Capítulo 21 – O Casal Ducal – Parte (IX)
O Casal Ducal – Parte (IX)
Hugo sentiu como se água gelada tivesse sido derramada em sua cabeça. Não, era uma sensação muito mais pegajosa, como se seu corpo tivesse sido amarrado e o interior e o exterior de seu corpo estivessem cheios de sujeira rançosa.
‘Eu me sinto sujo.’
Além dessas palavras, não havia outras palavras para descrevê-lo. Não era apenas um simples aborrecimento, mas o desconforto realmente irritante que você sente quando puxa os pés depois de pisar na lama e há lama até o tornozelo.
Não, era um pouco diferente disso. Era o mesmo que pensar que pegara o inimigo desprevenido, mas acabou encontrando-o porque eles já sabiam de antemão e estavam esperando por ele.
Não, não gosto disso também. Ele séria e ansiosamente tentou capturar exatamente o sentimento que estava passando, mas não conseguiu deduzir uma resposta.
Seus olhos claros estavam começando a olhar para ele com um pouco de suspeita. Hugo precisava de mais tempo para pensar.
“As flores são tão boas assim?”
“Em vez de ficar feliz com as flores, estou mais feliz por você ter me enviado um presente.”
Sua expressão era brilhante e puramente cheia de alegria. Parecia que ela havia aceitado o presente simplesmente como um presente, mas ele não se atreveu a perguntar abertamente.
Então ela saberia que o presente não era algo que ele havia enviado e, como ela simplesmente pensava nele como um presente, ela ficaria desapontada.
“Estou feliz que você gostou.”
Hugo escondeu sua mente inquieta e respondeu com muita calma, mas interiormente ele nutria um pequeno rancor contra Jerome. De todos os presentes possíveis, por que tinham que ser rosas?
Embora houvesse muitos outros tipos de flores presentes, tudo o que Hugo podia ver eram as rosas. Hugo abaixou seu corpo e facilmente a tomou em seus braços. Lucia soltou um grito devido às suas ações repentinas.
Ele se sentou na mesa, colocou-a no colo, passou os dois braços em volta dela com firmeza e apoiou o queixo em seu ombro.
“Sua Graça…?”
“Aguarde só um momento.”
Depois que ela lutou um pouco e desistiu, Hugo começou a pensar. Sentindo a temperatura do pequeno corpo em seus braços ficando cada vez mais quente, ele explorou calmamente sua memória.
‘Amarela. Certo. Era uma rosa amarela.’
No início, apenas por ver as flores vermelhas, ele ficou confuso e surpreso, mas depois que o momento de surpresa passou, ele começou a pensar racionalmente. Não importa para onde ele olhasse, não havia nada amarelo.
Não se via as rosas amarelas que costumava mandar às mulheres para significar sua separação. Ele imediatamente se sentiu aliviado.
Inicialmente, ele não tinha ideia de que aquelas mulheres receberiam rosas amarelas. Ele simplesmente ordenou a Jerome que tratasse do assunto de forma adequada sozinho, mas nunca perguntou sobre como estava sendo tratado.
Mas então, um dia, uma mulher que havia recebido uma rosa amarela veio procurá-lo e jogou um buquê de rosas amarelas nele. Mesmo que eles só tivessem se encontrado algumas vezes, ela era uma mulher que ele pensava ter bastante personalidade.
Depois desse incidente, Hugo ficou sabendo que havia uma flor conhecida como rosa amarela. Para ele, desde que fossem coloridas, as flores eram todas iguais, mas a rosa amarela era uma flor que conhecia.
Ele nunca perguntou a Jerome por que, entre todas as flores, ele enviava rosas amarelas, mas parecia significativo, então ele pediu a Jerome que continuasse fazendo o que estava fazendo.
‘Ela sabe que deveria ser uma rosa amarela?’
Não importa o quanto ele pensasse sobre isso e classificasse a conversa que eles tiveram enquanto assinavam o contrato…
‘Amarela.’
Não havia nada especificado sobre a rosa. Mas, vendo sua reação, ela não pareceu levar as rosas que foram enviadas hoje nesse sentido.
E o presente de despedida foi um buquê de rosas. Como não era essa enorme pilha de flores, ele chegou à conclusão de que claramente a havia definido de forma diferente.
Agora que havia resolvido um problema, ele mais uma vez se lembrou das memórias do dia do contrato. As condições que ele apresentou naquele dia foram os dois documentos. E então havia duas condições adicionais.
Liberdade em sua vida privada e de nunca se apaixonar por ele.
‘Seu bastardo maluco.’
Por que ele acrescentou uma condição tão inútil? Ele originalmente não usaria uma condição em um contrato se a situação não pudesse ser documentada. O que aconteceu foi o resultado de ela sondá-lo e depois confrontá-lo.
A liberdade em sua vida privada não era realmente um problema. Não havia necessidade de ele se casar com uma esposa normal e depois fixar os olhos em outra mulher. Isso seria muito problemático. Às vezes ele podia brincar e então, com um movimento de mão, de repente mudava de ideia, mas de qualquer forma ele era um homem aberto sobre suas contradições.
[Eu nunca vou me apaixonar por sua graça.]
O problema era com isso. Seus pensamentos iam e vinham, ele sentia como se seu coração tivesse sido atingido com uma força forte e sua respiração estivesse presa na garganta.
Além disso, seu juramento foi coberto por dois escudos. Ela havia declarado a ele: ‘Jamais lhe darei meu coração e, se por acaso o fizer, por favor, envie-me uma rosa.’
E ele tinha inicialmente pensado que era uma condição vantajosa para ele e concordou de bom grado.
‘Seu filho da puta estúpido.’
Ele não gostava de si mesmo, mas era mais próximo do nojo, ele nunca se considerou um tolo. Na verdade, ele estava muito confiante sobre a capacidade de seu corpo e seu cérebro, mas essa confiança estava lentamente se quebrando.
“Uau, está quente.”
Ela torceu o corpo em seus braços. Quando a força em seus braços desapareceu, ela se afastou dele com as duas mãos e soltou a parte superior do corpo. Quando o ar frio atingiu sua pele, ela soltou um pequeno suspiro. Ele baixou o olhar e olhou atordoado para Lucia, que estava levemente vermelha por causa do calor.
‘Esta mulher não me ama.’
[Se for assim, estou grato.]
No passado, era assim que ele pensava em relação às mulheres. O amor de uma mulher é irritante. Elas dariam a ele o coração que ele não queria, então sussurravam por aí lhe pedindo para retribuir. O amor que elas tinham por ele era basicamente baseado no que ele tinha. Essas mulheres amavam seu poder e sua riqueza.
Todas amavam o duque Hugo, não o Hugh, que não tinha nada em seu nome. E para ele, é claro que Lucia era igual.
A pessoa que ela queria era ele mesmo como duque. Mas aos poucos essa convicção dele foi ficando embaçada. Ela não mostrou nenhum interesse em seu poder e riqueza.
Mas ele ainda não sabia. Eles não estavam casados há muito tempo. Algumas pessoas podem esconder seus motivos originais por dezenas de anos. Isso é o que sua racionalidade ficava dizendo a ele, mas por que sua sensibilidade continua dizendo a ele que algo está diferente nela?
‘Espero que ela se agarre a mim…? Como outras mulheres? Por quê?’
Era um mistério que ele não conseguia resolver.
‘E se ela acabar se agarrando a mim… o que devo fazer?’
Se isso acontecer, pode ser uma violação do contrato. Mas… se as condições do contrato não puderam ser mantidas, o que fazer?
Suas pupilas vacilaram momentaneamente. O contrato deles teve uma brecha fatal. Em primeiro lugar, os contratos não podem produzir efeitos jurídicos.
Em segundo lugar, o contrato não mencionou quaisquer detalhes específicos sobre a destruição ou renúncia do contrato quando as condições não fossem cumpridas. Ele não viu nada sobre um divórcio.
Ele havia dito inicialmente que, com a intenção de bloquear o processo irritante de divórcio, mas pensando nisso agora, foi uma previsão inteligente.
‘Uma rosa? Que tal? E se eu não enviar rosas para sempre? E daí se eu mandar algumas de novo?’
Ele estava olhando para ela por um tempo, então seu olhar ficou cada vez mais questionador. Suas pupilas vermelhas olharam profundamente em seus olhos âmbar.
Ela era sua esposa. Ela era sua mulher, e ninguém ousaria discutir isso com ele. A partir do momento em que assinou a certidão de casamento, ela ficou inteiramente ligada a ele.
‘Esta mulher é minha.’
A conclusão a que chegou o deixou muito satisfeito. Amor ou o que quer que fosse, no final das contas não importava. Ela nunca seria capaz de escapar de suas mãos. Possessividade e obsessão por ela começaram a brotar de seu coração.
“A reunião não foi bem?”
Lucia não conseguia identificar o que era, mas algo nele era diferente do normal.
Por ser uma pessoa tão notável, ela não podia imaginar que houvesse um problema que o incomodasse, mas o norte era uma vasta terra e ele era o senhor de muitas pessoas, pelo contrário, se nenhum problema ocorresse, seria estranho.
Sinceramente, Lucia estava um pouco mal-humorada com ele. Em vez de deixar seu servo cuidar do presente, era melhor não tê-lo dado. No entanto, com base no que Jerome afirmou veementemente, Hugo havia pensado sobre o presente em si e seu coração estava ligeiramente inclinado a acreditar nisso.
E, no chá de hoje, as nobres estavam preocupadas com a jovem e aparentemente inocente duquesa e deram-lhe alguns conselhos.
[Os homens são seres simples. Não há necessidade de pensar muito sobre isso. Mesmo que você seja presenteada com uma única flor, abrace-o e agradeça-o como se não houvesse presente mais precioso no mundo, e se houver paixão, essa paixão transbordará.]
[Você tem que agir como se gostasse dos presentes para que eles continuem chegando. E de vez em quando diga coisas como ‘meu marido tem se saído bem, não foi difícil?’ você descobrirá que ele ficará extremamente calmo.]
Ela havia aprendido como manter o controle sobre o marido enquanto viviam juntos, mas o que ela poderia fazer com isso?
Enquanto sorriam e conversavam, as nobres davam conselhos semelhantes, enquanto Lucia ficava sentada em silêncio e empilhava diligentemente os conselhos em sua cabeça.
Até que ela corresse para seus braços e o abraçasse, não havia intenção de seguir o conselho das nobres. Ela estava simplesmente feliz em vê-lo.
No entanto, naquele momento, o conselho veio à sua mente e a situação era simplesmente perfeita. Portanto, Lucia deixou de lado todas as circunstâncias complicadas em torno do presente de flores e expressou ativamente sua gratidão.
“A reunião não teve problemas. Você disse que gostou do presente, certo?”
Como o olhar dele sobre ela era muito intenso, Lucia hesitantemente tentou descer de seus joelhos, mas os braços dele se fecharam em volta da cintura dela.
“Sim…”
“Se você gosta, você deve retribuir o favor.”
‘Realmente, este homem é completamente sem vergonha.’
Ele definitivamente sabia que o presente não era algo que ele enviou, mas ele não parecia estar com a consciência ferida.
Ela considerou derramar o leite, mas então Jerome seria repreendido, ela não queria criar problemas por nada, então ela deixou passar.
“O que você gostaria?”
“É possível se eu quiser?”
“Se for algo dentro da minha capacidade, então sim.”
Quando ele se inclinou e sussurrou algo em seu ouvido, o rosto de Lucia ficou vermelho e esquentou.
“De jeito nenhum!”
“Vai acabar logo.”
Seus lábios se aproximaram de seus lábios e seus lábios se encontraram.
“Está quase na hora do jantar.”
“Vou terminar antes disso.”
Lucia continuou a resistir aos beijinhos que ele derramou sobre ela.
“Eu não acredito em você.”
“Você diz isso tão facilmente. Desde quando minha credibilidade se tornou tão baixa?”
“Por que você não tenta colocar a mão no peito e pensar sobre isso?”
Toda vez que estavam na cama, ele dizia ‘Só mais uma vez’ ou ‘esta é a última vez’. E porque ela não acreditava que ele a enganaria, ela seria mais uma vez enganada. Ele não se importou com nenhuma de suas queixas.
Ele deu um pequeno suspiro e a ergueu de suas coxas, com as mãos acima da saia. A posição de suas pernas foi alterada para espalhar ao redor de suas coxas e ela estava firmemente empoleirada nele.
A posição deles os fez sentar cara a cara, as pernas dela pareciam estar enroladas na cintura dele e o pescoço dela estava vermelho quando ela olhou para ele.
Se não fosse pelas roupas atrapalharem, praticamente não havia diferença na posição deles durante a relação sexual. Ela já podia sentir sua parte masculina excitada, o que significava que ele estava realmente planejando fazer isso aqui.
“E se alguém vier?”
“Meu mordomo não é alguém sem tato. Tenho certeza de que se não sairmos depois de um tempo, ele vai cuidar disso sozinho.”
‘Isso é ainda mais embaraçoso!’
Lucia mordeu os lábios e não sabia o que fazer. Uma de suas mãos já havia deslizado sob a saia e tateava por dentro. A outra mão dele estava aninhada nas costas dela, puxando-a enquanto ele mordia levemente o lóbulo da orelha e o lambia.
“No começo eu queria fazer no jardim, mas quando pensei nisso, com o tempo como está, vai ter muitos insetos. Se você desmaiar enquanto estamos fazendo isso, seria difícil. Espere, não. Isso não importaria. Mesmo quando não há insetos, você ocasionalmente— ”
“… Se você disser mais uma palavra, vou morder seus lábios.”
Ele riu e respondeu brincando, “Sim, senhora.”
Ele beijou ao redor dos olhos dela enquanto ela olhava para ele timidamente. Ele engoliu seus lábios vermelhos e respirou sua doce fragrância. Ele começou a se mover para aproveitar bem o tempo que ela havia lhe dado, porém não cumpriu a promessa de quando terminaria.
A hora do jantar já havia passado quando eles terminaram, então eles jantaram muito tarde.
* * * * *
Enquanto Jerome trazia o chá da tarde para seu escritório, colocava sobre a mesa e se virava para sair, Hugo falou.
“De agora em diante…”
Jerome parou de andar, se virou e voltou para a mesa para ouvir as palavras de seu mestre.
“Eu não me importo com outras flores, mas sem mais rosas. Faça o que achar melhor, mas eu não quero ver mais dessa flor em particular.”
Jerome não entendeu totalmente o que seu mestre queria, mas respondeu que cuidaria disso. Ele se perguntou se ontem, a senhora havia ficado ofendida ou magoada com o presente que ele havia enviado.
Mas olhando para o clima entre os dois hoje, não parecia isso. Enquanto Jerome estava pensando em rosas, uma memória de repente surgiu em sua mente.
“Sua Graça, outro dia, a senhora me perguntou se eu tinha enviado uma rosa amarela.”
A mão de Hugo que estava assinando um documento parou instantaneamente de se mover, fazendo com que a tinta da caneta caísse e se espalhasse pelo papel. Hugo franziu a testa ligeiramente e afastou o documento.
“Então?”
“A senhora me perguntou se ela estava certa sobre Lady Lawrence ser a última pessoa a receber uma rosa e… eu respondi positivamente.”
Na noite do baile da vitória, ela testemunhou, em primeira mão, a visão dele rompendo com Sophia Lawrence. Ele tinha esquecido.
Em vez de dizer que havia esquecido, era mais correto dizer que ele não sentia necessidade de se preocupar com isso. Hugo conseguiu entender por que ela o via como um vilão sem escrúpulos e sem vergonha.
“E…”
“Há mais alguma coisa?”
A voz de Hugo ficou um pouco mais aguda. Talvez por causa do humor, Jerome não estudou o rosto de seu mestre ou ele teria visto o desconforto visível de seu mestre.
“A senhora perguntou por que a última pessoa a receber uma rosa não foi a Condessa Falcon e eu respondi que Vossa Graça não deu a ordem.”
Hugo tinha uma expressão fria por fora, mas ele agarrou a caneta que segurava com mais força.
‘Se você responder dessa forma, o que eu devo fazer?!’
Hugo engoliu as palavras que queria gritar. Era em momentos como este que seu mordomo sempre capaz era instantaneamente reduzido a um tolo sem tato.
“Envie isto. A rosa.”
“Sua Graça está falando sobre a Condessa de Falcon?”
“Envie hoje. Agora mesmo.”
“Sim, sua graça. Ah, e outra coisa— ”
“Por que existem tantas coisas?”
Hugo resmungou melancolicamente. Ele apenas impediu Jerome de sair para dizer uma coisa, mas parecia que Jerome tinha aproveitado a oportunidade para derramar uma coisa após a outra.
“Isso é algo que a médica principal da senhora disse. Ela pede que você se contenha em visitar a cama da senhora…”
“O quê? Por que a médica se preocupa com isso?”
“Ela disse que é por causa da saúde da senhora e que uma vez a cada cinco dias, a senhora precisa descansar.”
A saúde da esposa, foi o surgimento de uma tarefa difícil à qual Hugo não resistiu. Sua esposa era pequena e fraca.
Sinceramente, Lucia não era tão frágil, mas, em sua cabeça, seria uma grande coisa se ela adoecesse. E por mais de um mês, ele teve seu caminho com ela sem pausa.
Porém, se ele realmente pudesse fazer isso por mais de uma rodada, pelo menos não seria injusto.
Uma vez a cada cinco dias.
Hugo ficou deprimido.
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Sa-chan: Ti dó ti dó kkkkkkkk
Tradução: Sa-chan
Revisão: Sa-chan
Obrigada pela leitura. ^-^
Capítulo 22 – O Casal Ducal – Parte (X)
O Casal Ducal – Parte (X)
Apoiado nos músculos finamente detalhados do corpo de um homem, estava o corpo de uma mulher. Apoiando a cabeça em seus ombros e colocando a bochecha em seu peito, Lucia gostou da sensação de suas mãos acariciando suavemente suas costas nuas. O peito dele estava sob sua palma e ela se sentiu fascinada pela firmeza de sua pele, então ela cutucou sua pele com um pouco mais de firmeza.
“A partir de amanhã, estarei longe de Roam por alguns dias.”
“Onde você vai?”
“Inspeção do feudo. Pretendo dar uma olhada uma ou duas vezes por mês a partir de agora.”
Embora ele tivesse se apaixonado pelo doce sonho chamado vida de recém-casado, ele não havia esquecido o que precisava fazer.
“Um Senhor precisa fazer isso?”
“Claro. Eu preciso manter a ordem.”
Essas pessoas eram do tipo que procuravam outro lugar para ir se não vissem seu mestre e então antes que isso acontecesse, ele tinha que apertar a guia.
Embora fosse agradável observar e escolher os idiotas que tentavam procurar outros lugares e avisá-los ou lidar com eles, ele se absteve de fazer uma expressão tão grosseira na frente dela.
‘Inspeção do feudo… isso é algo que ele originalmente tem feito.’
Seu marido em seus sonhos, o conde Martin, nunca havia visitado seu feudo e, como esperado, Lucia também nunca tinha estado lá.
No entanto, de vez em quando, ela via pessoas vindo do feudo com relatórios de impostos e o relatório era jogado na cara aos gritos.
“Vai demorar?”
“Cerca de três ou quatro dias. Se for uma visita longa, pode demorar mais alguns dias.”
‘Ele não estará aqui por alguns dias. Lucia se sentiu um pouco estranha.’
Mesmo que ela tivesse vindo para Roam logo depois que eles se casaram e ficaram sozinhos por quase um mês, em algum momento, tornou-se natural para ela estar perto dele.
Ela se perguntou se ele ficaria irritado se ela dissesse: ‘Por favor, volte logo.’
“Seu próximo chá é em dois dias, certo?”
O segundo chá de Lucia seria realizado dois dias depois. Já fazia quase meio mês desde sua última festa do chá.
Por causa do sucesso do primeiro chá, Lucia ansiava pelo segundo, porém, ao pensar em como ele não estaria por perto, seu entusiasmo diminuiu repentinamente.
“Sim.”
“Eu tenho algo para te dar. Deve chegar amanhã ou depois de amanhã.”
“O que é?”
“Um presente. Sinto que faltou um pouco no presente do último chá.”
Ele falava com uma voz calma, mas o coração de Lucia começou a palpitar. Seu presente inesperado e repentino fez seu coração palpitar.
“Posso perguntar qual é o presente?”
“Um colar.”
Como sua voz era tão branda, o coração de Lucia, que palpitava de expectativa, esfriou um pouco. Foi simplesmente um presente formal, mas aqui estava ela, tendo grandes expectativas sozinha.
Lucia ainda não havia compreendido sua personalidade simples, que nunca dera um presente antes ou brincava com alguém por causa de um presente.
“Você talvez odeie joias?”
“Há alguém que não goste de joias?”
“Então isso é bom. Você tem algum plano especial para quando eu estiver fora?”
“A festa do chá em dois dias, mas fora isso…”
“Então não há nada em particular? Não pense em fazer nada abrupto ou inesperado enquanto eu estiver fora. Apenas seja obediente.”
“Que ação inesperada?”
“Só estou dizendo que você deve ser como sempre foi. E, particularmente, não saia.”
Lucia se perguntou por que ele mencionou de repente sair. Desde que ela chegou a Roam, ela tinha ficado sem nunca deixar o castelo.
