Machine-Doll wa Kizutsukanai – Volume 5 – Capítulo 7 - Anime Center BR

Machine-Doll wa Kizutsukanai – Volume 5 – Capítulo 7

Capítulo 7: A Cantora Que Louva o Trono Celestial

Tradução: Reiki Project

 

O vento quente da bola de fogo roçou as bochechas de Charl e queimou levemente seu cabelo loiro.

Charl agarrou-se ao pescoço de Sigmund e deixou que a bola de fogo se afastasse. Ao mesmo tempo, ela refinou seu poder mágico e o infundiu nas costas de Sigmund.

Sigmund era um veterano. Mesmo antes de Charl ordenar, ele já encarava os inimigos. O Luster Cannon jorrou de sua mandíbula aberta e explodiu os grupos inimigos.

No entanto, novas tropas apareceram, passando por cima dos autômatos destruídos.

Um grupo sem qualquer vitalidade, algo que fazia parecer que eles não possuíam nenhuma vontade, tal qual um grupo de fantasmas.

Eles ativaram seus respectivos circuitos mágicos e manejaram chamas, o frio, ou armas como se estivessem sendo controlados por algo, e dispararam contra Charl e Sigmund.

— Luster Saber!

A luz os ceifou. Um dos autômatos na linha de frente teve sua metade inferior cortada. Porém, ele não parou.

Ele continuou a avançar na direção deles enquanto se rastejava no chão.

Para detê-los, eles não tinham escolha a não ser destruir seus corações. Entretanto…

Sigmund disse com uma voz dura.

— Mate os inimigos, Charl. Do jeito que as coisas estão, você morrerá.

— Eu não posso! Eu não vou matá-los!

Eles estavam apenas sendo controlados. Eles tinham sido separados de seus verdadeiros donos e forçados a lutar contra sua vontade.

— …Eu valorizo sua vontade. No entanto, agora isso está beirando a arrogância. Apenas aqueles que detém a vantagem é que têm permissão para mostrar misericórdia no campo de batalha.

Charl cerrou os dentes. O que Sigmund disse era razoável. Ainda assim, ela não conseguia. Matá-los seria…!

De repente, ela se sentiu tonta. Apesar da situação, uma forte sonolência a acometeu.

Estou ficando sem poder mágico…!?

A pausa necessária após disparar continuamente o Luster Saber. No momento em que sua concentração foi interrompida espontaneamente, uma garra cortou e rasgou o ombro de Charl.

Uma ave de rapina gigante, um autômato do tipo pássaro, deslizou pelo ar ao lado de Charl. Com seu ombro rasgado e seu equilíbrio destruído, Charl caiu das costas de Sigmund.

— Charl!

Mesmo Sigmund entrou em pânico. Os inimigos foram todos para cima da Charl que despencava.

Estranhos diabinhos, bruxas de bronze, coisas parecidas com insetos gigantes e— de todo modo, havia muitos deles.

Charl concentrou seu poder mágico para tentar resistir, mas— foi inútil.

Antes que ela notasse, aquela “música” havia voltado com todo o seu poder.

Eh…? Eu vou… morrer… em um lugar desses?

O instinto da morte. Entretanto, o corpo de Charl nunca chegou a ser tocado.

Um rugido cortou as gotas de chuva e soprou para longe os autômatos inimigos.

Os autômatos foram esmagados e quebrados em vários pedaços.

Quando um parafuso atingiu sua bochecha, Charl finalmente voltou a si.

Quem veio ajudá-la? Uma mulher estava diante dos olhos de Charl, que se virou.

— Frey…!

Frey estava lá, acompanhada por seus cinco autômatos da série [Garm].

Charl ficou de pé e se aproximou de Frey enquanto observava os movimentos dos inimigos.

— Qual é o seu problema!? Você não deveria estar ajudando na Barreira de Julgamento!? Se algo acontecesse por você ter decidido sair em uma hora dessas, o Loki iria—

— Espere, Charl. Agradeça primeiro.

Advertida por Sigmund, Charl finalmente se recompôs.

— Vo-você está certo. Humm… obrigada. Você me salvou.

— Uu… de nada.

— Então, por que você saiu? O Loki disse que não iria adiantar, não foi?

— Eu a trouxe comigo, Charl-chan. Consegui fazer outro conjunto [anti-magia].

Uma voz foi ouvida vindo de algum lugar atrás de Frey.

Uma garota usando um jaleco branco apareceu saindo de um beco.

— Professora! Mas… por que… isso não… o Diretor?

Ionela deveria estar detida como suspeita.

— Eu falei com ele pessoalmente e um acordo foi feito.

— Um acordo…? O quê…?

— Naturalmente, dei ao diretor aquilo que ele mais gosta.

Charl olhou para Sigmund. O dragão assentiu, parecendo ter entendido,

— Você deu a ele os segredos do [Multicontrolador] e do [Ciclo Alfa], não é?

— Você é astuto. Como esperado do Sigmund-kun.

Ionela riu como uma mulher perversa.

— Agora, vamos cortar o papo furado por aqui e ir ajudá-lo. Sigmund-kun, você pode voar?

