Síndromes
Aqui você vai aprender sobre cada síndrome falada nos capítulo 148 e 149 de My House of Horrors.
Síndrome de Angelman:
A síndrome de Angelman é uma doença genética e neurológica que se caracteriza por convulsões, movimentos desconexos, atraso intelectual, ausência da fala e riso excessivo. Crianças com esta síndrome geralmente apresentam boca, língua e maxilar grandes, uma testa pequena e têm tendência para ser loiros e de olhos azuis.
As causas da síndrome de Angelman são genéticas e estão relacionadas com a ausência ou mutação no cromossomo 15 herdado da mãe.
A síndrome de Angelman não tem cura, no entanto há tratamentos que ajudam a diminuir os sintomas e melhorar a qualidade de vida dos portadores da doença.
Os sintomas da síndrome de Angelman podem ser percebidos logo no primeiro ano de vida devido à atraso no desenvolvimento motor e intelectual.
- Os sintomas e características mais comuns desta síndrome incluem:
- Atraso mental grave
- Ausência de linguagem, com nenhum ou reduzido uso de palavras
- Convulsões frequentes
- Episódios de riso frequentes
- Dificuldade para começar a engatinhar, sentar e/ou andar
- Incapacidade de coordenação dos movimentos ou movimento trêmulo dos membros
- Microcefalia
- Hiperatividade e desatenção
- Distúrbios do sono
- Aumento da sensibilidade ao calor
- Atração e fascínio pela água
- Estrabismo
- Mandíbula e língua para fora
- Baba frequente.
Síndrome de Dorian Gray:
Distúrbios do corpo inteiro: Síndrome de Dorian Gray. O termo síndrome de Dorian Gray foi selecionado para explicar o desejo subjacente do paciente de permanecer para sempre jovem. O nome da síndrome é retirado de um romance de Oscar Wilde, no qual o protagonista, Dorian Gray, vende sua alma ao diabo para que ele não envelheça. O amor a si mesmo, a artificialidade e o egocentrismo do narcisista são aparentes. A síndrome de Dorian Gray é um corpo dimórfico distúrbio associado à regressão narcísica, sociofobia e um grande desejo de permanecer jovem. Em alguns casos, buscam-se medicamentos para o estilo de vida para retardar o processo natural de envelhecimento.
Síndrome do Membro Fantasma:
A Síndrome do Membro Fantasma é uma condição neurofisiológica, na qual a parte amputada desmembra-se do corpo, porém, não do cérebro, ocasionando fortes dores.
De acordo com o Dr. Raphael Sancinetti, ela pode ser manifestada de duas maneiras: sensação ou dor fantasma crônica.
A causa específica para essa condição neurofisiológica se manifestar, ainda intriga boa parte dos profissionais da área da saúde, uma vez que não possui uma razão específica para acontecer.
Como funciona a síndrome do membro fantasma?
Para ficar mais claro como a síndrome do membro fantasma funciona, vamos supor que nosso cérebro é um computador e nossa perna uma impressora.
Se cortássemos os fios que conectam essas máquinas, o computador ainda reconheceria a conexão, mesmo que os fios estivessem danificados. É uma falha de comunicação entre nosso corpo e o cérebro, o maior responsável por construir nossa imagem corporal.
Sensação do membro fantasma:
Trata-se de ainda sentir o membro, mesmo após a amputação.
Por exemplo, alguém que tenha amputado um braço e esteja sentado ao lado de um telefone que está tocando. Involuntariamente, seu primeiro impulso é o de tentar atendê-lo, mesmo que o braço não esteja mais lá.
É basicamente o que acontece: o cérebro tem uma certa dificuldade em entender que o corpo perdeu uma parte. Cerca de 70% dos amputados dizem senti-la ao longo da vida.
Dor no membro fantasma: Sem causa aparente, é uma ilusão que machuca de verdade, já que os pacientes relatam sentir forte ardência, queimação ou até mesmo beliscões no membro amputado.
Geralmente essa dor pode se intensificar ao longo dos anos e tende a aparecer com maior frequência em pacientes que sofreram amputação traumática.
Síndrome de Fregoli:
A síndrome de Fregoli, assim como a síndrome de Capgras, faz parte do grupo de síndromes delirantes de identificação. Nesse caso, o indivíduo acredita que está sendo perseguido por pessoas conhecidas, como parentes, amigos ou colegas.
O nome desta síndrome foi cunhado por Courbon, no ano de 1927, fazendo referência ao ator italiano Leopoldo Fregoli, famoso por suas imitações e transformações.
