Extra 5.1 – Onde o sonho e a realidade se encontram – Parte (I)

Onde o sonho e a realidade se encontram – Parte (I)

 

 

O broche que Lucia planejava dar a Hugo como presente de aniversário demorou muito mais do que ela esperava para ser concluído. O artesão que projetou o desenho ficou ferido em um acidente repentino e teve que parar de trabalhar por um tempo.

O joalheiro enviou uma carta explicando a situação e afirmou que poderia entregar o desenho a outro artesão se fosse necessário com urgência.

Lucia considerou por um tempo, mas por algum motivo, ela não queria ter outro artesão encarregado de fazê-lo. Então ela decidiu deixar o design para o artesão original, mesmo que tivesse que esperar mais.

Quando ela quase se esqueceu disso, o broche completo foi entregue na mansão.

Lucia colocou o broche embrulhado em veludo luxuoso sobre a mesa e pressionou a mão no coração agitado para regular sua respiração. Então ela o pegou com cuidado, como se fosse um tesouro muito precioso, e o aproximou do rosto.

‘Eu estou certa. É o mesmo.’

Lucia não fez mais nenhum pedido ao artesão nem pediu ao artesão que acrescentasse nada. Ela só deixou para o artesão e esperou. Em outras palavras, o broche era completamente o trabalho criativo do artesão.

Apesar disso, parecia exatamente com o item que Lucia manteve por muitos anos em seu sonho. Não importa como ela olhou para ele, mesmo quando ela fechava os olhos para lembrar, parecia o mesmo. Enquanto ela olhava para o item em sua mão, ela sentiu como se estivesse indo e voltando entre o sonho e a realidade.

‘Isso era originalmente dele…?’

Se fosse esse o caso, então ela realmente não tinha ideia de como algo dele foi parar em sua caixa de joias.

Lucia não teve nenhum relacionamento com ele em seu sonho. Ela realmente nunca havia tocado no broche dele nem uma vez. E quanto a ele, provavelmente nem se lembrava da existência de alguém como ela. Em seu sonho, ele era alguém completamente fora de seu alcance.

Jerome cuidadosamente se aproximou dela enquanto ela estava perdida em pensamentos.

“Milady. Os dois jovens mestres estão de volta.”

“Só as crianças voltaram?”

Lucia embrulhou novamente o broche em veludo e o colocou na caixa.

“Sim. Só vi os dois descerem da carruagem.”

“Ele não disse que voltaria tarde hoje…”

Lucia entregou a caixa à empregada e disse à empregada que a levasse para seu quarto, depois saiu da sala de recepção.

* * * * *

Damian entrou na mansão e um sorriso floresceu em seu rosto enquanto observava a garota que descia correndo do segundo andar. Ele estava pronto para abraçar sua irmã, correndo para ele com seu deslumbrante cabelo dourado esvoaçando atrás dela. Damian abriu os braços, mas sua irmã traiu suas expectativas.

Evangeline parou a poucos passos de Damian e gritou com ele.

“Irmão, você impediu Jude de vir?!”

As bochechas peroladas de Evangeline ficaram vermelhas. Sua expressão não era a de uma irmã bonitinha cumprimentando alegremente seu irmão que voltava, mas de fúria e indignação.

O olhar desconhecido no rosto de sua irmã mais nova fez Damian parar e ele não podia dizer nada. Porque ele estava tão surpreso, ele nem ouviu o que Evangeline disse.

“Eva.”

“Ouvi dizer que o irmão impediu Jude de vir aqui! Você realmente fez isso?”

Vendo a figura furiosa da garota diante dele, Damian procurou em sua mente por que sua irmã estava com raiva.

Jude. Ele sentiu que o menino agora era muito mais velho, então não era certo continuar permitindo que eles se comportassem tão familiarmente, e é por isso que ele aconselhou seus pais a restringir o acesso do menino. Seu pai concordava com ele nisso e quando seu pai escolhia fazer algo, sua mãe geralmente respeitava a vontade de seu pai.

Damian não bloqueou pessoalmente as visitas de Jude, mas é verdade que ele desempenhou um papel decisivo para que isso acontecesse.

“… Sim. Eu disse ao pai que ele deveria.”

Apesar de sua raiva, Evangeline queria acreditar que seu irmão não faria tal coisa, mas ao ouvir isso, sua expressão congelou com o choque.

“Por quê? Por que não posso brincar com Jude?”

“Eva. Você e Jude não são mais crianças, não podem continuar brincando juntos para sempre.”

“Por que você não está permitindo que meu amigo venha para nossa casa? Eu nunca disse a nenhum de seus amigos para não vir aqui. Eu gosto do irmão Chris e do irmão Bruno também, mas por que o irmão odeia Jude?”

Mesmo que Evangeline finalmente tenha chamado seu nome corretamente, Bruno infelizmente não ficou feliz com isso por causa da situação atual. Enquanto observava a estrondosa atmosfera de guerra entre os dois, Bruno lentamente deu um passo para trás. Ele não queria ser pego nisso sem motivo. Ele certamente não queria estar ligado a Damian e atrair o ódio de Evangeline.

“Não é porque eu odeio Jude, Eva. Há uma razão pela qual isso foi necessário. Se você ficar com raiva assim, não podemos conversar direito.”

