Capítulo 16
Equipe Recon Nove
No dia seguinte, Akira voltou para as Ruínas da Cidade de Kuzusuhara, para o vasto saguão do mesmo prédio ao qual ele havia se reportado anteriormente. Ao longo do caminho, ele parou no Cartridge Freak e substituiu as balas que havia disparado tão generosamente nos túneis. A velocidade com que ele usava cartuchos CWH proprietários alarmou Shizuka, embora ele tenha conseguido acalmá-la – ele garantiu que não havia lutado sozinho e que havia usado toda aquela munição poderosa porque se limitou a atacar de uma distância segura. Tudo isso era perfeitamente verdade; ele apenas se esqueceu de mencionar que corria tanto perigo que não havia outra escolha.
Shizuka parecia suspeitar de algo, mas não o pressionou para obter detalhes. Em vez disso, ela mandou Akira embora com um breve abraço, um sorriso e uma ordem para evitar riscos e voltar para casa em segurança. Isso foi tudo que ela pôde fazer, já que dizer para ele não ir não era uma opção.
Na sede do primeiro andar que supervisionava os caçadores subterrâneos, Akira encontrou o mesmo oficial do dia anterior esperando por ele.
“Aí está você, Vinte e Sete”, disse o homem. “Escolha o seu veneno: reconhecimento ou extermínio.”
“A segurança está fora de questão?” Akira perguntou, intrigado. Já lhe haviam oferecido segurança ou reconhecimento antes. “Eu gostaria de mais um dia assim, se for uma opção.”
“Não pode fazer isso. Você teve um desempenho muito bom ontem para isso. Você é oficialmente bom demais para ser desperdiçado como espantalho em algum posto de controle, então é reconhecimento ou extermínio. Você não está feliz por estar fazendo seu nome?”
“Bem, se isso te impressionou, gostaria que você se concentrasse em como eu era um bom segurança.”
“Difícil. Essa decisão vem de cima, então não adianta chorar comigo. Agora pare de enrolar e escolha um.” Depois de um momento, o oficial acrescentou: “Ah, e eles são igualmente perigosos, então não há diferença real nisso”.
Akira franziu a testa e quebrou a cabeça. Ele preferiria andar cautelosamente por corredores desconhecidos e talvez acabar em outra confusão, ou atacar um ninho onde pudesse ter certeza de que estaria lutando contra hordas de escorpiões? Ele não conseguia decidir.
Se você trabalhar no reconhecimento, poderá ficar fora de brigas contanto que seja um explorador bem o suficiente, Alpha forneceu, percebendo que ele iria agonizar para sempre com a escolha se fosse deixado por conta própria. Por outro lado, você pode ser forçado a entrar em batalhas inesperadas. Na equipe de extermínio, você pode contar com poder de fogo suficiente para lidar com qualquer coisa que encontrar, mas definitivamente terá que lutar. Se você deseja que uma equipe grande lide com segurança com situações como as de ontem, recomendo o extermínio.
“Reconhecimento, por favor”, disse Akira.
“Claro”, respondeu o funcionário. “Pronto, tudo pronto. Siga as instruções do seu terminal para o Posto de Controle Dezenove e faça o que as pessoas responsáveis lhe disserem.
“Entendido.”
O oficial observou Akira partir com uma expressão ambivalente. “’Recomendado por: Kibayashi. Reembolso de munições aprovado por: Kibayashi. Supervisor de colocação: Kibayashi’”, ele murmurou, examinando os registros do garoto em seu terminal. “Deve ser aquele Kibayashi. E se o garoto chamou sua atenção, não sei se devo invejá-lo ou ter pena dele. Esse cara é louco por acrobacias imprudentes.”
Akira cruzou o caminho de Kibayashi quando a cidade ficou sob ameaça no meio de um trabalho de patrulha de rotina. Como trabalhava tanto para o Escritório dos Caçadores quanto para Kugamayama, Kibayashi tinha autoridade suficiente para comandar esse extermínio subterrâneo. E ele se tornou bastante famoso. “Viva rápido e morra rápido” – era assim que ele pensava que a vida deveria ser vivida. Ele via a caça como a vitrine perfeita para sua filosofia e ganhou uma reputação desfavorável por exagerar em sua exuberância para ajudar qualquer caçador que incorporasse esse ideal.
Kibayashi procurou caçadores que ele achava que estavam procurando uma chance de provar suas habilidades, proporcionando-lhes empregos de alto risco e alto retorno que poderiam mudar suas fortunas. A maioria caiu e queimou, deslumbrada com os encantos das apostas imprudentes que só poderiam terminar em triunfo espetacular ou derrota total. Eles perderam e o deserto os engoliu.
