Machine-Doll wa Kizutsukanai - Volume 7 - Capítulo 3 - Anime Center BR

Machine-Doll wa Kizutsukanai – Volume 7 – Capítulo 3

Capítulo 3: O Pacto Entre a Bruxa e o Cavaleiro

Tradução: Reiki Project

 

A longa espada envolta em chamas voou livremente no ar e se aproximou, prestes a atacar a cabeça de Yaya.

Seu movimento foi rápido. Além disso, estava muito melhor do que antes.

Yaya continuava a se esquivar por pouco dos golpes que eram aplicados um após o outro. No passado, a lâmina de Cherubim fora capaz de penetrar a Superforça de Yaya e cortar seu corpo. Por isso, ela não podia se dar ao luxo de permitir um golpe direto.

Os espectadores ficaram em silêncio total. Muitos estudantes estavam cientes daquela visão horrível no primeiro dia da Festa Noturna. Todos estavam prendendo a respiração, observando atentamente o progresso da batalha.

Quando deram por si, Yaya havia sido levada até o limite do palco.

No momento em que ela ficou preocupada com suas costas, Cherubim acelerou ainda mais. Ele girou, esmagando o topo da cabeça de Yaya— logo antes disso acontecer, porém—

*Chute*

— O som de um golpe foi ouvido, e a trajetória da longa espada foi alterada.

Raishin chutou a espada para o lado. Os espectadores não podiam acreditar. Fazer algo como chutar uma espada voadora em alta velocidade atingindo a lâmina com precisão também não era uma habilidade qualquer.

Cherubim, que havia sido chutado, voltou à sua forma humanoide em pleno ar, segurando uma lâmina com ambas as mãos.

— Hmph, não vejo problema em enfrentar os dois de uma só vez. Nesse caso— que tal isso?

Loki concentrou seu poder mágico. Em resposta a isso, as asas de Cherubim se abriram.

Suas asas também serviam de recipientes para adagas. Doze pequenas lâminas em forma de espinhos projetaram-se das asas de uma só vez, ficando soltas no ar.

Isso não parece bom…

Suor frio escorria pelo queixo de Raishin. As adagas poderiam mirar alvos distintos simultaneamente. Se Raishin e Yaya fossem feitos de alvo ao mesmo tempo— era perigoso resolver este mistério.

— Loki! Pare!

De repente, eles ouviram alguém gritando.

Era Frey. Ela agarrou-se às costas de Rabi e saltou para o campo de batalha.

— Pare, Loki! Por que você está fazendo isso? Vocês não são amigos…!?

— Não diga bobagens. Somos inimigos.

— Mas

— Venha, Cherubim!

Ele ignorou Frey e deu uma ordem. Cherubim voltou a assumir a forma de uma espada longa e voou para as mãos de Loki.

No momento em que o autômato tocou as mãos de Loki, o poder mágico se espalhou por toda a lâmina da espada, e o poder de controle aumentou drasticamente.

Após um momento, ele pegou impulso e entrou na área de alcance de Yaya com uma grande velocidade.

A enorme espada fez um barulho. Ao mesmo tempo, doze adagas caíram sobre eles como aves de rapina. Raishin e Yaya esquivaram-se, evadiram-se e derrubaram-nas usando as mãos como se fossem espadas.

Loki não desperdiçou essa oportunidade.

Brandindo sua longa espada, ele mirou em Raishin e Yaya ao mesmo tempo, derrubando-os com a sensação de que não poderiam se deixar ser atingidos por aquele golpe em diagonal na altura de seus ombros. Eles mal se esquivaram, e o golpe da longa espada atingiu o chão do campo de batalha, criando uma fissura de quase um metro. Que poder terrível. Ele não poderia ser comparado ao poder de Griselda?

Assim, um feroz combate corpo a corpo começou. Ambos os lados entraram em confronto, se afastaram e voltaram a colidir com ainda mais intensidade. Se um lado escapava para o céu, o outro iria persegui-los de imediato. Os ataques de nenhuma das partes atingiam a outra diretamente. Com ataques e esquivas precisos, apenas o número de arranhões aumentou.

Era uma batalha de outro mundo, a ponto de todas as demais disputas na Festa Noturna até agora ficarem parecendo apenas uma apresentação de abertura.

Não apenas isso, a batalha entre as duas partes estava consideravelmente perigosa.

Uma adaga roçou a nuca de Raishin, e um dos chutes de Yaya passou muito perto da testa de Loki.

Ambos os lados tinham o estilo de ir com tudo para a linha de frente, então se qualquer erro fosse cometido, um daqueles dois magos poderia acabar perdendo a vida!

Dessa forma, o tempo simplesmente passou sem que fosse possível determinar um lado vitorioso.

Raishin e Loki já estavam sem fôlego. Embora pingassem de suor, seu poder mágico não demonstrava sinais de enfraquecimento.

Loki riu provocativamente enquanto enxugava o suor que escorria por seu rosto.

— Isso não é tudo que você tem, é? Vamos, ande logo e me mostre o poder que você está escondendo, seu bastardo.

— Do que você está falando?

Raishin fingiu ignorância. Loki apontou para o braço direito de Raishin— que estava enrolado em um pano.

— Você machucou seu braço dominante e não está nada além de ferido? Eu não estou comprando isso.

