repente ouviu uma série de apelos ilusórios.

“Deve ser a Srta. Justiça…”

Preparado, ele olhou em volta antes de ir para o banheiro como se nada tivesse acontecido.

Depois de trancar a porta do banheiro, não pôde deixar de suspirar interiormente.

“Minha vida também mudou um pouco…”

Antes que a ameaça do Apóstolo do Desejo fosse eliminada, ele teve que reduzir as vezes em que passou acima da névoa cinza enquanto era secretamente protegido pela Mente Coletiva da Maquinaria.

“Na próxima semana, durante o Clube de Tarô, o roteiro deve ser simplificado. No entanto, não importa o quão compactado seja, ainda levará quase dez minutos. Bem, a prisão de ventre é uma coisa muito normal. Quem disse que Beyonders não pode estar constipado?”

Sendo otimista, Klein deu quatro passos no sentido anti-horário e passou por cima da névoa cinza.

Em seguida, Audrey seguiu o que havia aprendido anteriormente e montou um ritual simples, entrando no estado de sonambulismo artificial.

Quando Klein viu sua figura borrada dentro da estrela carmesim, ele passou pelo procedimento: primeiro usar seu Corpo Espiritual para conter a carta do Imperador das Trevas, depois pegar a estatueta de papel que cortou com suas habilidades de corte aprimoradas e a enviou.

Como esperado, a estatueta de papel reuniu o poder que estava sendo despertado da névoa cinza, transformando-se em um gigantesco anjo com doze pares de asas negras.

Audrey observou o sagrado e majestoso anjo descer diante dela, envolvendo-se em suas camadas de asas. Ela ficou sem palavras por um bom tempo.

“Isso é um anjo, o anjo do Sr. Louco… E ainda tem doze pares de asas, um arcanjo! Isso é exatamente o mesmo que as descrições nas lendas do cânone… Este também é um anjo do nosso Clube de Tarô!”

Audrey observou a silhueta do anjo desaparecer rapidamente. De repente, sentiu estar excepcionalmente aliviada.

Ela agradeceu ao Sr. Louco com alegria, entusiasmo e piedade, e então chamou as criadas e disse-lhes para se prepararem para sua viagem ao ar livre.

Klein sorriu e voltou para a sala, olhando para o buraco de bala na parede e perdido em pensamentos.

“Devo pendurar uma pintura a óleo barata para cobri-la ou repará-la e pintá-la?”

…

Na casa de Escalante no Burgo Hillston, Sétima Avenida.

Audrey deixou a empregada e o guarda-costas na sala e seguiu a dona da casa até a sala de atividades com Susie, sua enorme golden retriever.

Na sala de atividades, havia outras duas pessoas esperando. Uma delas era Hilbert Alucard, o psicólogo que foi apresentado a ela por Lady Norma. A outra era Stephen Hampres, que organizou a discussão anterior sobre psicologia.

Nesse momento, embora já fosse hora do banquete, havia apenas uma única vela comum acesa na sala.

A vela foi colocada no centro da mesinha de centro enquanto sua fraca chama amarela bruxuleava, dispersando a escuridão da sala de atividades.

Depois de se cumprimentarem, Hilbert, com sua pele levemente morena que era graças ao pouquinho de sangue do Continente Sul nele, olhou para Susie, mas não disse uma palavra.

Audrey sorriu desculpando-se e disse: — Sinto-me mais segura com ela por perto.

Susie também olhou para Hilbert com olhos inocentes.

— Compreensível. Por favor sente-se. — Hilbert sorriu e sentou-se no sofá do outro lado da mesinha de centro. Hampres e Escalante também ocuparam seus lugares.

Depois que Audrey se sentou, Hilbert ergueu o pavio da vela para iluminá-la um pouco.

Ele olhou para Audrey através da luz da vela.

— Agora me responda honestamente. Tem certeza de que quer se juntar aos Alquimistas da Psicologia?

Sob a iluminação da luz das velas, seus olhos pareciam tingidos com um toque de ouro. No fundo de suas pupilas, parecia haver outro olho, um olho vertical.

A mente de Audrey de repente ficou à deriva por um momento antes que ela recuperasse seus sentidos. Ela assentiu levemente e disse: — Sim.

Hilbert perguntou novamente: — Você vai machucar intencionalmente os Alquimistas da Psicologia?

Seu tom carregava uma estranha influência, como se, desde que a pessoa sendo questionada desse uma resposta afirmativa, ela involuntariamente concordaria e a cumpriria do fundo de seus corações.

— Não, — Audrey respondeu muito logicamente.

Depois de algumas perguntas, Hilbert, Escalante e os outros soltaram suspiros de alívio.

O primeiro sorriu e perguntou: — Há mais alguma coisa que você gostaria de dizer?

Audrey hesitou por um momento e então mostrou sua sinceridade.

— Certa vez, comprei a fórmula do Espectador em uma reunião de Beyonder. E-eu já sou uma Espectadora.

“Essa reunião do Beyonder é chamada de Clube de Tarô…”

Audrey pensou consigo mesma com orgulho.

Capítulo 418 – O Poder da Mente

Combo → 48/55

Audrey sabia que sua mente e psique estavam sendo influenciadas por algum tipo de poder Beyonder. Foi apenas por causa da Bênção do Anjo fornecida pelo Sr. Louco que ela foi capaz de ficar milagrosamente imune a esse estado. Portanto, decidiu colocar certas coisas em movimento, usando pequenos segredos para atordoar seus colegas, de modo a esconder os assuntos mais cruciais, em troca de obter maior confiança.