Os vencedores foram recompensados com ainda mais oportunidades – empregos com tanto potencial de lucro que não conseguiram recusar, apesar dos riscos para a vida e a integridade física. Havia muitos caçadores cujos talentos inatos os teriam tornado imensamente bem-sucedidos se tivessem levado as coisas devagar e com firmeza; sob o incentivo de Kibayashi, no entanto, eles normalmente acabavam ganhando glória num piscar de olhos e depois morrendo na pressa de reivindicar mais. Mas, apesar de sua reputação, o brilho dos vencedores que fizeram fortuna com sua ajuda levou muitos caçadores a aceitarem suas ofertas.
“O garoto tem sorte por ter a chance de jogar ou azar porque teria vivido mais tempo sem isso?” o oficial murmurou, uma pitada de simpatia tocando sua expressão.” Me dói. Mas se você jogar por tempo suficiente, você certamente perderá algum dia.”
Akira vinha apostando nas probabilidades desde o dia em que se tornou um caçador. Até agora, com a ajuda de Alpha, ele havia vencido todos os jogos.
Akira, por que você escolheu a equipe de reconhecimento? Alpha perguntou enquanto atravessavam as passagens subterrâneas. Acho que o extermínio foi sua melhor aposta para evitar outra bagunça como a de ontem.
Mas isso significaria outra luta em que eu teria que queimar munição proprietária para sobreviver, certo? Akira respondeu. Sei que meu cliente está pagando a conta, mas quero evitar situações em que tenha que confiar em tantos cartuchos CWH.
Alpha o encarou.
O que? ele acrescentou defensivamente. Entendo que acumularia muito mais experiência de combate trabalhando no extermínio, mas isso não importará se eu for morto. Além disso, só posso carregar um determinado limite de munição comigo.
Estocar munição cara na Cartridge Freak é bom para os resultados financeiros de Shizuka. Mas quanto mais você compra, mais ela se preocupa. Alpha pensou, suponho que você se preocupa mais com o último.
Akira não respondeu, embora seu silêncio falasse muito.
Não tenho problemas com sua escolha, continuou Alpha. Mas se você quiser meu conselho, a melhor maneira de garantir a paz de espírito de Shizuka é se tornar habilidoso o suficiente para afastar um enxame de escorpiões Yarata sem suar a camisa. Seguiu-se outro momento de silêncio. Então, rispidamente, Akira admitiu: Você tem razão.
A instalação básica é situada em um vasto salão subterrâneo. Foi estabelecida recentemente para proteger as zonas desconhecidas ao seu redor, e uma grande força de caçadores foi estacionada para proteger locais importantes nas proximidades. As equipes de reconhecimento e extermínio também a usaram como parada de descanso, aumentando a animação da multidão.
Um grupo de autoridades municipais armadas emitiu ordens do centro do salão. O terminal de Akira o direcionou direto para eles, e o homem que parecia estar no comando logo percebeu sua aproximação.
“Você deve ser o vinte e sete”, disse o funcionário. “A equipe de reconhecimento à qual você se juntará está explorando agora. Aguarde até eles voltarem. Não me importa o que você faça, contanto que não saia desta sala. Fique de guarda se ficar entediado e mate todos os escorpiões que encontrar.”
“Entendi”, respondeu Akira e saiu em busca de um espaço desocupado. O funcionário fez uma ligação. “Aqui é o Posto de Controle Dezenove.”
“Aqui é a Equipe Recon Nove (Equipe de Reconhecimento Nove).”, respondeu uma voz feminina de seu terminal. “Ainda não é hora do nosso contato regular. Algo está errado?”
“O membro adicional que você solicitou está aqui. Volte e pegue-o se precisar dele.”
“É melhor que ele seja bom”, interrompeu uma voz de homem. “Estamos todos prontos para contratar batedores; o que precisamos é de poder de fogo.”
“Não seja exigente”, disse o funcionário. “Mas ele matou seu quinhão de escorpiões ontem, então duvido que você precise se preocupar. Se você não o quer, leve o grupo anterior de volta com você. Só trouxe esse cara para você porque você reclamou.”
“Prefiro não ter ninguém do que trazê-los comigo” foi a resposta sarcástica do homem.
“Vamos voltar por enquanto,” a voz da mulher retomou. “Prepare-se para receber os dados que coletamos. Faça o reconhecimento.”