“Eu não vou falar! Te odeio!”

“Evangeline.”

Uma voz firme interrompeu os gritos de raiva da garota. Evangeline virou a cabeça com um sobressalto. Seus lábios tremeram quando ela viu sua mãe não sorrindo. Sempre que sua mãe a repreendia, ela sempre a chamava de Evangeline em vez de Eva.

“O que é esse comportamento rude em relação ao seu irmão?”

Lucia havia criado Evangeline com relativa liberdade. Ela não forçava trajes formais como era comumente feito para nobres jovens senhoritas, nem fazia sua prática de cobrir a boca modestamente quando ria.

Em vez disso, ela reforçou completamente a educação em etiqueta e boas maneiras. O ato da filha de gritar e fazer birra no irmão mais velho, muito mais velho que ela, na frente dos criados, era algo totalmente contra a filosofia de educação de Lucia.

“Peça desculpas ao seu irmão e vá para o seu quarto.”

Evangeline mordeu os lábios e abaixou a cabeça. Sua mãe geralmente não ficava brava, mas quando ela estava repreendendo alguém, ela era rigorosa. Na maioria das vezes, quando Evangeline era repreendida, ela admitia sua culpa. Mas não desta vez. O que seu irmão mais velho fez foi muito mais errado do que um comportamento rude com ele.

Lucia franziu a testa, vendo que sua filha estava teimosamente insistindo em manter a boca fechada.

“Evangeline.”

“…”

Quando Lucia disse ‘Evangeline’ mais uma vez, com raiva se infiltrando em sua voz, Evangeline ergueu a cabeça abruptamente.

“Eu não tenho culpa. Por que você só é assim comigo, mãe?”

Lucia foi realmente pega de surpresa pela resposta da filha. De repente, ela não conseguia pensar em nada para dizer e apenas olhava para a filha.

“Eva.”

Damian interrompeu com uma expressão fixa. Damian não se importava se sua irmã gritasse com ele ou algo assim, mas ele não podia apenas vê-la agir rudemente com sua mãe.

“Como você pode falar assim com a mamãe?”

Atacada de ambos os lados, Evangeline não tinha para onde escapar. Lágrimas começaram a encher os olhos âmbar da garota.

A mão de Bruno se moveu inconscientemente, querendo enxugar as lágrimas da criança, então ele a baixou silenciosamente. Mesmo que eles estivessem juntos como uma família, suas circunstâncias fundamentais não permitiram que ele cruzasse a fronteira familiar. Então ele não teve escolha a não ser simplesmente assistir a uma situação como a de hoje se desenrolar.

Os ombros de Evangeline se ergueram quando ela começou a chorar. Ela fechou a boca, como se mostrasse sua teimosia enquanto as lágrimas caíam de seus olhos.

Embora Lucia tenha ficado surpresa com o desafio de sua filha, ela se sentiu triste ao vê-la soluçar. Mas mesmo que fosse esse o caso, ela não podia simplesmente deixar esse comportamento passar desse jeito.

Damian suspirou pesadamente enquanto alternava os olhares entre sua mãe perturbada e a chorosa Evangeline. Normalmente, Damian era quem abraçava e apaziguava Evangeline, mas agora, ele não podia fazer nada.

‘Eu deveria ter falado com Evangeline primeiro e ter certeza que ela entendesse completamente antes de falar com meus pais.’

Damian se repreendeu por suas ações que acabaram prejudicando Evangeline.

Evangeline estava chorando enquanto Lucia e Damian tentavam desesperadamente descobrir como resolver essa situação. Um servo hesitou ao sentir o clima no ar, mas acabou transmitindo a notícia.

“O Mestre… chegou.”

Quando ela viu que seu marido havia retornado, Lucia sentiu que era realmente um bom momento. Ela não podia recuar primeiro neste cenário e não queria machucar sua filha forçando-a ainda mais.

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Tradução: Sa-chan

Revisão: Roger

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Extra 5.2 – Onde o sonho e a realidade se encontram – Parte (II)

Onde o sonho e a realidade se encontram – Parte (II)

 

 

“O que está acontecendo?”

Assim que Hugo entrou, sentiu a atmosfera incomum na casa. E encontrou a filha chorando, com os olhos e o nariz vermelhos. Seus olhos âmbar que eram como os de sua mãe estavam cheios de lágrimas e quando ela encontrou os olhos dele, seus ombros tremeram ainda mais.

Era adorável e lamentável. Com um leve sorriso no rosto, Hugo se abaixou e estendeu os braços para a filha. Evangeline olhou para o irmão e a mãe uma vez, depois caminhou lentamente até o pai. Enquanto ela enxugava as lágrimas com as costas da mão, seus passos em direção ao pai gradualmente ficaram mais rápidos. Evangeline correu para os braços de seu pai e jogou os braços em volta do pescoço dele.

“Buáaa!!”

Hugo gentilmente deu um tapinha nas costas de sua filha enquanto ela soluçava em seus ombros. Ele abraçou Evangeline e se levantou antes de se virar para olhar para sua esposa. Ele acenou para ela, dizendo-lhe para deixar isso para ele, então ele foi para a sala de recepção.