A razão pela qual fez isso não era porque ela não acreditava no anjo, mas porque sentia que podia observar sua contraparte da mesma forma que eles a observavam.

Embora ela sempre tivesse se escondido no escuro e fingido não ser considerada uma Beyonder, atuando de uma forma que não levantasse suspeitas, ainda estava mais disposta a levar a sério os membros dos Alquimistas da Psicologia. Afinal, eles eram profissionais, e ela só poderia ser considerada uma leiga no círculo dos Beyonders. Ela não tinha experiência e não era flexível o suficiente. Era muito possível que expusesse certos problemas de coisas que ela ainda não havia percebido.

Nesse caso, poderia muito bem aproveitar esta oportunidade para confessar e dissipar completamente algumas das dúvidas dos membros dos Alquimistas da Psicologia.

Ela chamou a descida do anjo e seu envolvimento com suas asas como uma bênção.

Ao ouvir a resposta de Audrey, Escalante e Hampres mostraram um breve olhar de surpresa. Por um momento, eles até duvidaram de seus próprios poderes.

Quanto a Hilbert, ele curvou os cantos dos lábios em um leve sorriso, sem demonstrar nenhuma reação anormal.

Ele balançou a cabeça com satisfação e disse gentilmente: — Sua honestidade é admirável.

— Algo mais?

Audrey fingiu estar em transe enquanto balançava a cabeça.

— Não há mais nada.

Hilbert pensou por um momento antes de fazer mais algumas perguntas.

— De qual reunião de Beyonder você comprou a fórmula do Espectador? De quem você comprou? Onde você conseguiu os ingredientes para preparar a poção?

Os olhos de Audrey dispararam ligeiramente enquanto ela mostrava uma expressão de recordação.

— Eu tenho que manter a reunião Beyonder em segredo.

— Não consegui ver como é a pessoa que me vendeu a fórmula Espectador. Mas pela maneira como ele fala, pude determinar que ele acreditava no Senhor das Tempestades.

Ao ouvir isso, Hilbert assentiu levemente, como se lembrasse de algo.

Audrey continuou: — Os ingredientes da minha poção Espectador foram encontrados principalmente no cofre da minha família. O resto foi trocado por meus poucos amigos.

“Duas poções de Espectador…” ela acrescentou silenciosamente.

“A maioria deles foi encontrada no cofre de sua família…” Hilbert, Escalante e Hampres refletiram, momentaneamente sem palavras.

Após alguns segundos, Hilbert acenou com a cabeça para Escalante e Hampres, indicando que estava tudo bem.

Depois de receber a mesma resposta do resto, o tom dourado em seus olhos desapareceu e a pupila vertical em seus olhos desapareceu rapidamente.

Hilbert tocou o pavio da vela novamente, fazendo a chama tremular.

Nesse caso de luz e escuridão alternadas, Audrey descobriu que o estranho poder que a afetava havia desaparecido repentinamente.

Ela controlou sua expressão à deriva e mudou para uma aparência de dúvida e indagação.

— Eu não esperava que você já fosse uma Espectadora. — Hilbert riu.

— Huh? — Audrey mostrou sua surpresa e pânico no momento certo.

Saber que tipo de reação emocional mostrar na situação apropriada e saber, em detalhes, que tipo de expressão e linguagem corporal reagir era a habilidade básica de um Telepata.

Hilbert sorriu e disse: — Não precisa ficar nervosa. Nós não nos importamos. Esse foi o último dos nossos testes.

— Parabéns, você passou em todos os testes. Agora, você é uma membro oficial de nossos Alquimistas da Psicologia.

— Tudo bem então… — Audrey hesitou, então ela sorriu. — Parecia um sonho.

Ela então se levantou, levantou a barra da saia e fez uma reverência para Hilbert e os outros. Então disse com um leve sorriso: — Agora somos companheiros.

Escalante e os outros imediatamente se levantaram e se curvaram para a bela garota de nobreza que era tão educada com eles.

Depois que se sentaram, Hilbert organizou suas palavras e disse: — Srta. Audrey, vou explicar formalmente a você sobre a situação dos Alquimistas da Psicologia.

— Tudo bem, — disse Audrey com um sorriso. — Apenas me chame pelo meu nome.

Hilbert assentiu. Inclinando-se para trás, ele cruzou a perna direita e juntou as mãos.

— Os originais Alquimistas da Psicologia eram apenas um seminário para entusiastas que acreditavam que a mente tem poder ilimitado e maravilhas infinitas.

— Mais tarde, este seminário obteve um mapa do tesouro e encontrou as relíquias deixadas por Hermes.

— Hermes da língua de Hermes? — Audrey perguntou animada.

— Sim, ele foi um dos primeiros mestres do misticismo da raça humana, e a linguagem do antigo Hermes que ele criou ressoou com o poder da natureza. Ele estava ativo durante a segunda época das trevas. Naquela época, os humanos eram apenas servos e escravos de gigantes, — disse Hilbert com a maior reverência.

Ele soltou um suspiro suave.