No castelo, tudo que ela precisava estava preparado para ela, portanto, não havia necessidade de ela sair. E talvez sua personalidade fosse entediante, pois ela preferia uma vida tranquila e imutável a uma vida dinâmica.
O tempo todo, ela nunca disse a ele que queria sair, então ela não conseguia descobrir por que ele de repente diria algo assim.
“Por quê?”
“Você quer sair?”
‘Não saia do meu território enquanto eu estiver fora.’ Isso era o que ele realmente queria dizer.
“Não, mas você nunca sabe o que poderia acontecer. Você tem que me dizer o motivo exato para que eu possa tomar uma decisão.”
“Já que não estou aqui na minha posição, minha duquesa tem que cuidar disso, certo?”
Ele ficou satisfeito consigo mesmo por ter uma resposta bastante razoável. Não era necessário que ela ficasse em Roam para cuidar das tarefas no lugar dele, mas Lucia não conseguiu encontrar nenhuma lacuna em suas palavras e apenas achou que fazia sentido.
“Ah sim.”
Como ele não disse nada por um tempo, Lucia olhou para ele e o encontrou olhando para ela.
“Há mais alguma coisa que você queira me dizer?”
Ele riu e abaixou a cabeça, capturando seus lábios inferiores. Ele mordeu suavemente e então chupou.
Sua esposa, que ouviu bem suas palavras com uma expressão inocente e olhos claros, era muito bonita. Ele já estava preocupado em não vê-la por alguns dias.
* * * * *
Philip observou enquanto o duque de Taran e seus cavaleiros saíam de Roam no início da manhã. Sua residência ficava em um canto na parte interna da parede externa de Roam.
A residência do médico principal do duque ficava originalmente dentro das muralhas do castelo, mas como o dono da família Taran mudou há oito anos, a residência de Philip foi empurrada para a parede externa.
Além da mudança de residência, o duque não o tratou “especialmente” nem o perseguiu.
Seria mais correto dizer que o duque não tinha absolutamente nenhum interesse nele. Além disso, quando Philip mudou de residência, os vários prontuários médicos da casa, que foram transmitidos de geração em geração, foram autorizados a se mudar com ele.
Philip nunca se esqueceu de que sua vida dependia da estreita compaixão de Hugo. Embora falando exatamente, foi mais pagamento do que compaixão. O pagamento de uma dívida vitalícia.
Philip admirava o duque de sangue frio que não sangrava nem possuía lágrimas. As pessoas ao redor que conheciam o segredo da família Taran haviam desaparecido sem deixar vestígios e o único que restou que sabia desse segredo era Philip, mas Philip nunca havia condenado a crueldade e selvageria do duque.
A razão pela qual a família de Philip se apegou desesperadamente ao duque de Taran foi porque ele era a escultura perfeita da linhagem Taran.
Há muito tempo, a magia era a ordem do mundo. Naquela época, o Império Madoh governava o mundo e o Império Madoh estava localizado no centro de seu próprio país, Xenon.
Naquela época, vários humanos comuns existiam, bem como os poucos nobres que os governavam. Os nobres do Império Madoh não se referiam a humanos comuns, mas a outra raça com habilidades superiores.
Esta raça tinha olhos e cabelos pretos. Fora isso, eles não pareciam muito diferentes dos humanos, mas tinham habilidades muito superiores e avassaladoras para um humano comum. A família Taran foi o último vestígio do Império Madoh.
Os nobres mantiveram suas linhagens se casando entre si. O Império Madoh foi dominado pela magia e apenas a nobreza poderia possuir poderes mágicos.
Visto que os nobres nasceram de nobres, eles tinham poderes mágicos desde o momento em que nasceram. Esses poucos nobres suprimiram e exploraram os numerosos humanos.
Era como se os nobres tivessem nascido iguais, pois todos, sem exceção, eram cruéis e impiedosos. Mesmo se milhares de humanos atacassem um nobre, eles seriam incapazes de derrotar o nobre.
Desta forma, a classe dominante consolidou seu domínio enquanto o desespero dos humanos se aprofundava e parecia que essa ordem nunca seria quebrada.
Mas um dia, um meteoro do espaço caiu na superfície. Ele criou um grande terremoto, mas ninguém se feriu porque ele caiu em um lugar que estava deserto.
Alguns pesquisadores se interessaram por ele, mas esse interesse esvaiu logo. Eles acabaram levando isso como um evento memorável, mas sem valor.
Mas daquele dia em diante, a ordem do mundo começou a desmoronar. A atmosfera que estava cheia de poder mágico se dispersou e a magia que fluía no sangue dos nobres começou a desaparecer fazendo com que sua força caísse mais do que a dos plebeus.
Eles foram incapazes de competir contra a força física dos humanos comuns e os humanos que sofreram inúmeras explorações se levantaram e se uniram.
No início, os humanos ficaram com medo, mas uma vez que perceberam o que podiam fazer com sua própria força, eles se transformaram em uma terrível loucura e a caça começou.
Nobres com cabelos e olhos pretos foram todos perseguidos, rastreados e apanhados. Foi a tal ponto que nem mesmo sua forma foi deixada quando foram esmagados ou assassinados.
Todos os vestígios do Império Madoh foram queimados e destruídos. Livros e itens que haviam custado centenas de milhares agora eram inúteis e foram reduzidos a lixo. Não importa para onde alguém virou a cabeça, era possível ver a fumaça subindo à distância e as cinzas soprando.
A família Taran era nobre, mas mais precisamente meio nobre. Eles foram condenados ao ostracismo entre os nobres porque foram rotulados como heresias, de modo que viviam em silêncio, sem os laços de nobreza usuais. Eles foram condenados ao ostracismo porque na linhagem Taran, o sangue de um humano estava misturado.
Aqueles da linhagem Taran também eram fracos em magia e eram considerados a vergonha dos nobres.
Porém, no dia do evento incomum, o sangue do humano que estava adormecido no sangue Taran despertou e se misturou com o sangue deles, ou melhor, mudou seu corpo e cérebro, tornando-os poderosos.
Seus cabelos e olhos pretos foram alterados para cabelos pretos e olhos vermelhos. Em um mundo devastado pela loucura dos humanos, o irmão e a irmã Taran sobreviveram.
Eles se esconderam silenciosamente e esperaram que sua existência fosse completamente esquecida para que pudessem reconstruir sua família e preservar sua linhagem.
Eles não tiveram que esperar muito. A destruição do Império Madoh apenas deu início ao mundo dos humanos.
Humanos que agora derrotaram seu inimigo comum, começaram a destruir, lutar entre si e se separar. Os perdedores (os nobres) desapareceram rapidamente de sua memória.
Décadas depois, o Império Madoh simplesmente se tornou uma velha história e cem anos depois, tornou-se um mito. Depois de muito tempo, a atmosfera mudou novamente.
O poder mágico na atmosfera estava de volta e embora não tenha sido restaurado ao que era antes da queda do meteoro, foi o suficiente para os artefatos quebrados do Império Madoh retomarem a função.
Os humanos ficaram felizes com a descoberta desses tesouros Madoh e começaram a escavá-los com entusiasmo e, com isso, a caça ao tesouro se tornou o trabalho mais popular.
Os da família Taran que estavam escondidos, com cuidado e cautela, saíram do esconderijo.
Eles trouxeram os artefatos de sua família que haviam escondido e começaram a reconstruir sua família. Não demorou muito para que eles começassem uma família carismática e notável com muita influência.
Philip foi um dos poucos descendentes humanos que estiveram com a família desde o início da reconstrução. A família de Philip existia para cumprir sua missão, que era preservar a linhagem Taran.
Na época do Império Madoh, nenhuma criança nasceria entre um nobre e um humano. Era uma questão irrelevante para os nobres, mas muitos pesquisadores estavam curiosos para saber por que isso acontecia.
Depois de fazer várias pesquisas, eles encontraram o método de concepção.
Do ponto de vista dos nobres, os pesquisadores fizeram algo inútil, mas, em primeiro lugar, a maioria das pesquisas que fizeram foi inútil.
Graças a esse conhecimento, o ancestral distante da família Taran nasceu, mas mesmo depois disso, eles continuaram a se interessar por este método.
Eles continuaram suas pesquisas em segredo e desenvolveram seus conhecimentos. Era um pouco diferente dos nobres comuns para um meio-nobre e um humano se unirem e terem um filho.
Após pesquisas contínuas e tentativas e erros, eles finalmente encontraram uma maneira de manter a linhagem Taran. Durante a época do Império Madoh, esse método nunca foi usado. Sim, a família Taran era meio nobre, mas um nobre era um nobre.
Embora a ascendência da família Taran fosse mista, fora esse caso, eles nunca fizeram nada parecido novamente.
Eles se casaram com nobres puros para tentar aprofundar seu sangue nobre e voltar ao círculo principal da nobreza.
Quando todos os nobres do mundo foram destruídos, a família Taran só foi capaz de continuar sua linhagem se casando com humanos, então o conhecimento que já estava na família começou a mostrar sua utilidade.
No entanto, todas as combinações com humanos sempre resultaram em mulheres e eles precisavam de homens para continuar a família.
A solução que encontraram para este problema foi através de parentes próximos. O chefe de Taran tomou sua meia-irmã por esposa e apenas um filho foi concebido entre eles. O filho precisava de uma esposa para continuar a linhagem familiar. E era função do pai fazer uma noiva para o filho.
Era necessário se preparar para o nascimento da criança (a noiva) combinando com uma mulher humana comum que não possuía a linhagem Taran.
Para isso, eles precisavam de uma jovem que ainda não tinha menstruado. Quando a menstruação da fêmea começasse, a fêmea seria obrigada a tomar erva de artemísia por mais de meio ano para detê-la. Nesse estado, o corpo ficou limpo por cerca de um ano.
O homem da família Taran que seria o pai da criança no futuro tiraria então a virgindade da mulher preparada. A mulher então seria alimentada com remédios que enfraqueciam o efeito da artemísia e seu corpo voltaria ao que era originalmente.
O tempo para o recomeço da menstruação variou de pessoa para pessoa, o mais curto seria um ano e o mais longo três anos.
O período até o início da menstruação era a hora de engravidar. Ele dormiria com a mulher e teria um filho. Se a menstruação recomeçasse e a mulher ainda não tivesse engravidado, ela era considerada um fracasso.
A família de Philip esteve envolvida neste processo do início ao fim. Com o passar do tempo, esse conhecimento foi transmitido à medida que a visão da família de Philip e o chefe da família Taran eram informados dos conteúdos específicos separadamente.
As duas famílias mantinham uma relação mútua e inseparável.
Philip cuidou dos irmãos gêmeos desde o momento em que nasceram. Quando o duque tentou matar um dos gêmeos, ele o dissuadiu de deixá-los em caso de incertezas futuras.
O duque havia demonstrado interesse cruel por eles. Um interesse em como seria se um crescesse com os melhores antecedentes e o outro sobrevivesse nas piores condições.
Embora o duque não tenha impedido que seu filho fosse vendido como escravo aos mercenários, ele sempre assistia de longe. Hugh não sabia, mas quando era jovem, algumas vezes Philip salvou sua vida.
O gentil Hugo que não herdou o temperamento brutal único da linhagem Taran e o rancoroso Hugh que matava pessoas sem pestanejar.
Philip amava os dois, mas entre os dois, sua ligação com Hugh era mais forte. Para transmitir e continuar a linhagem da família Taran, o sangue humano foi misturado com tanta naturalidade que a linhagem Taran tornou-se obscura.
O povo de Taran estava se tornando cada vez mais humano. No meio disso, Hugh nasceu, a escultura perfeita da linhagem Taran.
Um corpo notável, um cérebro ágil, uma força mental incrível, sangue frio e implacável. Ele era a imagem perfeita do mestre de Taran que eles desejavam.
O ex-duque era o mesmo que gostava mais do filho abandonado e ele era conivente para trocá-los novamente. No entanto, ele se opôs a matar Hugo.
Ele tinha alguma afeição por Hugo, mas a principal razão era que não havia precedentes no nascimento de gêmeos na família Taran. Ele não queria jogar ele fora tão facilmente.
No entanto, era impossível prever o futuro. Ele não sabia que, de uma forma ou de outra, Hugo encontraria Hugh e aprenderia a interpretar as ações das pessoas.
Ele não sabia que, por não saberem da existência um do outro, os dois irmãos se encontrariam pela primeira vez em dez anos e acabariam se vendo como existências mais preciosas do que a própria vida do que como inimigos.
Comparado com seus predecessores, que eram cruéis, mas de cabeça fria, o falecido duque de Taran era cheio de ganância. Ele era diferente dos outros mestres de Taran.
O duque não esqueceu sua missão de fazer um filho notável e continuar a linhagem familiar, mas ele não queria perder o poder absoluto de que desfrutou enquanto estava vivo. A ganância sempre leva alguém à queda.
Na época, era o Hugo de Taran, mas como Hugh sobreviveu e persistiu sozinho, Philip pôde ver ódio e desilusão em seus olhos. Philip podia sentir que logo desmontaria a família e a quebraria em pedaços.
Se Damian não existisse, Hugh definitivamente teria feito isso. Ficou triste ao vê-lo um dia, caminhar até o fim do mundo sem ter dado seu coração a ninguém.
Philip nunca iria admitir nem acreditava, mas ele amava Hugo. Para o Philip que não tinha família, o irmão gêmeo era como seus netos.
[Estou avisando agora, não ouse tentar se aproximar da minha esposa!]
E era por isso que ele não conseguia esquecer a aparência de Hugo naquele instante. Foi momentâneo, mas ele podia sentir a vigilância e proteção dele.
Não eram ameaças vazias nem intimidação, mas o sentimento de uma mãe tentando proteger seu filho. Foi a primeira vez que Philip o viu obcecado por alguém que não fosse o falecido Hugo.
‘Que tipo de pessoa ela é?’
Foi apenas pura curiosidade. Ele não estava pensando em fazer nada, nem poderia fazer nada. Ele só queria saber como a duquesa se parecia e como era sua personalidade.
Ele se perguntou se seria possível aproximar assim que o duque deixasse o local, mas assim que ele se aproximou da porta do castelo, um homem apareceu do nada e o bloqueou.
“Terei problemas se você entrar, Sir Philip.”
Philip deixou escapar um suspiro baixo. Ele não sabia que alguém o estava observando.
“Você está me monitorando?”
“Enquanto você não entrar no castelo, suas ações permanecerão irrestritas.”
“Por que apenas? Qual é a razão?”
“Não conheço motivos. Eu apenas sigo ordens. Se houver algum protesto, recebi permissão para fazer usar a força física.”
“… Compreendo.”
Philip voltou em silêncio. Ele se sentou de frente para as paredes do castelo e lambeu os lábios, em seguida, olhou para o céu e murmurou amargamente.
‘Eu tenho que sair de novo…?’
Ele nunca ficou em um lugar por muito tempo porque seu coração nunca foi apegado a ele. Era seu desejo encontrar Damian uma vez na vida, mas ele havia tentado antes e falhado.
O duque nunca daria a Philip a oportunidade. Talvez o duque nem contasse a Damian o segredo da família e guardasse tudo para si.
‘É uma obsessão?’
Ele tinha que concordar que o desejo de sua família e sua adesão à linhagem de Taran era uma obsessão. O pai, o avô de Philip e os anteriores a seu avô eram da mesma forma.
Não foi tão fácil mudar a ideia pela qual ele se apaixonou desde a infância até a velhice.
Ele provavelmente ainda seria incapaz de abandonar esse apego, mesmo quando estivesse em seu leito de morte e fechando os olhos pela última vez.
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Tradução: Sa-chan
Revisão: Sa-chan
Obrigada pela leitura. ^-^
Capítulo 23 – O Casal Ducal – Parte (XI)
O Casal Ducal – Parte (XI)
Jerome colocou uma grande caixa embrulhada em veludo luxuoso na mesa. Lucia abriu a caixa devagar, cheia de expectativas.
“Gasp!”
A empregada ao lado dela, espiando pelo canto do olho, soltou um suspiro e exclamou surpresa. Não era só a empregada, Lucia também se surpreendeu.
Dentro da caixa estava um colar de diamantes brancos deslumbrantes e lindos com inúmeros diamantes pendurados nele. Lucia não sabia realmente o preço das joias, mas sabia que não podiam ser simples joias, era um tesouro.
Os diamantes eram gemas comuns? Os colares normais teriam um diamante presente no meio, repousando sobre o esterno, conectado a um fino cordão de ouro. O diamante seria apenas um acessório para o resto do colar.
Para este colar, o personagem principal do colar era um enorme diamante que a fez suspeitar se era realmente um diamante ou apenas um pedaço de vidro.
Ela nunca tinha visto nada parecido antes. Ela podia adivinhar que, mesmo se uma das nobres possuísse algo assim, elas teriam muito medo de usar e não ousariam tê-lo no pescoço enquanto estivessem fora.
Ela hesitou, perguntando-se em seu coração se deveria ousar tocá-lo, então ela cuidadosamente se aproximou e pegou o colar com as duas mãos. Ela quase perdeu seu peso quando o segurou em suas mãos.
“Experimente e veja, Milady.”
Uma empregada trouxe um espelho de corpo inteiro enquanto Lucia ficava mais encantada. Ela prendeu o colar no pescoço e ficou na frente do espelho. O peso do colar a fez sentir como se alguém a estivesse empurrando para baixo em seu pescoço com as duas mãos. Todo o seu decote estava coberto de diamantes cintilantes.
“Fica muito bem em você, Milady.”
Jerome ficou satisfeito e a esbanjou com elogios.
“O que… é isso?”
O colar que ela esperava era um ornamento feminino fofo ou comum, não um item raro que parecia ter vindo de um tesouro real.
“Ele realmente comprou isso? Como um presente para mim?”
“Sua Graça lamenta que tenha demorado mais tempo para o presente chegar do que ele havia planejado. Ele queria dar a você antes de partir para sua inspeção.”
“Isso… isso é demais.”
Jerome ficou perplexo com a resposta relutante de Lucia.
“Não é muito, Milady.”
“Se o destinatário se sente sobrecarregado, o presente é demais. Jerome, se… eu dissesse a Sua Graça que me sinto sobrecarregada com isso, ele ficaria chateado?”
“Sim.”
Jerome respondeu com firmeza.
Ele tinha visto seu mestre escolher este presente com uma expressão bastante feliz. Foi a primeira vez que seu mestre escolheu pessoalmente um presente para uma mulher.
No passado, ele pedia apenas a Jerome para pagar por qualquer item que a mulher desejasse.
Jerome não sabia se cometeria um erro ao falar sobre os relacionamentos anteriores de seu mestre, então ele não disse nada. Ele estava particularmente observando sua boca, já que tinha sido muito descuidado no passado por causa das perguntas de sua madame.
“Você não precisa se sentir sobrecarregada, Milady. Do ponto de vista de Sua Graça, não é um presente excessivo.”
‘Meu mestre é rico’ era o que Jerome estava tentando dizer, mas Lucia interpretou suas palavras de maneira um pouco diferente. Para Hugo, comprar aquele presente tinha o mesmo significado que comprar um pente de cabelo.
Lucia sentou-se sozinha na sala de recepção, olhando para a caixa que continha o colar e mergulhou em pensamentos profundos. Ela estava tentando analisar o significado subjacente do presente.
‘Pode ser apenas um simples presente para comemorar meu primeiro chá. Como ele é rico, pode não ser diferente de dar um pequeno anel de presente.’
Essa foi sua primeira teoria, mas ela não sabia que não importava o quão rico ele era, este presente não era algo que ele iria presentear levianamente. Ele só conseguiu adquiri-lo depois de perguntar e até pagar um extra, porque o colar já havia sido ganho por um membro da realeza em outro país em um leilão de joias.
Dinheiro era dinheiro, mas seus esforços eram claros. Ele queria dar a ela um presente especial. Mas porque ele deu de maneira tão simples, ocorreu um pequeno mal-entendido.
‘Ou… é uma recompensa? Porque ele gosta de dormir comigo…’
Essa foi sua segunda teoria. No entanto, a ideia de dar seu corpo e ser paga como uma prostituta a fez se sentir péssima.
‘Então, é algo como um hábito? Ele teve muitas amantes, então pode ser apenas uma rotina dar presentes para mulheres.’
Essa foi sua terceira teoria. Essa teoria era igual à anterior e isso a fez se sentir ainda mais terrível. No entanto, a primeira teoria foi a mais fácil de engolir. Ela cavou em sua cabeça, mas ela não conseguia pensar em mais nenhuma teoria. Ela excluiu a teoria de que o presente pudesse ter um significado especial.
Lucia suspirou pesadamente.
O presente era tão precioso que era um pouco difícil de suportar e foi como uma pedra atirada em seu coração tranquilo, causando uma ondulação. Sua vida matrimonial com ele era muito diferente de suas expectativas. Ela esperava que fosse sombrio, mas foi cheio de alegria e felicidade.
Ele nunca disse palavras rudes ou açucaradas, mas ainda era afetuoso. Ele não era mal-humorado nem disse nada que pudesse ferir seus sentimentos e ele não era tão assustador ou ridiculamente violento quanto os rumores diziam que ele era.
‘Eu já prometi. Disse a mim mesma que não me apaixonaria por ele.’