Como um corpo tão pequeno estava derramando tantas lágrimas, o pescoço de Hugo foi rapidamente encharcado quando sua filha enterrou o rosto nele. Ele se sentou no sofá da sala de recepção com a filha nos braços e simplesmente deu tapinhas nas costas dela, sem dizer nada e apenas deixando-a chorar o quanto quisesse.

Quando os choros da criança se transformaram em lamentos, Hugo perguntou à filha.

“Você quer água?”

Evangeline assentiu com a cabeça. Hugo se levantou, ainda a carregando, caminhou até a mesa, serviu um pouco de água e levou-a aos lábios. Evangeline rapidamente engoliu a água enquanto soluçava depois de chorar.

Hugo voltou para o sofá, sentou-se, depois falou com a filha que estava mal-humorada sentada em seu colo.

“Eva.”

“…”

“Você não quer me dizer o que está acontecendo?”

Evangeline balançou a cabeça.

“… Irmão… impediu Jude de vir.”

“Damian levou Jude embora?”

“Jude não veio. Mas ouvi dizer que o irmão mais velho fez com que ele não viesse.”

Hugo foi capaz de compreender toda a situação com sua breve explicação. Ele havia se tornado cada vez mais habilidoso em fazer isso enquanto criava sua filha que desejava expressar muitas coisas com seu vocabulário limitado, mas suficiente.

Lembrou-se de ter dito à esposa para não permitir mais a entrada dos meninos na residência ducal. E quando ele disse isso, sua esposa lhe disse:

[Você não pode simplesmente impedir que as crianças brinquem juntas de repente. Se você tirar a amiga de Eva à força dela, ela vai se machucar. Deixe-me tentar fazer Eva entender, mesmo que leve algum tempo.]

Ele sentiu que sua esposa tinha razão, então ele disse a ela para fazer o que ela achasse melhor. Não havia como sua esposa impedir unilateralmente que Jude fosse visitá-la sem falar com Evangeline. E mesmo que Jude estivesse realmente impedido de visitar, não tinha relação com Damian. Hugo pensou que Eva tinha entendido mal alguma coisa.

“Eva, você perguntou a sua mãe por que Jude não veio vê-la?”

“… Não.”

“Seu irmão não fez isso.”

“O irmão mais velho disse que ele fez isso.”

“Então Damian também está enganado. Damian não pode impedir Jude de vir visitar. Só sua mãe e eu podemos. Eu nunca impedi Jude de vir aqui, e sua mãe nunca fez isso também.”

“…”

“Você chorou porque estava chateada por Jude não ter vindo?”

“… Eu… gritei com o irmão mais velho… e… mamãe ficou brava…”

Vendo Evangeline enrolando o final de sua frase e hesitando, Hugo sentiu que havia algo mais do que apenas chorar porque ela foi repreendida por sua mãe.

“E?”

“… Falei de volta com a mãe.”

Oh céus. Hugo riu. Ele pode ter que ajudar sua esposa depois de sua filha.

“Eva. Você tem que se desculpar com sua mãe por ter sido rude com ela, e você também tem que dizer ao seu irmão que sente muito por tê-lo entendido mal. Está bem?”

“… Sim.”

* * * * *

Quando o marido carregou a filha para a sala de recepção e os gritos cessaram lentamente, Lucia deu um suspiro de alívio. Ela percebeu que sua filha, que ela só lutou para criar bem, agora tinha chegado à idade de confrontá-la e expressar suas próprias opiniões. Era um sentimento admirável, mas solitário.

“É minha culpa, mãe. Parece que ela está com raiva porque ela não pode brincar com Jude.”

“Jude? E quanto a Jude?”

“Você não tomou medidas para impedir Jude de vir aqui?”

“Não. Se você separar de repente duas crianças que sempre brincaram juntas, vai machucar as duas, então eu ia dar um tempo e fazer os dois entenderem. Hoje, Jude não veio, mas eu não fui notificada sobre isso e isso nunca aconteceu antes. Estava prestes a enviar alguém à residência do Marquês para ver se aconteceu alguma coisa. Acho que Eva ouviu algo estranho em algum lugar.”

Desagrado brilhou nos olhos de Lucia. Para uma criança pequena receber tal notícia, era muito óbvio de onde veio a fonte. Eram os servos próximos esperando por ela. Lucia sempre os instruiu a tomar cuidado com o que dizem perto da criança. Parece que ela não podia simplesmente deixar esse incidente passar. Ela tinha que conversar com cautela com os servos mais uma vez e repreender severamente quem foi responsável por espalhar esse boato.

“Mesmo sendo inocente, você se tornou o alvo da raiva da Eva.”

“Não. Eva está certa. Eu não tenho o direito de impedir os amigos de Eva de vir à nossa casa.”

“Se você não tem o direito, então quem tem? Você fez isso porque está preocupado com Eva. Suba e descanse um pouco. Enviarei Eva para se desculpar com você mais tarde.”

“Acho que você não precisa…”

“Errado é errado, Damian. Você não pode simplesmente aceitar tudo que Eva faz. Tanto você quanto seu pai, só sabem dizer que ela é bonita. Estou preocupada que ela fique mimada nesse ritmo.”

Damian não concordou com as preocupações de sua mãe. Ele acreditava que Eva se tornaria uma dama mais atenciosa, amável e bonita do que qualquer outra.