— Os membros originais dos Alquimistas da Psicologia encontraram muitas coisas nas ruínas. Eles descobriram que Hermes era um mestre do misticismo no campo da mente. Seu alvo de pesquisa eram os dragões que governavam o céu durante a Segunda Época. Para ser preciso, os dragões da mente.

— A informação que ele deixou para trás mostra que os dragões da mente avançaram muito neste campo e alcançaram o mesmo nível de feitos das divindades.

“Eu sei. O Dragão da Imaginação Ankewelt era um deus antigo…” Audrey pensou bastante complacentemente.

Hilbert suspirou e disse: — Esses livros lançaram as bases e a direção para a pesquisa de nossos Alquimistas da Psicologia.

— Acreditamos que a mente tem muitos segredos e que cada um deles está escondido em algum lugar profundo e difícil de entender. Heh, perdoe-me por usar o adjetivo profundo, que me parece o termo mais adequado.

— O menor erro no estudo desses segredos causaria danos irreversíveis ao corpo. Audrey, você deve se lembrar que as questões desse aspecto precisam ser feitas com cuidado.

Depois que Audrey assentiu, ele continuou.

— Se pudermos desvendar os segredos da mente, podemos, por um lado, desenterrar o poder oculto nas profundezas da consciência e realizar muitos feitos milagrosos e, por outro lado, podemos influenciar ou mesmo controlar as mentes de outros.

— Depois de atingir este nível, o que temos pela frente é o mar do subconsciente coletivo reunido, que é o lugar que mais esperamos. Claro, a descrição de um subconsciente coletivo não é precisa o suficiente; Prefiro chamá-lo de mundo da mente de todos os seres vivos. Tem uma conexão velada e milagrosa com o mundo espiritual.

— Se alguém puder dominar esse mundo da mente, que tipo de poderes Beyonder obteríamos? — Audrey mostrou sua curiosidade no momento certo e sua falta de conhecimento nesta área.

Hilbert sorriu e disse: — Você deveria ter notado alguns dos fenômenos maravilhosos do mundo real. Quando desejamos receber algo, acabaremos por receber aquilo. Quando queremos visitar um amigo, ele bate à porta. E quando desejamos que algo aconteça, começa naquele exato momento.

— Você pode dizer que é uma coincidência, mas às vezes há muitas coincidências. Nossa pesquisa mostra que muitas dessas coincidências são causadas por uma influência inconsciente e mágica da mente.

— Quando você dominar o mundo da mente, que também é o mar que reúne o subconsciente coletivo, então você dominará as coincidências, criando fenômenos mágicos que fazem aparições casuais como um eco de sua mente. Ele aparecerá como você deseja.

— I-isso é incrível demais. — Audrey tinha ouvido o O Sol mencionar o Dragão do Pesadelo antes, mas a descrição era muito menos detalhada do que a de Hilbert.

Hilbert riu e disse: — No nosso nível, é melhor não discutir uma questão tão profunda. Se o fizermos, facilmente nos perderemos. Vou continuar apresentando os Alquimistas da Psicologia.

— A descoberta das ruínas marcou o estabelecimento da organização. Os membros no início queriam manter um estado de pura discussão acadêmica, mas sempre precisariam de ajuda quando se deparassem com assuntos mais perigosos. Da mesma forma, careciam de itens e materiais de pesquisa. É por isso que os Alquimistas da Psicologia lentamente se tornaram sistemáticos e se transformaram em uma verdadeira organização secreta.

— No entanto, em comparação com outras organizações secretas, nossa estrutura e relacionamentos ainda são relativamente soltos.

— É disso que eu gosto, — Audrey expressou sua opinião.

Hilbert explicou as principais regras e regulamentos, antes de finalmente concluir: — Quando você atingir um posto mais alto, poderá conhecer os outros membros.

— Agora vou dar a você a poção da Sequência 8: Telepata.

“Eles prepararam uma poção de Telepata como esperado…” Audrey estava feliz e orgulhosa.

Depois de ver a poção lustrosa, ela hesitou e disse: — Desejo consumi-la quando voltar.

“Ela ainda não confia em nós e deseja fazer uma confirmação…” Hilbert leu os pensamentos de Audrey e respondeu com um sorriso: — Tudo bem.

— Com o seu desempenho, beber a poção de Telepata não deve ser um problema.

Audrey sorriu e agradeceu antes de fazer uma pergunta investigativa: — Você pode me dar a fórmula da poção para Psiquiatra? Desejo buscar e reunir os ingredientes, com antecedência, para não perder tempo.

“… Quando outras pessoas se juntam aos Alquimistas da Psicologia, além de esperar obter uma fórmula, elas não esperam solicitar os ingredientes correspondentes de Beyonder? Quem diz isso de maneira tão despreocupada e fala em tentar recolhê-los antes do tempo?” Hilbert, Hampres e Escalante ficaram sem palavras por um tempo enquanto olhavam para a garota que falava dessas coisas com um tom normal.

Alguns segundos depois, Hilbert forçou um sorriso.

— Vou ajudá-la a fazer a petição.

— Normalmente, isso exigiria pontos de contribuição, e os pontos de contribuição vêm das missões que atribuímos a você, das contribuições de pesquisa que você faz e das novas informações e materiais que você coleta.

— Ok, farei o meu melhor, — Audrey disse energicamente.