— …Você me elogia muito.

— Quem está te elogiando!? Seu idiota autoconsciente!

— Você acabou de me elogiar, não foi!? Você estava claramente me elogiando, não é!?

Raishin colocou a mão sobre o pano que envolvia seu braço direito— ele o apertou com intensidade e logo em seguida voltou a afastar a mão.

— Este não é o lugar para usar isso ainda.

— …Se for assim, então desapareça enquanto o esconde!

Os olhos vermelhos de Loki brilharam. Raishin concentrou o restante de seu poder mágico e o enviou para Yaya.

Yaya não demorou a compreender as intenções de Raishin e saltou usando todo o seu poder.

— Para fora da arena, na direção do público.

Momentos depois dos espectadores serem surpreendidos, Raishin também saltou para trás. De repente, ele deu uma cambalhota e caiu no meio do público. Os espectadores presentes ao redor dele fugiram em pânico.

— …Hum.

Quando percebeu que Raishin havia escapado, Loki deixou o campo de batalha, parecendo irritado.

Mais de uma hora havia se passado desde o início da batalha. Com a saída de Raishin do campo, o evento desta noite terminou em empate.

A batalha havia acabado. Os espectadores, ainda animados, começaram a se preparar para voltar.

Yaya, que estava ao lado de Raishin, deu um grande suspiro de alívio.

— Você está cansada, Yaya?

— Eu estou bem. Mas o Loki-san…

— Não se preocupe. Deixe isso comigo.

Ele riu e se comprometeu. Yaya mostrou uma expressão séria, mas ainda assim acenou com a cabeça obedientemente.

Raishin olhou para um canto do campo de batalha.

Lá, Frey estava perdida. Suas costas pareciam incrivelmente finas.

Foi ela quem ficou triste quando Raishin e Loki se enfrentaram a sério.

Raishin estava preocupado com Frey, mas havia um assunto urgente esperando por ele.

— Estou preocupado com a Charl. Vamos voltar.

Raishin levou Yaya com ele e saiu às pressas do Coliseu.

 

Parte 2

 

O escritório de Kimberley estava vazio.

Ele conseguiu entrar porque a porta estava aberta, mas— Kimberley não estava ali.

— O quê? Não tem ninguém aqui. Ela foi jantar?

— Mas a Charlotte-san não está aqui…?

Yaya, aparentemente preocupada, olhou ao redor da sala ansiosamente.

Raishin também olhou vagamente pela sala e então notou algo.

Havia um prato fundo de sopa na mesa de Kimberley.

— O que é isso… leite?

Leite que escorria pela borda. Havia algo flutuando nele. Esse algo era—

— Raishin! É a Charlotte-san!

— Ei, ela não está quase se afogando!?

Ele a cutucou repetidamente com o dedo a vez se virar para cima. Afinal, era mesmo Charl. Ela estava mole.

— Ei! Charl! Recomponha-se!

Ele aproximou a ponta do dedo do pequeno rosto dela. Ela não estava— respirando.

— O que diabos você estava fazendo!? É melhor nos apressarmos e fazer respiração artificial nela… não, não podemos!

— A Yaya vai fazer massagem cardíaca nela!

— Sim, já que vocês duas são mulheres, você pode tocar

— Então, se eu cometer um erro e usar muita força descuidadamente, podemos chamar de acidente.

— Pare! Afinal, é mesmo impossível!

— Está barulhento aqui, o que há de errado?

— Sigmund!

O seco Sigmund entrou pela janela aberta.

Ao que parece, ele estava montando guarda do lado de fora.

Sigmund compreendeu imediatamente a situação.

— Eu farei. Não se preocupe, fui eu quem deu a Charl o seu primeiro banho.

Ele habilmente puxou Charl com as patas dianteiras e mandíbula e a deitou de barriga para cima. Ele pressionou a face contra o abdômen dela por um segundo. Ele esperou tempo o bastante e então pressionou com firmeza.

Subitamente, Charl cuspiu leite.

Ela engasgou e tossiu. Ela voltou a respirar sem auxílio. Seu coração parecia estar funcionando. Não fazer uma massagem era a resposta.

Raishin, sentindo-se aliviado, aproximou seu rosto de Charl.

— Você me deixou preocupado. O que você estava fazendo?

— Rai… shin…?

Charl olhou para Raishin com lágrimas nos olhos e percebeu que estava completamente nua.

— Lus… Luster Cannon!

Poder mágico instável voou para o corpo de Sigmund. Mesmo que fosse instável, ela ainda era um dos Rounds. A magia foi ativada corretamente e uma luz deslumbrante foi emitida da boca de Sigmund. Cinco minutos depois, Raishin estava lidando com as estantes de livros arruinadas com um rosto taciturno e carrancudo.

Seu cabelo estava chamuscado e as marcas de queimaduras doíam.

Raishin, Yaya e Henri, que tinha vindo correndo, se limparam.

— E-err… como eu disse, peço desculpas!

Charl ficou em cima da mesa, seu rosto estava corado e ela falou com uma voz frágil.

— Posso estar pequena, mas queria tomar um banho!

— Mas por que leite!? Que tipo de piada é essa de sufocar com leite coalhado!?