‘Afinal, ela é filha da minha mãe.’

* * * * *

Damian levantou a cabeça ao som de alguém batendo em sua porta. Era óbvio quem era, então Damian disse para entrar com um sorriso nos lábios.

A porta se abriu e Evangeline enfiou a cabeça pela fresta da porta. Parece que ela planejou olhar cuidadosamente ao redor do quarto, mas se viu olhando diretamente para Damian, que estava olhando para a porta aberta.

Evangeline se encolheu de surpresa, então ela hesitantemente entrou na sala com um sorriso tímido. As bordas de seus olhos ainda estavam avermelhadas devido ao seu choro mais cedo. O peito de Damian se apertou de dor quando ele se lembrou mais uma vez da visão de sua irmã chorando antes.

“Eu sinto muito.”

Evangeline ficou surpresa ao ouvir as desculpas de Damian, já que ela veio aqui para se desculpar com ele. Evangeline olhou para Damian, seus olhos perguntando por que ele estava se desculpando com ela.

“Sinto muito por dizer aos nossos pais que Jude não deveria vir mais, Eva.”

“… Mas não foi sua culpa que Jude não veio hoje.”

“Eu sei. Mas mesmo assim insisti no que pensava sem nem falar com você. Da próxima vez, definitivamente falarei com você primeiro.”

“… Uhm. Eu também sinto muito, por gritar com você. Eu estava errada.”

Os dois se reconciliaram rapidamente.

Evangeline desceu as escadas de bom humor. Sua mãe às vezes era dura, mas Evangeline realmente amava muito sua mãe. Ela segurava um livro na mão, querendo que sua mãe o lesse para ela.

Parecia que Evangeline ia passar na sala de recepção, mas ela parou rapidamente quando olhou para dentro da porta aberta. Seus pais estavam sentados lado a lado no sofá. Ela não conseguia ouvir o que os dois estavam falando. O rosto de sua mãe estava cheio de sorrisos, e seu pai olhava para sua mãe com olhos muito afetuosos.

Sua mãe disse algo, e seu pai sorriu e beijou os lábios de sua mãe. Esta era uma visão que Evangeline já tinha visto várias vezes, então depois de ver a familiar visão afetuosa de seus pais, ela se virou.

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Tradução: Sa-chan

Revisão: Roger

Obrigada pela leitura. ^-^

Extra 5.3 – Onde o sonho e a realidade se encontram – Parte (III)

Onde o sonho e a realidade se encontram – Parte (III)

 

 

Quando Bruno descia para o primeiro andar, viu Evangeline sentada no canto da escada. A visão da garota descansando o queixo em sua pequena mão parecia séria.

Ele ficou preocupado que ela ainda estivesse de mau humor, então se aproximou dela com cuidado. Quando ele calmamente se sentou ao lado dela, Eva se virou um pouco e pelo que ele podia dizer, ela parecia bem.

“Eva.”

Evangeline olhou para Bruno e então se virou novamente e suspirou profundamente, como um velho cansado.

Bruno apertou os lábios para não rir. O olhar sério em seu rosto era tão fofo que ele só queria abraçá-la.

“Por que você está cabisbaixa? Você ainda está brava com Damian? Você quer que eu o repreenda por você?”

“Não. Eu fiz as pazes com o irmão Damian.”

“Então, o que foi?”

“Bonito irmão mais velho.”

“… Hum?”

“Eu gostaria de ter alguém que gostasse mais de mim.”

“O quê? Claro, há alguém que gosta mais de você, Eva. Tanto seus pais quanto Damian, eles te amam muito.”

“Não, eu sei disso. Mas o pai ama a mãe mais. E o irmão mais velho Damian ama mais a mãe.”

“…”

Apanhado desprevenido, Bruno não conseguiu dizer nada. E ele não podia responder que não era apenas Evangeline reclamando.

O pai e o filho da família Taran estavam ambos nas mãos da Senhora da casa Taran. Mas isso não significava que eles não amavam Evangeline. O amor familiar por Evangeline e a outra forma de amor pela Duquesa eram ambos absolutos. Como Bruno podia sentir isso, dificilmente era possível que Evangeline não pudesse. Pelo contrário, por ser criança, ela era mais sensível a isso.

“Irmão mais velho, você gosta mais da mãe do que de mim também, não é?”

“Eva.”

Bruno não sabia o que fazer. Ele se perguntou qual a melhor forma de explicar isso de uma forma que não machucasse os sentimentos de Eva.

“Você não pode comparar quem gosta mais de quem quando se trata disso. Eva, você pode dizer que gosta mais de um dos seus pais do que do outro?”

Evangeline ficou quieta por um tempo, então ela murmurou.

“… Jude não é assim.”

“Jude não é como o quê?”

“Jude disse que gosta mais de mim. Ele disse que gosta muito mais de mim do que da mãe dele e da minha mãe.”

O lábio de Bruno se torceu para cima. Aquele pequeno malandro.

“E então você gosta de Jude?”

“Hmm.”

Ah, Bruno bufou. E ele se lembrou do sorriso afetuoso de Jude, o irmão mais novo de seu amigo, Chris.

‘Não devemos subestimá-lo porque ele é uma criança.’