Ela permaneceu em silêncio depois de sair da casa de Escalante, mas só até entrar em seu quarto e mandar Annie e os outros embora é que ela se virou para a enorme golden retriever e sorriu.

— Susie, pegamos sua poção~!

“É uma pena que a Salamandra do Arco-Íris que Alfred encontrou para mim não possa ser útil. Só pode ser trocada por dinheiro…” Audrey suspirou emocionada em seu coração.

Susie olhou para o frasco contendo a poção e abanou o rabo alegremente.

Audrey pendurou um par de óculos de aro dourado em volta do pescoço apenas para rir.

…

Burgo Hillston. Na casa de Isengard Stanton.

Klein foi convidado para o café da manhã. Além dele, Kaslana também foi convidada.

Depois de comer um bocado da torta de batata mole, Klein elogiou: — Sr. Stanton, suas habilidades culinárias são excelentes.

Isengard, que tinha cabelos grisalhos nas têmporas, sorriu e disse: — É uma especialidade de Lenburg. E para os Beyonders da Igreja do Deus do Conhecimento e da Sabedoria, ser multitalentoso é uma característica comum. Sua Sequência 6 é chamada Polímata.

— É fácil para as pessoas perderem o controle da poção correspondente. Até agora, ainda não tenho confiança para fazer a tentativa de avanço.

Capítulo 419 – Desejo

Combo → 49/55

“Polímata… Esta Sequência soa forte apenas pelo nome… A Sequência 7 do caminho do Leitor é chamada de Guardião do Conhecimento ou Detetive. É uma classe que se inclina para a apreensão do conhecimento e da dedução. No máximo, viria acompanhado de técnicas decentes de combate e a habilidade de usar máquinas, portanto não pode ser considerada poderosa. Mas na Sequência 6, parece haver uma mudança qualitativa repentina, especialmente mais no campo de combate… Ao que parece, cada caminho de Beyonder tem seu próprio ponto crítico abaixo das Sequências Altas, mas não é fixado em uma Sequência específica. Por exemplo, o ponto crítico do caminho do Vidente é o Mágico…” Klein bebeu um gole de café quente e não tentou sondar os segredos de outras Sequências. Em vez disso, sorriu e disse: — Sr. Stanton, você parece estar bem relaxado. Você não está nem um pouco nervoso ou preocupado.

Isengard não respondeu imediatamente. Ele largou o garfo e a faca, pegou o cachimbo e disse: — Você não se importa, certo?

“Na verdade, sim, mas a poluição e a fumaça em Backlund já estão tão ruins que mais algumas baforadas de fumo passivo não vão piorar…” Klein balançou a cabeça e sorriu.

— Isso ajuda no seu pensamento?

— Mais precisamente, é um hábito que tenho todos os dias após o café da manhã. — Terminado o cachimbo, Isengard deu uma longa tragada.

Quando a fumaça foi exalada, ele suspirou e disse: — Medo, nervosismo e preocupação não nos ajudam a enfrentar a ameaça. Nesse caso, por que não tornar um pouco mais fácil? O cérebro se tornará mais ativo por causa disso. Meu assistente facilmente ficou preocupado, o que levou ao seu desastre fatal. Fuuu…

Isengard olhou para Kaslana e continuou: — Além disso, nosso oponente é um Apóstolo do Desejo. Temos que nos abster de ter emoções intensas.

Dito isso, ele riu.

— Mais importante, não temos outros meios de localizar o Apóstolo do Desejo.

— O que nós faremos? — Kaslana largou o último pedaço de bacon e perguntou séria.

Isengard deu uma tragada e disse de maneira autodepreciativa: — Ao discutir tópicos como este, prefiro cadeiras reclináveis.

— Além de serem capazes de sentir o perigo, os diabos não são bons em adivinhação ou premonição. Portanto, se um Apóstolo do Desejo deseja descobrir o alvo principal da vingança, ele precisa investigar ativamente e coletar informações. Caso contrário, como ele saberia qual grupo de detetives particulares havia feito contribuições consideráveis para o assassinato em série? Como ele foi capaz de identificar com precisão você e eu?

— Em tal processo, ele definitivamente teria interagido com muitas pessoas. Mesmo disfarçado, ele deixará algumas pistas. Além da imagem aproximada fornecida pela Mente Coletiva da Maquinaria, isso formará pistas.

— Da mesma forma, se ele quiser me atacar, terá que descobrir onde eu moro, quais são meus padrões de entrada e saída, bem como quando trabalho ou descanso. Ele também precisa saber se há poderosos Beyonders oficiais me protegendo. Isso requer um período considerável de observação e investigações correspondentes e, da mesma forma, isso significa interagir com outras pessoas e determinados locais. Heh heh, assim que houver uma interação, haverá pistas.

— Gosto da máxima: onde quer que ele pise, tudo o que tocar, tudo o que deixar, mesmo que inconscientemente, servirá de testemunha silenciosa contra ele.

“Eu conheço essa frase. Foi dito pelo imperador Roselle…” Klein sorriu.

Logo depois, sentiu-se um pouco desanimado, pois era a segunda vez que ouvia alguém mencionar esta máxima neste mundo.

A última vez que aconteceu foi quando ele estava em Tingen.

Kaslana, cujas bochechas estavam caídas, suspirou.

— Como esperado de um grande detetive. Nunca pensei nessas coisas. Admiro sua capacidade de observação e raciocínio.

