Monk conseguia se lembrar bem de tudo o que tinha acontecido naquele dia. Ele estava procurando a besta com o grupo, e quando viu Martha ser agarrada pelos estranhos tentáculos na névoa, sem hesitar, ele a salvou. Se ele tivesse a escolha de fazer de novo, ele teria feito a mesma coisa sem um pingo de hesitação em seus olhos.
O que o surpreendeu, porém, foi quando ele estava sendo arrastado para baixo pela besta que ele pensava que estava tudo acabado. Ele havia fechado seus olhos em paz e apenas sorriu tranquilamente sabendo que pode salvar sua amada. Tudo o que ele esperava, por enquanto, era continuar caindo até que finalmente sentisse seus ossos sendo esmagados pela besta.
‘Só fico triste por nunca termos feito uma família juntos.’ – Monk pensou.
Mas a pressão do vento por causa da queda e do arrastamento começou a diminuir até que finalmente ele parou. Abrindo os olhos, ele ainda só conseguia ver a névoa espessa e nebulosa que parece cobrir tudo. E embora ele não pudesse ver a besta, ele podia ver seu grande contorno.
O próprio tamanho da coisa parecia ser uma montanha em movimento. Ele teria até pensado que era uma se não fosse por sua respiração. Ele se moveria lentamente para cima e para baixo enquanto inspirava e expirava.
Mas então, Monk notou outra coisa. De pé no topo da cabeça da besta, uma pequena figura opaca podia ser vista por cima, com a névoa escondendo todos os detalhes.
“Coloque o garoto no chão.” A voz disse lá de cima.
Conforme ordenado, a besta colocou Monk no chão e os tentáculos que o seguravam foram removidos. Embora ele não estivesse mais contido e estivesse livre para se mover, apenas um tolo tentaria fugir nessa situação. A besta seria capaz de restringi-lo facilmente mais uma vez, a questão mais urgente para Monk era por que ele foi mantido vivo e quem era esse homem poderoso, que poderia controlar uma besta tão grande e poderosa.
“Aquele selo, quem te destes isto?” O homem perguntou.
O selo de Monk foi exibido em seus antebraços. Seus braços estavam quase nus, já que ele não gostava de usar uma armadura pesada, pois se concentrava mais na velocidade do que em qualquer outra coisa quando se tratava de ataques. O selo em seu braço que o homem estava falando era o mesmo que pertencia ao Asas Carmesim.
“Um amigo!” Monk respondeu.
O homem começou a rir ao ouvir a resposta. “Um amigo? Agora, por que um amigo precisas colocar um selo em você? Ele não confias em ti?”
Enquanto o homem falava essas palavras, a besta ergueu seus estranhos tentáculos e o atirou em sua cabeça, colocando-o no chão. O homem começou a caminhar na direção de Monk, mas a névoa começou a se mover com ele. Embora estivesse se aproximando de Monk, ele ainda estava impossível de se visualizar.
‘Ele deve estar controlando a névoa, ou talvez seja a besta atrás dele.’
“A marca de um Dragão?” O homem disse, olhando mais de perto. “Agora, por que um humano escolhestes usar um símbolo como este? Algo que eles baniram e perseguiram até o fim da extinção.”
Ao falar, Monk podia sentir a raiva em sua voz.
“Nenhum humano deve ter a marca disso perante a mim.” O homem disse enquanto sua mão avançava e pairava acima da cabeça de Monk.
No momento, vários pensamentos estavam passando pela cabeça de Monk sobre as muitas ações que ele poderia tentar fazer. Ele deveria fugir, deveria tentar lutar, enfiando a lâmina na mão do homem? Se ele ia morrer de qualquer maneira, ele deveria fazer algo, certo? No entanto, por algum motivo, Monk não conseguiu fazer nenhuma dessas coisas. Porém, não era por causa do medo, Monk podia dizer, por seu treinamento e sensibilidade em seu Ki, que ele não queria fazer mal.
Quando a mão foi colocada no topo de sua cabeça, de repente o selo em seu antebraço começou a brilhar, até que um som de vidro quebrando foi ouvido. Ao chegar ao topo, ele viu que o selo não estava mais em seu braço.
Ele tentou enviar uma mensagem para os outros usando o sistema, mas não estava mais lá.
“Eu lhe livrei de suas amarras.” O homem disse. “Eu vi o que fizestes, como salvou aquela garota. Pense nisso como uma recompensa por suas ações corajosas. Você é livre para ir e escolher o que deseja fazer da sua vida.” – Ele disse enquanto se afastava.
Monk de repente ficou muito confuso. Este homem não estava alinhado com a Sombra, ele não iria infectá-lo ou matá-lo, e pedir a ele para trair seus amigos? Qual foi o propósito de atacá-los com a besta?
A curiosidade estava começando a afetar Monk. Nem uma vez, enquanto interagia com o homem, ele sentiu a presença do mal que muitas vezes sentia nos outros. Ele havia sentido nos túneis abaixo de Avrion. Ao lidar com os membros da Guilda das Trevas, mas não agora vindo dessa pessoa.
“Quem é você?” – Perguntou Monk.
O homem parou antes de subir na besta
“Creio que tu saibas a resposta, mas gosto de você. Se quiseres saber mais, desça para o porto sul do Reino Alure. Ou podes escolher continuar seguindo a pessoa que lhe deu as amarras. Mas deixe-me dar um pequeno aviso, só há uma maneira de quebrar um selo como esse, e é ter mais poder do que a pessoa que o colocou sobre ti em primeiro lugar. Você pode ficar fora desta guerra, ou pode escolher ir contra mim.”
Com isso, a besta ergueu o homem e foi embora. Depois de alguns minutos, ele não conseguia mais ver a besta gigante ou a névoa e agora Monk podia ver, ele estava em algum tipo de vale, e atrás dele estava o grande penhasco de onde ele havia caído.
“Sinto muito, Martha, mas se quisermos vencer esta guerra, precisamos descobrir mais sobre quem é nosso inimigo.” – Disse Monk.
Como tal, seu próximo destino era o porto sul.