Ele não pediu sorrateiramente a Eva em casamento? Ele tinha pensado que era apenas algo que um garotinho imaturo disse sem realmente saber o que era, mas talvez a intenção do menino fosse mais astuta do que ele pensava.

Mesmo sendo o irmão mais novo de Chris, Bruno não podia deixar sua preciosa irmãzinha ser devorada. O espírito de luta de Bruno queimava contra Jude.

“Então eu serei aquele que mais gosta da Eva.”

Bruno sorriu enquanto observava os olhos de sua irmã se arregalarem. Era um sorriso doce que poderia ter feito as jovens que estavam sempre espiando ele desmaiar de êxtase se o vissem.

“Ou você gosta de Jude, mas não de mim?”

Evangeline rapidamente balançou a cabeça. Então ela sorriu suavemente com as bochechas rosadas.

Que fofo, Bruno acariciou a cabecinha de Evangeline então pegou o livro ao lado dela e se levantou.

“Vamos lá para cima. Eu vou ler para você.”

“Mão!”

Evangeline segurou a mão estendida de Bruno com entusiasmo.

“Mas irmão mais velho. Você é realmente tão bonito. Você é mais bonito que Patricia.”

Evangeline ainda era muito jovem para se apaixonar pelo sorriso encantador de Bruno. Então ela expressou seu apreço do ponto de vista de uma criança. Patricia era uma linda boneca princesa que Evangeline adorava.

“…”

Bruno sabia que era um elogio, mas soltou um suspiro. Seu humor estranho não poderia ser descrito como agradável. Ele orou pelo dia em que Evangeline removesse o título de ‘bonito’ de seu nome.

* * * * *

“Dizem que as crianças só ouvem quando são crianças.”

Hugo a puxou para perto e apertou seus ombros. Sua grande mão gentilmente acariciou suas costas.

“Você ainda está infeliz? Eva se desculpou e disse que estava arrependida.”

“Eu não estou brava com Eva. É só que… meu coração se sente solitário. Ela já é tão crescida…”

“É apenas uma birra de criança. Não leve tão a sério.”

“Acho que só pensei em Eva como criança.”

“Ela ainda é jovem.”

“Não. Acho que ela cresceu. Lembro-me de você dizer isso há algum tempo: mesmo depois de criá-los, os filhos mais tarde sairão para encontrar seu próprio caminho.”

Hugo riu profundamente enquanto ouvia os resmungos de sua esposa. Parece que hoje, ele estava destinado a apaziguar mãe e filha.

“Eu disse isso. Deixe as crianças crescerem. Tudo que eu preciso é você.”

“…”

Na verdade, quando ele disse isso, Lucia não queria. Assim como ela não conseguia imaginar uma vida sem ele, ela não conseguia imaginar uma vida sem seus filhos.

“Aah, você não vai dizer isso de volta, mesmo que seja apenas da boca para fora.”

“… Hugh. Hm…”

“Está bem. Por isso dizem que quem ama mais perde.”

“De onde vem essa estranha confiança? Você olhou no meu coração ou o quê?”

“Originalmente, o lado que sente falta é o lado que perde.”

Lucia ficou em silêncio por um tempo, então ela se sentou.

“Sente falta?”

Hugo sentiu como se pudesse ver sua expressão rígida apesar da escuridão na sala, então ele agarrou seus braços e a puxou de volta para seus braços.

“Por que está ficando séria de novo? Acho que não posso dizer nada.”

“Eu te amo. Eu não quero que você pense que eu amo as crianças mais do que você.”

“Eu sei. É apenas um problema que não pode ser ajudado. Você tem uma prioridade definida entre mim e as crianças e eu sei que você tem dificuldade em distinguir isso. Não tenho a intenção de forçar você a se sentir exatamente como eu. Só não quero que se preocupe muito com a questão das crianças. Não olhe para outro lugar quando alguém que está sempre pensando em você está bem ao seu lado.”

“… Sua conversa suave está ficando cada vez melhor.”

Lucia se enterrou em seu peito. Quando ela perdeu sua mãe em uma idade jovem, ela pensou que nunca encontraria alguém que a amasse incondicionalmente como sua mãe. Às vezes, quando ela sentia o amor transbordante que ele tinha por ela, seu coração ficava sobrecarregado.

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Tradução: Sa-chan

Revisão: Roger

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Extra 5.4 – Onde o sonho e a realidade se encontram – Parte (IV)

Onde o sonho e a realidade se encontram – Parte (IV)

 

 

Ela parecia ter tido um sonho estranho. Lucia apertou os olhos e tentou ao máximo se lembrar do sonho, mas não conseguia se lembrar de nada. Ela sentiu como se fosse um sonho muito agradável. Ela demorou um pouco, sentindo-se para baixo, então ela se levantou. Assim que ela deixou seu cobertor, que foi aquecido pela temperatura de seu corpo, o ar frio do quarto cobriu todo o seu corpo.

Ela colocou os pés ao lado da cama e a sensação do piso frio de madeira nas solas dos pés a fez estremecer. Ela usou os pés para tatear em busca de suas pantufas e as calçou. O interior das pantufas também estava frio, mas era feito de lã macia, então rapidamente esquentou.