O oficial voltou-se para seus subordinados. “A Equipe Recon Nove está voltando. Prepare-se para transmitir suas descobertas ao QG. Certifique-se de que eles saibam que pelo menos receberão os dados, mesmo que não tenham concluído a conversão do último lote.”
“Sim senhor.”
Em seguida, o oficial desviou o olhar para o terminal em sua mão, que exibia os registros de Akira. Ele franziu a testa ligeiramente enquanto os relia, depois descartou suas preocupações com um murmúrio: “Bem, tudo bem. Ele definitivamente fez sua parte em combate ontem.”
O nome do patrocinador de Akira era a fonte de sua preocupação. O menino não parecia forte o suficiente para vencer uma das apostas imprudentes de Kibayashi, e uma derrota deixaria o resto deles na mão. No entanto, ele não podia mandar Akira embora, já que Kibayashi o superava, então ele colocou sua fé no histórico do jovem caçador. Isso o fez se sentir melhor. E mesmo que alguém tivesse alterado os registros, ele não seria responsabilizado pelas consequências.
Ao contrário do Posto de Controle Quatorze, a maior parte da área ao redor do Posto de Controle Dezenove estava envolta em escuridão. Akira havia chegado por uma rota bem iluminada, mas a escuridão subterrânea se estendia ininterrupta em todas as outras direções.
Simplesmente não havia luzes suficientes, ou os caçadores optaram por não instalá-las até terminarem de mapear as passagens e eliminar quaisquer escorpiões à espreita — Akira não tinha ideia de qual.
Ele olhou para os caçadores que estavam de guarda ou descansando nas proximidades e viu alguns rostos familiares: a equipe de Katsuya.
Eles foram deixados aqui também, hein? ele disse.
Parece que sim, Alpha respondeu. E agora que sabemos disso, sugiro que você se afaste deles.
Por que?
Porque um encontro entre vocês terminará em apuros.
Tudo bem, Akira concordou timidamente. Ele não conseguiu refutá-la, então se dirigiu para o lado oposto do posto de controle do grupo Druncam . O tempo passou enquanto ele ficava de guarda, e ele começou a se perguntar se conseguiria ficar no posto de controle até que seu turno mínimo terminasse. Uma voz familiar atrás dele frustrou essas esperanças.
“Akira!”
Ele se virou e viu Sara acenando alegremente para ele. Aproximando-se, ele acenou com a cabeça em saudação e disse: “Faz muito tempo que não nos vemos. Você e Elena também estão trabalhando aqui?”
“Sim”, ela respondeu. “Tecnicamente, assinamos contrato para proteger a base temporária, mas fomos transferidas para cá às pressas. Mesmo assim, você é nosso novo membro? Eu não esperava que isso acontecesse.”
“Eu sou? Então, a equipe ao qual eu deveria me juntar é…”
“O mesmo em que Elena e eu estamos, sim. Ela é a líder. Vou levar você até ela. Sara conduziu Akira ao centro da vasta câmara, onde Elena estava discutindo algo com os funcionários da cidade. Elena casualmente acenou para ele assim que o viu.
“Bem-vindo a Equipe Recon Nove”, disse ela, com falsa formalidade. Sou Elena, sua nova líder.”
“Meu nome é Akira. É um prazer trabalhar com você”, respondeu ele, igualmente cortês. Então os dois riram.
“Engraçado, eu nunca esperei que você fosse nosso novo membro,” Elena acrescentou. “Farei o meu melhor para cuidar de você, mas este é um trabalho perigoso, então tenha cuidado. Estaremos mapeando zonas inexploradas, então é claro que não há como dizer que tipos de monstros existem por aí. Fique atento e esteja pronto para qualquer coisa.
“Eu entendo. Terei cuidado para não atrasá-las.”
“Bom, esse é o espírito! Mas jogue pelo seguro e conte conosco quando as coisas ficarem perigosas.”
Shizuka ficaria arrasada se algo acontecesse com você.”
“Eu sei. Contarei com você quando chegar a hora.”
Elena sorriu, satisfeita por Akira não parecer muito ansioso. Com suas preocupações dissipadas, ela voltou a transferir os dados que havia coletado em sua expedição de reconhecimento aos oficiais. Ela registrou a maior parte de suas descobertas usando seus próprios sensores, que apresentavam uma precisão muito maior do que seu terminal de trabalho conseguia. Mas seu scanner armazenava dados em um formato diferente do dispositivo emprestado, de modo que sua saída precisava ser convertida para uso pela cidade. Na maioria dos casos, os funcionários descartariam dados não padronizados para evitar complicações. O de Elena, entretanto, foi útil o suficiente para justificar o esforço extra. E como a transferência e a conversão demoravam um pouco, ela explicou a Akira, sua equipe ficaria de prontidão por um tempo.