Mas seu coração não parava de vacilar. Mesmo que ela tentasse controlar seu coração, dizendo ‘você não pode’, toda vez que ele ria maliciosamente, toda vez que ele envolvia seus braços com força em volta da cintura dela e toda vez que ele a beijava apaixonadamente, seu coração tremia como cana ao vento.
Ela o culpou internamente enquanto olhava para a caixa do colar.
‘Por que você está fazendo isso? Fazendo alguém se sentir estranho sem motivo.’
O som em seu peito era ensurdecedor, mas ainda assim, ela tinha suportado bem até agora. Ela estava com medo de um dia, sem nem perceber, se agarrar à calça dele como uma sanguessuga e depois receber um buquê de rosas amarelas.
Simplesmente imaginar que era horrível.
Ele era um nobre cortês e refinado, portanto, estava apenas tratando-a com maneiras condizentes com seu status de esposa. Seria problemático se ela entendesse mal sua bondade. Ele não parecia não gostar dela e ela sabia com certeza que ele gostava de seu corpo, mas era apenas interesse devido ao desejo físico.
‘Volte a si mesma.’
Ela respirou fundo.
‘Do jeito que você tem estado até agora está certo. Não vacile. Seu coração deve ser feito de pedra. Você pode ficar com ele do jeito que tem estado até agora.’
Ainda estava bem. Até agora, ainda estava tudo bem.
Lucia estava encerrando sua segunda festa do chá depois de se divertir. Ela havia convidado apenas jovens nobres solteiras para este chá. Uma senhora ruiva sentou-se em sua cadeira até o fim, então ela caminhou até Lucia.
“Meu nome é Kate Milton, eu a cumprimentei antes. Minha tia-avó me falou muito sobre você. Ah, a condessa de Corzan é minha tia-avó.”
“Oh, eu me lembro agora. Naquele dia, Madame Michelle se gabou de sua sobrinha e me disse que ela seria uma boa companhia.
“Você está falando sobre minha tia-avó? Isso é um pouco difícil de acreditar. Sempre que ela me vê, ela levanta as sobrancelhas e me lança um olhar feroz.”
“Tenho certeza de que é apenas ela demonstrando afeto, Lady Milton. Ela também enfatizou que, se Lady Milton não gostar de mim, seria impossível sermos amigas.”
“Em qualquer caso, é assim que minha tia-avó é. Agora, embora eu não tenha certeza se quero ter uma encrenqueira como você como amiga, se por acaso alguém está dizendo que devemos ser amigas, então eu me comprometo e me prostro.”
Os olhos das duas mulheres se encontraram e ambas explodiram em gargalhadas. As palavras de mente aberta de Kate realmente combinaram com sua personalidade quando ela deu uma gargalhada e estendeu a mão direita.
“Por favor, me chame de Kate.”
Foi a primeira vez que Lucia viu uma nobre senhora oferecendo um aperto de mão como cumprimento. Vendo o olhar de surpresa de Lucia, Kate se assustou e retirou a mão.
“Isso… desculpas. Eu fui desrespeitosa. É um hábito que fui incapaz de corrigir, mesmo depois da repreensão de minha tia-avó.”
Lucia riu e estendeu a mão. Ela gostou desta senhora alegre e direta desde o início. Kate sorriu e segurou a mão de Lucia.
“Me chame pelo nome também.”
‘Vivian.’ Ela estava hesitante em dizer esse nome.
Porque Hugo continuou a chamá-la por esse nome o tempo todo, ela se familiarizou com ele e a sensação de rejeição que ela tinha no passado praticamente se foi, mas ela ainda se sentia desconfortável com o nome. Um amigo que a chamou por esse nome de alguma forma a fez sentir como se estivesse escondendo seu verdadeiro eu desde o início.
“Lucia. Me chame de Lucia. É o meu nome da minha infância.”
As duas mulheres rapidamente se tornaram amigas logo após se conhecerem. Kate gostou da duquesa e Lucia gostou da enérgica e alegre Kate. Ambas encontraram partes que faltavam nelas mesmas.
Depois disso, Kate costumava visitar o Castelo de Roam para conversar, tomar um chá e depois sair. Kate era dois anos mais velha que Lucia, e Lucia ficou completamente encantada com a primeira amiga que ela fez. Demorou menos de dez dias para as duas se tornarem amigas íntimas.
“Será que Sua Graça não gosta que você saia?”
“Ha-ha. Não é desse jeito. Ele não é esse tipo de pessoa.”
Se Hugo estivesse aqui, ele teria respondido imediatamente que não gostou. Hugo não controlou seus movimentos; sair ou não; porque não havia razão para isso. Não havia necessidade de dizer a alguém que sempre permaneceu dentro do castelo para não sair das muralhas do castelo.
“Você não fica frustrada de ficar só em Roam?”
“Não particularmente. Eu dou um chá às vezes e, assim como agora, você vem me ver com bastante frequência.”
“Ah, não seja assim, quer aprender a andar a cavalo? Quando cavalgo contra o vento, sinto todas as minhas frustrações se dissipando.”
Kate queria deixar a extremamente reservada Lucia aprender os prazeres das atividades ao ar livre. O mundo era vasto e havia muitas maneiras de se divertir.
“Cavalgando? Não é perigoso?”
“De modo nenhum. Você saberá quando os vir, mas eles são animais muito dóceis. Claro, pode ser um pouco acelerado no início, mas conforme você continuar cavalgando, ficará mais familiarizado com ele. Ah, e também é um bom exercício para o corpo. Hoje em dia, está na moda entre as mulheres.”
“É mesmo…?” Lucia refletiu sobre isso por um momento e então respondeu. “Vou ter que obter permissão de Sua Graça.”
* * * * *
“Ah…”
Enquanto ela acariciava seu rosto, sua mão tremia, caindo, então ela tentou se segurar em seus ombros, mas suas mãos escorregaram em seu suor e caíram na cama. Não eram apenas suas mãos, pois todo o seu corpo tremia e estremecia em êxtase.
O homem gemeu e empurrou dentro dela. No auge de seu prazer, ele se contraiu violentamente dentro dela, puxando-se para fora e liberado.
“Ung… Hk!”
Seus olhos úmidos se encheram como os de uma fonte transbordando e suas lágrimas escorreram pelo rosto. Ela não conseguia se concentrar com as ondas de prazer eufórico passando por seu corpo.
Ela sentiu como se estivesse flutuando no ar e de repente afundou, caindo em algum lugar desconhecido, como se estivesse caindo indefinidamente para a morte.
Ele grunhiu ferozmente, agarrando suas nádegas com ambas as mãos e entrando em suas entranhas encharcadas. Ele foi um pouco devagar, sua parte sensível roçando ligeiramente sua carne úmida como se quisesse senti-la.
Ele moveu-se lentamente, moveu-se um pouco mais rápido, então se moveu lentamente novamente, atraindo-a enquanto ele a provocava.
Suas entranhas o apertaram e se cerraram sobre ele, como se estivesse resistindo furiosamente à sua invasão. O exterior dela era honesto enquanto convulsionava, deixando-o saber que seu corpo estava se aproximando do clímax. Ele bateu profundamente em suas entranhas altamente sensíveis com seu membro.
“Uuck… Hugh… por favor…”
Lucia implorou enquanto choramingava. Ele estava se movendo muito mais forte e áspero do que antes. Toda a sua energia foi espremida e ela não conseguia invocar nenhuma força.
Seu corpo inteiro estava mais sensível, então as mãos dele simplesmente passando por sua pele a faziam doer de excitação.
“Huuu… o que você quer que eu faça?”
Ele mudou um pouco mais de peso para baixo e empurrou pesadamente. Seu pênis duro como pedra não estava nem um pouco mais macio e o movimento de seu membro bem no fundo dela também era incansável.
Quando os órgãos sexuais de ambos se encontraram, a excitação do movimento e o prazer que o acompanhava foram transmitidos a ambas as partes sem demora. Mas, embora Hugo pudesse lidar com isso, Lucia não conseguia.
“Hk! Ahh! Não! Pare!”
Hugo olhou para a mulher que se contorcia sob seu corpo. Suas pupilas estavam arregaladas parecendo um tanto assustadas e seus cílios estavam molhados. Ele abaixou a cabeça e lambeu as lágrimas que acabavam de cair dos olhos dela.
Ele capturou seus lábios vermelhos ligeiramente abertos e enquanto os chupava, ele enfiou a língua na boca aberta. Foi um beijo curto e sua língua acariciou levemente o interior de sua boca. Então ele começou a beijá-la novamente.
Ele sugou, lambeu, acariciou e mordeu seus lábios. Foi um beijo apaixonado que não escondeu seu desejo terno, mas explícito.
“Devo parar?”
Mesmo que ele estivesse dizendo isso, ele mais uma vez empurrou para dentro dela. Ele foi rapidamente envolvido em sua carne e sua respiração ficou irregular.
“Hng… sim…”
“Tudo bem.”
Instantaneamente, seus olhos lacrimejantes ficaram ligeiramente redondos. Os cantos de seus olhos se curvaram e ele riu preguiçosamente.
“Só mais um pouquinho.”
Claro, ela deveria ter esperado por isso. Ela foi mais uma vez enganada. Ela se sentiu tão injustiçada que começou a soluçar.
‘Isso é perigoso.’
Mesmo que ele murmurasse isso para si mesmo, sua expressão estava cheia de fome e cobiça, como a de um animal faminto diante de sua presa. Quando as bordas de seus olhos ficaram mais vermelhas, ela começou a se contorcer e a parte inferior de seu corpo reagiu imediatamente.
Ela sentiu o membro provocado ficar mais excitado enquanto o sangue corria em direção a ele e se tornava ainda mais rígido. Quando ele alcançou profundamente dentro dela, ela franziu a testa e fechou os olhos com força.
Ele riu satisfeito, observando a reação dela que era tão fofa que ele queria comê-la.
Ele empurrou dentro dela, atingindo um ponto que ele sabia que ela gostava, fazendo seu corpo estremecer e ela soltou um gemido sedutor. As palavras para acabar com isso estavam na ponta de sua língua, mas o gemido dela era um estímulo muito forte.
“Só mais uma vez.”
Ela ofegou ao olhar para ele com desconfiança com os olhos úmidos.
‘Não vou ser enganado desta vez.’ Era o que seus olhos diziam. Embora fosse divertido quando ele conduzia o sexo e a comia quando ela resmungava e dizia não, esta foi realmente a última vez. Seu sabor quando ela o seduziu ternamente e reagiu ativamente a ele também foi especial.
“Você realmente prometeu.”
Seus olhos pareciam muito dóceis. Acontecia todas às vezes, mas ela pensaria que talvez desta vez. Ela repetiu o mesmo erro mais vezes do que podia contar. Ela deu a ele um pequeno aceno de cabeça e os cantos de sua boca subiram.
‘Ah, sério. Tão bonitinha.’
“Deite-se de bruços e levante a bunda para mim.”
Seu corpo estremeceu quando seu membro quente que estava envolto dentro dela, foi rapidamente puxado para fora. Ela hesitou por um momento, olhando para o entusiasmo dele que parecia nunca acabar, então ela obedientemente se virou e se deitou de bruços.
Suas nádegas brancas e roliças estavam distorcidas em suas garras. Ele apreciou suas curvas apetitosas que começavam das costas até a cintura, levando a sua bunda, em seguida, empurrando rapidamente por trás. Instantaneamente, seu corpo estremeceu intensamente.
“Hnnng…”
“Ku! Haa… realmente. Eu estou ficando louco.”
Ele não conseguia o suficiente de seu gosto, não importava quantas vezes ele experimentasse. Longe de ficar cansado disso, cada vez que ele a abraçava, sempre parecia fresco.
Esta mulher com um gosto tão celestial era dele. Ninguém tinha permissão para tocá-la.
Se pudesse, ele gravaria um sinal em cada parte do corpo dela para mostrar que ela era dele. Ultimamente, sempre que ele olhava para ela, no fundo de seus olhos, havia uma aura perigosa e possessiva.
Era uma escuridão muito secreta e silenciosa que ele nunca revelaria a ela.
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Tradução: Sa-chan
Revisão: Sa-chan
Obrigada pela leitura. ^-^
Capítulo 24 – O Casal Ducal – Parte (XII)
O Casal Ducal – Parte (XII)
Hugo beijou gentil e suavemente cada canto de seu rosto enquanto sua mão se movia lentamente para cima e para baixo, das costas à cintura.
Enquanto ele estava languidamente absorto no pós-jogo, um pensamento veio à mente de Lucia e ela caiu na gargalhada de repente.
“Hugh, você sabe, Lady Milton disse algo engraçado quando ela veio esta tarde.”
“Lady Milton… Ah, você quer dizer a filha do Barão Milton.”
O barão de Milton era um vassalo do duque, um homem justo e rígido. Era bem sabido que o barão educou seus filhos para imitar seu caráter justo, então Hugo permitiu que a filha do Barão Milton e sua esposa interagissem com mais frequência. Ele queria que sua esposa gostasse de sua estadia no norte.
“Sim. Ela perguntou se você possivelmente não estava me permitindo sair.”
A mão de Hugo, que acariciava as costas de Lucia, parou por um momento. Lucia deu uma risadinha, sem perceber nada e continuou a falar.
“Eu disse a ela que não era o caso, então ela me pediu para andar a cavalo com ela.”
Tão distante.
“Andar a cavalo?”
“Lady Milton diz que é um esporte e é divertido. Posso aprender?”
“… Parece perigoso.”
“Não é tão perigoso. Ela disse que muitas mulheres fazem isso.”
“Você realmente quer aprender a andar a cavalo?”
Hugo não gostou. No passado, ele tinha visto como as mulheres ficavam quando saia a cavalo, a imagem delas ofegando depois capturou os olhos dos homens. Além disso, era uma cena incrível ver uma mulher com roupas de montaria hoje em dia.
Não havia nada mais indecente do que a forma como se agarrava firmemente ao corpo, revelando cada curva.
No passado, ele não era diferente dos outros homens, nisso ele pensava que era bonito de se olhar, além disso, ele nunca foi do tipo que cuidava de uma mulher ou distinguia com quem passava o tempo, mas isso já era coisa do passado.
Ele nunca se agarrou a coisas triviais do passado.
“Eu não posso?”
Lucia colocou a bochecha em seu peito e piscou os olhos lamentavelmente. Naquele momento, ele mal conseguiu se impedir de dizer que ela poderia fazer o que quisesse.
Ele não queria que ela fosse andar a cavalo. Ele não suportava ver homens tolos olhando maliciosamente para ela, mas esse era seu primeiro pedido desde que se casaram. Ele não queria que ela parecesse desapontada se ele recusasse.
‘Um lugar de equitação que é só para mulheres… Eu não acho que haja nenhum lugar assim em Roam… Bem, então vou apenas fazer um.’
Esse lugar não existia. Não apenas em Roam, mas em todo o Xenon. Este foi o momento em que o único campo de prática de equitação exclusivo para mulheres foi criado.
Este lugar, que serviria como um local importante para as atividades sociais das mulheres na alta sociedade do norte em um futuro distante, começou com a relutância de um homem em que sua esposa fosse vista por outros homens.
“Tudo bem. Mas só se você prometer aprender dentro do castelo até que possa cavalgar com segurança até certo ponto.”
Hugo planejou fazer um campo de prática enquanto ela estava aprendendo a andar a cavalo e ele esperava que levasse cerca de uma semana ou mais. Se não houvesse tempo suficiente, ele pediria ao professor de equitação para segurá-la por mais alguns dias. Claro, ele também arranjou um professor de equitação para ela. Uma professora de equitação.
“Está bem. Então você está dando permissão, certo?”
“Tenha cuidado para não se machucar.”
“Eu vou tomar cuidado! Obrigada!”
Ela jogou os braços em volta do pescoço dele e o abraçou. Embora ela estivesse preocupada que ele não permitisse, era apenas isso, preocupação. Ele era uma pessoa razoável.
Enquanto a segurava em seus braços, Hugo lembrou um tempo atrás, quando ele deu a ela um colar caro. Pela primeira vez em sua vida, ele cuidadosamente escolheu um presente para uma mulher.
Ele não sabia do que ela gostava particularmente, mas sabia por experiência própria que as mulheres amavam joias, então sua escolha eram joias. Mas ele não queria dar a ela qualquer coisa . A Senhora de Taran definitivamente precisava de algo especial. Então, ele coletou fichas de informações de joalheiros para encontrar algo especial.
Mas quando ele encontrou algo que queria, já tinha um dono. Hugo nunca foi do tipo que mudava de ideia depois de definir alguma coisa. Ele não se importou com o valor e mandou um negociador para fechar o negócio, independente do valor. Demorou muito mais do que ele esperava para o presente chegar em suas mãos.
Seu plano original era dar a ela e depois sair para sua inspeção, mas eventualmente, ele não conseguiu ver sua expressão quando ela o recebeu. No entanto, ele tinha grandes expectativas para seu retorno. Ele esperava que ela ficasse emocionada com seu presente e lhe desse as boas-vindas em seu retorno.
Ela agradeceu, mas seu “obrigado” um tanto superficial não atendeu às expectativas dele. Ela agradeceu, deu-lhe um sorriso suave e cumprimentou-o respeitosamente. Embora não houvesse nada em que apontar, ele podia sentir que não era sincero.
Ele se sentiu um pouco magoado e envergonhado.
‘Por quê? Não é uma reação natural os olhos das mulheres brilharem como joias quando elas recebem joias?’
Ele havia colocado muito cuidado na escolha do presente, mas ela não gostou, fazendo-o se perguntar o quão grande seria um presente para satisfazê-la. Mas então, as palavras de Jerome o surpreenderam.
[Milady disse que era pesado.]
Foi a primeira vez que Hugo ouviu tais palavras depois de dar este tipo de presente. Ele tinha que cumprir um certo nível de carga? Ele descobriu algo novo para se preocupar.
No entanto, sua reação por simplesmente ter permissão para andar a cavalo foi mais apaixonada do que quando recebeu o colar de diamantes.
Essa era a gratidão e agradecimento sincero que ele esperava naquela época. O colar de diamantes em que ele gastou uma fortuna não correspondia a uma mera aprovação para andar a cavalo.
‘Então, dinheiro é inútil.’
Foi um pouco desanimador, porque uma vez ele teve uma ideia semelhante a essa. Talvez essa ideia tivesse custado mais do que o necessário para adquirir o colar e construir um campo de prática de equitação. Não contava como despesa para ele.
Embora ele tivesse resolvido o problema da equitação, seu coração honesto sempre quis que sua esposa estivesse à sua vista.
Ele ficou um pouco irritado com a filha do Barão de Milton por colocar ideias inúteis na cabeça de sua esposa, mas graças a ela, ele sabia um pouco mais sobre o que sua esposa gostava, então não era de todo ruim.
* * * * *
Mais ou menos na época em que o campo de prática de equitação foi concluído, Lucia estava conversando ao lado da cama.
“Hugh, ouvi dizer que se você for um pouco a leste de Roam, há um lago bem grande lá.”
“Hmmm, é bem grande. Você quer ir ver?”
Hugo estava pensando em arranjar tempo um dia para sair com ela.
“Disseram-me que há um passeio de barco nesta época. Há muitos nobres que têm barcos pequenos, você tem um?”
“… Eu não.”
Hugo nunca tinha feito algo como um passeio de barco. Ele não tinha nenhuma lembrança de participar de tal entretenimento. Ele provavelmente já tinha ouvido falar sobre essas coisas, mas se esqueceu porque não estava interessado. Ele não entendia como poderia ser prazeroso sentar em um barco e flutuar na água, então ele tomou isso como algo que homens e mulheres que não tinham nada a ver com seu tempo fariam.
‘Eu deveria comprar um barco.’
Seu eu passado já estava esquecido. Ele nunca se agarrou a coisas triviais do passado.
“Então… já que Lady Milton me convidou para o passeio de barco, posso ir?”
Novamente. Era filha do Barão Milton. Hugo tinha um mau pressentimento sobre todas as futuras associações com Lady Milton.
“É perigoso, não é?”
“Ouvi dizer que não houve nenhum acidente no passeio de barco. Lady Milton me disse com segurança que os barcos da família Milton são muito fortes.”
“Quando é a data do passeio de barco?”
“É em quatro dias.”
Um aviso inesperado voou para o Barão de Milton da mansão do duque. Ele leu e inclinou a cabeça. Nada tinha acontecido recentemente, então ele se perguntou do que se tratava.
De repente, ele se lembrou de que sua filha mais nova disse que iria passear de barco alguns dias depois e que sairia de barco do cais.
“Você chamou, pai.”
“Sim. Veio um aviso da mansão de sua senhoria e acho que você deveria ver.”
Kate recebeu o documento de seu pai e o leu.
“… Regulamentação aduaneira? O que isto significa?”
“Bem, também não sei exatamente o que Sua Senhoria está fazendo, mas, para concluir, ele estará controlando os passeios de barco no lago. Não haverá muita diferença em relação ao passado, apenas precisarei especificar uma data apenas para mulheres no lago e também controlar o acesso às proximidades do lago. Eu pessoalmente não tenho nenhum problema com isso. Qualquer pai com uma filha gostaria. Quando você disse que ia passear de barco?”
“Em três dias.”
O Barão de Milton sabia que ultimamente sua filha era uma parceira de conversa da duquesa, mas ele não sabia os detalhes exatos.