Ela mergulhou a mão na água que havia deixado de fora ontem à noite com antecedência. O frio dela fez arrepios subirem até o topo de sua cabeça. ‘Ueeee’, ela gemeu bizarramente e rapidamente terminou de se lavar com água fria.

Lucia olhou para sua imagem borrada no espelho. Espelhos transparentes eram itens muito caros, então, infelizmente, o espelho que ela tinha estava manchado de preto.

Esse tipo de espelho também tinha suas vantagens. Como não apresentava manchas ou rugas, tinha o efeito de tornar a imagem refletida bonita. Não havia ninguém para quem se mostrar de qualquer maneira, então bastou apenas verificar se não havia nada em seu rosto, era o que ela pensava, mas hoje em dia, o espelho embaçado a irritava.

Fixando um olhar no espelho, ela aproximou o rosto dele. E com isso, ela podia ver uma pequena ruga que não era muito perceptível.

‘Minha vida passou sem que eu percebesse. Eu já estou tão velha…’

Ela já tinha ficado mais velha do que a idade que sua mãe tinha quando ela faleceu. À medida que crescia, ela percebeu que sua mãe era realmente muito jovem quando deu à luz. Ela não podia deixar de se perguntar quantas noites sua mãe chorou secretamente sozinha enquanto criava uma filha em uma idade tão jovem. Ela sentiu pena de sua mãe por não viver uma vida boa, apesar de seus esforços.

“Não é hora para isso.”

Depois de ficar sentada distraidamente por um tempo, ela de repente se levantou e se vestiu. Ao sair de seu quarto, ela encontrou a porta do quarto oposto aberta. Ela costumava usar este quarto para guardar coisas diversas, mas agora, havia um hóspede hospedado lá por um tempo.

Lucia se aproximou silenciosamente e olhou para dentro da sala. Como esperado, estava vazio. O hóspede era madrugador, por isso sempre acordava mais cedo do que Lucia, então deixava a porta aberta como que para indicar que já estava acordado.

‘Não pensei que ele fosse ficar aqui tanto tempo.’

Ela foi tomada por uma sensação estranha. De uma forma ou de outra, ela estava morando com esse convidado que apareceu de repente por pouco mais de um mês.

‘É incrível como não se sente desconfortável.’

Mesmo que um estranho tivesse se intrometido no espaço onde ela vivia sozinha por muitos anos, não parecia estranho, como se ela vivesse com alguém por muito tempo.

O homem provavelmente nem podia imaginar. Que a caipira que vivia nesta pequena área rural conhecia sua identidade. Lucia tinha ouvido uma batida em sua porta ao pôr do sol e quando ela abriu a porta, ela não podia nem começar a descrever o quão surpresa ela estava ao ver o homem parado na frente dela. Quando ele perguntou se poderia alugar uma cama para passar a noite, ela rapidamente acenou com a cabeça como uma tola.

‘Nem sonhe com isso. Ele partirá em breve.’

Lucia repreendeu a si mesma. Ele era alguém fora de seu alcance.

‘Quando ele for embora, esquecerá rapidamente uma velha camponêsa como eu.’

Ele nem se lembrará dela como uma mulher que viu no passado. Mesmo sabendo disso, ela estava ciente das mudanças em si mesma, pois nesses dias ela continuava se olhando no espelho. A brisa suave que soprava em seu coração a deixava excitada.

Lucia foi para a cozinha preparar o café da manhã. Ela cortou os ingredientes e acendeu o fogo. Ela habitualmente estendia a mão para pegar água do jarro de água que estava cheio até a borda, mas então ela parou. O jarro de água que estava meio cheio pelo uso de ontem estava agora cheio até a borda, como sempre.

Mesmo que ela nunca tivesse pedido, ele enchia a jarra com água, todas as manhãs sem falta. E nas horas vagas, cortava lenha. Seu depósito estava cheio de tanta lenha que ela sentiu que poderia durar todo o inverno.

Lucia riu de repente. Ela não sabia por que um personagem tão precioso era tão rigoroso em fazer esse tipo de tarefa desagradável.

Quando a sopa começou a ferver, ela saiu para procurá-lo. Ela verificou o quarto dele primeiro, já que ele poderia ter voltado enquanto ela cozinhava, mas estava vazio. Em seguida, ela verificou o quintal onde a lenha costumava ser cortada. Mas não havia sinal dele lá também. Ela andou pela casa várias vezes, mas ele não estava em lugar algum.

‘Ele se foi? Sem sequer dizer adeus?’

Seu coração parecia um pouco vazio. Ela foi para o quintal novamente e ficou de pé, olhando vagamente para a pilha de madeira que ainda estava para se tornar lenha.

“O que você está fazendo?”

Lucia se virou surpresa.

Lá estava ele, olhando para Lucia com uma expressão particularmente indiferente. Em sua mão estavam alguns coelhos se contorcendo amarrados por uma trepadeira.

‘Certo… caçando.’

Ele costumava caçar de manhã. O rosto de Lucia ficou quente. Ela se sentiu tão envergonhada de si mesma porque havia se esquecido completamente disso e ficou toda triste.

“Ah… o café da manhã está pronto.”

“Acho que estou atrasado.”

“Bem… por favor, entre e coma.”