Uuh…

Ela não conseguiu responder. Yaya pareceu notar algo e de repente parou de mover suas mãos.

— Não me diga— isso é o que a Charlotte-san estava falando no outro dia…!?

— Não conte! Se você contar, nossa amizade acabou!

— Hum. Você está falando sobre aquela lenda de que se você tomar um banho de leite os seus seios irão crescer?

— Ca-ca-calado, Sigmund! Vou trocar o seu frango do almoço por um favo de mel!

Raishin sentiu-se desconcertado e fechou parcialmente os olhos.

— …É a primeira vez que ouço falar sobre “fazer os seios crescerem”. Mas a sua pele ficou bonita, você não acha?

— Entendo, agora compreendo a situação.

Ouvindo uma voz completamente fria, todos endureceram ao mesmo tempo.

Uma Kimberley pálida estava parada contra a porta.

— Em outras palavras, Charlotte. Enquanto eu, que sou extremamente ocupada, cancelava minha aula e procurava gentilmente por uma solução, você tentou um banho de leite meio divertido por que acabou sendo uma coisa boa você ter ficado pequena e, por último, é isso que você faz com o meu escritório?

Kimberley estar irritada era compreensível. Estantes ficaram chamuscadas pelo calor e livros e materiais de magia estavam espalhados pelo chão. O único consolo era que eles não haviam queimado.

— …Eu sinto muito.

Charlotte fez seu pequeno corpo ficar ainda menor. Ela iria acabar desaparecendo neste ritmo.

Raishin, sentindo-se um pouco mal por ela, abaixou a cabeça para proteger Charl.

— Eu também peço desculpas. Por favor, nos perdoe, Sensei.

— Não fale como se isso fosse problema de outra pessoa. Você compartilha metade da responsabilidade.

— O quê!? Eu não sou a vítima aqui!?

— Esqueça. Vou deixar isso de lado, mas você fica me devendo uma.

— O quê!? Quantos favores eu devo a você!?

— Inclua esta questão da Charlotte entre eles.

Kimberley pegou os livros queimados que ainda tinham uma capa,

— Quero virar as prateleiras do avesso e verificar se alguma coisa está perdida. Agora vá lá pra fora com a Charlotte, a problemática. Não tire seus olhos dela.

— Entendi…

Charl estava pequena, e por causa disso estava confinada. Seria um grande problema se ela acabasse sendo atingida por um livro grosso. Por outro lado, fazer algo como deixá-la sozinha também seria problemático.

Raishin obedientemente pegou Charl, envolvendo-a em ambas as mãos, e foi na direção da área de descanso em frente as escadas.

— Você fica aqui, Sigmund. Temos que conversar.

Parado por Kimberley, Sigmund retornou para o escritório.

O prédio da escola à noite estava terrivelmente silencioso. Esta falta de movimento era sentida com muito mais intensidade pelos dois que estavam sozinhos na área de descanso.

Charl de repente ficou muito tímida e murmurou apenas umas poucas palavras.

— …Vou ficar assim para o resto da minha vida?

— Não seja tão pessimista. A Kimberley-sensei fará algo sobre isso.

— Nós não sabemos disso!

Ela refutou emocionalmente. Ela parecia estar irritada devido à grande carga de estresse.

Raishin mudou sua tática e tentou confortá-la alegremente.

— Há algo bom em ser pequena assim. Como o banho de leite de agora mesmo.

— Eu me afoguei facilmente! Além disso… uma quantidade daquelas esfria muito depressa.

— Você… você pode comer quanto bolo quiser, certo? Você ama doces, não é?

— A textura é dura e muito difícil de engolir. E não importa o que eu coma, nada é saboroso. Tudo tem um sabor áspero e isso machuca…

Ser pequena podia não ser mesmo uma coisa boa.

Raishin cutucou suavemente o ombro de Charl e,

— Está tudo bem. Eu vou te ajudar. Eu definitivamente irei.

— …Eu sinto muito.

— Por que você está se desculpando? Não é culpa sua.

Charl foi lentamente, mas firmemente, levada às lágrimas. Elas também vieram pequenas, mas ela definitivamente estava chorando.

— …Não chore. Idiota.

— É só que… estou apenas atrasando você…

— Não. Você salvou minha vida várias vezes. Até mesmo quando aquele talismã defensivo me protegeu.

Raishin olhou para Charl e sorriu gentilmente.

— Eu sinto muito. Acabei destruindo algo importante para você.

— …Minha avó costumava dizer. “Os talismãs mostram seu verdadeiro poder quando se esgotam ou quebram”.

Charl enxugou os olhos e sorriu nas mãos de Raishin.

— Tudo bem se aconteceu no seu lugar.

Emoções calorosas voaram entre os dois. Naquele momento—

— Desculpe interromper logo quando o ambiente parece tão agradável, Penúltimo. Por que sua parceira está destruindo, bem, no presente contínuo, meu escritório?

De repente, a voz de Kimberley o alcançou vinda do outro lado do corredor.

Bem ao lado dela, Yaya, que estivera espiando, estava destruindo a porta.

— Que-que atmosfera agradável!? Mas eu entendo! Desculpe!

Naquela noite, Charl foi deixada sob os cuidados de Kimberley e Raishin voltou ao dormitório.

As coisas sobre Charl, Loki e Alice.