— Não posso garantir que será uma viagem confortável.

— Certo. Então vamos. Para onde ele está.

 

Parte 2

 

Yaya, que olhava para o Daedalus enquanto ele afundava, pousou na rua.

Ela quebrou o pavimento de pedra e afundou no solo, fazendo com que afundasse quase um metro.

Daedalus enterrou a fonte na praça sob ele, jorrando chamas vermelhas e fumaça preta. Até o momento, as coisas tinham acontecido da forma que Raishin esperava. Contudo—

— Onee-sama! O Raishin está…! O Raishin está em perigo!

Yaya ouviu os gritos de Komurasaki. Quando ela se virou por reflexo, Komurasaki estava carregando Raishin, e parecia a beira das lágrimas. O sangue espesso de Raishin sujava seu quimono.

Um sangramento significativo. Uma poça de sangue se formava no chão. Ele obviamente estava em uma condição de risco.

— O que aconteceu, Raishin!? Komurasaki, o que aconteceu—!?

— Eu não sei… de repente ele… estava assim!

— Raishin! Por favor, aguente! Raishin!

Raishin não respondeu. Ele parecia estar inconsciente.

Uma ansiedade fria, como se sua linha da vida tivesse sido cortada, dominou todo o corpo de Yaya.

Medo. Ela começou a chorar. Porém, chorar não era nada bom. Yaya era a parceira de Raishin. Ele mesmo disse isso. Então ela precisava responder adequadamente a suas palavras.

— Komurasaki, vamos sair daqui, depressa. A Nee-sama vai levar o Raishin para o Hospital—

— O que… você está… fazendo, Yaya!? Isso… não acabou ainda…!

Raishin, que se soltou dos braços de Komurasaki enquanto ofegava, se levantou.

Era possível ver que o sangue escorria em grande quantidade da área ao redor do ombro de Raishin, encharcando suas roupas.

Porém, seus olhos não tinham perdido o brilho. Ele olhou na direção do Daedalus com uma expressão firme. Eventualmente, um jovem nobre vestido de negro apareceu por entre as chamas ardentes.

Ele agiu como se as chamas espalhadas não fossem nada. Atrás dele estava a figura de Eva, que o seguia tal qual uma serva. Eva não estava mais cantando. No entanto, ela não parecia estar danificada. Ela apenas olhava para Raishin com aqueles olhos esféricos de vidro, sem qualquer intenção em particular em sua expressão.

Sim— a batalha ainda não tinha acabado.

— …Afaste-se, Komurasaki. A batalha vai recomeçar.

Yaya matou sua ansiedade e declarou com resolução.

Komurasaki hesitou… mas não desobedeceu.

Ela mordeu o lábio e recuou.

— Você conseguiu, garoto.

Edmund olhou para as chamas atrás dele em um estado de espanto.

— O Daedalus, que foi tão difícil de obter, agora está neste estado lamentável, hein.

— Você está falando como se tivesse o construído.

— Eu disse isso. Você não estava ouvindo?

Raishin segurou a língua. Ele parecia confuso.

Calafrios percorreram a espinha de Yaya. Ela pensava que ele era um louco, alguém que se tornou obcecado por uma conspiração tola— mas talvez ele fosse uma pessoa mais perigosa do que ela pensava.

— Renda-se, Príncipe.

Apesar das preocupações de Yaya, Raishin disse com um tom leve.

— Deixe a Eva para trás e fuja da cidade. Eu não devo absolutamente nada ao Império Britânico. Vou fechar os olhos para você e apenas você.

Edmund piscou e um instante depois caiu na gargalhada, segurando o corpo.

— Você é realmente um cara interessante! O melhor! Sério, eu estou encantado com você! Raishin Akabane, aquele que disse “Vou fechar os olhos” e “Fuja” bem na minha frente… Irei me lembrar do seu nome. Como o melhor palhaço de todos!

— Renda-se. Nesse ritmo, se o ataque naval começar, você e eu seremos reduzidos a cinzas.

— Eu não vou morrer. Você sabe o porquê? Os vilões são abençoados com uma má sorte intrínseca, e irão sobreviver não importa como até que os Deuses tenham decidido dar a eles o seu julgamento.

— Não subestime a minha parceira. Se for algo como te impedir de fugir, nós conseguiremos.

— …A agudez de suas piadas está aumentando, sabia? Eu já tive o bastante. Revele seus segredos, Icarus.

Não é a Eva—!?

Yaya estava surpresa. Raishin também arregalou os olhos, surpreso.

Era algo parecido com uma fênix renascendo.

Um autômato saiu voando do meio das chamas vermelhas brilhantes, os destroços do Daedalus.

Seu corpo liso e aerodinâmico tinha a aparência de uma armadura ocidental com capacete. Uma armadura cor de cobalto, um corpo equilibrado e…

Usando seus sentidos sobre-humanos, Yaya imediatamente descobriu a habilidade do oponente.

— Raishin! Esse autômato esquisito não é igual ao Daedalus!

Raishin deu um sorriso sarcástico para Edmund.

— …Eu disse que minha parceira era boa, não disse? O que diabos é essa coisa?