Lucia acenou para ele em saudação e correu para a casa. Ela não podia olhar para trás porque, por algum motivo, ela sentiu o olhar dele em suas costas.

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Tradução: Sa-chan

Revisão: Roger

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Extra 5.5 – Onde o sonho e a realidade se encontram – Parte (V)

Onde o sonho e a realidade se encontram – Parte (V)

 

 

‘Acho que o almoço será ensopado de coelho. Devo fazer alguns mariscos grelhados também?’

Enquanto tomava o café da manhã, Lucia pensava na próxima refeição. Quando ela morava sozinha, ela fazia cerca de três refeições para si mesma e era isso, mas desde que ela teve um convidado, tornou-se algo em que ela se esforçou. Além disso, ele certamente estava acostumado a comer apenas pratos de alta qualidade, então ela se sentiu envergonhada de dar a ele suas refeições de má qualidade.

Lucia secretamente o observava enquanto comiam. Ela não podia acreditar mesmo que ele estivesse bem na frente dela. Mesmo sabendo que era impossível haver dois homens com tal aparência e atmosfera ao redor deles.

Seu olhar caiu sobre a tigela de sopa que ele estava comendo. Lucia deu um pequeno suspiro ao vê-lo tomar um café da manhã composto de sopa com apenas cebolas e batatas.

‘Este lugar… não combina com ele.’

Ela o usou como desculpa, mas a verdade era que era para seu próprio bem. Ele ia embora de qualquer jeito. Era melhor para ela mandá-lo embora antes que passar tempo com ele se tornasse algo que ela estava acostumada em sua vida diária.

Depois que terminaram de comer, Lucia trouxe um chá e falou como se estivesse apenas dizendo isso de passagem:

“Quando estiver mais frio, será mais difícil se mover.”

Ele olhou para ela com uma sobrancelha levantada.

“Você quer dizer que não pode mais me deixar dormir e comer de graça? Não se preocupe, eu pagarei as taxas de hospedagem.”

Ele já havia feito trabalho mais do que suficiente para pagar a acomodação. A lenha que ele cortou, sozinha era suficiente para durar o inverno inteiro. Graças às suas caçadas regulares, havia pilhas de peles no depósito e, se fossem vendidas, renderiam uma quantia considerável de dinheiro. Lucia nunca tinha comido carne quase todos os dias como ela fazia hoje em dia.

Não importa onde estivessem, pessoas capazes sempre brilhavam. Sua tenacidade era verdadeira. Ele era a única pessoa que fazia seu coração palpitar em suas memórias, marcada com a dor de sua juventude. Então o coração de Lucia disparou quando ela olhou para ele e ela se sentiu amargurada porque ela se lembrou de seu lugar e sabia que ela não combinava com ele.

“Isso não foi o que eu quis dizer. A pessoa que está esperando por você… ficará preocupada.”

“Não existe tal pessoa.”

Ele declarou com indiferença. Lucia quis imediatamente perguntar: ‘como pode ser isso?’. Ele já era casado. Ele tinha uma esposa e um filho esperando por ele. E não era apenas sua família. Muitos de seus subordinados provavelmente estavam batendo os pés, procurando seu paradeiro.

“Estou desconfortável.”

“…”

“Vivi sozinha por tanto tempo que morar com outra pessoa é demais para mim.”

Lucia o sentiu olhando para ela, mas ela olhou para baixo e deliberadamente manteve um olhar de determinação em seu rosto. Um pouco depois, ela ouviu o som de algo de metal batendo em sua mesa de madeira. Lucia ergueu o olhar ligeiramente para olhar e se encolheu.

‘Por que isso…?’

A coisa que ele colocou na mesa foi um item que ela manteve enterrado profundamente em sua gaveta. Era um broche, emoldurado na forma de um leão com joias vermelhas. Ela ainda não tinha ideia de como ele entrou em sua posse, mas havia alguém de quem ela se lembrou quando olhava para ele, então ela simplesmente não podia jogá-lo fora.

Às vezes, quando ela se lembrava, ela o pegava para olhar. Assim como sua mãe pegava o pingente de vez em quando. E hoje em dia, porque a pessoa em quem ela pensava quando pegava o broche estava realmente na frente dela, ela se viu olhando-o com mais frequência.

‘Já o trouxe para fora do meu quarto?’

Ela rapidamente alcançou o broche, mas a mão dele foi mais rápida. Vendo o broche em sua mão, Lucia mordeu os lábios. E ela olhou ferozmente para ele.

“Vejo que você retribui minha boa vontade dessa maneira. Você passou pelo meu quarto?”

“Não entenda mal. Eu só peguei algo que caiu no chão.”

“Deixei cair onde?”

“Em frente à porta do seu quarto.”

“Se for esse o caso, você não tem que pegá-lo. Não é óbvio que algo perdido na casa pertence ao dono da casa? Eu teria encontrado muito rapidamente.”

“Você tem razão. Mas, há algo que eu quero perguntar. Isto é seu?”

“Você está sendo muito rude. Você está suspeitando que eu tenho algo que não é meu? É um item muito precioso para uma mulher insignificante ter? É definitivamente meu, então, por favor, devolva.”

Ele olhou para a figura fumegante de Lucia, então ele riu.

“Você sabia? Você disse mais hoje do que no mês todo em que estive aqui até agora.”