Todos esses pensamentos interferiram com seu sono. Foi muito difícil ele conseguir pegar no sono.

No entanto, não ser capaz de dormir também podia ser uma coisa boa.

Na manhã seguinte, Raishin iria se deparar com seu pior despertar—

 

Parte 3

 

— Ra— i— shi— n—.

Sentindo um frio digno de inverno, Raishin levantou-se de um salto.

Yaya, que estava com os cabelos em pé, estava se aproximando. Agora, até mesmo um dragão poderia ser torcido e morto por ela.

— O quê!? Por que você está perdendo a paciência tão cedo de manhã!?

Ele ouviu o rosnado de cães atrás de Yaya.

Quando ele os viu, surpreso, os cães Garm estavam se reunindo em grande número na entrada do quarto. Uma garota com cabelo cinza perolado estava rodeada por eles. Frey estava parada ali, com lágrimas acumuladas nos olhos.

— Até a Frey… qual é o problema?

— Este é o problema! A Frey-san trouxe isso!

Yaya estendeu um pedaço de papel para ele. Aquilo parecia ser uma edição extra do jornal estudantil. O título era—

“Parabéns ☆ Para Olga Saladin e seu noivado!”

Junto com a bela foto de Olga, a foto de Raishin também foi publicada.

— Seu companheiro é o estudante internacional vindo do Japão, Raishin Akabane…!

Sua voz tremeu. E seu corpo também. Raishin agarrou o jornal e leu apressadamente o artigo.

Ele tentou desesperadamente ler o texto em inglês, no qual não era bom. O artigo exaltava Raishin. Dizia que embora seu resultado fosse o mais baixo quando fez sua inscrição, ele era um talento que levou a questão do Canibal Candy a uma resolução e que vinha avançando constantemente na Festa Noturna. Seus talentos haviam se tornado amplamente conhecidos entre os alunos da pós-graduação— e assim por diante.

Na entrevista, Olga dissera [Ele é muito apaixonado. Dia e noite…].

— Esses desgraçados… isso é uma mistura de fatos e ficção…!

Quando conversaram no refeitório no dia anterior, Olga falou como se eles estivessem se encontrando pela primeira vez. As pessoas que por acaso estavam presentes saberiam de imediato que não havia nada entre eles.

E ainda assim, este artigo. Alice usou sua influência no jornal com antecedência? Caso contrário, um artigo assim tão suspeito não deveria ter sido publicado em um momento como este.

Yaya chorou enquanto se agarrava à cintura de Raishin.

— Isso é mentira, não é? Como o Raishin pode ter uma noiva?

Isso é óbvio!

Com razão, Raishin engoliu de volta as palavras que tentavam se forçar para fora de sua garganta.

— É verdade. Estou… noivo da… Olga.

— Sem chance! O que aquela vadia fez com você!?

— Ela não fez… nada comigo. Eu realmente… me apaixonei por ela.

— Mas, Raishin! Você realmente a engravidou!?

— Pare de dizer coisas como “engravidar”! Quero dizer, não é esse tipo de artigo, não é!?

— Por favor me diga a verdade!

— Isso é… bem… sim!

Ele gritou em desespero. Yaya ficou petrificada.

Grandes lágrimas caíram dos olhos de Frey. Ela saiu correndo do quarto, sem sequer tentar enxugar as lágrimas que transbordavam. Ao que parece, ela recebeu um choque inesperado.

— Ah, ei, Frey! Espere um instante—

Yaya firmemente parou o braço de Raishin, que tentava ir atrás de Frey.

Os olhos de Yaya não estavam brilhando, eles estavam escuros como se estivessem desligados.

— Ei… não enlouqueça, certo, Yaya…?

— Ufufu… o Raishin é… estúpido… ele é mesmo… fufufu… ♡

Yaya estendeu a mão na direção de Raishin e tentou estrangulá-lo— e então parou.

Ela soluçou e saiu correndo chorando.

Uma reação rara. Aquilo também tinha sido muito chocante para ela?

Ambas acabaram interpretando tudo errado. Sua cabeça doía ao pensar sobre o que estava por vir.

— Tanto barulho logo pela manhã! Ei, Raishin!

O responsável pelo dormitório veio atacando com um grito, mas Raishin não tinha mais energia para responder.

— Desculpe. Eu vou tomar cuidado…

— Aconteceu alguma coisa? Não que eu me importe. Você tem um convidado.

Quando Raishin ergueu o rosto, havia um criado familiar atrás do responsável pelo dormitório.

Os olhos que fitavam Raishin eram frios. Ele nem estava tentando esconder sua hostilidade transbordante.

— Senhor Akabane. A Ojou-sama gostaria de tomar um chá com você esta tarde.

— …Bem na hora. Eu também quero encontrar a Senhorita Olga.

— Sendo assim, eu vou ir buscá-lo. Onde quer que você esteja.

Ele agradeceu educadamente e saiu. O responsável pelo dormitório parecia ter suas dúvidas, mas não disse nada.

Naquele dia, Yaya não voltou, portanto Raishin assistiu as aulas sozinho.

Após as aulas da tarde, quando já estava se sentindo indignado no refeitório, Shin apareceu como havia anunciado anteriormente.

— Eu vim buscá-lo. Senhor Akabane.