Isengard respondeu com um sorriso: — Todos têm suas próprias áreas de especialização. Se for apenas lutar, então eu seria derrotado por você de novo e de novo.

— Sherlock também deve ter pensado nas coisas que acabei de dizer. Ele também tem excelentes habilidades de observação e raciocínio, e é um excelente detetive.

“Na verdade, me senti um pouco envergonhado quando você falou com tanta confiança antes…” Klein esboçou um sorriso.

— Não, você é um verdadeiro detetive, e ainda estou muito longe.

— Você realmente é um jovem modesto. — Isengard suspirou.

Ele sorriu e disse: — A seguir, continuaremos levando em consideração esses pontos. Vocês terão que usar seus próprios recursos e canais de informação.

“Além do Clube de Tarô, um terço dos meus recursos e canais de informação em Backlund são de você, meu bom velhinho…” Klein forçou um sorriso e respondeu: — Tudo bem.

Além da reunião de Beyonders realizada pelo Olho da Sabedoria, as únicas pessoas de quem ele poderia pedir ajuda eram Maric, Srta. Sharron, vampiro Emlyn White e Padre Utravsky.

“Com a Mente Coletiva da Maquinaria me protegendo secretamente, terei que eliminar a Srta. Sharron e Maric… Posso visitar o vampiro Emlyn, já que ele agora é meio crente na Mãe Terra e está sob a proteção do Bispo Utravsky. Ele não enfrentaria nenhum perigo dos Beyonders oficiais…” Klein instantaneamente decidiu a direção a tomar.

Kaslana permaneceu em silêncio por alguns segundos antes de responder: — Sem problemas.

Klein passou o creme restante no último pedaço de torrada, mastigou e engoliu lentamente antes de perguntar: — Sr. Stanton, você mencionou anteriormente a ativação de um Artefato Selado específico. Será capaz de nos ajudar a lidar com o Apóstolo do Desejo?

— Sim, desempenhou um papel crítico em encontrar e cercar o Cachorro Diabólico naquela época, — Isengard respondeu francamente. — Seu codinome é 1-42.

“1-42? Um Artefato Selado de Grau 1 é altamente perigoso e só pode ser usado de forma limitada. Mesmo a diocese de Backlund só pode manter um ou dois itens…” Uma descrição correspondente passou pela mente de Klein, e ele perguntou com grande interesse: — O que é? Que habilidades e efeitos negativos ele tem?

Isengard riu e disse: — Esse é um segredo da Igreja da Deusa da Noite Eterna. Não sei, só sei que originalmente não estava em Backlund. Foi trago para cá como uma emergência por causa dos assassinatos em série.

— Diz-se que é uma armadura de corpo inteiro que é de cor prata com manchas de sangue vermelho-escuras. Certa vez, causou a destruição de uma pequena cidade e mais de cem mil pessoas morreram por causa disso.

— Armadura amaldiçoada? — Klein perguntou em troca, dando-lhe um nome.

Isengard expeliu um bocado de fumaça e balançou a cabeça com seriedade.

— Talvez não seja amaldiçoada. Algumas pessoas a chamam de Armadura do Berserker ou Armadura do Sanguinário. Minha Igreja uma vez adivinhou que o sangue manchado nela vem de uma divindade dos tempos antigos.

— Quando foi descoberta pela primeira vez, não parecia ser nada fora do comum. Foi tratada como uma simples antiguidade, vendida e colecionada por terceiros.

— Mas com o passar do tempo, aqueles que entraram em contato com ela morreram, um após o outro. Foi uma morte extremamente aterrorizante, quase ao ponto de desmembramento, e depois disso, com ela como centro, a morte se espalhou para fora. Não havia mais necessidade de contato e, como tal, uma pequena cidade foi destruída.

— Isso aconteceu no início da Quinta Época. Os Falcões Noturnos foram os responsáveis pelas consequências.

“Como esperado de um Beyonder da Igreja do Deus do Conhecimento e Sabedoria. Ele conhece bastante a história e os eventos de Beyonders…” Klein elogiou secretamente.

Kaslana perguntou, parecendo um pouco preocupada: — Isso nos trará perigo?

— A Igreja da Deusa da Noite Eterna definitivamente encontrou a maneira certa de selá-la, mas para nós, é melhor evitar o contato o máximo possível, — Isengard disse, meio como consolo e meio como um aviso.

Depois do café da manhã, ele e Klein foram para a sala de atividades onde acontecera a luta. Kaslana primeiro foi ao banheiro.

Olhando para as costas dela, Klein disse pensativo: — Ela parece ser uma Beyonder do caminho do Árbitro?

— Suas habilidades de observação são realmente excelentes. — Isengard sentou-se na cadeira reclinável.

Enquanto Klein caminhava para o sofá, ele sussurrou confuso: — Este caminho é estritamente controlado pela família real, pelos militares e pelos antigos nobres. Pouquíssimas fórmulas e ingredientes aparecem no mundo exterior. Kaslana tem esse histórico?

Isengard sorriu e disse: — Obviamente.

— No entanto, até agora, ela não tomou a iniciativa de mencionar os assuntos relevantes. Isso implica que realmente há uma razão que torna um tanto inconveniente para ela mencionar.

Ele olhou para Klein com um sorriso nos olhos, como se dissesse: — Você também não é assim?