Ele não sabia que elas eram próximas o suficiente para se chamarem pelo nome, que Kate estava muito ansiosa para que Lucia saísse para se divertir, ou que Kate estava levando Lucia para um passeio de barco.
Como esperado, Kate não informou sua família, pois era óbvio que eles estariam cheios de todos os tipos de preocupações.
“Oh, a data de controle é a mesma. Em três dias. De qualquer forma, isso não afetará sua saída para se divertir, mas eu estava apenas avisando. Eu perguntei apenas no caso, mas você não estava planejando ver nenhum garoto bobo, certo?”
“Não é nada disso.”
Kate saiu do escritório de seu pai e começou a resmungar para si mesma.
“… Isso o quê…”
Ela iria passear de barco com a duquesa em três dias. Foi simplesmente uma coincidência? Ela achava que não. Ela achou que algo estava estranho desde que o campo de equitação exclusivo para mulheres foi construído.
‘De jeito nenhum… Lucia está sendo confinada?’
Mas não havia nenhum sinal disso no rosto da duquesa. Ela não parecia estar vivendo sob opressão. A expressão da duquesa quando ela riu e disse sorrindo que o duque concordou prontamente que ela cavalgasse não era fingida nem antinatural.
Um sorriso gradualmente surgiu no rosto de Kate, que estava pensando sobre isso.
‘De alguma forma… isso é um pouco emocionante.’
* * * * *
Passaram-se alguns dias do agradável passeio de barco.
“Hugh, Lady Milton veio hoje.”
Essa mulher novamente. Hugo franziu a testa ligeiramente com a menção desta mulher que ele nunca tinha visto. Seu estranho pressentimento agourento provou-se correto. A filha do Barão Milton lhe dera uma dor de cabeça significativa. Agora não era apenas um sentimento, mas um fato.
“Ela disse que há uma caça à raposa.”
Caça à raposa. A brincadeira daquelas mulheres em nome da caça era uma blasfêmia contra a própria caça. Algum sujeito pegava uma raposa, domesticava-a e depois a soltava na floresta para caçar coelhos e era duvidoso que aquelas mulheres conseguissem tocar no coelho morto.
“Há uma reunião regular para a caça à raposa e embora eu não tenha uma raposa, eu quero assistir. Lady Milton me disse que criou uma raposa e que poderia me mostrar como fazer isso.”
“O que você fará se encontrar animais selvagens perigosos na floresta?”
“Há uma pequena floresta não muito longe do lago, então não há nenhum animal perigoso. O maior carnívoro que existe seria a raposa.”
Hugo podia ter uma ideia de onde ela queria dizer com o que estava dizendo. Havia uma pequena floresta que formou como se alguém tivesse plantado um punhado de mudas para separá-la de outros lugares.
Se fosse apenas aquela seção ampla, ele poderia cercá-la e controlar a área. Ele definitivamente tinha que ver como a caça à raposa funcionava. Além disso, era mais seguro para ela se fossem apenas mulheres.
“Eu não posso?”
Seu ataque de olhar lamentável estava ficando mais forte a cada dia.
“… Você pode ir.”
“… Hugh, sobre Lady Milton.”
Ele estava gostando de tocar sua pele macia, mas sua testa se enrugou em resposta.
‘O que é desta vez?’
Cada vez que esse nome saía de sua boca, ele se sentia como se tivesse neurose.
“O quê?”
“O aniversário dela é em três dias e ela está dando uma festa em sua casa. Posso comparecer? É uma reunião pequena e ela está apenas convidando amigos íntimos.”
‘Ela está saindo com muita frequência atualmente.’
Foi tudo por causa daquela filha moleca do Barão Milton.
Kate Milton era a única filha entre muitos filhos da casa do Barão. Ela era filha deles, nascida após quatro filhos e o Barão de Milton a amava de todo o coração.
Kate foi misturada com quatro meninos devido à clemência de seu pai com ela e tornou-se famosa por seus modos moleca. Corria o boato de que o Barão Milton estava agora incomodado com seu excesso de indulgência.
Não havia motivo para Hugo se interessar tanto em saber da filha de seu vassalo, mas o problema é que ela se tornou amiga de sua esposa. Ao contrário da gentil Lucia, Kate era muito ativa e estava ansiosa para envolver Lucia em suas atividades.
“Por que você tem que ir para comemorar o aniversário dela?”
“Quero mais visitar a casa da minha amiga do que comemorar o aniversário dela em si.”
Como ela queria ir, ela começou seu ataque de olhar lamentável. Hugo, que infelizmente não conseguiu separar Lady Milton de Lucia, sentiu uma dor de cabeça e na nuca.
Mesmo assim, a festa de aniversário foi melhor comparada aos eventos do passado. Como era um evento apenas para mulheres, ele aprovou com franqueza.
“Tudo bem, vá.”
“E… depois que a festa de aniversário acabar, há uma festa noturna também…”
‘Porra Lady Milton. Claro, que há uma.’
Hugo lançou maldições por dentro. Cada vez que via o barão, estava na ponta da língua dizer ao barão para garantir que sua filha ficasse longe de sua esposa.
Não importava o quão infeliz ele estava, Kate não tinha causado nenhum mal, então ele não tinha nenhuma razão para fazer isso.
Além disso, o Barão Milton era um vassalo muito leal. Ele não queria privar Lucia do prazer de se encontrar com a amiga.
“Posso dormir lá um dia?”
“Você é uma mulher casada. Você está dizendo que vai ficar fora durante a noite?”
“… Como esperado, eu não posso fazer isso, certo? Vou apenas ir à festa e voltar.”
Ela disse emburrada e desistiu prontamente. Ela não o importunava mais com isso. O comportamento dela na cama foi em uma direção completamente diferente das previsões dele.
Ela nunca o pressionou por um presente, defendeu ou caluniou alguém, mas isso só fez sua cabeça doer mais. Ele preferia que ela pedisse joias. Ou fosse às compras. Ele quis dizer essas palavras várias vezes, mas se conteve.
“Eu vou mandar você em uma carruagem, então volte pela manhã.”
Ele soltou um pequeno suspiro e deu seu consentimento.
“Eu vou fazer isso! Você realmente concorda?!”
“Deixar seu marido sozinho te deixa tão animada?”
A mão dele apertou a cintura dela e Lucia olhou para ele, estudando seus olhos.
“É apenas por um dia… você partiu por três a quatro dias para a inspeção do feudo.”
“Isso é diferente.”
“… Na verdade não.”
Hugo abruptamente pegou seus lábios fazendo beicinho, mordendo-os. Ele a segurou assustada e movendo o queixo com força e empurrou a língua profundamente em sua pequena boca. Enquanto ele agitava seus lábios e os soltava, seu rosto corou e seus olhos ficaram nublados.
Ele virou o corpo dela de lado, abraçou seu corpo e colocou os lábios em seu pescoço, então ele começou a lamber seu pescoço extensivamente enquanto agarrava seus seios.
“Ah!”
“Com o passar dos dias, suas respostas estão aumentando. Você não é uma esposa virtuosa que acredita que as palavras do marido são como o céu?”
“Ung… mas…”
“Mas o que?”
“Disseram-me que não é atraente… se eu me comportar de maneira muito virtuosa.”
Sua testa franziu ligeiramente. Ele notou que suas respostas afiadas aumentaram recentemente e se perguntou onde ela ouviu o conselho absurdo em sua cabeça agora.
“Você está aprendendo técnicas de sedução?”
“Conhecimento – não é uma técnica.”
“E quem é esse seu professor?”
“… Lady Milton…”
‘Ah… realmente aquela maldita Lady Milton.’
“O professor e o aluno estão invertidos, não é? A filha do Barão de Milton ainda é solteira.”
“Lady Milton é uma senhora encantadora, então eu queria aprender…”
A ruiva Kate era uma mulher que exalava um charme completamente diferente do de Lucia. Ela tinha feições enérgicas, uma voz confiante, uma presença cativante enquanto mantinha uma conversa e ela nunca se sentiu atraída pelo cortejo dos homens.
Lucia tinha inveja de tudo isso. Kate teve pais que lhe deram irmãos mais velhos e implacáveis que a protegiam. Ela tinha tudo que Lucia não tinha.
“Quem está aprendendo com quem? Você é a duquesa. Você está no auge do status social do norte.”
Ele deitou Lucia de lado e a abraçou por trás. Ele massageou seus seios enquanto rudemente inseria sua masculinidade entre suas pernas e esfregava em sua bunda.
“É bom seu encontro com ela, mas recuso-me terminantemente que aprenda os modos moleca da filha do Barão de Milton. Então, minha esposa, não perca sua virtuosidade ou eu darei a você um toque de recolher.”
Por trás, ele a abriu lentamente enquanto seu pênis duro empurrava contra sua entrada e, finalmente, ele entrou dentro dela. O bumbum de Lucia e suas coxas estavam firmemente pressionados. Os dois corpos se tornaram um.
Lucia ficou emocionada quando ele começou a empurrar todo o seu corpo dentro dela. A sensação dele enchendo-a lhe deu uma sensação de satisfação.
“Unng…”
“Você está indo bem. Continue fazendo o que você tem feito.”
“Está bem…”
Hugo não tinha intenção de tolerar o menor desvio de sua esposa. Aos olhos dele, ela era muito gentil e doce. Sempre que ele colocava os olhos nela, a paz e o conforto que existiam eram cada vez mais cativantes para ele.
Ele levantou a parte superior do corpo e começou a empurrar nela repetidamente. Não era uma posição que pudesse penetrá-la profundamente, mas ele sabia que ela secretamente gostava dessa posição porque era menos poderosa e moderadamente estimulante.
Ele se retirou logo e ela soltou um gemido enquanto tentava recuperar o fôlego.
O verão estava chegando ao fim.
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Tradução: Sa-chan
Revisão: Sa-chan
Obrigada pela leitura. ^-^
Capítulo 25 – Discordância – Parte (I)
Discordância – Parte (I)
Jerome preparou uma xícara de chá da tarde como fazia todos os dias e foi ao escritório do duque.
Para evitar incomodar seu mestre, que estava atualmente ocupado com seu trabalho, Jerome tentou largar o chá e ir embora, mas a mesa estava coberta de documentos e a pessoa que deveria estar lá não estava à vista.
Como isso era mais ou menos uma coisa normal hoje em dia, Jerome desviou o olhar na direção que esperava que seu mestre estivesse e, como esperado, a janela da varanda estava ligeiramente aberta. Ele se aproximou para dar uma olhada e viu as costas de um homem alto, encostado no corrimão.
Hoje em dia, o duque começava a trabalhar à tarde e depois ficava preguiçoso, algo que ele nunca tinha feito antes. Ele passava muito tempo parado na varanda olhando para baixo.
E abaixo estava a bela figura de sua senhora, que recentemente começou a cultivar diligentemente flores coloridas no jardim. A senhora frequentemente saía para examinar pessoalmente as flores do jardim e seu mestre a observava.
Jerome inicialmente pensou que a fase da lua de mel de seu mestre seria brevemente interessante, mas agora ele sabia que não seria assim. Se houve um caso em que o filho pródigo começou a mudar depois que se casou e se tornou uma pessoa confiável, então esse era praticamente seu mestre.
É por isso que se tem que viver muito no mundo. Jerome se perguntou se seu mestre sabia que quando ele estava com a senhora, era como se nada mais no mundo estivesse visível, seu olhar estava completamente preso nela.
Surpreendentemente, a senhora não parecia consciente do olhar intenso e direto de seu mestre. Parece que a senhora foi inesperadamente insensível.
Havia algo delicado entre os dois. Obviamente, o relacionamento deles era bom. A senhora daria a seu mestre um sorriso puro, e seu frígido mestre se aqueceria quando a senhora estivesse por perto.
No entanto, inegavelmente, havia uma espécie de parede fina invisível entre eles. Era muito ambíguo para criticar e ele não podia falar apressadamente sobre algo tão vago.
Era uma nova rotina colocar um breve relatório sobre o que a senhora fazia ou quem ela conheceu na mesa de seu mestre, para que Jerome não pudesse adiar mais seu relatório. Ainda mais porque estava relacionado à saúde de sua senhora.
Jerome hesitou um pouco, então se aproximou da varanda.
“Sua Graça.”
“Mmm.”
“Eu tenho algo para te contar sobre a senhora.”
Com essas palavras, Hugo virou a cabeça. Ele olhou para Jerome, em seguida, passou por ele e entrou no escritório. Mas mesmo depois de esperar um pouco, ele não ouviu Jerome falando. Hugo percebeu que Jerome estava hesitante.
“O que é tão difícil? Fale.”
“… A senhora nunca teve seu convidado mensal.”
Lucia tinha uma promessa com Jerome de que contaria ao duque sobre sua condição corporal junto com Jerome.
Mas, com o passar do tempo, Lucia continuou a mesma, de boca fechada. Jerome considerou que ela havia esquecido, então ele a lembrou, mas a senhora apenas disse que ela entendia e voltou a ficar em silêncio.
Jerome sabia que interferir nisso poderia estar excedendo sua autoridade, mas também era tarefa do mordomo cuidar da saúde de seu mestre. Jerome se preocupou várias vezes se deveria incitar ou mesmo forçar sua senhora a contar pessoalmente a seu mestre, mas eventualmente ele decidiu contar a seu mestre pessoalmente.
“Convidado mensal?”
“O que as mulheres passam todo mês…”
“Ah. Continue.”
Hugo estava familiarizado com o conhecimento comum das partes fisiológicas das mulheres, mas o resto estava dormindo no fundo de sua mente. Ele nunca tinha estado com uma mulher por tempo suficiente para ela ter seu período. Além disso, ele nunca tinha se preocupado com uma mulher engravidar, então realmente não tinha pensado nisso.
“No início, uma empregada estava preocupada se a senhora estava grávida ou não, mas então a senhora foi examinada pela médica principal que disse que ela não estava grávida. Segundo a senhora, ela nunca teve um convidado mensal. Ela também se recusou a ser examinada pela médica para tratamento. Milady disse que era algo que Vossa Graça já sabia, então não havia necessidade de tratamento.”
“Ela não está grávida, então é algo sério se ela não estiver menstruada?”
“Não é normal, afinal, seria impossível para a senhora engravidar. A senhora precisa de um exame médico para sabermos com certeza.”
“O que ela quis dizer com que eu já sabia…”
[Eu não posso ter um filho.]
Hugo franziu as sobrancelhas.
“Ha.”
Ele deu uma risada forçada. Ela definitivamente disse isso. Originalmente, não era algo que se pudesse dizer facilmente, mas ela simplesmente disse que não poderia ter um filho como se fosse algo trivial. Ela também deu uma risadinha.
Para ela, sua incapacidade de engravidar não era grande coisa porque ela não poderia ter um filho de qualquer maneira. Ela havia falado como se estivesse contando um grande segredo, mas ele simplesmente achou que era interessante.
“Certo. Eu sabia sobre isso.”
Sua cabeça doía como se tivesse sido atingida por uma arma sem corte. Sentiu uma torção desconfortável em seu estômago e ele sentiu uma raiva dentro de si que não sabia por que, não conseguia explicar ou mesmo dar uma razão para isso.
“O que a médica está fazendo?”
“Não é uma doença externa, então se a senhora não falar sobre isso, a médica não pode diagnosticar.”
“Chame ela agora.”
“… Sim, sua graça.”
Jerome percebeu que o humor de seu mestre havia piorado, então ele foi embora imediatamente sem dizer uma palavra.
Enquanto estava parado, Hugo reprimiu sua raiva e cerrou os punhos com força. Ele então tentou pensar com calma de onde vinha seu descontentamento.
Ela era a esposa ideal que ele desejava. Ela controlava os criados moderadamente bem e não lhe dava problemas. Ele não tinha do que reclamar, nem se sentia desconfortável. Recentemente, ela recebera muitos pedidos, mas eram diferentes dos pedidos incômodos que ele esperava.
“Ha, droga.”
Ele deu um suspiro pesado, colocou a cabeça entre as mãos e se sentou no sofá. Isso não era normal. Ele percebeu que ainda não tinha ideia do que ela estava pensando. Tudo o que sabia sobre sua esposa era o que estava escrito nos poucos relatórios que Fabian lhe deu.
O relacionamento deles era bom. Pelo menos ele pensava assim. Suas conversas eram divertidas e no quarto, eles eram apaixonados. Mas eles nunca conversaram de verdade.
Ela já havia se exposto a ele? Ele parecia não ter entendido que ela havia exposto todo o seu coração para ele desde que ela sorrisse tão puramente.
Algo de repente veio à mente, então ele chamou Jerome e ordenou que ele trouxesse os detalhes de seus gastos. Jerome logo voltou com os documentos.
“E a médica?”
“Mandei alguém chamar ela.”
“Eu vou junto para o exame.”
“Sim, Sua Graça.”
Enquanto Hugo folheava os documentos e verificava os detalhes, seus olhos ficaram frios. Além do custo de decorar o jardim e o custo de dar uma festa do chá algumas vezes, não havia outros históricos de uso pessoal.
“Ela já pediu um alfaiate ou joalheiro?”
“Ela não tem.”
“Mesmo que ela tenha dado festas do chá e saído várias vezes?”
“Existem vestidos usados por ex-duquesas da família e ornamentos transmitidos pela família Taran. Os vestidos foram escolhidos, ajudatados e usados enquanto os enfeites eram devolvidos ao depósito após o uso.”
Hugo franziu a testa com força. Foi uma sensação inexplicável. Ele estava chateado, mas não sabia exatamente por que estava chateado.
‘Não era isso que você queria?’
Essas palavras ecoaram em sua cabeça.
Era.
Ele se casou com o que ele esperava. Uma esposa parecida com uma boneca que apenas manteve sua posição de Duquesa.
Ele precisava do status e para isso precisava se casar, mas os deveres de um marido eram problemáticos, então ele fez um acordo. Ele fez um contrato. Um contrato benéfico para ambos. Desde o início, ela disse que o que ela precisava era do título de duquesa. Claro, ele tinha pensado que ela queria a riqueza e o poder que vinha com ser uma duquesa.
Não fazia muito tempo que eles se casaram, mas ele sabia agora. Desde o início, ela não estava interessada em sua riqueza e poder.
Então, o que exatamente o estava deixando tão infeliz? Por que isso importaria se ela não queria seu poder ou riqueza? Não havia nada a perder.
Em vez disso, ele deve brindar a este contrato extremamente favorável. Mas ele continuou a agonizar sobre isso. Ele queria saber exatamente por que estava de tão mau humor.
Sua sensação atual era como se o chão a seus pés tivesse desabado. Ele se sentia desesperado, estava ansioso. Mas ele não sabia por que estava desesperado ou ansioso.
Quando ele estava prestes a entrar em seus pensamentos novamente, a voz de Jerome pôde ser ouvida.
“A médica está esperando.”
O jardim estava repleto do perfume aromático de flores. Lucia entrou no jardim e ficou parada com os olhos fechados, aparentemente intoxicada com o cheiro.
Hoje em dia, seu maior trabalho era jardinagem, mas ela não trabalhava pessoalmente. Os jardineiros cuidaram de tudo. Lucia simplesmente escolheu quais flores seriam plantadas, verificou se estavam indo bem e vagou pelo jardim. Mas mesmo que os trabalhadores fizessem todo o trabalho, eles a elogiavam. Era um pouco engraçado às vezes.
Ela olhou para o céu, percebendo que o sol já havia se posto e sombras estavam se formando no chão. Então ela voltou seu olhar para o escritório dele.
‘Ah… ele não está lá.’
Ele estava definitivamente parado ali há um tempo. Seu olhar intenso em suas costas era constrangedor, mas quando desapareceu, ela se sentiu decepcionada.
Foi uma sensação complicada.
Frequentemente, ele fazia uma pausa no trabalho para descansar na varanda e Lucia ia ao jardim com frequência porque queria vê-lo.
“Examinar as flores” era uma boa desculpa. A maior parte do tempo em que ela podia vê-lo se limitava à noite. Foi só nessa hora que ela podia vê-lo por um momento extra. Embora morassem na mesma casa, ele geralmente ficava longe de seu alcance porque era uma pessoa muito ocupada. Jerome disse a ela que estava enterrado em pilhas de papelada.
Ele era um senhor muito diligente que mantinha reuniões de meio dia com seus vassalos a cada três ou quatro dias e não se esquecia de inspecionar seu território.
O conde Matin só sabia se mostrar em várias festas da capital e não se preocupava com a situação de seu território. Lucia só soube disso mais tarde, mas o território do conde Matin era um dos piores. Por causa de seus impostos excessivos, as pessoas fugiam ou foram apanhadas tentando escapar e foram mortas. Talvez o final miserável do Conde Matin também tenha sido seu carma.
Quase todas as noites, Hugo e Lucia jantavam juntos, conversavam e então Hugo a encontrava em seu quarto. Ela sabia que não deveria ser ávida por mais, mas às vezes, ela não conseguia suportar a solidão.
Às vezes, Lucia sentia que estava perigosamente parada no gelo fino de um lago profundo e preferia que o gelo quebrasse para que pudesse afundar.
“Milady, pediram-me para acompanhá-la para dentro.”
“… Por quem?”
A única pessoa que poderia pedir a alguém para trazê-la para dentro era seu marido, o duque de Taran, mas ela ainda perguntou à empregada.
“Sua Graça me pediu para acompanhá-la para dentro.”
‘Por que agora…?’