— Como esperado de você? Por acaso está me vigiando?

— De fato.

— …Você também faz tudo, sem exceções. Se for um pedido de sua senhora, você o fará, não importa o que for.

— Se for um pedido da Ojou-sama, é fácil fazer.

Ele assumiu a liderança e começou a andar. Raishin suspirou e seguiu as costas de Shin.

Devido ao efeito da magia de transformação de Alice, Brocken, a altura de Shin era um pouco menor que a de Raishin. No entanto, o ar intimidante dele não havia enfraquecido nem um pouco.

— Seu corpo está bem?

— Eu não sou— um [indivíduo perfeito], mas fui criado com isso em mente. Um dano daquele grau foi reparado há muito tempo.

— Entendo. Isso não parece bom, mas é um alívio.

— Obrigado.

— …Há algo em que venho pensando faz um tempo.

Shin, desconfiado, olhou por cima do ombro.

— Você não precisa ter essa atitude comigo. Aja como sempre.

— …O que você quer dizer com isso?

— O que quero dizer é para parar com esse honoríficos indiretos. Não há nenhum respeito neles, certo?

— Eu não posso fazer isso. Se for uma pessoa que minha mestra menospreze, então irei trata-la como igual. Mas no caso daquelas pessoas que minha mestra vê como iguais, não posso fazer o mesmo.

— Ela… me vê como um igual?

— Ela vê.

Mentiroso. Ela pensa que sou uma presa ou um brinquedo.

— Porém, os servos da Família Saladin não são perfeitos. É como tentar ir além de uma relação mestre-escravo e dar prioridade para o pedido de um homem mesquinho.

Shin parou de andar—

— Morra, seu pedaço de merda.

Ele se virou e balançou o punho.

Não foi um ataque mágico. No entanto, havia uma grande diferença entre sua aparência e seu alcance real. Raishin pretendia evitar o golpe com calma, mas a pressão do vento roçou seu nariz.

— Ó, você não gostou disso? Eu tentei tratá-lo como um igual.

— Você claramente me desprezou! Se você pudesse, teria me acertado com força, não é!?

Shin riu alegremente e começou a andar novamente.

Raishin o seguiu enquanto estava perplexo.

Este Shin? Fez uma piada?

Agora— ele sentiu como se tivesse tocado o interior de Shin por um breve momento.

 

Parte 4

 

Shin o guiou até o Grande Jardim, que ficava atrás do refeitório da Academia.

Um labirinto formado por um jardim de árvores foi construído com várias fontes em seu centro, havia grama e canteiros de flores espalhados ao redor. Os estudantes que haviam terminado de assistir suas aulas estavam conversando em seus lugares favoritos, era uma cena linda. No centro do jardim havia uma área de descanso coberta, onde Olga— não, Alice estava sentada e esperando.

— Ó, você veio, Raishin.

— …Por que eu não viria?

— Não faça uma cara assim. Veja, todos estão assistindo. Sorria, sorria.

Como ela disse, incontáveis olhares cheios de curiosidade os perfuravam.

Raishin abafou a voz e gritou de raiva ao mostrar um rosto enrijecido e sorridente.

— Qual é o seu objetivo!? Por que foi necessário ficarmos noivos!?

— Por quê? Não pode ser apenas porque gosto de você?

Corando levemente, ela cutucou o peito de Raishin.

— Você se atreve a fingir desse jeito…

Ele queria dar uma surra nela. No entanto, ele não conseguiu.

— Agora venha até aqui. Vamos tomar chá.

Um jogo de chá estava preparado na área de descanso. Havia algum outro servo além de Shin? Chá quente recém preparado estava fumegando no bule.

Raishin sentou-se rudemente e mordeu um scone sem mostrar qualquer sinal de educação.

— Responda minha última pergunta. Por que um noivado? Você até mesmo foi longe o bastante a ponto de fazer o Clube de Jornalismo escrever sobre isso.

— Para ser honesta, a discussão sobre a reunião matrimonial a respeito da Olga aconteceu recentemente.

Ela ergueu a xícara com um movimento elegante de sua mão e fez uma pausa considerável, como se para provocá-lo.

— O parceiro dela é um homem famoso. Não é uma má história para a Olga. No entanto, esse tal parceiro deseja um casamento antecipado, e Olga não teria escolha senão abandonar a Academia sem esperar pela formatura.

— Um abandono voluntário…? Essa é a prestigiosa Academia Real de Maquinagem, certo? As qualificações de graduação por si só fornecem prestígio e, em primeiro lugar, Olga conseguiu se tornar uma das Rounds, então ela pode se tornar— uma Wiseman, certo?

— O parceiro dela é uma figura influente que não precisa desse título.

Depois de saborear o aroma do chá preto, ela gentilmente levou a xícara aos lábios.

— E a Festa Noturna não é um jogo. Existe o perigo de alguém acabar perdendo a vida. Olga tem esse rosto lindo, sabe. Nem ela, nem os pais e nem o parceiro querem que Olga o estrague.

— Nesse caso, você está rompendo a disputa de noivado com esse casamento arranjado?

— Fazendo isso, Olga poderá ficar na Academia por mais algum tempo.

— Se for assim, há muitos outros caras adequados! Por que eu!?

