Depois que o selo foi retirado de Monk, ele não fazia mais parte do Asas Carmesim. Ele sabia que os outros estariam preocupados com ele consideravelmente, mas ele pensou que talvez pudesse usar isso a seu favor. Ele queria ajudar, queria ser útil e talvez pudesse fazer isso agora.
Missões como essa eram quase impossíveis de fazer, e ele sabia que Ray nunca permitiria tal coisa. Além disso, aquele estranho tinha o deixado curioso, o que o esperava no porto ao sul do Reino Alure?
Viajar de Avrion para o Reino Alure era fácil naquela época. Embora neste momento o Asas Carmesim tivessem assumido Avrion, foi em um momento em que ainda era tratado como parte do Reino Alure.
Para pagar o custo da viagem, Monk decidiu vender seu equipamento de Cavaleiro de Avrion, bem como tudo que mostrasse que ele era anteriormente um Cavaleiro deles.
A única coisa que ele mantinha eram suas adagas que usava como armas. Ele havia obtido uma boa quantidade de moedas e estava a caminho do porto. Quando ele chegou, parecia ser igual a qualquer outra cidade. A única diferença era que estava estacionado junto a um grande rio. Sendo usado como um porto para entrega de mercadorias por navios.
Caminhando pela cidade, Monk tentava ver se conseguia notar algo diferente.
‘Não sei por quê, mas pensei que talvez todos aqui fossem infectados pela sombra, o homem está se escondendo aqui?’ – O que ele podia ver, entretanto, era que vários outros estavam andando por aí que pareciam nunca ter estado naquele lugar antes.
Da mesma forma, pareciam perdidos, não só isso, mas suas roupas estavam esfarrapadas, rasgadas e algumas delas nem pareciam estar nas melhores condições. – ‘Eles acabaram de entrar?’
Depois de caminhar ao redor, Monk começou a fazer algumas perguntas aos moradores locais, mas quando se aproximou de uma barraca de frutas para perguntar, ele rapidamente percebeu algo. O que ele deveria perguntar? Ele não tinha ideia da descrição do homem e só conseguia se lembrar do som de sua voz.
“Você sabe quem comanda este lugar, senhora?” Monk perguntou educadamente pensando que talvez isso o levasse a algum lugar. Talvez o prefeito da cidade soubesse de algo.
A mulher atrás do balcão era bem rechonchuda, mas tinha um grande sorriso no rosto. – “Claro que sim, há uma pequena pousada, onde você pode comer comida e beber, não muito longe daqui. No momento eles estão lá dentro, mas são os donos do lugar. Você tem muita sorte porque não é todos os dias que ele passa para ficar.”
“O que você quer dizer?” Perguntou Monk.
“Você não sabe muito sobre este lugar, não é? Este lugar é propriedade privada, então tecnicamente não faz parte do Reino Alure, embora ainda tenha que seguir as regras e pagar seus impostos como qualquer outro lugar. O proprietário que você quer ver está frequentemente ausente e raramente volta, mas quando volta, parece que todos sabem sobre ele de alguma forma. Todos eles vão até aquela pousada para encontrá-lo, e depois ele os leva em seu navio após algumas semanas.”
Este misterioso proprietário parecia ser a pista que ele procurava, ele não esperava ter resultados tão rápidos, mas parecia que ele não era o único procurando por este homem, mas todas essas outras pessoas também.
De repente, Monk ouviu um resmungo vindo de sua barriga. Fazia algum tempo que não comia, pois a maior parte de seu dinheiro era gasto em sua viajem, muitas vezes, quando estava muito concentrado, esquecia-se de certas coisas. Uma delas sendo comida.
“Aqui.” A mulher disse enquanto pegava uma maçã e ia entregá-la.
Quando Monk enfiou a mão no bolso, percebeu que não tinha nenhuma moeda com ele. “Eu não posso, me desculpe.”
“Apenas aceite, eu não estava cobrando de você em primeiro lugar. Todos nós precisamos comer, e esta cidade é um pouco mais especial do que você pensa. De uma forma ou de outra, todos nós estivemos na sua situação. De onde viemos não tínhamos comida para alimentar nossas barrigas famintas, como isso faz sentido quando há comida suficiente para todo o continente, mas ainda temos pessoas morrendo de fome em quase todas as grandes cidades?” – A mulher disse, balançando a cabeça.
“Está claro que algo está errado com o sistema.”
Monk não poderia concordar mais com a mulher. Ele também tinha vindo de uma dessas chamadas famílias. Ele meio que se esqueceu disso, desde seu tempo em Avrion. Quando seus pais souberam da notícia, não ficaram felizes porque pensaram que ele se tornaria um Cavaleiro, mas porque sabiam que ele seria bem alimentado e cuidado.
Pegando a maçã, por enquanto, Monk prometeu que voltaria quando tivesse algumas moedas. O dinheiro não seria uma preocupação significativa para ele. Ele sempre poderia simplesmente ir para a Salão-da-Guilda local e completar algumas missões simples para ganhar algumas moedas aqui e ali.
Antes disso, Monk decidiu que iria para a estalagem e ver o que estava acontecendo. Enquanto caminhava para lá, ele pôde ver que as muitas pessoas que ele viu andando pela cidade realmente estavam indo para o mesmo lugar que ele. A pousada estava localizada perto do rio e do porto. Então, havia muito espaço na frente dele.
Quando Monk finalmente chegou, viu uma fila enorme de cerca de cem pessoas, não todas, mas muitas delas pareciam pobres, doentes ou fracas com algum tipo de doença. Então, ao olhar para si mesmo, percebeu que não parecia muito diferente.
Levantando o braço, ele foi cheirar e rapidamente afastou a cabeça enquanto franzia o rosto.
‘Puf, tô fedendo, não tomo banho há dias. A mulher disse que ele estaria aqui por algumas semanas certo; talvez eu deva fazer algumas missões antes de qualquer coisa.’
No momento em que Monk ia se afastar da pousada, ele ouviu gritos vindos de um dos navios não muito longe. Seu instinto o fez correr na direção, mas ele não era o único, já que mais dois homens pareciam estar correndo com ele.