— O filho do Daedalus. Poeticamente falando, isso é.

— Explique sem usar poesia.

— Se você quer que eu explique de forma prática, então esse seria o corpo verdadeiro do Daedalus.

— 24° Impulso: Grito de Vento!

Uma imagem semelhante a uma bala sendo disparada. Yaya chutou a calçada de pedra e se atirou, voando em linha reta, na direção do autômato chamado Icarus. Ela recebeu o poder mágico infundido por Raishin no meio do caminho e acelerou ainda mais.

Ela saiu de uma postura baixa e deu um chute forte, como se pretendesse arrancar a cabeça de Icarus.

Consegui!

No momento em que pensou isso, as botas de Yaya passaram através da cabeça de Icarus.

Não apenas isso, suas pernas também. Seu torso também. Seu corpo inteiro passou através de Icarus e apareceu do outro lado.

No momento em que pousou depois disso, várias palavras passaram pela mente de Yaya.

Passando através dele. Sem conseguir tocá-lo. Circuito mágico. Não queimando.—O verdadeiro corpo do Daedalus!

Isso é igual à magia do Daedalus…!

Não. Não era. O Daedalus estava usando o circuito mágico do Icarus.

Este Icarus era o verdadeiro coração do Daedalus!

Ela queria dizer isso a Raishin. Ela tinha que contar a ele. Imediatamente.

Porém, antes que ela pudesse dizer qualquer coisa, desta vez foi o Icarus que se moveu.

Não foi um grande movimento. Ele deu um golpe lateral com a mão assim que se virou na direção de Yaya, logo que ela pousou.

Não havia necessidade de se defender contra aquele golpe. A intensidade de sua [Super força] deveria ser o bastante para sobreviver até mesmo a um ataque naval—

— Desvie!

A ordem de Raishin chegou voando até ela. Yaya dobrou o corpo bem na hora. Os dedos de Icarus mal roçaram nela… naquele momento, um jato de sangue voou de seu braço.

Aquilo doeu. Mas ela estava bem. O corte tinha sido apenas superficial.

Surpresa, Yaya olhou para Icarus com uma careta no rosto. Como ele tinha superado sua [Super força]?

Icarus virou o rosto, o que causou a ela a impressão que se tratava de um capacete que cobria totalmente a cabeça dele, e se aproximou ainda mais dela. Yaya deu uma cambalhota e se esquivou. No momento em que a mão de Icarus tocou o local onde Yaya estava, uma fenda se abriu na calçada de pedra e um deslocamento se formou.

Com aquele golpe, Yaya entendeu.

Icarus podia não apenas distorcer o espaço, mas também rasgá-lo.

Não importava o quanto a [Super força] de Yaya fosse inexpugnável, isso não significaria nada se todo o espaço fosse cortado.

Icarus saltou levemente na direção de Yaya.

E tocou o ombro de Yaya quando passou sobre ela.

O ombro dela foi cortado de forma abrupta, e sangue fresco jorrou.

…Felizmente, seu braço ainda estava preso ao corpo. O corte não tinha atingido seu coração. De algum modo, um ferimento fatal tinha sido evitado. No entanto, uma dor inimaginável a atacou, e sua consciência estava prestes a desaparecer.

Mesmo assim, ela suportou a dor e manteve sua postura.

— Tudo bem! Não se esforce demais, Yaya!

A agitação na voz de Raishin era incomum. Isso fez Yaya sorrir um pouco.

— Estou bem. Algo assim…

Ela respondeu se gabando, como Raishin sempre fazia.

A Yaya é a boneca do Raishin…

Ela não tinha permissão de se quebrar ou desabar antes de Raishin.

— Qual é o problema, Raishin Akabane? Você estava apenas blefando antes?

Edmund encolheu os ombros, parecendo entediado.

Ele olhou para Raishin para averiguar alguma coisa, e suspirou.

— Você realmente não consegue ver claramente, não é?

— …

— Você está sangrando, então é compreensível. Honestamente, eu sou um homem bom demais para matar, mas… bem, eu não desgosto de homens obstinados. Ao menos vou acabar com você com minhas próprias mãos. Afinal, sou gentil.

Sem esforço, ele concentrou seu poder mágico e o infundiu em Icarus. O autômato, em vez de saltar, tentando obliterar Yaya e Raishin— recuou com todas as suas forças.

Ele abriu ambas as mãos, cobrindo Eva e seu mestre Edmund. Imediatamente depois, algo parecido com uma bala penetrou o corpo de Edmund.

…Não, aquilo não chegou a atingi-lo. Seja o que fosse, passou direto por ele graças a magia de Icarus.

O que parecia uma bala era, na verdade, uma adaga. Seu design era familiar.

— Sou humilde e generoso, mas há três coisas que não posso perdoar. Quem fala demais. Aqueles cujas palavras e habilidades não são compatíveis. E asiáticos incompetentes que só sabem me causar problemas.

Balançando sua capa, aquele que interrompeu certamente era—

— Para resumir, eu odeio você.

——Loki.

Era um garoto com um cabelo branco perolado, o [Imperador da Espada], Loki.