— Eu te disse, não disse? Eu quero me casar com você.

— Mentirosa! Em primeiro lugar— os pais da Olga aceitariam um asiático como eu?

— Bom, se você fosse um asiático comum, teria sido apagado imediatamente.

— Ei! Não me arraste para essa situação!

— Mas este não é o caso. Eles podem obter parentesco com alguém da linhagem Akabane e deixar descendentes. Além disso, você é o herói que salvou o país de Edmund.

— Um herói… eu?

— Por outro lado, você também é o vilão que se opôs ao Tenente General Räikkönen.

Raishin estava perplexo.

Essa garota sabe de tudo…

— A Família Real Britânica já está de olho em você. Uma medalha lhe será concedida em breve. Se isso acontecer, a família da Olga não irá menosprezá-lo. E—

Alice riu de repente e largou a xícara.

— Há outro motivo para escolher você. Um certo boato sobre você está ganhando credibilidade.

— …Que tipo de boato?

— O boato de que você é um mulherengo deplorável e um pervertido que frequenta casas de libertinagem. Se eu disser que você me engravidou, todos irão acreditar em mim, sabe?

— Eles não vão! Eles não vão… vão?

— Se um acidente tiver acontecido durante as férias de verão, eu logo irei notar que algo estranho aconteceu.

— Você não vai! Quero dizer, ninguém vai acreditar nisso! Eles não vão!?

Ele estava extremamente ansioso. Aquilo era infundado, na melhor das hipóteses.

Ao mesmo tempo, ele sentia o cheiro das mentiras.

O que Alice disse era uma razão muito plausível— mas algo estava fora do lugar.

Ela estava correndo muitos riscos desnecessários. Ela amaldiçoou Charl com a intenção de voltar a fazer isso, destruiu a imagem certinha de Olga e armou um escândalo. Aqueles que fossem mais atentos poderiam descobrir que essa Olga era uma farsa.

Shin, ainda em silêncio, serviu mais chá na xícara de Alice. A expressão dele estava rígida e tensa. Ele parecia saber de alguma coisa, mas se Raishin perguntasse, ele não abriria a boca.

Raishin, sem pensar muito nisso, decidiu aproveitar a oportunidade para abordar outra perspectiva.

— Bom, estou com sorte. Há algo que eu queria perguntar a você.

— Para mim? É bom ouvir isso. Você se interessou por mim?

— É, humm, sobre o seu pai

— Você está aqui, aluno idiota?

Sem aviso, uma voz o chamou antes que suas palavras pudessem ser ditas.

Sem permitir que ele notasse sua presença, Griselda se ergueu bem atrás dele.

— Hum? Quê? Você não está agindo de forma suspeita?

— Não é nada! Para que você precisa de mim?

— Hummm? Existem duas— não, três coisas que precisam ser feitas. Primeiro, é sobre o seu currículo.

De bom humor, ela pegou um pedaço de papel. Aquele era o formulário de inscrição apresentado por Raishin.

— Eu aceitei. Parece que você estava interessado em assistir a minha aula, e isso é muito bom.

— Ó, certo.

— Esta é a segunda coisa.

Agora ela tirou um envelope. O selo já estava aberto, mas parecia uma carta.

— Estou mantendo sob custódia uma carta endereçada a você… mas vamos terminar o terceiro assunto antes de entregá-la. Na verdade, acabei escutando uma conversa interessante aqui. Sabe—

Griselda disse com um sorriso amigável no rosto.

— É uma conversa idiota e sem fundamento sobre você ter ficado noivo.

Uma veia apareceu em sua testa. Ela estava cheia de intenção assassina, e os pássaros próximos voaram imediatamente.

…Hum? Estou morto?

— Você… está fazendo isso mesmo tendo feito uma proposta de casamento indireta para mim…

— Eu não fiz! O que está acontecendo na sua cabeça!?

— No fim, tais palavras impensadas para uma mulher abandonada… meu sangue está fervendo tanto desde aquela guerra…!

Sua mão desceu para o punho da espada. Notando o movimento daquela mão, Alice levantou-se rapidamente.

— Por favor, pare. Grande Líder, A Labirinto.

— Isso é um problema entre professora e aluno! Não interfira!

Uma voz irritada o bastante para fazer o ar tremer. Entretanto, Alice, que não estava assustada, declarou sua opinião com ousadia.

— Intrometer-se no amor de estudantes vai além das responsabilidades de uma professora. Poderia ser que— você também ama o Raishin?

— O quê, na-na-não! E-eu estou apenas dizendo o que devemos fazer durante o nosso treinamento.

— O amor é baseado na natureza humana, tal qual a pesquisa para um mago. A liberdade primordial que os seres humanos têm por natureza— o amor não é a coisa mais importante de todas?

— Nu

— Nós ficamos cientes do amor que um sente pelo outro e fizemos votos de nos casarmos. Nem mesmo Sua Majestade, uma Wiseman, está em posição de criticar isso. Estou enganada?

— Gu…. guh… Eu… eu vou me lembrar disso, mocinha!

De todas as pessoas, uma Wiseman fugiu, deixando para trás uma ameaça de despedida tal qual faria um vilão menor.

Shin relaxou como se estivesse aliviado. Raishin também relaxou.