O curioso nesta síndrome é que pode ocorrer em indivíduos previamente saudáveis, ativos e que nunca apresentaram transtornos psiquiátricos ou neurológicos anteriormente ao desenvolvimento de um quadro depressivo em decorrência de um evento de vida muito significativo. Este transtorno costuma aparecer associado a outras condições psiquiátricas, neurológicas ou físicas, como esquizofrenia, neurodegeneração e lesão no sistema nervoso central.
Nesta síndrome, embora o indivíduo seja capaz de reconhecer as pessoas, ele acredita que os seus conhecidos ou pessoas próximas o tenha enganado, ou então, que estão disfarçados, mudando, na realidade, sua aparência física, sendo ainda a mesma pessoa internamente. Por exemplo, se o impostor é um tio, o tio irá se disfarçar de irmão do portador da síndrome, mas a personalidade continua a ser a do tio.
O tratamento é feito com medicamentos, especialmente anti psicóticos. Também podem ser ministrados anticonvulsivantes e antidepressivos.
Transtorno Dismórfico Corporal:
A dismorfia corporal é um transtorno psicológico em que existe preocupação excessiva pelo corpo, fazendo com que a pessoa sobrevaloriza imperfeições ou imagine essas imperfeições, resultando num impacto muito negativo para a sua autoestima, além de afetar sua vida no trabalho, escola e no convívio com amigos e familiares.
Este distúrbio afeta igualmente homens e mulheres, principalmente na adolescência, podendo ser influenciado por fatores genéticos ou ambientais. A dismorfia corporal, pode ser tratada com medicamentos antidepressivos e realização de sessões de psicoterapia, com ajuda de um psicólogo ou psiquiatra.
Como identificar os sintomas:
As pessoas que sofrem de dismorfia corporal, preocupam-se em excesso com a aparência do corpo, mas, na maior parte dos casos, preocupam-se mais com pormenores do rosto, como com o tamanho do nariz, das orelhas ou a presença excessiva de acne, por exemplo.
Os sintomas e sinais característicos deste distúrbio, são:
- Ter baixa autoestima
- Demonstrar preocupação excessiva com determinadas partes do corpo
- Estar sempre se olhando no espelho ou evitar completamente o espelho
- Dificuldade para se concentrar em outras coisas do dia a dia
- Evitar a vida social
Os homens com dismorfia corporal geralmente apresentam sintomas mais graves, possuindo uma preocupação maior com seus órgãos genitais, constituição corporal e perda de cabelo, enquanto que as mulheres preocupam-se mais com a aparência da pele, peso, quadril e pernas.
Síndrome de Cotard:
A síndrome de Cotard, conhecida popularmente como “síndrome do cadáver ambulante”, é um transtorno psicológico muito raro em que a pessoa acredita que está morta, que partes de seu corpo desapareceram ou que seus órgãos estão apodrecendo. Por esse motivo, esta síndrome representa um elevado risco de autoagressão ou suicídio.
As causas da síndrome de Cotard não são conhecidas com exatidão, mas a síndrome tende a estar associada a outros transtornos psicológicos, como alterações da personalidade, transtorno bipolar, esquizofrenia e casos de depressão prolongada.
Embora esta síndrome não tenha cura, o tratamento deve ser feito para diminuir as alterações psicológicas e melhorar a qualidade de vida da pessoa. Dessa forma, o tratamento deve ser individualizado e indicado pelo médico psiquiatra.
Principais sintomas
Alguns sintomas que ajudam a identificar este transtorno são:
- Acreditar que se está morto
- Mostrar ansiedade frequentemente
- Ter sensação de que os órgãos do corpo estão apodrecendo
- Sentir que não pode morrer, porque já morreu
- Se afastar do grupo de amigos e da família
- Ser uma pessoa muito negativa
- Ter insensibilidade à dor
- Sofrer alucinações constantes
- Ter tendência suicida
Além desses sinais, quem sofre com esta síndrome pode ainda relatar que sente o cheiro de carne podre saindo do seu corpo, devido à ideia de que os seus órgãos estão apodrecendo. Em alguns casos, os pacientes podem não se reconhecer no espelho, nem conseguir identificar familiares ou amigos, por exemplo.
Como é feito o tratamento
O tratamento da síndrome de Cotard pode variar bastante de uma pessoa para a outra, já que normalmente é necessário tratar o problema psicológico que está na base do aparecimento dos sintomas da síndrome.