Klein riu secamente e sentou-se.

Depois de um tempo, Kaslana chegou à sala de atividades e continuou discutindo o assunto sobre o Apóstolo do Desejo com Klein e Isengard.

Enquanto ela falava, sua expressão de repente ficou sombria e ela suspirou.

— Fui puxada para o caso mais perigoso desta vez. Não tenho ideia se vou sobreviver a isso no final. Se eu for morta pelo Apóstolo do Desejo, gostaria de ter isto em minha lápide: ‘Ela teve uma ótima mãe.’

A voz de Kaslana gradualmente baixou conforme sua personalidade difícil de conviver parecia suavizar.

Isengard compartilhou os mesmos sentimentos e assentiu.

— Da mesma forma, ele é o inimigo mais perigoso que encontrei.

Ele então riu e disse: — Se eu morrer por causa disso, e vocês dois ainda estiverem vivos, estariam dispostos a me ajudar a entregar meus restos mortais ao Templo Sagrado do Conhecimento em Lenburg?

“… Pare de levantar bandeiras de morte!” A boca de Klein estava entreaberta e ele não sabia como deter os dois detetives à sua frente.

— Sem problema, mas espero que esse dia nunca chegue. — Ele tentou o seu melhor para dissipar o pensamento.

Isengard olhou para ele e perguntou com curiosidade: — Sherlock, e você? Se você for morto pelo Apóstolo do Desejo, que desejo você tem que espera que outros possam realizar por você?

“… Ressuscite-me!” Klein suspirou e disse: — Espero poder ser enterrado em um cemitério com boas paisagens. É melhor que meu cadáver esteja intacto e seja aspergido com água benta e flores frescas…

O significado central de suas palavras era: “Não me creme!”

Os três ficaram em silêncio por um tempo até que ouviram o tilintar da campainha.

O visitante era o diácono chamado Ikanser Bernard da Mente Coletiva da Maquinaria. Seu cabelo estava teimosamente espetado para fora da aba de seu chapéu, dando a seu profundo contorno masculino uma sensação indescritivelmente confusa.

Desta vez, ele não estava segurando o espelho de prata chamado Arrodes. Não se sabia onde ele o havia colocado.

“Se eu tivesse uma chance, não me importaria de usar aquele espelho mágico para ver como meu fiel e humilde servo reagiria…” pensou Klein.

Ikanser não entrou. Ele ficou lá, olhando para o trio de detetives. Então disse rapidamente com uma voz profunda: — Há uma pista do Apóstolo do Desejo!

Capítulo 420 – Família Diabólica

Combo → 50/55

Burgo Oeste, Rua Edward, nº 6.

Ikanser Bernard apertou o chapéu preto, apontou para a porta atrás da fonte e disse a Klein, Isengard e Kaslana: — Investigamos os vários canais de informação em busca de qualquer vazamento de notícias ou informações. Combinado com o contorno de seu perfil lateral, a-além de obter a ajuda do espelho mágico, conseguimos ter uma suspeita preliminar.

“Você obviamente parou por um momento quando mencionou o espelho mágico. Eu me pergunto o preço que você pagou para obter a resposta que queria…” Klein percebeu o problema no tom de Ikanser e sentiu uma ponta desconcertante de simpatia por ele.

— É o dono desta casa? — Kaslana voltou com uma pergunta, parecendo quase certa.

Isengard Stanton olhou em volta e disse, como se pensasse: — Você escolheu nos informar diretamente porque encontrou outra evidência?

— Sim, o retrato do dono da casa prova um pouco disso. Heh, ele nunca tira fotos, — Ikanser respondeu francamente. — Além disso, as pessoas por aqui já viram um grande cachorro preto na vizinhança muitas vezes no passado.

— Isso basicamente prova que o suspeito é aquele Apóstolo do Desejo. — Tendo dito isso, Isengard não pôde deixar de rir. — Desculpe, estávamos muito ansiosos e não lhe demos a chance de apresentar o suspeito.

Enquanto caminhava ao redor da fonte e em direção à porta da frente da casa, Ikanser disse rapidamente: — O dono desta casa é Patrick Jason, o principal acionista de um pequeno banco. Segundo a descrição de seus vizinhos, ele é um homem de meia-idade alegre, entusiasmado e otimista que permaneceu solteiro, mas acredita-se que teve várias amantes.

— Neste nível de riqueza, o número de empregados que ele contrata é totalmente inadequado. Toda vez que um banquete ou baile é realizado, ele precisa contratar um grupo de atendentes temporários da Associação de Assistência aos Servidores Familiares da Cidade. A esse respeito, sua explicação se deve a um problema de insônia. Muitos servos afetarão o silêncio de que ele precisa.

— Eu digo que ele tem muitos segredos que precisam ser escondidos, então não se atreve a contratar muitos servos, — Isengard disse meio brincando.

Klein, que não contratou um único criado, disse um tanto culpado: — Talvez seja simplesmente porque suas finanças não são tão boas quanto os outros pensam.

— Sim, esse é um fator que não pode ser descartado. — Isengard foi até a varanda e parou na frente da porta principal.

Ikanser olhou para Klein e disse como se estivesse se esclarecendo: — Você não contrata empregados e só manda a empregada do senhorio fazer a limpeza temporária duas vezes por semana. É para esconder o segredo de que você é um Beyonder?