“Então, seus dados recebem tratamento especial?” Akira disse quando terminou de ser informado. “Eu sabia que você era incrível.”
Seu elogio franco envergonhou Elena um pouco, embora ela não se importasse com o elogio. “Estou feliz que você aprecie a importância da exploração”, ela respondeu, um pouco arrogante. “Muitos caçadores não, sabe? Eles acham que podem simplesmente eliminar qualquer monstro sendo descuidados demais para detectar com antecedência. E eles marcham em direção a ruínas cheias de reviravoltas, convencidos de que não se perderão — ou pelo menos que encontrarão a saída rapidamente se o fizerem.”
“Realmente?” Akira perguntou surpreso. “Não acredito que alguém pense que seu trabalho não importa. Prefiro não lutar contra nenhum monstro que possa evitar, e me perder em uma ruína também não é minha ideia de diversão.”
Todos tinham sua própria ideia do que tornava um caçador capaz, mas a maioria supervalorizava a força bruta necessária para abater monstros poderosos com facilidade. A habilidade de combate não era apenas útil; também era simples o suficiente para gerar boa autopublicidade. Isso levava alguns a dispensar batedores, que não enfrentavam seus inimigos diretamente. Elena teve várias experiências desagradáveis com esse tipo de desdém.
Mas durante as incursões de Akira em Kuzusuhara, a compreensão de Alpha sobre ameaças e terreno foi praticamente a única coisa que o manteve vivo. Assim, ele adquiriu uma apreciação saudável do valor de um bom batedor.
“Você ficaria surpreso com quantos existem,” Elena respondeu, com um humor ainda melhor agora que sentia que o respeito de Akira por seu trabalho era genuíno. “E eles estão sempre cheios de reclamações também. Eu não suporto eles.” Carrancuda, ela desabafou longamente suas frustrações. Eventualmente, ela percebeu que havia passado de compartilhar sua experiência para simplesmente reclamar, e que ficar diante de uma interminável litania de reclamações provavelmente não era muito divertido para Akira.
“Só para você saber, Sara é o músculo do nosso time, mas isso não significa que eu não possa lutar”, disse ela, mudando de rumo. “Meus scanners melhoram minha precisão e, com meu novo traje motorizado, não tenho problemas para manusear armas pesadas. Eu não gostaria que você pensasse que não consigo me sair bem em um tiroteio só porque me especializei em reconhecimento.”
“Ah, isso mesmo”, disse Akira. “Você começou a usar traje outro dia.”
“Tenho meus instrumentos para carregar, então minhas armas ainda são mais leves que as de Sara, mas possuem poder de fogo mais que suficiente…”
A menção ao traje de Elena lembrou Akira de que ele a tinha visto usando-o na loja de Shizuka. Muitos provavelmente achariam a roupa colante bastante provocante, acentuando todas as suas curvas atraentes. Ela corou furiosamente, nervosa por ser vista nele.
Então essa memória lembrou outra: a recriação realista de Alpha, gerada por IA, de Elena nua. O que, por sua vez, lembrou o tratamento semelhante que Alpha dispensou a Sara. Suas figuras fascinantes e nuas deixaram uma forte impressão em sua memória.
Quando percebeu que estava seguindo uma linha de pensamento arriscada, já era tarde demais – ele estava revivendo a cena. Ele balançou a cabeça para limpar a imagem de sua mente, mas não conseguiu se livrar da agitação que a acompanhava. Não demorou muito para Elena somar dois mais dois e descobrir que ele estava pensando em vê-la no Cartridge Freak.
Akira estava fazendo o possível para parecer calmo, então Elena fez o mesmo. No entanto, ela não conseguiu – o constrangimento dele revelou-se contagiante. A conversa deles vacilou e ambos riram para disfarçar seu constrangimento.
Sara riu dos dois. Ela tinha ouvido o relato de Shizuka sobre o incidente do traje, então ela poderia adivinhar o motivo da atitude de Akira. E ela se divertiu ao ver esse lado incomum de sua melhor amiga, mesmo que se sentisse culpada por isso. Claro, ela não tinha ideia de que ele também a estava imaginando nua.
“A propósito”, disse Akira, desesperado para forçar a conversa para um canal diferente, “Quantas pessoas estão na sua equipe de reconhecimento?”