Ela poderia dizer o mesmo para ele, ele estava dizendo muito mais do que o habitual. Lucia estudou sua mudança de atitude com dúvida em seus olhos. Sua expressão era geralmente fria e sem emoção, mas de alguma forma, hoje, ele tinha um sorriso no rosto.

“Você sabe quem eu sou.”

Lucia se encolheu apesar de tudo. Quando ela viu os olhos dele se estreitarem um pouco, ela sabia que algo estava errado.

“Uma mulher camponesa que vive sozinha em um canto remoto sabe quem eu sou? Claro, desconfiei de sua identidade e tentei descobrir. Eu sou o tipo de pessoa que não pode deixar as coisas passarem quando estou desconfiado. Se não fosse por essa coisa, eu provavelmente nunca teria descoberto isso. Mas faz tanto tempo que demorei um pouco para lembrar.”

“Lembrar o quê…”

“Seu nome, se minha memória não me falha, é Vivian.”

O rosto de Lucia instantaneamente ficou pálido. Ela, sem saber, apertou ainda mais o punho e seus punhos cerrados tremeram sobre a mesa. Ele sacudiu o broche na ponta dos dedos, pegou-o e sorriu. Seus olhos vermelhos vívidos se curvaram ligeiramente.

“Você tem razão, isso é seu. Afinal, eu dei a você. Coloquei na caixa de joias que você escondeu naquela passagem secreta.”

* * * * *

Lucia estava tremendo quando acordou sobressaltada. Ela não conseguia se mover um centímetro, como se estivesse congelada, e seus olhos corriam freneticamente no escuro.

Onde estou? Qual é o sonho, qual é a realidade? Então ela sentiu seu calor ao lado dela e soltou um suspiro de alívio. Esta era a realidade.

‘Ai… ai meu deus…’

Ela não podia acreditar nessa maravilha deslumbrante.

‘Eu me lembro agora…’

Quando ela acordou do sonho de manhã aos 12 anos, ela pensou que não tinha visto sua vida em seus últimos anos. Mas o sonho de hoje lhe disse algo diferente. Não que ela não tenha visto, mas que sua cabecinha na época não podia levar algumas partes de seu sonho extremamente vasto.

Em seu sonho, todos os eventos amargos de sua vida aconteceram em sua juventude. Sua vida depois foi relativamente calma e estável. Em particular, os eventos que mais chocaram Lucia foram seu casamento com o Conde Matin e as coisas que aconteceram depois desse casamento. Eles foram tão esmagadoramente chocantes que afastou sua memória de outros eventos. No entanto, a memória que jazia inconsciente em sua mente foi estimulada pelo broche que ela recebeu hoje e conseguiu ver.

Ela podia até mesmo lembrar vagamente de suas memórias de velhice em seu sonho. Ela estava sorrindo e estava acompanhada por um homem que se parecia com seu marido, décadas depois.

Seu coração batia fortemente em seu peito. Apertou com tanta força que doeu. Seus olhos se aqueceram e ela não conseguia parar as lágrimas que escorriam pelo seu rosto. Ela cobriu o rosto com as mãos e tentou impedir que seus soluços vazassem.

‘Foi você. Sempre foi você.’

Ela pensou que tinha vivido uma vida sem nenhuma conexão com ele, mas sua memória lhe mostrou que em seu sonho, ela o conheceu. Embora ela tenha passado por muitos incidentes e passado muitos anos sozinha antes de conhecê-lo, ela finalmente o fez e formou um relacionamento com ele.

Lucia pensou que havia distorcido o fluxo original do futuro. Ela pensou que tinha feito com que ele se conectasse a ela à força. Mas agora ela via que certamente o conheceria no futuro. Havia um longo fio de destino entre os dois. Todo o seu corpo estremeceu de emoção.

“Vivian?”

Como ele tinha um sono leve, ele foi acordado pelo som de seus soluços moderados.

“O que há de errado? Você está machucada?”

Ele perguntou com urgência e sua voz estava cheia de preocupação. Lucia não conseguiu conter suas emoções transbordantes e passou os braços em volta do pescoço dele, apertando-o com força. Suas lágrimas continuaram fluindo para que ela pudesse apenas segurá-lo e continuar chorando.

“Está tudo bem, Vivian.”

Ele pensou que ela poderia ter ficado chocada com um pesadelo, então ele continuou a acalmá-la. Ele a apoiou com a mão e gentilmente acariciou suas costas.

“Eu te amo, Hugo.”

Muito mais do que você pode imaginar, talvez muito mais do que você. Embora ela quisesse dizer isso em voz alta, ela não conseguia falar porque estava chorando. Ele riu baixinho antes de beijar sua orelha e sussurrou nela.

“Eu te amo.”

Lucia estremeceu e se enterrou ainda mais em seu abraço. A Lucia do sonho teve sua vida salva graças a ele, e apesar de não terem passado a juventude juntos, passam o fim de suas vidas um ao lado do outro. A Lucia na realidade o conheceu e conseguiu obter a felicidade completa sem repetir o futuro trágico em seu sonho.

Seu relacionamento com ele foi o maior milagre de sua vida.

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Tradução: Sa-chan

Revisão: Roger

Obrigada pela leitura. ^-^

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