Edmund riu abruptamente.

— Logo quando eu finalmente fiz minha entrada triunfal. Isso é imperdoável. Estou no meio de algo com o Raishin aqui. Devo deixar o [Imperador da Espada] por sua conta— General?

— Deixe comigo, Sua Majestade.

A voz que surgiu inesperadamente de algum lugar acima deles deixou Yaya petrificada.

 

Parte 3

 

Honestamente falando, Loki estava surpreso.

Atrás de Loki, algumas pessoas saltaram agilmente do telhado de um antigo prédio.

Um homem de meia-idade e um jovem adolescente usaram uma habilidade telecinética para controlar a gravidade e desceram lentamente.

O jovem parecia um autômato. Ele parecia uma pessoa, mas sendo uma das [Crianças Prometidas], Loki era dotado de habilidades sobrenaturais de percepção e poder mágico.

E quem deveria ser temido era o usuário. Até agora, ele não tinha sentido nenhum sinal de sua presença. Tratava-se de uma pessoa capaz de controlar sua respiração e se manter calmo, sem se perturbar por batalhas ou conflagrações— um verdadeiro soldado. Alguém que definitivamente já tinha experenciado batalhas reais.

E muitas delas.

Ele estava observando o estilo de combate de Raishin? Ou talvez estivesse ciente da presença de Loki e pronto para lidar com ele a qualquer momento?

Cambaleante, Raishin virou sua cabeça na direção do homem, e disse com uma voz que lembrava muito um gemido.

— Esse cara… ele estava com o Príncipe durante o dia…

— [Miragem Escarlate], General Glendan.

— Que diabos, Loki, você o conhece?

— …Às vezes eu invejo sua despreocupação. Vou lhe dizer isso agora mesmo, não posso mais me dar ao luxo de te proteger.

— Isso é ótimo! Ser protegido por um bastardo não é meu passatempo favorito.

— Sim, ser protegido por uma garota combina mais com você.

— Me deixa em paz!

Enquanto eles discutiam de costas um para o outro, Loki empurrou “algo” para as mãos de Raishin.

Raishin recebeu o objeto apropriadamente. Ele não tinha tempo para checar aquilo com calma. Loki rapidamente concentrou seu poder mágico e virou Cherubim na direção do General Glendan— o inimigo a sua frente.

Cherubim plainou no ar e avançou direto para o General.

Ele se aproximou do General em um instante, e balançou fortemente sua lâmina.

Sem nem sequer usar seu autômato, o General se esquivou com um salto. Um movimento ágil e afiado, que parecia incompatível com sua idade.

Loki trouxe a espada de volta e usou a magia do circuito Jet para perseguir o General. A lâmina voou, descrevendo uma trajetória em ziguezague como se possuísse vontade própria.

O General chutou o chão e recuou dezenas de metros, prevendo cada um dos movimentos da lâmina.

Enquanto isso acontecia, ambos deixaram a rua onde estavam e adentraram outra.

— Hou… você me separou de Sua Alteza? Você é jovem, porém inteligente. Sua coragem também não deixa nada a desejar. Seus olhos e seu cabelo significam— que você é um dos Corpos Experimentais da D-Works, não é?

— …Eu não preciso responder.

— Respeite um pouco mais os mais velhos, tudo bem? No entanto, magos tendem a ser assim.

Um sorriso irônico. O General ergueu uma das mãos de forma relaxada.

— Nesse caso, devo começar também. Minha mão, minha espada— Sylphid.

Em resposta ao chamado, o autômato do General se transformou.

Não era uma transformação que ocorria ao se realinhar peças, como no caso de Cherubim. O corpo do jovem desapareceu, transformando-se em partículas de luz que se realinharam na forma de uma espada longa.

A lâmina fina era nitidamente afiada e sem nenhuma imperfeição.

O cabo brilhava em uma cor dourada. A figura de uma delicada Deusa estava esculpida na parte inferior do cabo.

Uma espada elegante. Porém, ela emitia uma intenção assassina quase sinistra.

Segurando aquela espada, o General olhou para Loki— e em um instante, a figura do General desapareceu.

Loki ficou surpreso. A visão de Loki era muito melhor que a de uma pessoa comum, mas ainda assim ele tinha perdido seu alvo de vista!

Imediatamente depois, ele sentiu uma gélida intenção assassina bem atrás dele.

Instintivamente, ele deu uma ordem de ataque. Cherubim se virou e imediatamente atacou as costas de Loki. E a lâmina descreveu um movimento para baixo. A ponta da espada perfurou magnificamente o peito do General.

——Não há resposta!

Seu corpo se moveu antes mesmo que ele pensasse. Da mesma forma, Loki instintivamente se jogou no chão. A espada do General explodiu acima de sua cabeça.

— Você se esquivou, hein. Sem surpresas, sua reação também não foi das piores.

O General semicerrou os olhos. Por algum motivo, ele parecia alegre.

Loki silenciosa e calmamente tentou analisar o fenômeno que tinha acabado de acontecer usando o melhor de suas habilidades.