No entanto, na maior parte das vezes, o tratamento passa por fazer sessões de psicoterapia cognitivo-comportamental, além de fazer uso de alguns medicamentos como antipsicóticos, antidepressivos e/ou ansiolíticos. É também muito importante que a pessoa seja vigiada regularmente, devido ao risco de autoagressão e suicídio.
Nos casos mais graves, como depressão psicótica ou melancolia, pode ainda ser recomendado pelo médico a realização de sessões de terapia eletroconvulsiva, que consiste na aplicação de choques elétricos no cérebro para estimular certas regiões e controlar mais facilmente os sintomas da síndrome. Após estas sessões normalmente também é feito tratamento com medicamentos e psicoterapia.
Heminegligência:
Trata-se de um distúrbio neurológico relativamente comum após lesões cerebrais unilaterais, mais frequentemente no hemisfério direito. Os indivíduos hemi negligentes experienciam um déficit na exploração espacial da metade contralesional do seu mundo, sendo que este se pode estender a todas as modalidades sensoriais.
Conforme explica a neurofisiologista Simone Amorim, pessoas que sofrem uma lesão (causada por AVC ou por um traumatismo, por exemplo) em um dos lados do cérebro, podem “esquecer” o lado oposto do corpo, passando a “ignorar” as informações relacionadas a esse campo sensorial. Isso acontece principalmente quando as lesões se concentram no lado direito – afetando, assim, a percepção sobre o lado esquerdo do corpo.
O tratamento é feito por meio de Reabilitação Neurocognitiva, que é conduzido pelo neuropsicólogo. O médico neurologista é quem faz o diagnóstico e deve acompanhar a evolução do paciente. O terapeuta ocupacional e outros especialistas poderão compor a equipe multidisciplinar de apoio ao paciente.
Asperger:
A Síndrome de Asperger é um transtorno do espectro autista, que antigamente era considerada uma condição relacionada, mas distinta do autismo. A redefinição ocorreu após maio de 2013.
As crianças com Asperger não apresentam grandes atrasos no desenvolvimento da fala e nem sofrem com comprometimento cognitivo grave. Esses alunos costumam escolher temas de interesse, que podem ser únicos por longos períodos de tempo – quando gostam do tema ‘dinossauros’, por exemplo, falam repetidamente nesse assunto. Habilidades incomuns, como memorização de sequências matemáticas ou de mapas, estão bastante presentes com essa síndrome.
Na infância, essas crianças apresentam déficits no desenvolvimento motor e podem ter dificuldades para segurar o lápis para escrever. Estruturam seu pensamento de forma bastante concreta e não conseguem interpretar metáforas e ironias – o que interfere no processo de comunicação. Além disso, não sabem como usar os movimentos corporais e os gestos na comunicação não-verbal e se apegam a rituais, tendo dificuldades para realizar atividades que fogem à rotina.
Síndrome de Lesch-Nyhan:
A síndrome de Lesch-Nyhan é uma doença hereditária, descrita em 1964, que afeta o metabolismo de purinas (compostos de nitrogênio que se formam, juntamente com outros nucleotídeos como pirimidinas, ácidos nucleicos como DNA e RNA) e cuja causa é uma mutação de um gene localizado no cromossomo X, de herança recessiva (O que significa que ambos os genes devem ser anormais para causar o distúrbio).
O erro genético produzido por essa síndrome gera um déficit de enzima – hipoxantina-guanina – fosforibosil – transferase (HPRT), cuja consequência mais proeminente no nível metabólico é uma superprodução acentuada dos níveis de ácido úrico no organismo e no conjunto série de problemas neurológicos e comportamentais.
A prevalência da síndrome de Lesch-Nyhan foi estimada em cerca de 1 em 380.000 e 1 em 235.000 recém-nascidos. Esta doença afeta principalmente os homens, embora as mulheres heterozigotas (que têm dois alelos diferentes do gene) também sejam portadoras (e geralmente assintomáticas).
O início do distúrbio ocorre na infância e, até o momento, foram descritas duas formas da doença: LNS (a variante mais grave), que causa total ausência de (HPRT) e variantes de Lesch-Nyhan, cuja consequência é um déficit parcial da enzima. A variante LNS produz urolitíase (presença de cálculos nos rins ou trato urinário) e gota, associada à superprodução de ácido úrico, além de distúrbios neurológicos graves, alterações hematológicas e comportamentos autolesivos.
Na forma menos grave de LNS, também conhecida como síndrome de Kelley-Seegmiller, embora a maioria das manifestações clínicas da síndrome de Lesch-Nyhan ocorra, comportamentos autolesivos não estão presentes e os pacientes têm uma expectativa de vida normal.