Lucia seguiu a empregada para dentro com o coração inquieto. Não havia apenas uma pessoa esperando por ela na sala de recepção no segundo andar.
Além de Jerome, havia a médica de família, Anna. No momento em que viu Anna, Lucia teve uma vaga ideia do que estava acontecendo.
Afinal, não muito tempo atrás, ela agia como se não soubesse do que Jerome estava falando. Ela sabia que Jerome contaria a Hugo sobre sua condição um dia. Mas ela não achava que Hugo chegaria ao ponto de chamar a médica e ir junto com ela.
Embora, na verdade, teria sido um pouco decepcionante se ele não tivesse mostrado nenhum interesse.
Olhando para Lucia, que estava parada na porta como uma hóspede indesejada, a expressão de Hugo endureceu e ele deu passos largos, aproximando-se dela. Quando seu corpo alto e grande apareceu de repente na frente dela, Lucia ficou momentaneamente chocada.
“Por quê…”
Ele começou a falar com expressão contida, mas parou e agarrou a mão dela. Ele a acompanhou até o sofá e se sentou ao lado dela.
Anna virou ligeiramente a cabeça para espiar o casal ducal. Foi a primeira vez que viu o casal de perto, lado a lado. Ela tinha suas dúvidas sobre se o terrível duque nascido como cavaleiro e a duquesa quieta e frágil ficariam bem juntos, mas depois de vê-los dessa forma, eles pareciam bem.
‘Para ser atacada por alguém tão grande, deve ser difícil para Milady.’
Do ponto de vista da médica de Lucia, Anna criticava intimamente o duque, que ignorava sua própria força.
“Milady, ouvi dizer que você não teve seu convidado mensal durante todo o tempo que está aqui.”
“… Está correto.”
Lucia estava incomodada com esta situação.
Ela havia feito pessoalmente a escolha de ser infértil e nunca se preocupou em procurar tratamento porque sabia que poderia tratá-lo a qualquer momento. No entanto, essa situação fazia parecer que ela era uma paciente com uma doença mortal.
“Você nunca teve sua primeira menstruação?”
“… Tive minha primeira menstruação.”
“Então quando você parou de menstruar? Você se machucou ou ficou doente antes de parar? Você sente alguma coisa errada dentro do seu corpo?”
“…”
“Esposa, explique isso a médica corretamente.”
Lucia ficou surpresa ao ouvir sua voz. Parecia mais firme do que o normal. Ela se virou para olhar para ele e viu seus olhos frios e vermelhos olhando para ela. Por alguma razão, ele não emitiu uma sensação boa.
“… Tomei a medicação errada quando tive minha primeira menstruação.”
“Que remédio você tomou? Você se sentiu envenenada?”
“Não sei bem que remédio tomei e não sei se fui envenenada. Não doeu e até agora, não vi nada de estranho com meu corpo.”
Quando Lucia estava procurando médicos em seu sonho, esses médicos não conseguiam nem imaginar seus sintomas adequadamente. Mesmo que ela explicasse tudo para Anna, era improvável que Anna descobrisse, mas, mesmo assim, Lucia escondeu seus sintomas o máximo possível.
Esta doença dela era delicada. Se o paciente não explicasse corretamente, o médico não conseguiria encontrar uma resposta. Ainda mais se fosse uma doença sobre a qual o médico nunca tinha ouvido falar.
Anna vasculhou com fervor suas memórias, mas nunca tinha ouvido falar de sintomas em que a menstruação de alguém parava depois de tomar remédio.
“Milady, você pode refazer suas memórias um pouco mais? Qual o gosto do remédio? Por que você bebeu? Quanto você tomou? E qual era a cor e o formato deste medicamento?”
“… Eu não sei. Aconteceu quando eu era jovem e não tinha conhecimento de medicina, então não me lembro de nada.”
Hugo, que estava ouvindo calmamente a conversa, de repente se virou para Lucia.
“Fale comigo um pouco.”
Então ele gesticulou para as pessoas que estavam ao redor.
“Todo mundo saia.”
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Tradução: Sa-chan
Revisão: Sa-chan
Obrigada pela leitura. ^-^
Capítulo 26 – Discordância – Parte (II)
Discordância – Parte (II)
Assim que as palavras deixaram a boca do Duque e seu olhar pousou nela, todos rapidamente saíram da sala, deixando Lucia e Hugo sozinhos.
Houve um breve silêncio entre eles enquanto se sentavam lado a lado no sofá. Hugo percebeu de repente que era a primeira vez que eles se sentavam juntos daquele jeito.
“Por que você mentiu?”
“… Eu não menti.”
“Você está escondendo a verdade da médica, não é? Não dizer é a mesma coisa que mentir. Por que você está se esforçando tanto para mentir quando não consegue mentir direito?”
‘Como ele soube?’
Era como se ele estivesse lendo sua mente quando olhou para ela.
Hugo passou um braço em volta da cintura de Lucia e puxou-a para seus braços, então ele falou como se pudesse ver o interior dela.
“Sua expressão diz ‘como ele sabia?’. Você não pode mentir, é muito óbvio.”
Lucia simplesmente queria escapar dessa situação. Ela torceu o corpo e se afastou dele, em seguida, levantou-se do sofá.
“… É um momento agitado para você no trabalho, mas você foi interrompido. Lamento ter incomodado você.”
Hugo permaneceu no sofá, observando em silêncio a Lucia em pé por um momento, depois falou ferozmente.
“Você me culpa por estar aqui?”
“Você não precisa se preocupar.”
“O quê?”
“Eu não vou melhorar de qualquer maneira.”
Hugo agarrou seu pulso, puxando-a com força e ela não pôde evitar cair em seus braços.
Lucia tentou lutar e se levantar, mas uma das mãos dele segurou o braço dela no lugar, enquanto a outra segurou o queixo dela, forçando-a a olhar nos olhos dele.
“O que você quer dizer com isso? Por que devo ficar aliviado se você não vai melhorar?”
“Eu não te disse desde o início? Eu não posso ter filhos.”
Observando seus olhos âmbar trêmulos, seus olhos vermelhos também tremeram.
Lucia mexeu o queixo e afastou a mão dele. Sua mão pendeu desajeitadamente no ar e então caiu. Ela puxou o braço dele. Hugo ficou perplexo diante de suas ações de rejeição.
“Você não estava interessado nem perguntou por quê.”
“…”
“Por que você está repentinamente curioso?”
Na época, ele só perguntou se ela poderia provar isso.
Depois disso, ele nunca perguntou se ela era realmente infértil ou se seu corpo estava doente em algum lugar. Lucia pensou que ele havia se esquecido completamente.
Que seu interesse por ela era apenas até certo ponto.
Portanto, era lamentável que, com o passar dos dias, ela só pudesse continuar a esperar que seu coração se endurecesse em vez de ir em direção a ele.
“De repente, hein. É ruim para mim ser curioso?”
“Então, eu sou grata.”
“… Não diga assim.”
“Peço desculpas.”
Ao vê-la dar respostas curtas e geladas e depois fechar a boca como se ela não fosse dizer mais nada, os olhos vermelhos de Hugo se arregalaram e brilharam.
Ela estava fazendo coisas que nunca tinha feito antes e isso estava o irritando. Hugo não queria levantar a voz porque não era nem um grande problema, então ele falou em um tom ainda mais calmo.
“Vivian, você quer discutir sobre algo do passado?”
O coração de Lucia afundou de decepção.
‘Se você chama de coisa do passado, não posso dizer nada.’
Para ele, era apenas algo do passado. Lucia balançou a cabeça em silêncio.
“No momento, estou preocupado com o seu corpo, então explique seus sintomas exatos a médica e faça o tratamento.”
Seu tom era ainda mais afetuoso do que o normal.
Mesmo que Lucia soubesse que ele realmente não tinha coisas como bondade ou ternura, cada vez que ouvia sua voz afetuosa, ela ficava em transe como se tivesse ouvido uma canção de amor, então ela acordava como se estivesse encharcada de água fria.
“Eu não quero fazer isso.”
“Por quê?”
“Se eu fizer isso, você ficará perturbado.”
“Por que eu ficaria perturbado?”
“Porque você não quer que eu tenha filhos!”
Sua voz de repente ficou alta.
“…”
Por um momento, Hugo não conseguiu dizer nada. Não era que ele não quisesse que ela tivesse filhos, mas ele não queria continuar sua própria linhagem.
E se ela poderia ter um filho ou não, a gravidez era impossível. Mas, para fazê-la entender isso, ele teria que contar a ela sobre muitas coisas ocultas. No entanto, Hugo não queria vasculhar sua memória e falar sobre essas coisas novamente. Para ele, essas coisas não eram apenas eventos passados, mas um pesadelo assustador.
Olhando para Hugo que ficou em silêncio, Lucia tomou o silêncio dele como confirmação e tentou manter suas emoções sob controle.
“Eu me expressei mal. Falando exatamente, você nunca teve nenhum interesse.”
Foi sua intuição como mulher. Ele nunca quis um filho dela. Apesar disso, suas ações foram contraditórias. Ele nunca usou nenhum método anticoncepcional. Lucia foi bastante amarga a esse respeito. Ele não estava nem tão preocupado com isso.
Ela se perguntou que tipo de atitude ele teria se ela tivesse engravidado por acaso.
Quer ele levasse a criança embora, ou não tivesse nenhum interesse na criança ou talvez, ele até mesmo se viraria e nunca procuraria por ela novamente. Qualquer que fosse a escolha, eram todas terríveis.
“Sobre não ter interesse…”
‘Não é você?’ Hugo resmungou interiormente. Ela não tinha, nem mesmo uma vez, perguntado sobre Damian. Mas, por mais descarado que Hugo fosse, ele sabia que não tinha o direito de questioná-la sobre isso. Ele se casou com ela porque precisava do status. Não para ela cuidar do filho dele, eles não tinham contrato para isso.
“Eu não sabia que você queria que eu me interessasse.”
O coração de Lucia afundou pesadamente em seu peito. De alguma forma, olhando para ele, ele parecia cansado.
‘Não!’
Desde o momento em que ele disse que podia ver através de suas mentiras, ela já estava muito ansiosa.
Seus nervos estavam à flor da pele, pensando que seu coração também podia ser lido.
Se ele tivesse uma noção dos sentimentos dela e dissesse algo cruel, como o que disse a Sofia Lawrence na festa da vitória naquele dia…
‘Meu coração vai explodir. Vai doer tanto que prefiro morrer.’
Ele era um homem terno com uma mulher, desde que ela mantivesse uma distância razoável.
Assim como ele tinha feito com ela, para quantas amantes no passado ele sorriu e deu presentes?
Foi por causa dessa ternura que aquelas mulheres não puderam jogar fora seu apego persistente quando foram notificadas de seu rompimento e se agarraram a ele.
‘Eu não quero me tornar uma de suas mulheres do passado.’
Seria bom ficar assim para sempre. Bem assim. Uma vida totalmente materialista. Um marido que lhe deu um sorriso terno e a abraçou apaixonadamente todas as noites.
Ela não seria gananciosa por mais. Seus punhos suados estavam cerrados com força.
“Eu… não desejo nada. Não esqueci meu contrato com você.”
Lucia esperava parecer natural ao evitar seu olhar e recuar um pouco em seus braços, mas ele a observava com olhos penetrantes.
“Ha. Certo. O contrato.”
Hugo deu uma risada falsa e frustrado passou a mão pelo cabelo.
Parecia que era só ele quem pensava em esquecer o contrato e empurrá-lo para um canto. Ela obviamente ainda estava presa às suas cordas tenazes.
“Eu posso desfrutar da liberdade em minha vida privada e você manteria a porta do seu coração trancada. Esse era o nosso contrato, não era?”
Mais uma vez, ele diminuiu a distância que ela tentou fazer e agarrou sua cintura, puxando-a para si. Com isso, seus esforços foram facilmente desfeitos. Ela estava mais uma vez posicionada em seu abraço.
“Mas você sabia? Não decidimos o que aconteceria se alguém não cumprisse o contrato.”
“Você está preocupado que eu não cumpra o contrato?”
“Sério, por que você é assim? Por que você exagera minhas palavras assim?”
“… Eu sinto muito. Acho que distorci um pouco.”
Por um momento, Hugo olhou para sua esposa, que parecia desconhecida. Não era sua esposa habitual que o ouvia obedientemente. Além disso, ela continuava evitando seus olhos, mostrando rejeição e separação.
‘A primeira vez que a conheci… não disse nenhuma palavra de encorajamento, mas ela apenas foi em frente e falou.’
Talvez fosse ela também.
De jeito nenhum ele poderia ter visto os lados dela que ela nunca havia mostrado a ele.
Inicialmente, ele não gostou que a conversa deles estivesse se prolongando, mas agora, ele estava bastante satisfeito em ver um novo lado dela.
Parecia que ele a estava vendo de verdade por um momento diferente de quando ela estava dando a ele um sorriso gentil ou risada.
“Se… eu desistir da minha liberdade na minha vida privada… você também vai abrir a fechadura da sua porta?”
“… O que?”
Os olhos de Lucia se arregalaram ao olhar para ele. Ela não conseguia entender sua intenção por trás de dizer isso. Isso era um truque de playboy? Ele-
“Quero dizer…”
Ele tinha uma expressão estranha e arrastou o final da frase.
“Seja tratada.”
Lucia ficou desapontada com a mudança de assunto.
“Eu não quero.”
“Vivian!”
“Eu não posso ter um filho, então está tudo bem para mim não ser capaz de ter um. Mas se eu for tratada, posso ter um filho? Você vai permitir?”
“…”
Hugo suspirou e massageou as têmporas com os dedos.
Mesmo que seu corpo melhorasse, ela não poderia engravidar. Sua linhagem Taran tornava impossível para ele engravidar qualquer mulher.
Sem cumprir condições específicas, a linhagem de Taran não cresceria em nenhuma mulher.
Razão pela qual Hugo se divertiu com várias mulheres e nunca se preocupou com os perigos de engravidá-las.
Apenas uma mulher normal, que não possuísse o sangue de Taran, poderia reunir as condições para conceber o sangue de Taran, mas apenas o velho sabia quais eram essas condições.
Hugo levou o velho para morar fora dos muros do castelo e olhou os documentos do velho, mas não havia nada relacionado a isso.
Talvez fosse apenas nas memórias do velho ou talvez houvesse outros documentos escondidos em algum lugar que ninguém conhecia.
E assim, para descobrir, Hugo simples e facilmente apanhou o velho e espancou-o.
O velhote alegou que não iria divulgar os segredos de sua família e ficou sem falar, mas uma vez que foi preso e percebeu que nunca veria a luz do dia novamente, ele abriu a boca:
[O homem Taran que se tornará o pai da criança deve continuamente administrar seu sangue à mulher por mais de um ano, depois tirar sua virgindade.]
Era uma condição realmente doentia. Essa condição também teve que ser completada antes que a mulher fosse deflorada.
Sua esposa já estava no caminho errado. Mesmo que fosse possível engravidar apesar dessas condições, ele nunca teve a intenção de deixar um sucessor para trás.
Apenas imaginar uma existência deixada para trás no mundo com seu sangue o fazia sentir como se tivesse pisado em uma merda.
Embora não corresse o risco de engravidar ninguém, costumava ejacular do lado de fora, pois odiava a ideia de descendentes semelhantes a ele.
No entanto, ele a conheceu inesperadamente. Desde o início, ela era diferente. Por que ela foi uma exceção?
Ela foi a primeira a fazê-lo abraçar, se soltar e aproveitar o pós-jogo. Ele sentiu a satisfação de plantar suas sementes dentro dela.
Hugo reconheceu que sua indiferença a magoou. Em circunstâncias normais, era muito provável que ela estivesse grávida.
Ele havia se esquecido de que ela não podia ter filhos e não se preocupava se ela estava grávida ou não.
Suas palavras perguntando por que ele estava repentinamente curioso estavam cheias de ressentimento e amargura.
Estava fragmentado, mas ser capaz de ver suas feridas fez seu coração apertar.
“Se eu for tratada, quero ter um filho. Mesmo assim, está tudo bem?”
Ela não poderia engravidar de qualquer maneira. Ele poderia dizer a ela que estava tudo bem e que ela podia ter qualquer quantidade de filhos que quisesse.
Que qualquer quantia que ela quisesse era boa. Se ele dissesse isso, ela não poderia culpá-lo depois, se eles não tivessem filhos.
Mas ele não queria enganá-la dessa forma. Mesmo que ele não pudesse dizer a verdade, ele não queria mentir para ela.
“… Eu não preciso de uma criança.”
“Se for por causa da questão da sucessão, então posso escrever um memorando. Não me importo se tenho que assinar um contrato que exclui meus direitos à sucessão.”
“Não é por causa disso. Eu… eu não quero deixar minha marca.”
“Você já tem um filho.”
“Aquele-!”
Havia muito o que explicar para isso. O único vivo que sabia que ele não era o pai biológico de Damian era o velho.
Não houve fim depois que a barragem foi aberta. Ele não queria compartilhar os segredos de Taran com ninguém.
Ele também não contaria a Damian. Ele iria manter esse conhecimento sozinho e enterrá-lo consigo mesmo.
“Ele é… Ele é um pouco diferente. Você… eu não sabia que você queria tanto um filho.”
Hugo percebeu que na verdade só estava olhando para o exterior dela. Ele não sabia o que estava em seu coração.
“Eu sinto muito. Eu sei que a esposa que você deseja não deve ser essa mulher.”
“Vivian.”
Hugo suspirou profundamente.
“Eu não quero criticar você. Eu simplesmente não sabia, então estou surpreso.”
“Quando falamos sobre casamento pela primeira vez, você disse que não se importava se eu tivesse um filho.”
“Isso é…”
Não que ele não ligasse, mas ele sabia que ela não podia engravidar de jeito nenhum e não tinha vontade de explicar, afinal na hora, ele só precisava do status. Uma esposa era apenas um brinde.
“Você disse que não se divorciaria de mim.”
Instantaneamente, Hugo ficou alerta, seus olhos brilharam e ele rosnou.
“Divórcio? Isso é impossível.”
Ao ouvir a palavra ‘divórcio’ sair de sua boca, suas entranhas começaram a ferver gradualmente.
“Eu te disse desde o começo. Sem divórcio. Eu definitivamente disse que mesmo se você morrer, não será capaz de escapar.”
“Eu sei. A tradição da família Taran. É claro que eu me lembro. Mas não há tradição de não ter filhos.”
“Um filho ou um divórcio. Você está me pedindo para escolher?”
Seus olhos âmbar tremeram intensamente e ela se afastou dele. Seus olhos ardiam como se as lágrimas estivessem prestes a cair. Para ela, parecia que ele estava pedindo que ela escolhesse um dos dois.
“Eu… não quis dizer isso.”
“Vivian, por que não podemos simplesmente continuar assim?”
“É apenas minha ganância. Desejo ter alguém comigo quando estou sozinha.”
“Por que você estaria sozinha?”
“Certamente, você não está dizendo que ficará comigo para sempre?”
“… O que?”
Olhando para sua expressão parecida com a de alguém ouvindo uma língua estrangeira, algo acendeu no coração de Lucia.
Sua maneira de falar para acalmá-la também era irritante.
‘Mesmo que ele não tenha interesse no que eu penso! Mesmo que tudo que ele queira seja uma esposa adequada e confortável, ele pode empurrar para o lado!’
Ela queria vê-lo ferido e sofrendo.
Mesmo que ela não pudesse machucá-lo, não importa o que ela fizesse, então, no mínimo, ela queria tornar isso estranho e difícil para ele.
Esses pensamentos perversos cresceram incontrolavelmente em seu coração.
“Você não me ama e eu nunca vou te amar. Então, o que há entre nós? Quanto tempo você acha que esse tipo de relacionamento vai durar?”
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Sa-chan: Pesado… igual eu li no meu livro favorito: não se chuta um macho que já está caído.
Tradução: Sa-chan
Revisão: Sa-chan
Obrigada pela leitura. ^-^
Capítulo 27 – Discordância – Parte (III)
Discordância – Parte (III)
‘E daí?’
Lucia esperava que ele respondesse dessa maneira.
Ou falasse ‘O que você quer que eu faça?’, ‘Não era esse o caso desde o início?’
Ela esperava que ele tivesse uma expressão fria e respondesse de maneira insensível. Ela se preocupou freneticamente sobre se ela poderia retornar uma resposta que era ainda mais fria do que seria a resposta dele.
Sinceramente, ela não queria machucá-lo. Ela inicialmente pensou que era realmente assim que se sentia, mas percebeu que realmente não queria vê-lo sofrendo.
O coração de Lucia afundou ao ver um momento de inexplicável desespero aparecer em seu rosto. Ela observou enquanto o homem de aço na frente dela expressava sua dor dessa forma.
Ele lutou para respirar como um animal mortalmente ferido, então lentamente fechou os olhos e os reabriu.
Seu coração desejava estender a mão para ele e confortá-lo, mas seu corpo estava congelado ao vê-lo. Ela não conseguia entender, pois as mãos que a seguravam tremiam ligeiramente.
Ela não conseguia se mover ou dizer nada e ficou assim por um curto tempo.
Ele riu amargamente, então fez uma pausa e em um momento, tudo desapareceu como uma miragem e sua expressão voltou ao seu estado normal um tanto inexpressivo.