A lâmina de Cherubim certamente alcançou o General. Porém, ela não o atingiu. Esta parecia a magia de Icarus… mas ele tinha sido perfurado, ao menos aparentemente. Aquilo era diferente da distorção do espaço de Icarus.

Porém, o inimigo não era ingênuo o bastante para dar a ele tempo de pensar tranquilamente sobre o assunto.

O General desapareceu novamente e, dessa vez, reapareceu bem diante dele.

Loki infundiu Cherubim com poder mágico. Encurralado, ele era incapaz de fazer qualquer coisa— então atacou assim mesmo. A lâmina de Cherubim atingiu a lateral do corpo do General, mas este tentou decapitar Loki logo após passar pela lâmina de Cherubim com um olhar denso no rosto.

Ele se esquivou prontamente. Sua meia capa foi cortada, e restos dela saíram voando.

Ele rolou e escapou. Enquanto girava, ele manipulou oito adagas e as atirou na direção do General.

As adagas rapidamente perfuraram o General. Obviamente, ele não foi ferido por nenhuma delas.

Que diabos…!?

— Preocupado?

Ele ouviu uma voz vinda de algum lugar as suas costas. Quando percebeu, o General já não estava mais a sua frente.

Ele sentiu aquilo lentamente. Uma sensação, que lembrava a de uma tesoura cortando um pedaço de papelão, foi transmitida às suas costas.

Ele tinha sido cortado. Fios de sangue voaram das costas de Loki, grudando em seu cabelo cinza perolado.

Como—!?

Loki usou ainda mais a cabeça enquanto rolava no chão.

Seus ataques não o atingiam e, ainda assim, os ataques do General o atingiram.

Ele não era uma ilusão. Ele teria uma forma verdadeira— ou algo do tipo?

Ele era como um tipo de metal fluido que podia mudar sua forma livremente?

Não. Como seria possível explicar esse “teletransporte” com uma magia assim?

— Errei por menos de um centímetro… hein? Você possui reflexos maravilhosos. Como esperado de um jovem.

O General deixou seus dedos rastejarem pela espada e limpou o sangue coagulado.

No instante em que foi abençoado com um discernimento tão afiado quanto o de uma ave de rapina, Loki tornou-se autoconsciente de um medo que não sentia há muito tempo.

Este homem devia ter matado várias pessoas— não, centenas, milhares de pessoas no passado.

Loki tremia de medo como se estivesse diante de um Deus da morte. No momento em que recuou, a figura do General desapareceu.

Um passo impossível de alcançar com as forças de um mero ser humano. Em seguida, ele acertou um golpe severo.

Loki, quase inconsciente, se defendeu do ataque do General controlando Cherubim. Um ataque. Dois ataques. Pesados. E inacreditáveis. A lâmina de Cherubim foi repelida, e sua postura quebrada. No momento em que Loki infundiu poder mágico para tentar se recolocar de pé, o General desapareceu novamente.

Ele o perdeu de vista. Loki tremia, e sentiu uma feroz intenção assassina. A intenção assassina vinha de algum lugar acima dele— bem acima dele!

O General apareceu bem acima de Loki e virou a ponta de sua espada na direção dele.

Ele não conseguiria lidar com aquilo. Ele seria perfurado!

Estou morto—!

No momento em que Loki pensou nisso, algo atingiu o General.

O ar se distorceu. Um momento depois, um som familiar de um cão arfando ecoou.

O General desapareceu, como se tivesse sido apagado, e reapareceu um pouco mais ao longe.

A manga esquerda de seu uniforme militar estava rasgada, e sangue escorria. Ele tinha acabado de ser ferido!

Sentindo que não conseguia acreditar, Loki se virou para a responsável pela interferência.

— Aneki…

— Loki!

Sua irmã mais velha correu até ele, montada em um cão do tamanho de um lobo e acompanhada pelos demais autômatos da série [Garm].

Isso de agora… entendo… o poder dele é… a densidade!

Loki imediatamente gritou o que sua intuição ordenava.

— Frey! Mais uma vez!

— Certo!

Frey concentrou seu poder mágico. O General rapidamente encurtou a distância e tentou decapitar o enorme cão. Loki não o deixaria fazer isso. A lâmina de Cherubim parou a espada do General.

O poder mágico de Frey se espalhou e os autômatos [Garm] uivaram.

Conchas sonoras foram geradas, engolindo o General. A figura do General desapareceu novamente, e ele tentou esperar até que o poder das ondas passasse… porém, naquele momento Loki já estava preparado para atacar.

Adagas foram atiradas das costas de Cherubim. Eram oito no total. Elas se espalharam em todas as direções, cercando o General.

E as adagas avançaram.

— Cherubim! Queime-o por completo!

Cherubim cruzou os braços. As adagas brilharam escarlates, fazendo toda a área ao redor delas queimar.

Ele colocou todo o poder mágico que tinha naquele ataque. Toda a força que ainda tinha, até o limite do que poderia fazer. Aquilo era uma aposta. Se sua leitura estivesse errada— se aquilo não resolvesse tudo, Loki não teria chances de vencer!

Uma explosão? Uma conflagração infernal que poderia destruir o mundo? Frey gritou diante do intenso brilho.