“Quatro, incluindo você,” Elena respondeu, seguindo seu exemplo.
“Quatro? Isso é normal? Parece um pouco, er, pequena para mim. Não seria melhor trazer mais pessoas?”
Ele foi forçado a afastar um enxame de escorpiões com apenas uma equipe de três no dia anterior. No que lhe dizia respeito, ele havia sobrevivido por um triz. E os túneis inexplorados estavam cheios de mais ninhos do que ele conseguia contar.
A principal tarefa do Reconhecimento era investigar, não exterminar; mas quatro pessoas ainda pareciam poucas para conforto. Mesmo admitindo que a equipe de Elena pudesse ser habilidosa o suficiente para superar qualquer dificuldade, ele não poderia aceitar esse número sem uma explicação.
Elena e Sara franziram as sobrancelhas e trocaram olhares. Akira não sabia o que se passava em suas mentes, mas sabia que não era bom.
“Originalmente planejamos sair com um grupo um pouco maior”, explicou Sara, franzindo a testa. “Só que não deu muito certo.”
“O que aconteceu?” Akira perguntou.
Elena fez uma careta. “Os membros da nossa equipe não eram exatamente compatíveis. Não é o problema mais raro, mas gostaria que eles tivessem resolvido isso antes do tempo.”
“Desculpe por isso. Vou fazer uma reclamação sobre essa questão pessoal também”, interrompeu o último membro da equipe. Ele era um caçador Druncam como a equipe de Katsuya e já havia sido seu supervisor, embora agora operasse de forma independente. “Meu nome é Shikarabe e sou membro da Equipe Recon Nove. Você é o novo caçador que eles nos designaram?”
Akira inclinou a cabeça educadamente. “Meu nome é Akira. Estou feliz por trabalhar com você hoje.”
“Eu apreciaria alguma ajuda, mas não quero peso morto”, respondeu Shikarabe, avaliando o menino. “Você pode atirar?”
“Se você decidir que não posso, guarde suas reclamações para o QG”, respondeu Akira, imperturbável pelo tom incendiário do homem. “Afinal, foram eles que me mandaram para cá. Talvez eles te mandem alguém melhor se você os incomodar o suficiente.”
Shikarabe pareceu surpreso. A resposta de Akira foi o oposto do que ele esperava. O garoto tinha mais ou menos a idade de Katsuya e precisava ser bastante habilidoso se o quartel-general o tivesse enviado aqui sozinho. Jovens famosos como esse geralmente se superestimavam. Então Shikarabe previu uma ostentação confiante, ou talvez uma reclamação irritada de que alguém ousasse duvidar da competência do garoto. Mas Akira não parecia se importar se o caçador mais velho tivesse uma opinião negativa sobre sua habilidade. “Você não parece muito seguro de si. Acha que não está à altura do trabalho?” Shikarabe exigiu, escondendo sua surpresa atrás de uma demonstração de desdém.
Mas Akira permaneceu calmo. “Eu não sei o que você está esperando. Mas não acho que sou forte o suficiente para prometer que posso lidar com tudo que surgir em nosso caminho, ou que você não terá nada com que se preocupar enquanto eu estiver por perto. Então, se é isso que você quer dizer, então sim, acho que não estou muito seguro de mim mesmo.”
Shikarabe exalou e se iluminou. “Desculpe por isso. Estou acostumado a lidar com muitos idiotas excessivamente confiantes. Mas pelo menos parece que você não é um deles, então você deve se sair bem. Duvido que o QG seja estúpido o suficiente para mandá-lo para cá se você não conseguir se controlar.”
Na verdade, Akira não parecia tão forte para Shikarabe. Mas Elena e Sara pareciam receber bem o menino, e o quartel-general atestou ele, então Shikarabe deduziu que ele não poderia ser completamente inútil.
“Estou pronto para partir”, acrescentou o homem. “Avise-me sempre que decidir sair.”
“Partiremos assim que eu terminar de entregar isso”, disse Elena, verificando quanto tempo seu terminal levaria para transferir os dados restantes. “Faltam cerca de cinco minutos. Tudo bem para você, Akira?”
“Por mim tudo bem. Eu poderia ir agora se você quisesse”, respondeu Akira. Então, ele percebeu Alpha apontando e se virou para olhar.
“Huh?”
Katsuya estava vindo em sua direção e o resto de sua equipe não estava muito atrás. Mais uma vez, a roupa de empregada de Shiori estava chamando a atenção do grupo, mas esse não era o motivo da carranca descontente no rosto de Katsuya.