O vislumbre momentâneo de seu estado emocional antes de desaparecer foi como uma ilusão, fazendo-a se sentir confusa e frustrada.
Isso a fez sentir como se estivesse pisando em um bolo macio.
“… Certo. Você já viu o fim.”
Sua voz estava muito mais calma do que fria.
‘Ele…’
Lucia sentiu como se realmente o tivesse visto por um breve momento.
Sua expressão e tom geralmente frios eram uma armadura. Sua frieza não era porque ele não sentia nada, mas para se esconder para não ficar exposto.
“Bem, então…”
“O que?”
Lucia se perguntou se seria possível ter sonhado por um tempo. Mesmo que ela tenha visto, ela não podia acreditar. Olhando para sua expressão atual, era como se ela estivesse realmente enganada.
Quando ela continuou a olhar para ele em silêncio, Hugo abriu a boca e falou.
“Eu entendo. Estava acabaado desde o início. Isso é o que você quis dizer quando me pediu para enviar uma rosa, certo?”
Quando ele mencionou uma rosa, o sangue de Lucia gelou e ela voltou à realidade, parando um momento para se repreender.
Ela estava atualmente em uma encruzilhada significativa com ele. O que começou como resmungos, em algum momento se tornou algo que era tarde demais para voltar atrás.
“Sim você está certo.”
Ela não queria se agarrar a um final invisível, então ela pediu a ele para acordá-la com uma rosa.
Ela sentiu que se ele anunciasse seu fim com uma rosa, mesmo que ela tivesse perdido os sentidos por um tempo, o choque a traria de volta.
“Se você recebeu uma rosa de mim, o que você estava pensando em fazer?”
Pensando que ele provavelmente estava falando com ela, o coração de Lucia se acalmou. Ela rapidamente assumiu o controle de seu coração indeciso.
“Isso… eu não planejei fazer nada. Como você disse, isso seria o fim. Não há nada depois do fim.”
“Não há nada.”
Ele calmamente repetiu as palavras dela, então ele falou novamente.
“Essa condição é inquebrável?”
“… Sim. Já prometi a você que não vou quebrá-lo.”
Seu amor era um amor onde não importava se era retribuído ou recompensado.
Lucia nunca desejou isso. Mesmo em um relacionamento distante entre pais e filhos, o amor unilateral ainda existia. Era um amor impossível para os dois.
Mesmo que inicialmente comece com autossatisfação, algum dia começará a desejar que a outra pessoa retribua e, quando ela não retribui, esse sentimento gradualmente começa a se transformar em ódio.
Desse modo, Lucia gradualmente o odiou, mas não queria ser devorada por esse ódio.
“…”
Hugo sabia que estava sendo excessivamente ganancioso. Suas palavras estavam corretas. Ele sabia que não podia retribuir os sentimentos dela, mas cobiçava descaradamente o coração dela.
Ele descobriu mais sobre ela nesta breve conversa do que nos poucos meses em que estiveram casados. Ele tinha sido indiferente.
Ela não demonstrou, mas ele não tinha o direito de ficar com raiva.
Não havia nada sobre a condição física dela no relatório que Fabian, seu investigador muito capaz, enviou após pesquisar por cerca de um mês.
O fato de que ela não poderia ter um filho era um segredo que ninguém mais sabia, mas ela o confessou a ele.
Ela já revelou uma parte de seu coração para ele há muito tempo, mas ele a jogou fora. Ele afastou a mão que ela cautelosamente estendeu para ele há muito tempo.
“Não haverá divórcio.”
“… Sim.”
“Você é minha esposa.”
“… Sim.”
“Não importa como termine, você não pode mudar nosso relacionamento.”
“Sim.”
Suas respostas curtas e submissas o irritavam. Ele agarrou seus ombros e a derrubou. Seu corpo estava deitado no sofá sem mostrar resistência enquanto ele se erguia acima dela.
“Você sabe o que suas respostas significam?”
Sua mão agarrou seu queixo e seus dedos acariciaram lentamente seus lábios macios. Com seu toque suave que continha o desejo sexual, seus cílios tremeram.
Ele estava dizendo que independentemente de seus sentimentos, se ele quisesse, ela teria que abrir seu corpo para ele. Lucia evitou seu olhar e respondeu enquanto olhava para o ar.
“Sim.”
Enquanto Hugo a encarava com seus olhos vermelhos profundos, seu coração afundou lentamente.
‘Excelente! Você arranjou uma esposa perfeita.’
Ele se ridicularizou. Como ele esperava, ele arranjou uma esposa que parecia uma boneca. Ela era sua. Ela era sua esposa.
Mas o que ele realmente tinha era sua concha. E a partir de agora, ele tinha que continuar vivendo e abraçando uma esposa parecida com uma boneca.
Ela manteve uma casca de si mesma aqui e escondeu seu verdadeiro eu em algum lugar que ele não podia alcançar. Mas qual foi o problema? Que o que ele tinha nos braços e o que podia ver era apenas uma concha?
Mas não era sobre seu coração. Mesmo se ele tivesse seu coração, o que ele poderia fazer com ele?
Ele poderia segurá-la e mantê-la ao seu lado pelo tempo que quisesse sem ele. Só porque ele não tinha seu coração, não significava que ela estava indo a algum lugar.
De repente, Hugo percebeu algo que não podia ver antes. Ele percebeu o motivo da ansiedade e do desespero que o haviam dominado antes.
Era ansiedade porque ela não era ávida por nada dele e não deixou rastros, portanto ela poderia deixá-lo sem qualquer hesitação? Ou desespero por não conseguir abrir o coração dela, que estava bem fechado?
Não. A verdadeira ansiedade e desespero que ele sentia não vinham dessas coisas. Era ansiedade e desespero por causa de seus sentimentos vacilantes.
Antes que ele percebesse, seu coração estava nas mãos dela. O pior resultado, o resultado que ele nunca desejou, tinha se apoderado dele.
Depois de se tornar o duque, Hugo seguiu inteiramente um princípio. Apenas devolva o quanto você recebe.
Razão pela qual ele rejeitou quando as mulheres lhe deram seu amor: ele não podia retribuir.
Amor e ódio.
Ele passou por todas as emoções extremas que um ser humano pode possuir, foi como ele aprendeu a prejudicar outras pessoas.
Ódio pelo falecido duque e amor por seu irmão de sangue. Amor e ódio aparentemente não tinham relação, mas eles colidiram com ele como se fossem um.
Naquela época, ele mal tinha vontade e se desesperava com sua impotência. Ele era apenas uma fera que vivia como Hue, sem saber de nada. Sua única preocupação na época era como matar seus inimigos e sobreviver. Desde o momento em que ele acordou de manhã até que ele dormiu à noite, era apenas sobre sua sobrevivência.
Mas então, ele conheceu no irmão e no processo, se tornou um humano, mas o preço que ele teve que pagar por isso foi aprender emoções.
Ele amava seu irmão, mas por causa disso, ele deixou a vida de seu irmão ser controlada pelo ex-duque.
Seu ódio pelo falecido duque logo se transformou em ódio pelo sangue Taran que corria em suas veias, uma vez que soube de seus segredos após a morte do duque.
Nenhuma entidade deve ser capaz de influenciá-lo.
A sensação de não poder fazer as coisas por sua própria vontade era nauseante. Já era o suficiente para ele sentir falta de ar e medo de perder seu irmão.
Seu coração tinha que ser inabalável, sua mente tinha que ser firme. Ele não devia fazer de ninguém uma existência especial, portanto, o coração dela não era o problema.
O problema era seu coração.
Ele considerou isso simples curiosidade e desejo, mas seu coração zombou dele.
[Você se apaixonou.]
‘Não. Isso não é possível.’
Ele foi influenciado por ela. Ele estava começando a ficar com medo de perdê-la. Ele havia alcançado um estado tão patético por causa de uma mulher.
Ele não conseguia entender. Ele não podia aceitar tal conclusão. Ele se levantou do sofá e começou a andar para a frente e para trás.
Lucia olhou para o homem um tanto inquieto à sua frente e lentamente ergueu o corpo, sentando-se. Parece que hoje ela conseguiu ver lados dele que ela nunca tinha visto antes.
Sua inquietação não durou muito. Ele parou rapidamente, olhou para ela e falou.
“Seja tratada.”
E eles voltaram ao ponto de partida. Lucia deu um longo suspiro.
“Diga a médica exatamente quais são os seus sintomas e receba uma receita. Você tem que saber quais são os seus sintomas e por que você é assim, não é?”
“Eu poderia engravidar. É sua decisão que você não se importa de ter uma criança?”
Quando ele ficou em silêncio, Lucia teve vontade de gritar.
‘Apenas me deixe em paz! Eu preferia que você estivesse apenas interessado no meu corpo como você esteve!’
“… Não há como uma criança nascer.”
“O que você quer dizer é que… vamos dormir separados?”
Lucia desafiadoramente olhou para frente, travando seus olhos nos dele. Ele abriu a boca como se ela tivesse dito algo inútil.
“Por que você acha que isso é só para fazer um filho? Você também gosta.”
“Não mude de assunto. Se eu for tratada e você continuar vindo para o meu quarto, o que você faria se eu engravidasse? É isso que eu quero saber.”
“Nesse caso, não seria meu filho.”
Ele cuspiu aquelas palavras sem hesitação e então percebeu seu erro depois do fato.
Ele disse isso porque já sabia que a gravidez era impossível, mas enquanto ele escondesse a verdade, não importava quem ouvisse suas palavras, eles iriam seriamente interpretar mal.
Ele se arrependeu de suas palavras, pois a expressão dela já estava terrivelmente pálida.
“Você quer dizer… você não vai admitir que é seu filho? Ou… você vai concluir que fui infiel?”
Foi cruel. Ele rasgou seu coração em pedaços com suas palavras.
Lucia mais uma vez se lembrou de quando ouviu a conversa dele e de Sofia Lawrence na festa da vitória. Naquela época, suas palavras eram como uma lâmina impiedosa ao cortar Sofia Lawrence.
Hugo sabia que suas palavras a machucaram muito. Que ele tinha que se desculpar e confortá-la. No entanto, ao contrário de sua aparência externa aparentemente casual, seu eu interior estava enlouquecido de confusão e ansiedade.
Ele não conseguia nem mesmo entender seus próprios sentimentos. Ele ficou doído e cansado da própria situação.
De sua persistência teimosa e de si mesmo que não conseguia dizer a verdade.
Para o Hugo que não gostava de situações complexas e lidava com tudo com facilidade, essa situação complicada e seus sentimentos eram extremamente cansativos.
“O que eu quero dizer é…”
Ele começou, parou por um momento e continuou, resmungando tensamente.
“Para o seu tratamento… faça o que quiser.”
Ele se virou e saiu da sala de recepção. Em um momento, Lucia foi deixada sozinha na silenciosa sala de recepção, desabando no sofá.
Lágrimas silenciosas começaram a escorrer por seu rosto. Naquela noite, ele não foi ao quarto dela.
* * * * *
A refeição foi preparada para apenas uma pessoa. Ao ver isso, Lucia ficou desanimada, mas sentou-se sem dizer nada.
Mesmo assim, a espaçosa sala de jantar parecia ainda mais espaçosa.
“Meu mestre recentemente tem muitos negócios oficiais para tratar.”
Jerome, como se estivesse dando uma desculpa, explicou por que o duque novamente não a acompanhou para o jantar.
“Eu compreendo. Tenho medo de que ele prejudique sua saúde, então espero que você cuide dele ainda mais.”
“Sim, Milady.”
Lucia jantava sozinha há uma semana e ele não visitava o quarto dela.
Ela também não conseguia ver seu rosto há alguns dias.
Ele disse a ela que estava muito ocupado. Que ele estaria trabalhando o dia todo em seu escritório e apenas faria suas refeições lá.
Mas os sentidos de Lucia lhe disseram que ele a estava evitando.
Ele tinha estado ocupado uma vez e ficou no escritório até Lucia adormecer, mas nessa hora, ele apareceu de madrugada, abraçou-a e dormiu.
Agora, uma semana se passou. Quando ela olhou para trás, foi apenas uma semana, mas parecia uma eternidade.
Ele estava ocupado com o trabalho e não tinha tempo para pensar em uma mulher. Nada parecia errado, mas esta semana pode se tornar um mês e depois um ano.
‘Minha cabeça dói…’
Ela costumava mastigar a comida, mas não sabia o gosto. Depois que ela terminou de comer, ela foi para Anna para obter remédio para dor de cabeça e foi para seu quarto.
Quando ela abriu os olhos pela manhã, ela se sentiu um pouco melhor, mas quando a noite chegou e ela se deitou na cama, foi o início da tortura, pois ela não conseguia dormir com todos os tipos de pensamentos passando por sua cabeça.
‘Porque você fez isso? Você o arruinou.’
Ela se culpou.
‘Por que você causou tantos problemas?’
O motivo pelo qual ela se casou com ele foi para uma vida tranquila e confortável. Não era por seu afeto.
Desde o início, ela havia feito um contrato com ele. Ela nunca teve o pensamento astuto de fazer um contrato e negá-lo mais tarde.
‘Ele é o culpado. Teria sido melhor se tivéssemos ficado apenas como um casal formal.’
Ela guardava algum ressentimento em relação a ele.
Se ele não a tratasse com tanto carinho, sua determinação de viver o resto de sua vida dessa maneira nunca teria sido quebrada.
Agora, sua atitude a cortou como uma faca e mergulhou seu coração no inferno.
‘Você escolheu isso. Você prometeu nunca se arrepender disso.’
Ela mais uma vez se censurou. Por que ela ficou repentinamente gananciosa quando desistiu de ter um filho desde o início?
Ela não sabia o valor do que tinha e tornou-se gananciosa, perdendo-o no processo.
Até recentemente, tudo estava perfeito. Ela estragou tudo.
Não importa o quanto Lucia se virasse, ela não conseguia dormir.
Ela se sentou e enrolou o corpo em uma bola, envolvendo os braços em volta dos joelhos. Ela não conseguia parar de olhar para a porta do quarto que nunca se abriu.
Conforme o tempo passava, seu coração desmoronou ainda mais.
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Tradução: Sa-chan
Revisão: Sa-chan
Obrigada pela leitura. ^-^
Capítulo 28 – Discordância – Parte (IV)
Discordância – Parte (IV)
Hugo leu rapidamente os documentos e assinou abaixo deles. Para coisas que precisavam ser examinadas separadamente, elas foram marcadas e colocadas ao lado.
À esquerda estavam as coisas que ele precisava processar e as da direita também eram coisas que ele precisava processar, empilhadas juntas. Não importa o quanto seus olhos parecessem cair, ele massageou a cabeça dolorida e folheou os papéis, mas ainda não conseguia ver o fundo da pilha. A certa altura, ele jogou a caneta longe e se recostou para descansar. Mesmo fechando os olhos, sua cabeça estava cheia de coisas que ele precisava fazer.
Ele estava farto disso. Ele se perguntou quanto mais teria que fazer.
‘Talvez mais 10 anos? Vamos parar para pensar sobre isso, quantos anos aquele menino vai ter em 10 anos?’
Ele teria 18 anos. Nessa idade, ele acabaria de se formar na Academia. Nesse caso, não seria em 10 anos. Talvez em cerca de 15 anos?
Aquele menino não era uma criança estúpida, então se aprendesse por cerca de 4-5 anos, ele se tornaria útil.
‘15 anos, hein…’
Mesmo a quantidade mínima estava longe demais.
‘Eu tenho que fazer essa merda por mais 15 anos…’
Como estava chovendo, Hugo olhou pela janela, olhando para o céu escuro. Estava chovendo desde a manhã.
No início, ele nunca olhou para fora da janela, mas eventualmente, três dias atrás, ele deu uma olhada em Lucia caminhando pelo jardim sem ir para a varanda.
Ele não percebeu o quão impróprio era seu comportamento e apenas resmungou sobre não vê-la por causa da chuva.
‘Se eu não a vir agora, não vou conseguir vê-la de jeito nenhum.’
Ele murmurou irritado, então se conteve com uma risada.
‘Você é tão patético. Por que você não vai dar uma olhada?’
Não era longe, bastava descer as escadas e caminhar um pouco. A essa hora do dia, ela costumava estar na sala de recepção do primeiro andar. A maneira como ela vivia era monótona e simples, mas era regulada, pois ela tinha coisas programadas para fazer quase todas as horas. Ela não parecia querer sair esses dias, então ele conhecia sua programação mais do que sua própria programação.
‘Estou fazendo as coisas mais estúpidas.’
Ele agora estava evitando sua esposa. Para ser mais preciso, ele estava fugindo de seu próprio coração.
‘Amor? Que absurdo.’
Ele negou continuamente. Seu coração deve pertencer apenas a ele mesmo. Ele nunca hesitaria por causa de outra pessoa. Mesmo com tanta confiança em si mesmo, ele não teve coragem de vê-la. Ele sentiu que se a visse, tudo desmoronaria em um momento.
Com a desculpa de que estava com muito trabalho, ficava até tarde da noite em seu escritório tratando de documentos. Depois disso, ele saiu do escritório e dormiu em seu próprio quarto, que não usava nos últimos meses.
‘Posso viver bem sem ela.’
Essa foi a sua desculpa para continuar. Sua racionalidade o chamava de perdedor e covarde, mas ele a ignorou.
Os primeiros um ou dois dias foram bons.
‘Certo. De maneira alguma eu estou sendo influenciado por uma mulher.’
Ele se sentia exultado como uma criança imatura. Mas não demorou muito para que essa confiança desaparecesse. Com o passar do tempo, seu humor foi piorando e o conteúdo dos documentos deixou de entrar em sua cabeça, fazendo com que sua velocidade de trabalho diminuísse. Mesmo que ele gastasse o mesmo tempo com eles, porque a eficiência era menor, seu tempo de trabalho aumentou.
Ele se sentia incomodado com seu estado atual, muito diferente do que estava acostumado, e o trabalho em suas mãos entrou nesse ciclo vicioso. Mas ele ainda não queria admitir. Ele estava negando seu afastamento dela e persistia em sua teimosia.
Infelizmente, não havia ninguém ao seu redor para puxar suas orelhas e gritar os fatos para ele.
“Sua graça.”
No momento em que ele ouviu aquela voz familiar de fora, a irritação cresceu rapidamente dentro dele. O dono daquela voz sempre trouxe muito trabalho para ele. E, como esperado, uma vez que o dono da voz entrou, não era uma noção sem fundamento.
Ashin, um dos secretários do duque, o oficial administrativo, entrou e encontrou Hugo olhando ferozmente para ele, deixando seus cabelos em pé, mas ele permaneceu firme e colocou uma pilha de documentos no lado esquerdo da mesa de Hugo.
Hugo rancorosamente observou quando Ashin começou a se esgueirar, então ele falou secamente.
“Quando são as férias daquele menino?”
Ashin estava confiante de ser capaz de responder a qualquer pergunta que fosse lançada a ele, a qualquer hora, em qualquer lugar, mas ele começou a suar com a pergunta inesperada do duque. Felizmente para ele, sua mente estava clara, então ele encontrou a resposta sem uma pausa.
“… Eu sei que ele não tem férias.”
Só havia uma pessoa que faria o duque falar sobre férias. O sucessor nomeado e único filho do duque, Damian Taran. Falando exatamente, ele era o filho ilegítimo do duque, mas a menos que você quisesse morrer, você não diria tal coisa na frente do duque. Ninguém entre os vassalos do duque mencionou Damian na presença do duque.
‘Eles ainda são os mesmos, duvidando da possibilidade…’
Todos achavam que poderia mudar e esperavam por essa mudança, afinal o duque ainda era muito jovem e acabara de se casar. Muitos não entendiam a razão de um filho ilegítimo se tornar o herdeiro legítimo do duque.
No entanto, Ashin estava convencido de que, enquanto nada inesperado acontecesse, o sucessor do Duque seria o jovem lorde ilegítimo. Isso foi algo que o duque anunciou depois de reunir todos os seus vassalos e o duque nunca havia voltado atrás em sua palavra.
Os eventos da sucessão do duque causam uma grande onda em toda a região. O fato de um escândalo tão grande não ter se espalhado ainda mais amplamente foi porque os vassalos do duque vigiaram suas bocas. Eles ficaram desconfortáveis com o fato de que um filho ilegítimo talvez pudesse se tornar seu mestre no futuro e não queriam divulgar isso.
‘Embora ele tenha feito uma entrada tão barulhenta na sociedade, a relação deste pai e filho é completamente…’
Assim que seu filho completou seis anos, o duque o mandou para um internato. Francamente, as pessoas ao redor do duque tentaram dissuadi-lo. Disseram-lhe que Damian era jovem e que talvez ele pudesse tentar esperar um ou dois anos antes de colocá-lo no embarque, mas o duque bufou para eles.
[Jovem? Aos seis anos, ele deve ser capaz de sobreviver mesmo se for jogado no deserto.]
Todos ficaram chocados com o padrão que ele seguia em Damian. Mas as palavras que saíram da boca do jovem senhor foram ainda mais surpreendentes.
[A taxa de sobrevivência em um colégio interno é certamente maior do que a de um deserto. Obrigado pela sua preocupação.]
E assim, o jovem senhor que era grosseiramente maduro para sua idade, foi para o internato sem qualquer hesitação.