Eventualmente, quando a onda de calor passou—

A figura do General de pé ainda estava ali.

Um odor desagradável, de carne humana queimada, pairou no ar. O General estava queimado. Além disso, ele ficou gravemente ferido. Ele largou a espada e caiu lentamente.

Cuidadosamente, Loki levou Cherubim com ele e se aproximou do General.

O General tinha uma respiração superficial. Ele não parecia ter força de vontade, resistência ou poder mágico para se levantar. Seu autômato também estava destruído. A espada queimada se transformara em um simples pedaço de ferro.

O General olhou para Loki e abriu um largo sorriso.

— Parece que… meu poder mágico acabou, não é?

— …Agora que você não pode lutar, acho que estamos no mesmo nível.

— Que admirável… você viu através da característica especial da minha [Sileighty]…

Ele viu através daquilo? Não. Era basicamente uma aposta.

No entanto, houve uma pista.

Ele desaparecia, mas não conseguiu se esquivar de um ataque do circuito [Sônico].

Desaparecer não significava que ele deixava de estar ali.

Portanto, Loki assumiu— o General pode manipular a densidade. Se a densidade fosse parcial, o corpo do General poderia se misturar a atmosfera. Ele poderia reconstruir seu corpo em qualquer lugar dentro do alcance. Quando pensou nisso, então ele conseguiu explicar como funcionava o “teletransporte”.

— Se minha divisão estivesse aqui… parece que ainda estou apegado a eles, hum… Mas eu não tive sorte… você não acha…?

— Sim.

— Fu… não ouço nada além de sarcasmo…

— Não, eu realmente acredito nisso. Você foi um herói que estava no mesmo nível de Edward Rutherford.

— Isso é irônico… a loucura… daquele homem…

— De todo modo, você era um adversário que eu não poderia derrotar sozinho no meu nível de poder atual.

— …Seu nível de poder atual, você diz…? Que coisa mais descarada de se dizer.

Ele abriu um sorriso amargo.

Então ele disse, de algum modo aliviado,

— Mas está tudo bem… Transforme essa eficácia persistente e a arrogância em verdadeiro poder… Jovens… podem fazer isso.

— —

— No entanto, os velhos… não podem fazer o mesmo… parece que… eu fui exposto ao entusiasmo dos jovens… Eu não entendi nada… parecia mais um sonho…

Assim que terminou de falar, o braço do General brilhou.

Ele desembainhou uma espada curta do bolso do peito, e apunhalou o próprio peito. A lâmina queimada e afiada, embora agora estivesse cega, cortou sua pele e atingiu seu coração.

Ele arregalou os olhos, convulsionando intensamente. Eventualmente, seus membros endureceram lentamente e o General morreu.

Loki viu com seus próprios olhos uma forma tão feroz de morrer, com um sentimento semelhante a surpresa.

Ele suspirou e virou o rosto na direção de sua irmã mais velha.

Frey estava assustada, ela se encolheu como um cachorrinho repreendido.

— Por que você veio?

— Uu… desculpe.

— Sou humilde e generoso, mas há três coisas que não posso perdoar. Aqueles que ignoram os meus conselhos. Aqueles que me ajudam a sair de uma situação problemática e ferem meu orgulho. E aqueles que me preocupam.

Ele virou o rosto e disse sem rodeios.

— …Graças a você, eu escapei por pouco da morte mais uma vez.

A expressão facial de Frey finalmente se suavizou e ela saltou sobre as costas de Loki, parecendo feliz.

 

Parte 4

 

A chuva fria atingia o rosto de Ionela.

As costas de Sigmund eram mais instáveis do que ela pensava.

Era como navegar em um barco assolado por ondas altas. Ela não conseguia respirar direito devido à pressão do vento.

Indefesa, ela se agarrou às costas de Charl. A cintura de Charl era fina e delicada, mas porque ela estava acostumada a voar nas costas de Sigmund, era extremamente estável.

— Lá está ele!

Charl gritou, apontando para a praça central em chamas sob as asas de Sigmund.

As brasas ardiam e os escombros queimavam. A cena parecia exatamente um campo de batalha.

Edmund, usando roupas pretas, Eva, Yaya e Raishin estavam lá.

— O que ele está fazendo…? Ele está gravemente ferido!

— Que pena. O poder mágico da Yaya está se esgotando. Para piorar a situação, ela também está gravemente ferida.

Havia uma sensação de urgência na voz de Sigmund. Ionela abraçou a cintura de Charl com força.

— Tome cuidado! Não é normal que alguém consiga danificar a pele da Yaya-chan!

Naquele momento, um autômato de armadura azul entrou no campo de visão de todos.

— Icarus…!

— O quê? Você o conhece?

— Não… porém…

Ela hesitou em responder. Charl parecia saber de alguma coisa, mas aquele não era o momento de fazer perguntas.

— Eu falo mais tarde. Tome isso, Luster Canno—

— Espere!

Ela puxou a cintura de Charl para impedi-la.

— Olhe bem, Charl-chan! Aquele autômato— é igual ao Daedalus!

— Eh… o que você quer dizer?