— Você é incrível, sabe?

Ele a elogiou honestamente. Para fazer Griselda fugir com tanta eloquência…

Alice, sem se orgulhar disso, deu de ombros de sorriu ironicamente.

— Se nos enfrentássemos em um campo de batalha, eu não seria páreo para ela. No entanto, esta é uma Academia pacífica, e força física é irrelevante em discussões. Dragões gigantes não são bons em esportes delicados, afinal.

Entendo, isso é impressionante.

Alice sentou-se ao lado de Raishin.

— Você se apaixonou por mim novamente?

— Desde o começo, eu não planejava me apaixonar.

— Você se diverte me machucando…?

*Soluço*

— Pare de chorar!

— Então vou parar. Assim? Eu perguntei se você se apaixonou por mim novamente, não foi?

— …Eu me apaixonei… novamente por você.

— Eu também, Raishin.

Ela se agarrou firmemente a ele e se encostou nele de forma que todos pudessem ver.

Eles escutaram as vozes barulhentas dos estudantes ao redor deles.

— Veja, eles parecem tão íntimos.

— Não faça isso, Representante dos Estudantes…

— Minha Olga-sama está…

Vozes de admiração. E inveja e intenções assassinas também estavam misturados.

— Então, o que você queria perguntar?

Ela parecia ter se lembrado da conversa de momentos atrás. Raishin voltou a abrir a boca.

— Certo. É sobre o seu pai.

— Raishin nós vamos mesmo falar sobre isso em um lugar com tantas pessoas?

Ela ficou estranhamente surpresa. Alice murmurou,

— Eu não tenho escolha, tenho?

Ela rapidamente lambeu o pescoço de Raishin e beijou a base de sua orelha.

Doces sensações correram uma após a outra, Raishin estava prestes a saltar para longe dali.

— Ei! Em um lugar com tanta gente!

— Fique quieto. Estamos apaixonados, não? Eu tenho que fazer pelo menos isso.

Ela imobilizou Raishin e brincou com o lóbulo de sua orelha.

Por quase um minuto, Alice e Raishin “flertaram”.

Alice olhou ao redor. Os alunos que haviam chamado a sua atenção rapidamente se afastaram.

Logo, apenas Raishin, Alice e Shin estavam no jardim.

— Parece que felizmente prestaram atenção as nossas necessidades. Agora podemos continuar conversando.

Raishin ficou pasmo. Ela mudou completamente a situação ao redor deles com cálculos frios— ela era assustadora.

Quando ele olhou novamente para o local onde estavam com isso em mente, ele percebeu outro “cálculo”. Aquele local era coberto, e ficava em um labirinto— seria difícil alguém ler seus lábios a distância e era fácil prestar atenção a tudo ao seu redor. Ela havia especificado este lugar com a intenção de ter uma conversa secreta desde o começo. Ela até mesmo leu o estado de espírito de Raishin.

Raishin perguntou o que estava pesando em sua mente, ao mesmo tempo em que aumentava seu nível de cautela.

— Você disse que o Diretor era o seu pai, certo?

— Sim.

— Resumindo, infiltrar-se no Exército Alemão, tomar Henri como refém e ameaçar Charl foram sugestões do Diretor.

— Correto.

— …Por que o Diretor tentou fazer Charl assassiná-lo?

— Eu te disse, não foi? Para fazer com que a Academia e a Grã-Bretanha rompessem relações.

— Sem chance… a Academia está planejando se tornar independente… da Grã-Bretanha?

Não era surpreendente que a Academia tentasse proteger sua autonomia. Nesta era, não havia chances de que uma Academia como esta fosse se submeter a uma nação soberana. Porém— para uma luta por autonomia, os meios empregados eram muito sujos.

Também era normal questionar as ambições do Diretor.

— O que diabos aquele velho astuto está pensando?

— Essa pergunta não tem sentido. Apenas meu pai pode entender o que ele pensa.

— Por que o Diretor fez você agir como espiã?

— …O que você quer dizer?

— Se infiltrar no Exército Alemão e passar por Granville é uma ponte incrivelmente perigosa de se cruzar. Por que ele permitiu que sua filha biológica fizesse isso? Não havia outras peças que o Diretor pudesse usar?

A língua de Alice, que era muito afiada, subitamente ficou cega.

Era diferente de um silêncio intencional. Ela parecia estar procurando por uma resposta.

Shin olhou fixamente para sua mestra em silêncio.

Eventualmente, Alice olhou para algum lugar ao longe e respondeu sem demonstrar vergonha em sua voz.

— Eu não sei. Eu apenas faço o que meu pai diz.

Sem saber o motivo, Raishin de repente sentiu-se irritado.

— Por que você não questiona? Você estava prestes a ser morta por mim e Yaya. Como você pode não questionar nada quando ele te faz passar por uma situação dessas?

— …Porque é inútil.

— …Inútil? Quer dizer que ele não vai dizer, mesmo se você perguntar?

— Não é isso. Ele vai me contar se eu perguntar. Os princípios fundamentais do mundo mágico, a teoria de formulação da ordem mundial, a importância das associações a academias, os limites, os cruzamentos de tais teorias e assim por diante.

Ela arrumou o cabelo, parecendo irritada.