Dois anos se passaram e o duque nem mesmo mencionou seu filho, fazendo-nos pensar se ele realmente tinha um filho, e da mesma forma o jovem senhor não fez mais do que contatar brevemente sua casa.
‘Não ficarei surpreso se continuar assim até que ele se gradue em dez anos.’
Por ironia, a indiferença do duque em relação à Damian suprimiu as forças hostis e as impediu de agir precipitadamente em relação à Damian.
‘O duque pode ter intencionalmente a intenção de que isso acontecesse.’
“Ele não pode sair?”
Ashin rapidamente afastou seus pensamentos perdidos.
“Um passeio é possível.”
“Diga a ele para vir então.”
“… Você quer dizer agora? Mas o semestre acabou de começar e precisamos notificá-los com pelo menos uma semana de antecedência para obter permissão para um passeio-”
“Quando você começou a questionar minhas instruções?”
Se você receber ordens, apenas siga-as.
Ashin imediatamente começou a suar frio e sua expressão ficou rígida quando ele respondeu.
“… Compreendo. Enviarei uma mensagem imediatamente.”
“Mandei alguém para a capital dizer a Fabian para preparar o registro familiar e trazê-lo junto quando ele voltar.”
‘Então ele quer elevar o status do pequeno senhor. Se o status do pequeno senhor for elevado… ninguém seria capaz de fazer qualquer reclamação.’
Foi anunciado que o pequeno senhor se tornaria o sucessor do duque, mas ele ainda era apenas um filho ilegítimo. Mas se seu status legal for elevado, ele deixa de ser um demérito do duque e se torna o sucessor perfeito. Aqueles que ainda esperavam algum tipo de mudança no futuro teriam que desistir assim que o status do pequeno senhor fosse elevado.
‘A duquesa deve ter concordado com sua inscrição no registro familiar. Eu ouvi que o relacionamento conjugal deles é muito bom, mas o que acontecerá se a duquesa tiver um filho? Se ela der à luz um filho, isso vai ser uma dor de cabeça…’
“É Elliot, Sua Graça.”
No instante em que essas palavras caíram, um cavaleiro de meia-idade de aparência assustadora entrou. O Capitão dos Cavaleiros, Elliot Caliss, devidamente prestou seus respeitos, em seguida, ergueu o longo barril de bambu.
Hugo recebeu o barril e abriu a tampa, revelando a carta enrolada dentro dele.
Ashin sentiu um arrepio percorrer sua espinha enquanto observava Hugo ler a carta, estreitar os olhos e dar um sorriso triste.
‘Porra, ele me assusta mais quando está assim.’
“Mobilize sete pessoas. Vou deixar as atribuições com você e partiremos assim que estiverem prontos.”
A chuva estava quase acabando, mas o sol já estava se pondo à tarde. Era diferente da partida usual ao amanhecer, mas o fiel Cavaleiro Caliss respondeu com apenas algumas palavras e se retirou.
“Caçar depois de muito tempo, é isso.”
“Caça humana.”
Para o murmúrio de Hugo, Ashin murmurou essas palavras ocultas para si mesmo.
‘Ufa… os sonhos de hoje não serão pacíficos.’
Ashin uma vez seguiu sem querer o duque ao campo de batalha alguns anos atrás como oficial administrativo, embora ele estivesse longe do campo de batalha. De vez em quando, ele ainda via cenas daquela época e faziam seu coração tremer.
Seus arrepios não foram causados por ver a matança a sangue frio. Pelo contrário, era mais fácil de ver do que a visão irreal e atordoante do duque cortando a garganta de alguém e fazendo suas cabeças voarem para o céu.
O Leão Negro? Ashin achou esse apelido muito embelezado.
O duque Taran, que vestiu uma armadura negra enquanto avançava pelo campo de batalha, era compreensivelmente uma dádiva de Deus e certamente um demônio. Ao ver o duque coberto de sangue como uma fera e rindo confortavelmente, Ashin murmurou algo sem perceber.
“Que lunático.”
Ele ficou surpreso quando as palavras saíram de sua boca e ficou preocupado se alguém o ouviu, mas felizmente, seu monólogo foi enterrado sob os gritos de soldados bêbados com a loucura da guerra.
Ashin era alguém que não tinha medo de nada no mundo. Ele não escondeu o que queria dizer e sua capacidade combinava com sua personalidade imprudente que fez com que seus superiores e subordinados o abandonassem.
Mas, daquele dia em diante, Ashin se tornou uma ovelha dócil na frente do duque de Taran.
Ele percebeu como o duque Taran era assustador. Claro, o duque era publicamente conhecido por ser uma pessoa bastante assustadora, mas ele sentia que o duque era ainda mais assustador do que como eles o descreviam.
Em outros lugares além do campo de batalha, o duque colocou uma máscara de boas maneiras e seu lado rude não podia ser visto de forma alguma. As pessoas que interagiram com ele se concentraram apenas no fato de que ele era um jovem duque e um grande dançarino.
É por isso que era mais assustador. Era assustador que a coisa sangrenta que ele testemunhou no campo de batalha pudesse esconder sua loucura e fingir ser um nobre clássico que nunca havia segurado uma espada antes.
“A agenda será prolongada?”
“Eu sei que tenho que ir, mas temo que demore um pouco.”
“Então, durante o tempo em que você estiver fora, o jovem senhor poderá cuidar disso.”
Hugo pensou por um momento.
Embora aquela criança fosse jovem, ele era da linhagem Taran. Era difícil pensar nele comparando com outro garoto de oito anos. Aquele garoto cravou uma espada no coração de um homem cujo tornozelo Hugo pegou em uma armadilha e acabou com ele.
Ele se lembrou do passado por um momento e então voltou à realidade. Esse menino nunca foi inocente. Não havia nenhuma insanidade correndo em suas veias ainda, mas quem sabia quando isso iria aparecer. Mesmo assim, ele era atualmente o tipo brando.
De acordo com os relatórios que recebia continuamente, ele não era tolamente bom como o pai, mas não tinha um temperamento cruel.
A primeira vez que Hugo encontrou Damian, se ele não tivesse visto olhos semelhantes aos de seu irmão morto, ele o teria matado na hora e se livrado dele. Não importa o quão brando ele fosse, a intenção maliciosa não iria desaparecer. Comparada a Damian, sua esposa era um coelho dócil.
Ele não pôde deixar de ficar preocupado que seriam apenas os dois. Ele não achou nada estranho enquanto subconscientemente se preocupava com ela.
“Por que você não vai buscá-lo pessoalmente?”
“… Hã?”
“Certifique-se de avisá-lo quando ele chegar, para dar o devido respeito à sua mãe. Se eu voltar e ouvir algo estranho…”
“Ah sim. Vou garantir que não haja nada com que se preocupar.”
Pouco depois de Ashin se retirar, Jerome correu para o escritório depois de ouvir que os cavaleiros estavam se preparando para partir.
‘Acho que começou um dia depois de chamarmos a médica…’
Jerome não tinha certeza do que acontecia entre os dois, mas daquele dia em diante, o relacionamento deles ficou estranho. Seu mestre estava tomando a iniciativa de se distanciar de sua senhora. Dizer que ele estava ocupado era apenas uma desculpa. Seu mestre sempre teve muito trabalho, porém nunca ao ponto de não conseguir comer ou dormir.
Segundo as empregadas, eles também dormiam separadamente. Cada vez que via a Madame tentando agir como se tudo estivesse bem, embora ela estivesse triste, ele sentia seu coração doer.
‘Não faça isso, mestre.’
Pela primeira vez, Jerome se sentiu rebelde em relação a seu mestre em seu coração. Ele mal conseguia parar de perguntar a seu mestre por que ele partiria em uma ausência de longo prazo sem resolver esta situação.
Jerome trouxe chá quente como de costume e sua fragrância delicada encheu o ar. Ele serviu o chá, enchendo a xícara vazia.
“O que devo fazer sobre a sua refeição da noite?”
“Mmm, você não precisa prepará-lo. Eu irei embora em breve.”
Hugo levantou a cabeça e levou a xícara de chá à boca.
“Vou caçar, mas não sei o horário exato.”
“… Já está tarde. Que tal partir amanhã ao amanhecer?”
“Não, estou prestes a me arrumar e já fiz o pedido.”
“Quanto a Milady…”
“Informe-a para mim.”
“… Milady cometeu um grande erro?”
Jerome falou com firmeza enquanto o olhar de Hugo caiu sobre ele.
“Mesmo que ela tenha cometido um erro, espero que você possa perdoá-la generosamente. Nos últimos dias, Milady não trocou nenhuma palavra com Vossa Graça.”
“Isso não é algo em que você tenha uma palavra a dizer. Você está cruzando a linha.”
“Sim. Eu tenho que dizer algo presunçoso. Milady é a duquesa. Ela é diferente das outras mulheres por quem você ficou fascinado por um tempo e depois jogou fora. Você tem que tratá-la com valor.”
Hugo olhou para Jerome com os olhos ligeiramente arregalados. Vendo o olhar ligeiramente abatido de Jerome enquanto ele teimosamente persistia, Hugo estreitou os olhos.
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Tradução: Sa-chan
Revisão: Sa-chan
Obrigada pela leitura. ^-^
Capítulo 29 – Discordância – Parte (V)
Discordância – Parte (V)
“Milady veio para esta região desconhecida do norte sozinha, sem conhecer ninguém, mas ela nunca se queixou de que sua situação era difícil ou desconfortável. Se Sua Graça fosse ignorar Milady, então ela estaria realmente sozinha.”
Hugo realmente começou a suspeitar de onde Jerome veio hoje para ter um temperamento completamente diferente, mas quando ele pensou sobre isso, não havia como negar que Jerome era irmão de sangue de Fabian.
Falar sem medo era a marca registrada de Fabian.
Os olhos vermelhos de Hugo brilharam ainda mais vermelhos.
“Hoje em dia, Milady…”
“Cale-se.”
“Sua graça.”
“Eu te desafio a dizer mais uma palavra…”
Sentindo o olhar assassino sobre ele, Jerome fechou a boca e baixou o olhar.
O duque não era um mestre minucioso, mas era um mestre que nunca toleraria desafios à sua autoridade. Os critérios dependiam de se alguém estava passando do próprio limite. Jerome não tinha autoridade para se intrometer no relacionamento privado do casal ducal.
Não era porque Jerome era um mordomo. Ninguém em Roam tinha tal autoridade. Hugo ficou extremamente descontente com esta situação.
Ele se perguntou se ela tinha enviado Jerome até ele porque ela tinha motivos suficientes para fazer isso. Mas este era Jerome.
O mesmo Jerome que não interferia em seu trabalho normal sem motivo e conseguia distinguir entre as coisas que Hugo poderia cuidar sozinho e as coisas que Jerome poderia cuidar sozinho.
Portanto, o comportamento incomum de Jerome irritou Hugo.
Hugo já sabia que Jerome cuidava da esposa mais do que de costume. Ele não duvidava da lealdade de Jerome como mordomo, mas estava estranhamente irritado.
“Impressionante. Ela pediu para você vir me irritar?”
Mesmo sabendo que não havia como ela saber, ele se sentia extremamente confuso por dentro.
“Não, Sua Graça! Milady nunca…!”
Crash!
Assim que Jerome abriu a boca, uma xícara de chá passou voando por seu rosto e se espatifou no chão.
“Eu disse para você calar a boca.”
Hugo se levantou rapidamente e saiu do escritório enquanto Jerome se sentava com o rosto pálido.
Ele cometeu um erro. Um resultado terrível de interferência desnecessária. Se Fabian estivesse aqui, ele definitivamente teria dito a ele que o relacionamento de seu mestre não era algo para se intrometer.
‘Eu decepcionei a reputação de Milady.’
Sua primeira rebelião contra seu mestre terminou com sua cauda completamente pisoteada. Ele interveio desnecessariamente e até causou um mal-entendido.
Jerome suspirou e começou a pegar os pedaços da xícara de chá quebrada espalhados por todo o lugar.
O fato de a xícara não ter voado em sua testa significava que seu mestre já estava sendo bastante tolerante.
‘Vou pedir um conselho a Fabian quando ele voltar.’
Boca inútil! Jerome começou a se repreender severamente.
* * * * *
Usando a desculpa de que não estava se sentindo bem, Lucia voltou para casa mais cedo de seu passeio com Kate.
Ela não tinha vontade de falar ou andar a cavalo. Logo depois que ela voltou de ver Kate, a médica veio visitá-la com uma precisão assustadora.
“Milady.”
Anna parecia sem saber o que fazer e não conseguia encontrar os olhos de Lucia, aparentemente nervosa.
Naquele dia, Hugo saiu depois de dizer que Lucia poderia fazer o que bem entendesse, mas a partir do dia seguinte, ele mandou buscar Anna continuamente.
“Milady, Sua Graça o Duque me chama todas as noites e me pergunta como está o tratamento.”
Anna explicou com uma expressão que dizia ‘por favor, me salve’. Quando o duque chamou Anna, ele não disse mais nada. Ele apenas perguntou como estava indo o tratamento, mas só isso deu a Anna uma enorme pressão.
“Por favor, apenas me fale sobre os sintomas que você realmente conhece.”
Por causa do que ele estava fazendo, a raiva no coração de Lucia aumentou continuamente em apenas alguns dias. Ela se sentiu como se tivesse sido enganada por ele e não poderia se libertar. Ela teve vontade de ir ao escritório dele neste momento e dar-lhe um tapa.
‘Tudo bem. Eu farei o que você quiser que eu faça.’
Lucia abriu a boca e começou a explicar seus sintomas. Ela explicou exatamente como explicou aos médicos que procurou em seu sonho.
Sim, ela já sabia uma cura para ele, mas não tinha intenção de usá-lo. No entanto, se Anna encontrasse outra cura, ela não planejava recusar o tratamento.
Mas as chances de isso acontecer eram quase nulas. Ela conheceu inúmeros médicos em seu sonho, mas nenhum deles poderia curá-la.
Foi por uma incrível coincidência e sorte que ela conseguiu a cura daquele médico errante.
Ela não achou que tal coincidência e sorte pudessem acontecer uma segunda vez.
E como esperado, Anna parecia confusa depois de ouvir sua explicação. Ela parecia perplexa com o fato de Lucia ter tomado erva de artemísia e fazer sua menstruação parar. Ela parecia não saber nada sobre isso.
“Sinto muito, Milady. Para ser franca, me falta habilidade, então não sei como tratar você. Mas com certeza vou descobrir uma maneira.”
Anna a assegurou resolutamente. Lucia ficou ali sentada, distraída, por um breve momento, depois saiu para o jardim.
* * * * *
Hugo deixou o escritório extremamente aborrecido e caminhou distraidamente até sair.
A chuva tinha parado, mas não havia sinal do sol.
‘Acho que o dia está terminando assim.’
Quando percebeu, já estava no jardim. Ele rapidamente se virou e tentou sair, mas antes que pudesse fazer isso, ele a viu.
Ela estava inclinada para frente, olhando para um botão de flor quase desabrochando. Ele ficou parado por um tempo, então seus pés começaram a se mover na direção dela.
Quando Lucia endireitou a cintura e se virou, ela o viu se aproximando e instantaneamente, o ar ao seu redor mudou e ela se viu caindo em uma fantasia.
Tudo ao redor dela ficou turvo e tudo que ela podia ver era ele. Lucia sabia que já havia experimentado algo assim antes.
‘Quando eu estava na capital… no dia do desfile dos cavaleiros…’
Foi o dia em que ela o viu pela primeira vez na realidade, não em seus sonhos.
Ela estava com raiva dele. Seu estado era terrível porque todas as noites, ela olhava para a porta do quarto que nunca abria e não conseguia dormir direito à noite.
E apenas um tempo atrás, ela queria dar um tapa nele se ela o visse. Mas no momento em que o viu, toda a raiva em seu coração derreteu instantaneamente como sal na água.
‘Eu sou uma idiota…’
Ela sabia que ele era inalcançável e pensava que havia bloqueado seus sentimentos, mas suas emoções pareciam escapar pelas fendas.
Enquanto seu coração borbulhava, também doía.
‘Eu o amo.’
Ela não sabia o que fazer. Assim como as incontáveis amantes anteriores, ela não conseguia manter seu coração para si mesma.
‘Ele não deve descobrir.’
Se ele desse um passo para mais perto dela, ela daria dois passos para trás. Ela não queria receber uma rosa.
Quando sua compreensão de tirar o fôlego chegou ao fim, Lucia se virou para ele e sorriu.
‘Ah…’
Hugo sentiu seu aborrecimento e irritação se dissiparem no instante em que a viu sorrir.
Era como o refresco de acordar de manhã depois de uma boa noite de sono. Hugo finalmente acordou de sua loucura.
O que ele temia não era a existência dela, era seu coração vacilando. Simplesmente imaginar nunca mais vê-la sorrir novamente o fez sentir que não conseguia respirar.
‘Eu te disse’, seu coração parecia zombar dele.
“Olha só, essa flor não vai desabrochar logo? Acho que florescerá totalmente em alguns dias.”
Hugo ficou momentaneamente sem fala quando ela começou a falar com ele como se nada tivesse acontecido.
“… Eu vejo.”
Sua expressão renovada o fez sentir-se miserável. Ao contrário de seu eu irritado, ela tinha sua expressão pacífica de sempre.
“Ouvi dizer que você tem estado ocupado. Você saiu para pegar um pouco de ar?”
“Mmm… o trabalho está quase terminado, mas algo aconteceu, então terei que sair por um tempo.”
“Ah.”
O rosto de Lucia mudou por um instante, então ela deu outro sorriso doce.
“Quanto tempo vai demorar? Você ficará fora por muito tempo?”
“Não sei os detalhes exatos, por isso pode demorar um pouco. Por que você está sozinha? Onde está sua empregada?”
“Eu a enviei em uma missão. Desde que parou de chover, pensei em tomar uma xícara de chá aqui. Se estiver tudo bem, você gostaria de se juntar a mim?”
“… Claro.”
Ele tomou um pouco de chá há um tempo, mas não recusou.
Depois de um tempo, chegaram duas criadas trazendo uma mesa dobrável e uma cesta de chá. A mesa foi colocada em um local adequado e os dois sentaram-se frente a frente.
“Fiquei preocupada porque raramente não está chovendo hoje em dia, mas estou feliz que a chuva parou ao meio-dia.”
“O que você tem feito?”
“Exatamente as mesmas coisas de sempre. Cuido do jardim e leio livros. Que estranho. Você está falando como se não nos víssemos há muito tempo. Foram apenas alguns dias.”
Foram apenas alguns dias? Hugo sentiu que demorou muito, mas para ela foram apenas alguns dias.
Ele achava sua vivacidade admirável e, ao mesmo tempo, sentia remorso. Ele estendeu a mão para acariciar sua bochecha macia. A tenra pele dela deu-lhe a ilusão de que deixaria marcas se exercesse um pouco mais de força.
Ela estava fraca. No entanto, esta existência frágil o ameaçava fortemente.
“… Naquele dia cometi um erro e quero me desculpar com você. Não era minha intenção tratá-la como uma mulher infiel.”
“…”
“O que eu quis dizer é… descendentes são raros na família Taran. Ficar grávida vai ser difícil… e eu não queria que você ficasse desapontada depois de desejar ter um filho.”
Sua desculpa realmente não atingiu o coração de Lucia. Afinal, se os filhos fossem raros, então seria mais convincente para a atitude dele apoiar a gravidez dela em vez de rejeitá-la.
Mas quando ela viu como ele estava contemplando cuidadosamente suas palavras, uma risada escapou de sua boca.
“Está bem.”
Lucia tentou rir, mas as lágrimas caíram de seus olhos. As feridas que ela havia recebido naquele momento não doíam mais. Ela já o havia perdoado. Foram suas ternas palavras e gentis carícias que fizeram seu coração doer de felicidade.
Olhando para as lágrimas escorrendo pelo seu rosto, Hugo não sabia o que fazer e se levantou. Ele deu a volta na mesa, em direção a ela, e passou os braços em volta dela.
“Eu sinto Muito. Eu estava errado.”
Seu abraço e perfume que ela estava sentindo a fez sentir como se tivesse ido do inferno para o céu em um instante.
‘Podemos voltar… a ser como éramos antes.’
Para como estavam nos últimos meses. Estava tudo bem, mesmo que o relacionamento deles fosse um castelo de areia e ninguém soubesse quando iria desmoronar. Quando não se podia ver as ondas, presumíamos que tudo estava bem. Nada foi resolvido, mas era bom pensar em coisas posteriores, mais tarde.
Seu coração parecia ter superado os céus e estava bastante calmo. Depois que ela aceitou sua mudança de coração e não ficou preocupada com isso, ela se sentiu em paz. Seu céu e inferno dependiam de como ela se decidia.
‘Ele… no mínimo, ele me trata com amor.’
Ela não sabia como ele tratava suas amantes anteriores, mas decidiu pensar que era um pouco mais especial. Não foi por vaidade, mas porque ela teve que plantar tanta confiança em si mesma, a fim de permanecer firme e amá-lo.
‘E eu tenho uma vantagem.’
Ela era sua esposa legítima. Era algo que nenhuma de suas amantes anteriores jamais teve.
‘Não vou me agarrar a você. Eu também não vou me submeter para agradar você.’
Ela não teria um amor tão miserável.
Ela não ia implorar por seu amor.
Ela não vai bancar a esposa virtuosa, obedecendo a tudo que ele diz incondicionalmente.