— Atacar vai ser inútil! Mais importante, leve-me até onde o Raishin-kun está!

— O que você disse!? Fazer algo assim seria—

Charl virou o rosto para Ionela, parecendo perplexa, e então parou de falar.

O pedido impulsivo de Ionela parecia ter um significado importante, ao menos foi o que ela compreendeu.

— …Sigmund, mergulhe na direção deles!

— Entendido.

Sigmund dobrou suas asas e mergulhou na praça com uma postura que lembrava muito uma bala.

Foi um pouso difícil. Ele pousou com um ímpeto semelhante ao de uma colisão. Ele ficou firme sobre seus membros e deslizou para o lado enquanto chutava os escombros para longe e se forçava entre Raishin e Edmund.

Yaya, Raishin e até mesmo Edmund pareceram surpresos com o enorme dragão que subitamente desceu dos céus.

— —Ó céus, eu estava esperando por você. Essa foi uma entrada bastante chamativa, Io. Você está assim tão determinada— a ser minha?

— Eu não estou.

— Nesse caso, irei fazê-la desejar por isso.

Edmund ergueu a mão. Em resposta a esse movimento, autômatos apareceram um após o outro, por trás dos edifícios e do outro lado da rua. Havia soldados se escondendo!?

Charl franziu os lábios e fez com que Sigmund se virasse na direção deles.

— Professora, por favor desça do Sigmund. Nós cuidaremos deles.

Ionela achava que aquilo era impossível. O poder mágico de Charl estava completamente esgotado.

—Mas ela estava grata.

Ionela desceu das costas de Sigmund. Charl deixou o dragão levantar voo e avançou em direção ao grupo de autômatos, que lembravam muito uma horda de zumbis.

Raishin parecia surpreso. Ele gritou, falando depressa.

— Espere, Charl! Io, não se aproxime dele!

Sua voz não alcançou Charl. Ou tampouco Io.

Apenas Eva se refletia nos olhos de Ionela.

Eva…

Sua amada filha estava completamente mudada.

Seus olhos vazios que não viam nada. Seu rosto sujo marcado pelas lágrimas restantes era algo doloroso de se ver. Se fosse esse o caso, então ela certamente passou por dificuldades.

Porém… isso logo acabaria.

Seus olhares se encontraram, não haveria mais arrependimentos.

Ionela respirou fundo e olhou para Edmund.

— Não faça uma cara tão assustadora. Venha para o meu lado, mesmo que seja assim tão tarde.

— Eu recuso— Sua Alteza.

Ela respondeu, imitando Raishin. Ela inconscientemente deu uma risada.

Obrigada. Aquele que me ajudou a avançar foi você… Raishin-kun. Você está assim todo sujo de sangue porque está tentando salvar a nós e a Cidade das Máquinas. É por isso que eu quero dar uma resposta à altura. Pois eu cometi um erro e acabei cometendo um crime. Eu tenho que assumir a responsabilidade.

— Raishin-kun. Sua nota.

Ela olhou para ele por cima do ombro e sorriu agradavelmente.

— Sim, eu vou te dar um A+.

— Pare! O que você está planejando!?

Ionela abriu seu jaleco e sua blusa brancos, seu peito ficou exposto.

Sua pele nua. Próximo da boca de seu estômago havia um dispositivo mecânico preso ao seu corpo.

— Sua Alteza, você sabe o que é isso?

Edmund olhou para os seios de Ionela e deu de ombros.

— O seu poder dedutivo é bem ruim, sabia? A nota de Sua Alteza será um D.

— Você é exigente. O que é isso?

— É o [cordão umbilical] que conecta Eva e eu.

— …

— Ao se conectar comigo, Eva praticamente obteve uma afinidade mágica igual à de uma boneca banida. Sua Alteza disse que removeu o limitador da Eva. Mas você ao menos chegou a pensar no porquê de eu ter colocado um limitador?

Edmund, Raishin e Yaya prenderam a respiração e ouviram as palavras de Ionela.

— O [Ciclo Alfa] é um ciclo em cadeia em que uma reação dá início a próxima reação— a teoria diz que isso permite ampliar completamente o poder mágico. É por isso que ele é tão perigoso.

— Perigoso…?

— Se eu não o fizesse parar em algum ponto, ele continuaria a se expandir até os confins da Terra. Dito isso, se eu tivesse que dar um motivo, seria porque o circuito não suportaria e acabaria destruindo a si próprio.

Em resumo, agora que o limitador desapareceu—

Ionela tocou gentilmente o peito com a ponta dos dedos.

Ela deslizou as pontas dos dedos pela superfície de sua pele até alcançar o dispositivo mecânico.

— Se eu perturbar o equilíbrio um pouco, o [Coração de Eva] vai se desintegrar.

— …Eu esperava por isso. É por isso que estou a usando, não acha? Para ser o governante supremo de todo o mundo.

— Você foi arrogante, Sua Alteza.

Sem hesitação, Ionela puxou uma arma que estava escondida sob seu jaleco.

Ninguém podia fazer nada.

Ionela já estava apontando o cano da arma— contra sua própria têmpora.