“De todos os meus segredos, esse é o mais trivial…” Klein deliberadamente sorriu amargamente e disse: — Sim.

Enquanto falavam, Ikanser empurrou a porta da frente e um fedor indescritível saiu.

— O cheiro de decomposição… — Isengard fez um julgamento em um instante.

Ikanser chamou um membro da equipe da Mente Coletiva da Maquinaria.

— Carlson, alguma descoberta?

O Beyonder, Carlson, usava óculos grossos e tinha uma expressão complicada no rosto.

— Encontramos muitos corpos aqui.

— No porão, nas paredes grossas e nos locais onde o jardim está coberto de ervas daninhas, um cadáver escondido após o outro foi encontrado. O mais antigo pode ser de mais de uma década atrás, e os últimos são os servos que ainda estavam vivos alguns dias atrás.

— De alguns deles restaram apenas ossos, outros ligeiramente podres. Deacon, este lugar é como um matadouro humano!

Enquanto falava, os membros da Mente Coletiva da Maquinaria e os policiais cuidadosamente selecionados atrás carregavam um cadáver após o outro.

Alguns dos cadáveres foram desmembrados. Línguas, dedos, bolsas estomacais, olhos, etc. estavam todos em desordem. Alguns dos cadáveres eram apenas ossos.

— Parece que muitos dos casos de desaparecimento de Backlund serão resolvidos por causa disso. — Isengard apertou o nariz e suspirou.

Quando Klein viu um intestino quase arrastado pelo chão, exalou e se virou para olhar ao redor da casa.

O membro da Mente Coletiva da Maquinaria, Carlson, murmurou novamente: — Jason pagou a seus empregados salários muito altos e deu-lhes muitos feriados. Os empregados que viviam ao seu redor estavam todos com muita inveja… A cozinheira de Jason até prometeu a seu filho que ele estaria em casa esta semana e o levaria ao circo para assistir a uma apresentação…

— Um verdadeiro diabo… — Kaslana estava um pouco perturbada.

Olhando em volta, Klein conteve suas emoções e perguntou solenemente: — Por que os móveis da casa são tão simples e toscos?

— Como banqueiro, mesmo que o banco que ele possui não seja grande, Jason deveria ter porcelanas caras, pinturas excelentes, relógios de parede luxuosos e todos os tipos de itens feitos de seda de alta qualidade. Por que não podemos ver nada disso aqui? Bem, a madeira para seus móveis ainda é muito boa.

Carlson olhou para o diácono Ikanser e, após receber um aceno de cabeça, disse: — Está claro que Jason planejou essa vingança por um longo tempo. Ele vendeu os itens valiosos, mas discretos da casa, e até concordou com a compra de sua propriedade pelo Banco de Varvat.

— Depois de matar seus servos, ele acelerou sua liquidação e vendeu as pinturas a óleo e outros itens. Ele parecia ter certeza de que definitivamente seria encontrado e não pensava em ter sorte.

— Antes de agir, tudo o que lhe restava era sua casa, móveis e identidade. Não se sabe para onde ele transferiu grandes quantidades de dinheiro, metais preciosos e joias.

Depois de ouvir a descrição de Carlson, Klein de repente pensou em alguns adjetivos: calmo, racional, louco!

— Um verdadeiro diabo, — Isengard avaliou antes de compartilhar suas deduções. — Ele é lúcido e calmo em suas ações, mas tem uma forte tendência à loucura e um espírito de aventura, que é característico dos dois últimos feitos.

— Portanto, temos que ter cuidado para que ele não corra riscos? — Klein entendeu a essência das palavras do detetive Stanton.

— Sim. — Isengard assentiu gravemente.

Em seguida, os poucos detetives revistaram a casa e encontraram muitas evidências para provar que Patrick Jason era problemático. Eles também viram o retrato pendurado na sala de atividades.

Ele retratava um homem de meia-idade com maçãs do rosto altas, olhos azuis com um pouco de cinza, características faciais comuns e cabelos bem penteados. Ele não tinha nenhuma característica especial.

Naquele momento, Ikanser entrou e disse a Klein e aos outros: — Encontramos alguns itens em uma câmara secreta que confirmam que Jason Patrick tentou invocar um diabo ainda mais poderoso, mas, por algum motivo, não conseguiu. E esses itens confirmaram sua identidade. Ele é um membro da Família Diabólica conhecido como Beria, então seu nome verdadeiro deveria ser Jason Beria.

“A família Beria?” Klein assentiu, sem surpresa.

— Na antiga Quarta Época, a facção humana que adorava diabos formou uma aliança dispersa conhecida como a Seita Santificadora do Sangue. Esta organização foi dividida internamente de forma bastante drástica. As três grandes Famílias Diabólicas: Nois, Andariel e Beria eram um equilíbrio tripartido de forças. Seus ancestrais uma vez receberam a dádiva do Abismo, e eles adoram um deus maligno chamado Lado Negro do Universo. Eles acreditam que Ele é o governante do Abismo e que Ele é o devastador do mundo que iria corromper e degenerar todo o universo do mundo real, — Isengard explicou aos Beyonders não oficiais, Kaslana e Klein.