Ela faria apenas o que pudesse, amando-o com todas as suas forças, mas apenas o suficiente para que não começasse a odiá-lo.
Isso a fez se perguntar se ele já havia recebido amor de uma mulher que não se apegava a ele.
O pensamento de que talvez ela pudesse deixá-lo nervoso era divertido.
‘É bom mesmo que leve uma vida inteira. Se algum dia você disser que me ama, não vou achar que minha vida foi em vão.’
Se ela vivesse assim por um ano, cinco anos, até dez anos, talvez ela pudesse influenciá-lo lentamente. Mesmo um pouco de garoa pode se tornar algo assustador.
Lucia ergueu ligeiramente a cabeça de seu abraço.
“Você disse que estava errado, certo?”
“Hã? Sim.”
“Eu vou te perdoar, mas eu tenho duas condições.”
“Condições? Quais são elas?”
Ele tinha uma expressão que dizia que não gostava da palavra em si.
“A primeira é… um beijo de reconciliação.”
Seus olhos se arregalaram ligeiramente e então se curvaram sorrindo. Quando o rosto dele se aproximou, Lucia fechou os olhos. Seus lábios se tocaram levemente no início, e com o segundo toque de seus lábios, ele a tomou em sua boca.
Ele sugou e engoliu seus lábios tenros inúmeras vezes em sua boca. A língua dele deslizou pelas fendas de sua boca, acariciando gentil e cuidadosamente as entranhas de sua boca, empurrando mais fundo e estimulando-a.
O beijo longo e doce que não era leve nem apaixonado, mas de tirar o fôlego, finalmente chegou ao fim. Ele abriu a boca para falar, seus lábios quase se tocando.
“O segundo é?”
Parecia que ele iria beijá-la novamente, então Lucia o segurou e se afastou ligeiramente.
“Estou modificando o contrato. Não importa o quanto eu pense sobre isso, a ‘parte da liberdade na sua vida privada’ me irrita. Isso está praticamente me dizendo que você vai trapacear. Por favor, não vá fazer amantes sem o meu conhecimento.”
Hugo ficou surpreso e não pôde deixar de encará-la um pouco, então falou em um tom um pouco desanimado.
“… Eu não terei nenhuma.”
Ele se sentiu um pouco ofendido. Depois de se casar, ele nem olhou para outras mulheres, mas infelizmente não conseguiu refutar seu histórico de ser um playboy malicioso.
“Além disso, se você ficar cansado ou com nojo de mim e quiser me deixar por outra mulher, por favor, me diga primeiro. Não quero ouvir da boca de outra pessoa.”
Hugo olhou para ela por um tempo, então ele murmurou amargamente.
“Eu esqueci por um momento que na sua cabeça, eu sou um cara muito terrível.”
Era um sentimento misterioso ser marcado como um cara mau em vez de um cara legal pela mulher que amava, mas, novamente, ele não podia refutar.
“Eu não posso dar desculpas.”
Ele murmurou e pegou a mão dela, beijando-a.
“Como quiser.”
Ele endireitou a parte superior do corpo e falou com a empregada que estava de pé nervosamente ao lado por um tempo.
“O que foi?”
“Sir Elliot me pediu para transmitir suas palavras; ele está pronto e esperando a ordem para partir.”
Hugo finalmente percebeu seus sentimentos por ela, mas ele não podia mudar nada agora. Ele ainda não era capaz de prometer nada a ela.
Também havia muitas coisas que ele não podia revelar a ela. Ele precisava de mais tempo para decidir entre o que revelar e o que não revelar a ela.
A caçada desta vez deveria dar a ele o tempo de que precisava para decidir.
“Você não precisa se despedir de mim. Você pode voltar.”
“… Sim. Por favor, retorne com segurança.”
Observando suas costas enquanto ele se afastava, o coração de Lucia palpitou e ela apertou o peito com força.
Ela esperava desesperadamente, que ele nunca a deixasse assim algum dia.
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Tradução: Sa-chan
Revisão: Sa-chan
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Capítulo 30 – Damian – Parte (I)
Damian – Parte (I)
“Jovem mestre, eu sou Ashin, o secretário administrativo. Você se lembra de mim?”
Damian olhou brevemente para cima e para baixo para Ashin, então ele deu a ele um aceno rígido e entrou na carruagem. Sua frieza não era inferior à de seu pai.
‘É por isso que dizem que você não pode fingir sangue…’
Talvez o duque fosse assim quando criança. Com seu cabelo preto e olhos vermelhos, Damian era um duque Taran em miniatura. Provavelmente não havia necessidade de usar o tesouro mágico da família real para determinar sua ancestralidade.
Ninguém poderia dizer que o pequeno senhor não era do sangue do duque Taran.
‘Ufa… este é apenas o meu destino.’
Ele odiava viagens de longa distância. Ele ficaria extremamente satisfeito se tudo o que tivesse a fazer fosse ir e voltar rotineiramente entre Roam e a casa. Ele não pôde deixar de suspirar quando pensou em ter que se sentar ao lado daquela criança triste por muito tempo.
“Vejo que você está bem nesse meio tempo. Você cresceu muito, quase não te reconheci.”
Ashim falou amigavelmente em um esforço brando para elevar o humor. Não era algo que ele normalmente fazia, mas ele não queria ser considerado como um inimigo e Ashin descobriu que o pequeno duque de Taran, que se parecia exatamente com o duque de Taran, o homem que ele conhecia como o homem mais assustador do mundo, era extremamente espinhoso.
Além disso, era verdade que ele quase não o reconheceu.
‘Ufa… que criança de oito anos é assim? Ele parece que poderia ser três a quatro anos mais velho. Meu sobrinho tem dez anos, mas até ele é menor do que nosso pequeno senhor.’
Mesmo quando o pequeno senhor tinha seis anos, ele tinha um físico robusto, então já havia sinais disso naquela época.
Assim como uma raposa e um tigre eram de tamanhos diferentes.
‘Se ele continuar crescendo assim, ele não vai acabar com uma estrutura enorme? Totalmente diferente do que está no papel.’
“… O que é isso?”
“Hã?”
Ashin ficou satisfeito consigo mesmo quando o jovem lorde finalmente abriu a boca.
“Sabe, com o seu status, você não precisava me buscar pessoalmente.”
“Ha… ha-ha.”
Certo. Alguém com seu status geralmente não precisava. Embora, Ashin não achasse que essas palavras fossem algo que deveria sair da boca de uma criança de oito anos.
‘Vamos deixar de lado o fato de que ele se lembra de mim… ele se lembra da minha posição?’
A linhagem do Duque Taran deve ter algo diferente. Quando Ashin pensava dessa maneira, ele sentia que era injusto e, ao mesmo tempo, ele também podia entender.
Até o atual duque de Taran era assim. Ele era um cavaleiro e também um dos melhores, mas seu cérebro era excelente.
‘O mundo é originalmente injusto.’
Ashin chegou a essa conclusão no dia em que sua inocência infantil foi quebrada.
“Foi a ordem de Sua Graça, o Duque.”
Os olhos de Damian ficaram um pouco maiores.
‘Por quê?’
Sua expressão parecia estar perguntando.
“Acredito que o Jovem Mestre já ouviu a notícia. O duque de Taran agora tem uma senhora da casa.”
Damian acenou com a cabeça. Ele geralmente recebia notícias sobre a Casa Ducal de maneira relativamente detalhada.
Para que ele assumisse no futuro, o duque pretendia que ele soubesse de tudo. Não importa quanto tempo ele ficou longe de casa e não importa se ele estava em um colégio interno isolado, Damian era informado de tudo. Era tudo para que o duque nunca ouvisse as palavras “eu não sabia”.
Damian havia memorizado a carta que foi enviada, palavra por palavra.
“Esses são apenas meus pensamentos, mas já que agora vocês dois têm um relacionamento mãe-filho, acho que vocês deveriam se conhecer como uma família.”
‘Relacionamento mãe-filho, você disse?’
Damian interiormente questionado. Seu pai não era uma pessoa tão delicada. A ideia de que o duque gostaria que eles tivessem um relacionamento forte entre mãe e filho não fazia sentido. Talvez ele e a duquesa se mordessem e rasgassem um ao outro e o duque nem se interessasse até que um deles morresse.
“Ele não disse mais nada?”
“Ah… ele… queria que você… não fosse rude com sua mãe. Disse que você deveria mostrar o devido respeito…”
‘Bem, é isso.’
Ashin o simplificou, mas ele deu o aviso. Ele apenas tinha que ficar quieto, sem ficar nervoso. Mesmo que o jovem senhor fosse o sucessor, ele ainda era ilegítimo. O que significava que ele não deveria irritar a duquesa sem motivo.
Mesmo que o duque não o avisasse, Damian não tinha intenção de confrontar sua madrasta. Antes de ser oficialmente legal, sua identidade não podia ser mostrada em lugar nenhum e o consentimento da duquesa era absolutamente necessário para elevar seu status.
“Ela é bonita?”
“Hã? Ah… eu só a vi algumas vezes…”
‘Você só precisa ver alguém uma vez para saber se é bonita ou não.’
Devido à resposta hesitante de Ashin, Damian chegou a uma conclusão.
‘Ela não deve ser tão bonita.’
O interesse de Damian por sua madrasta era apenas até certo ponto, após isso ele desistiu desse pensamento.
Vendo as coisas do ponto de vista de sua madrasta, Damian não esperava ser bem-vindo. Ele esperava que enquanto ele estivesse em Roam, eles se encontrariam apenas algumas vezes.
Ele planejava viver em silêncio como se estivesse morto. Se ela não quisesse ver seu rosto, ele se trancaria no quarto e se ela o incomodasse, ele planejava apenas aguentar se fosse tolerável.
Damian não ficou muito surpreso quando soube que o duque estava se casando. Suspeitou que o duque só o fizera porque já era hora de ele se casar.
Damian estava começando a entender o temperamento frio de seu pai, que só era movido por necessidade. Mesmo que a duquesa desse à luz uma criança, o status de Damian como sucessor não seria abalado. Seu pai nunca foi um bom pai, mas ele era alguém em quem você poderia ter firme convicção.
Os pensamentos de Damian então se voltaram para a Academia. A convocação repentina no início do semestre havia bagunçado sua agenda.
Ele estava inicialmente preocupado em partir e ficar para trás, pois não sabia quando voltaria. Na pior das hipóteses, ele teria que desistir do semestre inteiro.
“No máximo, ficarei lá por uma semana.”
Levaria cerca de três semanas se a viagem de ida e volta fosse incluída.
Se ele não queria ficar para trás quando voltasse, não poderia deixar que seu tempo fosse gasto em vão.
Damian já havia enchido o porta-malas da carruagem até a borda com livros.
A notícia do casamento do duque de Taran saíra da boca de alguém e foi passada de boca em boca antes de chegar à alta sociedade.
Isso só apareceu nas conversas das pessoas. Não havia ninguém que compareceu ao casamento, então o boato só explodiu porque as pessoas não conheciam outra maneira de satisfazer sua curiosidade.
Kwiz, é claro, também estava curioso e investiu muito dinheiro e tempo para satisfazer essa curiosidade.
Como a mulher que se tornou a duquesa era uma princesa, era difícil encontrar alguém ansioso para investigar o assunto.
Não importa o quanto ele cavasse, ele não conseguia encontrar nada. A única informação precisa que obteve foi seu nome e idade.
Não havia ninguém que soubesse nada sobre a princesa.
No entanto, se foi considerado uma colheita obter sua descrição das criadas do palácio que a serviram pouco antes de se casar, então foi uma colheita.
E então, Kwiz se tornou mais inflexível. Ele estava convencido de que tinha uma fonte de informação capaz à sua disposição, mas demorou meses a investigação e não encontrou nada para despertar seu interesse.
“O que está acontecendo? Não é como se ela tivesse caído do céu.”
Kwiz lamentou o absurdo de tudo isso. Não foi apenas Kwiz que tentou descobrir sobre a princesa.
A Divisão de Inteligência Real também investigou a Princesa Vivian investigando seu palácio separado, mas no processo, a manipulação da lista de chamada das empregadas do palácio foi revelada.
O palácio foi revirado em grande escala e os funcionários principais foram considerados responsáveis e severamente punidos.
Kwiz despachou alguém para a aldeia onde a princesa viveu até os doze anos, mas mesmo a pessoa que tinha sido próxima da dupla mãe e filha balançou a cabeça, dizendo que não sabia de nada.
Depois de cavar e cavar por vários meses, Kwiz pôs as mãos na carta que a mãe da princesa havia enviado ao palácio antes de morrer.
“Nenhuma pista nisso também…”
Kwiz suspirou depois de ler a curta carta no velho pedaço de papel.
Tudo o que se disse foi que ela dormiu com o rei um dia e deu à luz uma princesa. Não foi revelado nada sobre o relacionamento deles e nada que desse pistas sobre a identidade de sua mãe. Sua mãe nem mesmo assinou seu nome.
“Será que… a mãe dela era uma plebeia…?”
Kwiz estava um pouco desconfiado, mas não parecia. Mesmo que parecesse que aquele velhote brincava com qualquer mulher disponível, ele tinha uma preferência.
Era improvável que ele abraçasse uma mulher comum, de pele e mãos ásperas devido o trabalho.
“Você realmente não sabe de nada, Senhor. Krotin?”
Kwiz perguntou a Roy, sua escolta que gostava de desaparecer, a mesma pergunta que ele já havia feito inúmeras vezes.
“Eu não. Mesmo se eu soubesse, não sei.”
Sua maneira irritante e descortês de falar fez com que o ajudante do príncipe que estava ao lado dele ficasse carrancudo.
Comparado a ele, a expressão do príncipe herdeiro não mudou nem um pouco, embora não se pudesse saber o que ele sentia por dentro.
“Mesmo, qualquer outra coisa é bem vinda. Como diabos esses dois se conheceram e se casaram?”
Estou morrendo de curiosidade!
Olhando para a expressão frustrada de Kwiz por causa de sua curiosidade insatisfeita, Roy riu secretamente.
‘Eu sei.’
Foi muito agradável saber o segredo que outra pessoa estava lutando para descobrir.
“Pensando bem, você tem um duelo amanhã, certo, Sir Krotin?”
“Sim.”
Facções dos condes hostis ao príncipe herdeiro não se atreveram a confrontar diretamente o príncipe herdeiro, então começaram uma luta com o rígido Roy.
Quando Roy recusou de sua maneira usual, lançando algumas palavras para eles, eles lançaram seu desafio, dizendo que ele os insultou.
E Roy aceitou de bom grado. Ele nunca havia evitado uma luta que foi trazida a ele.
“Eu tomo cuidado com isso? Quero dizer no duelo de amanhã.”
Kwiz caiu na gargalhada.
“Isso é uma piada nova? Que tipo de piada é essa? Não pense em mim, apenas lute o quanto quiser.”
Não era como se Roy quisesse lutar pessoalmente, mas enviar um cavaleiro de sua família enquanto eles presumiam que ele estaria lutando era uma visão inadequada, então ele estava procurando uma oportunidade de esmagá-los.
Ele poderia facilmente lidar com o cavaleiro que propôs o duelo de retaliação, era culpa deles por servir ao mestre errado.
Mas porque ele estava preocupado em causar um acidente, ele perguntou ao príncipe. Se um acidente acontecesse, não seria uma questão do rosto do príncipe, mas seu senhor o espancaria até a morte.
“Entendi.”
“Eu tenho permissão.” Roy riu satisfeito.
O príncipe herdeiro continuaria a se lembrar desse dia no futuro por um tempo. Foi o início do ‘Cachorro Louco’ Krotin.
* * * * *
Quando a notícia do casamento do duque de Taran chegou, muitas mulheres ficaram com o coração partido.
Anita ficou surpresa, mas ao contrário dessas mulheres, ela se sentiu um pouco amarga. Ela já havia se casado três vezes e nunca tinha sonhado em se casar com o duque de Taran.
Ela estava satisfeita em ser a amante que ele não esquecia e vinha ver de vez em quando.
‘Quando ele estiver cansado de sua esposa, ele entrará em contato comigo.’
Ela manteve a compostura e esperou, mas em vez de ser contatada, ela recebeu uma rosa amarela.
Ela ficou boquiaberta com o buquê de rosas amarelas à sua frente por um dia inteiro, então ela adoeceu de tanto estresse por dez dias.
Quando ela mal era capaz de mover seu corpo, uma pergunta surgiu em sua mente.
“Mas por quê?”
Não importa o quanto ela pensasse sobre isso, ela não cometeu nenhum erro.
Ela nunca o contatou, nunca perguntou sobre seu paradeiro e nunca mencionou seu relacionamento.
Em vez disso, quando soube que ele se casou, ela se afastou ainda mais.
Ela simplesmente não conseguia entender por que ele terminaria seu relacionamento.
Removendo sua amante porque ele se casou? Ele nunca foi um cavalheiro tão integro.
Anita suprimiu seu coração que queria correr imediatamente para sua mansão e perguntar a ele por quê. Porque ela sabia que uma vez que fizesse isso, ela não poderia voltar atrás.
No passado, ela tinha ouvido falar de uma mulher que invadiu a mansão do Duque após ser notificada de sua separação, mas depois desse incidente, Anita nunca mais viu aquela mulher nos círculos sociais novamente.
Depois de pensar sobre isso repetidamente, ela chegou à conclusão de que era a pessoa que se tornara a duquesa, a princesa Vivian.
A duquesa deve ter descoberto da existência de Anita e insistiu para que ele terminasse.
E desde que ele não tinha muito apego a Anita, ele obviamente concordou com o pedido de sua esposa.
Anita começou a investigar quem era a princesa Vivian. No início, tudo era o que parecia.
Porém, os fatos que foram revelados a ela, aos poucos, foram tão interessantes que em algum momento, Anita começou a caçar dia e noite por informações sobre a princesa Vivian.
Anita investigou a princesa e sua intuição única não deixou escapar nenhum tipo de informação.
A primeira coisa que chamou sua atenção foi o fato da princesa Vivian assistindo ao baile da vitória. A princesa que estava praticamente presa no palácio e não conhecia ninguém compareceu ao baile da vitória.
Qualquer mulher se perguntaria; e o vestido dela? Sua maquiagem? O cabelo dela?
Era semelhante a lançar aleatoriamente uma rede na água e enrolar os peixes um por um; pouco a pouco, coisas sobre a princesa Vivian foram reveladas.
Anita descobriu que a princesa costumava se disfarçar de empregada doméstica e frequentemente deixava o castelo. Para o vestido, Anita concluiu que a princesa deveria tê-lo adquirido pessoalmente.
A princesa Vivian não era uma princesa que não sabia nada sobre o mundo. Anita colocou um retrato na mesa e observou-o sem se mover por um tempo.
Era um retrato baseado nas descrições da princesa Vivian que ela obtivera depois de distribuir alguns subornos.
Quando Anita viu pela primeira vez, ela ficou aliviada.
A pessoa do retrato estava longe de seu gosto. Depois de chegar à conclusão de que seu casamento era apenas um casamento de conveniência, Anita dormiu bem.
Mas depois de um tempo, seu coração ficou inquieto novamente. Sim, a princesa não era do seu agrado, mas não seria mais provável que ele se apaixonasse por ela por causa disso?
Os homens geralmente eram atraídos por coisas novas. Ela começou a se preocupar com esse ponto incomum da princesa que gostava de se passar por empregada doméstica.
‘Mesmo se ele estiver interessado por um tempo… não deve demorar muito para esfriar a qualquer momento e quem sabe, ele pode vir me procurar.’
Ela se consolou enquanto sua ansiedade aumentava ainda mais. Ele nunca tinha visto uma mulher para quem mandou uma rosa amarela pela segunda vez.
Depois de receber a rosa amarela, Anita mal teve dias em que dormiu direito.
‘Ele só se casou porque precisava. Ele é um homem que não sabe amar uma mulher.’
Enquanto olhava para o retrato da princesa Vivian, Anita repetia constantemente essas palavras em sua cabeça.
Ele era alguém que passava de uma mulher para outra, sem nunca se estabelecer. Era uma esperança baseada na falsa premissa de que seu coração nunca seria capturado por uma mulher. Também era seu orgulho.
Só de pensar sobre isso realmente acontecendo, encheu seu coração de ansiedade.
‘Eu tenho que ver a verdadeira princesa Vivian.’
Anita queria acalmar sua ansiedade conhecendo a princesa Vivian e confirmando que ela não estava em seus olhos.
‘Devo ir para o Norte e confirmar sem que ele saiba…?’
Se ela não pegasse os ‘portões’, uma carruagem demoraria vários meses. Ela não conseguia nem suportar a ideia de fazer isso.
Para usar o ‘portão’ do Norte, era preciso obter a aprovação do Duque Taran e, por mais formal que fosse o processo, ela tinha medo de uma reação se ele descobrisse.
Seria melhor esperar os dois voltarem para a capital.
‘Por que a princesa fingiu ser uma donzela e deixou o palácio? O que ela fez fora do palácio? Ela tinha um amante…?’
Um amante. Isso era muito possível.
Encontrar a princesa Vivian seria o verdadeiro ponto de partida de agora em diante. Sua intenção inicial de apenas verificar a princesa Vivian havia desaparecido.
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Tradução: Sa-chan
Revisão: Sa-chan
Obrigada pela leitura. ^-^