— No momento em que eu morrer, a ligação do [cordão umbilical] vai parar de funcionar.

— …!

— Se um impacto for transmitido a essa distância, não importa o quanto Sua Alteza se esforce, será impossível controlá-la. Agora, eis a questão. O que aconteceria se um poder mágico que tem se expandido sem limites perdesse o destino— e voltasse a quem o lançou?

Suor frio escorreu pela testa de Edmund.

Se uma quantidade assim tão grande de poder mágico fluísse de volta— isso iria inundar o cérebro de Edmund e destruir suas células cerebrais!

Abandonar o controle de Eva agora o salvaria. No entanto, Ionela não tinha dever ou humanidade para explicar isso a ele.

— Vamos morrer juntos, Sua Alteza.

— Espere—

O grito de Edmund saiu tarde demais. Ionela já tinha puxado o gatilho.

*Click*

Um som foi ouvido e a trava do martelo de disparo foi liberada.

Uma mola de metal moveu o martelo, golpeando impiedosamente o tambor da bala—

——Isso é o que deveria ter acontecido, mas a bala não disparada.

Surpresa, Ionela virou o rosto. Yaya estava agarrada ao braço dela.

O martelo de disparo foi interrompido, tendo atingido o dedo de Yaya e não ao tambor da bala.

— Pare… sua idiota!

Assim que Raishin gritou, sangue escorreu de suas costas, espirrando no chão.

— Espere, sua professora idiota! Você quer acabar com todos os meus esforços!?

— Raishin-kun…

— Se você acabar morrendo, então por quem diabos eu fiz tudo isso!?

— Mas—

— Silêncio! Fique calada e veja!

Ele disse como se estivesse cuspindo as palavras. Ao mesmo tempo, Raishin fez algo inesperado. Ele próprio começou a correr em direção a Eva! Seus pés estavam cambaleantes. Ainda assim, ele era um corredor veloz. Raishin a alcançou em um instante e estendeu a mão para Eva. Icarus iria se forçar entre os dois. No entanto, Yaya não deixou que ele fizesse isso. Ela atirou para longe a arma que tinha feito falhar e entrou no caminho de Icarus, agarrando-se a ele por trás.

As mãos de Yaya falharam e, além disso, ela foi tocada por Icarus.

*Splash!*

Sangue fresco jorrou dela como uma fonte.

Enquanto isso acontecia, Raishin se aproximou de Eva.

Ele estava prestes a agarrar a cabeça de Eva— mas não conseguiu.

Raishin foi chutado com força pelo próprio Edmund e rolou desajeitado no chão.

— Você tem minha gratidão, Raishin Akabane.

Edmund riu e pisou na cabeça de Raishin.

— Aquela passou muito perto. Como esperado, estava além da minha consideração. Não posso acreditar que a Io pensou mesmo em suicídio. Mas este é o fim da linha.

Edmund mostrou a mão e a acenou para Icarus enquanto pisava em Raishin.

Icarus entendeu a intenção de seu mestre e pegou a arma.

Ele apontou o cano para Raishin e destravou a arma.

Icarus puxaria o gatilho antes que Yaya pudesse fazer qualquer coisa. Ionela orou a Deus, incapaz de fazer qualquer outra coisa além de ficar ali com a expressão de alguém que implorava.

— Tudo bem, então, Raishin. Você era o cara mais interessante de todos.

E Icarus puxou o—

Ele não puxou o gatilho.

— …?

Icarus largou lentamente a arma e ficou parado.

Seus níveis de operação estavam claramente caindo. Ele não estava mais se movendo!

E então, Edmund percebeu. O tipo de melodia que ecoava por toda a área.

Eva estava cantando.

Ela tinha unido as mãos e alegremente— e bem alto a música preencheu toda a Cidade das Máquinas com uma onda de poder mágico.

O grupo de autômatos diante de Charl parou de atacar.

Os autômatos de placas de estanho largaram os rifles e os golens de batalha caíram sobre os joelhos.

A voz cantante de Eva fez a tirania do [Multicontrolador] desaparecer.

Eva, que parou de cantar, afastou Edmund, que ainda estava de pé e parado no lugar, e ajudou Raishin a se levantar.

— Raishin Akabane-sama.

Ionela ouviu a voz dela, e quase não pôde acreditar.

Palavras de Eva. Não uma música, mas palavras adequadas!

— Como eu pensava, você é uma pessoa divertida.

— …Vou tomar isso como um elogio.

Foi quando Ionela finalmente percebeu.

O colar rústico de ferro ao redor do pescoço de Eva.

Feito pela própria Ionela. Na prisão, uma hora atrás.

E na mão direita de Ionela.

Antes que ela notasse, de algum modo ela estava usando uma pulseira rústica de ferro similar.

——Naquela hora!

O momento quando Yaya obstruiu o tiro!

Então o avanço descuidado de Raishin tinha como objetivo colocar o colar no pescoço de Eva desde o começo…!

Raishin empurrou para longe o pé de Edmund.

— É o fim da linha, príncipe idiota.

Ele, então, dirigiu um punho fortemente cerrado ao queixo de Edmund.

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