— Meu pai e eu falamos línguas diferentes. Meu pai está em uma dimensão onde minhas palavras não o alcançam. Por que ele me fez fazer isso em vez de outra pessoa? Porque eu sou excelente. Afinal, sou filha de Edward Rutherford, o mais poderoso mago do século XIX.

Alice, que disse isso, riu com traços de ironia.

— Não há desperdício maior do que uma discussão infrutífera. Se a única escolha é engolir tudo, qualquer esforço em discordar e ficar irritada com isso será em vão. Enquanto faço isso, tenho que ficar mais e mais forte e estar sempre um passo à frente dos demais… eu não tenho tempo o bastante.

O que ela quis dizer com isso?

Enquanto Raishin procurava por suas próximas palavras, Alice friamente afastou seu corpo do dele.

— Vamos, Shin. O Raishin e eu apreciamos o chá mais do que

— Espere!

Raishin agarrou o braço de Alice como se estivesse perseguindo seu amor prestes a partir.

— Eu… eu não sou ninguém para encontrar falhas nas crenças dos outros. No entanto, “É inútil fazer isso”— eu… não gosto do jeito como você foge dos confrontos desde o começo.

— …Nesse caso, vou te perguntar isso, Raishin.

Uma voz ligeiramente trêmula.

Alice olhou para Raishin com olhos calmos, como se ela fosse uma velha sábia.

— Se eu dissesse que tenho apenas mais um ano para viver, você me amaria?

— Isso era apenas uma alegoria? Ou uma atuação? Ou outra mentira?

De qualquer forma, era exatamente uma discussão infrutífera.

— Eu gostaria de ouvir sua resposta da próxima vez.

Com um súbito sorriso triste, Alice deixou o labirinto de árvores.

 

Parte 5

 

Após ser liberado por Alice, Raishin primeiro foi até o Dormitório Tartaruga.

O quarto de Raishin estava deserto. Yaya não estava ali. Pensando que ela poderia estar no escritório de Kimberley, ele correu até o Departamento de Ciências.

Uma Henri sorridente o encontrou lá.

— Ó, Raishin-san. Você está procurando pela Kimberley-sensei?

Charl rapidamente escondeu seu corpo na mesa. Por algum motivo, ela estava usando um vestido cheio de babados. Ao que parece, Henri a vestiu com roupas de boneca.

— Você viu a Yaya?

As irmãs se entreolharam. Em nome delas, Henri respondeu.

— Não. A Yaya-san não aparece aqui desde hoje de manhã.

— É mesmo…? Onde ela foi?

— O quê? Vocês brigaram?

— Hum, bem…

Charl e Henri pareciam não saber sobre o tumulto causado pelo noivado de Raishin.

Se fosse o caso, estava tudo bem. Não havia necessidade de tornar as coisas ainda mais complicadas para elas.

Aquela em que ele deveria estar pensando agora era Yaya.

Isso é ruim. Sem a Yaya, não poderei participar da Festa Noturna…

Yaya parecia ter recebido um grande choque.

Ele estava preocupado que ela pudesse acabar sendo capturada pelo inimigo novamente.

— Não, ela não repetiria o mesmo erro.

Foi diferente quando eles caíram no plano maligno de Alice. A conexão entre Raishin e Yaya estava mais profunda do que naquela época. Eles não poderiam tirar vantagem dela assim tão facilmente… provavelmente.

Ainda assim, havia a possibilidade de que ela não voltasse por estar irritada.

Não tenho escolha, terei que perguntar para Shouko-san sobre a Yaya.

Aliás, no pior dos cenários, ele poderia pedir que Irori e Komurasaki se unissem a ele.

Pensando assim, Raishin desceu para o saguão do primeiro andar do Departamento de Ciências. O telefone principal ficava ali, e com ele seria possível entrar em contato com Shouko.

Assim que ele pegou o telefone emprestado e pegou o receptor, a pesada porta foi aberta com força.

Um homem com um rosto pálido irrompeu com um impulso.

Um corpo esguio e alto, com uma perigosa aura de predador. O homem que usava um colete sem jaqueta e usava óculos coloridos era Shin.

— O que houve, Shin? Veio me incomodar outra vez?

Shin não respondeu imediatamente. A situação era estranha.

Raishin recolocou o telefone no gancho e se aproximou de Shin. Ele se virou na direção de Raishin, pálido como um cadáver. Ele estava agindo… não, não estava. Ao menos parecia verdade que ele fora exposto a uma tensão mental extrema.

— Ei, o que há de errado? O que aconteceu?

— A Ojou-sama… bom, isso não passa de um palpite meu.

— Diga logo!

— Ela foi sequestrada.

— O quê!?

Fazia menos de uma hora desde que Raishin e Alice se separaram.

Nesse curto período de tempo? A mesma Alice que tinha Shin como seu protetor? Quem poderia fazer algo assim? O apoiador da Alice é o próprio Diretor, certo?

— Quem fez isso? Quem sequestrou a Alice!?

— Temo que provavelmente seja— Sir Rosenberg, o líder dos Kreuzritter.

Ele não conseguiu entender imediatamente.

Ele ouviu as palavras de Shin calmamente. No entanto, ele não conseguia acreditar.

Kreuzritter— Rosenberg.

E pensar que ele ouviria novamente este nome na Academia.

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