Ikanser balançou a cabeça e acrescentou: — Se uma organização cheia de atritos internos não acabar se dividindo, integração e unificação são tendências inevitáveis. Várias situações e rumores indicam que as famílias Beria e Andariel enfraqueceram gradualmente desde pelo menos mil anos atrás, a ponto de se tornarem vassalos da família Nois nas últimas décadas. Bem, o símbolo da família Beria é a combinação abstrata de um pentagrama e chifres de bode.

“Independentemente disso, a família Beria ainda é uma família extremamente antiga com raízes profundas. Não é de admirar que Jason tenha conseguido criar um Cachorro Diabólico. Fuuu, esse é apenas um dos motivos, outro motivo é que ele é dono de um banco, mesmo que não fosse grande… Na Segunda Época, o antigo deus que corresponde ao Lado Negro do Universo é o Monarca Diabólico, Farbauti. Existe alguma ligação entre os dois?” Klein suspirou enquanto se sentia curioso.

Depois de muita pesquisa, os três detetives e os membros da Mente Coletiva da Maquinaria só puderam confirmar que Jason Patrick era o Apóstolo do Desejo, mas não conseguiram encontrar a localização atual do homem.

Com o pretexto de obter ajuda de outras pessoas, Klein pegou um lenço que Jason havia usado durante o ritual de invocaCachorro Diabólico, com planos de encontrar uma chance de adivinhar acima da névoa cinza. Afinal, Jason havia lidado com os itens com os quais frequentemente entrava em contato.

Pouco depois, Ikanser veio até eles e disse com uma expressão pesada: — Os Falcões Noturnos trarão aquele Artefato Selado aqui. Faremos um movimento primeiro.

— Tudo bem, — Isengard e Kaslana responderam ao mesmo tempo.

Quanto a Klein, há muito ele havia levantado as mãos em aprovação interiormente.

Depois de sair da vila de Jason, que ocupava uma grande área, Klein olhou para trás e sua expressão gradualmente se tornou sombria.

Ele disse duvidosamente: — Acho que há um problema.

— Que problema? — Kaslana perguntou apressadamente.

Klein refletiu e disse: — Ele vendeu o banco, seu negócio e muitos itens valiosos com antecedência. Isso significa que Jason está preparado para desistir de sua identidade e vida atuais. Se seu motivo é apenas se vingar do Cachorro Diabólico, não é suficiente iniciar tal série de ações.

— Talvez ele tivesse um relacionamento muito profundo com o Cachorro Diabólico? Sherlock, você pode achar que não, mas já vi pessoas que tratam animais de estimação como se fossem da família, — disse Kaslana em desacordo.

Isengard, que estava ao lado deles, disse solenemente: — Não, Sherlock está certo.

— Kaslana, você sabe qual é o antigo nome da Sequência 8 do Caminho do Diabo?

Kaslana revelou um olhar de contemplação. Ela aparentemente tinha ouvido falar disso, mas não conseguia se lembrar imediatamente.

Naquele momento, Klein respondeu por ela em voz baixa: — Sangue Frio.

“Sangue-frio…” Enquanto refletia sobre o nome, ela de repente entendeu por que os dois grandes detetives, Moriarty e Stanton, diriam isso.

Vendo sua reação, Klein apontou em outra direção.

— Vamos nos separar e começar com nossos próprios canais de informação.

Depois de receber uma resposta afirmativa de Isengard e Kaslana, ele saiu às pressas. No entanto, não correu para o sul da ponte para encontrar Emlyn White.

Ele queria ir para a delegacia de polícia de Chissak e recuperar as cinquenta libras que pagou como fiança.

Ele já provou ser sem problemas. Tanto Isengard Stanton quanto os Beyonders oficiais deram seus respectivos testemunhos.

Uncategorized Lord of the Mysteries

Deixe um comentário Cancelar resposta

Tem de iniciar a sessão para publicar um comentário.

Lord of the Mysteries – Capítulos 411 ao 420

Capítulo 411 – Chegando em multidões

Capítulo 412 – Carta

Capítulo 413 – Visitantes

Capítulo 414 – Apóstolo do Desejo

Capítulo 415 – O Anel

Capítulo 416 – Mais com mais é menos

Capítulo 417 – Arrodes

Capítulo 418 – O Poder da Mente

Capítulo 419 – Desejo

Capítulo 420 – Família Diabólica

Deixe um comentário Cancelar resposta

More Posts

The New Gate – Volume 11 – Capítulo 2.3

The New Gate – Volume 11 – Capítulo 2.2

The New Gate – Volume 11 – Capítulo 2.1

The New Gate – Volume 11 – Capítulo 1.5

Bizarre Immortal – Capítulo 198

Bizarre Immortal – Capítulo 197

Bizarre Immortal – Capítulo 196

Bizarre Immortal – Capítulo 195

Adblock detectado! Desative para nos apoiar.

Lord of the Mysteries – Capítulos 411 ao 420

Capítulo 411 – Chegando em multidões

Capítulo 412 – Carta

Capítulo 413 – Visitantes

Capítulo 414 – Apóstolo do Desejo

Capítulo 415 – O Anel

Capítulo 416 – Mais com mais é menos

Capítulo 417 – Arrodes

Capítulo 418 – O Poder da Mente

Capítulo 419 – Desejo

Capítulo 420 – Família Diabólica

In this post:

Deixe um comentário Cancelar resposta

More Posts

Adblock detectado! Desative para nos apoiar.