Capítulo 1.2
A Ruína Enterrada
Três dias depois, depois de fazer todos os preparativos necessários para retomar a caça, Akira dirigiu seu caminhão para o deserto. Alpha assumiu o controle dos computadores de seu traje, terminais e caminhão. Ele pegou o jeito de seu scanner integrado em um rápido passeio pelo terreno baldio próximo aos limites da cidade. E ele instalou as peças personalizadas em seu A2D, trocou a mira de suas outras armas e testou todas elas. Ele se sentia pronto para voltar ao trabalho e, agora que tinha seu próprio caminhão, estava ansioso para retomar sua busca por ruínas desconhecidas.
O destino de hoje era um campo de escombros que ele visitou uma vez enquanto seguia pistas dos terminais deixados pela Lion’s Tail, Inc. (Cauda de Leão, Inc.) A seta apontando para seu objetivo parecia direcioná-lo para o subsolo, indicando a possibilidade de uma ruína abaixo da superfície árida. Tal descoberta significaria um tesouro de relíquias, um sonho pelo qual muitos enfrentaram os desertos e mapearam o Oriente. Os poucos que tiveram sucesso tornaram-se fabulosamente ricos da noite para o dia, inspirando novas ondas de exploradores a seguirem os seus passos. A maioria, entretanto, ficou aquém e desapareceu no deserto com seus sonhos perdidos.
Ruínas recentes não eram encontradas tão facilmente, e seus perigos eram tão desconhecidos quanto seus tesouros, caçadores sortudos o suficiente para tropeçar em um delas às vezes acabavam massacrados pelas hordas de monstros lá dentro. E embora os locais intocados muitas vezes contivessem relíquias, nada era garantido. Mesmo localizar uma delas com sucesso pode ser uma perda de esforço. Ainda assim, era uma perspectiva lucrativa e, com Alpha ao seu lado, Akira tinha certeza de que conseguiria.
“Sabe, ainda não consigo acreditar que coloquei as mãos em um caminhão tão rápido”, ele refletiu enquanto navegava entusiasmado pelo deserto. “Agora devo ser capaz de explorar novas ruínas sem que outros caçadores percebam tão cedo. Certo?”
Está correto. Alpha assentiu alegremente do banco do passageiro. Ou pelo menos você não precisa se preocupar com um carro alugado pegando suas descobertas. A maioria dos veículos alugados registrava sua posição e rotas de viagem para facilitar o rastreamento e a recuperação. Naturalmente, as locadoras tinham acesso a esses dados, o que significa que nenhuma descoberta que Akira fez em um veículo alugado estava protegida de seu conhecimento. Então ele e Alpha cancelaram a busca até conseguirem seu próprio transporte.
“Ótimo! Então vamos procurar!” Akira então deu outra olhada no que Alpha estava vestindo e acrescentou, com uma pitada de frustração: “Mas, falando sério, você não pode escolher uma roupa melhor?”
Alpha estava sentada ao lado dele no banco do passageiro do veículo no deserto, seu vestido branco puro contrastando com tudo ao seu redor. Camadas de tecido fino e lustroso envolviam sua figura divinamente perfeita, a surpreendente pureza de sua tonalidade fazendo-a parecer quase sublime. Seu véu claro, primorosamente bordado, tremulava com a brisa e, sob ele, seus cachos esvoaçantes formavam ondas radiantes de tirar o fôlego. E ela sentou-se como se não tivesse nenhuma preocupação no mundo, embora sua roupa pouco prática devesse ter ficado presa em tantas partes diferentes da caminhonete que simplesmente subir em seu assento seria quase impossível. Ela nunca teria conseguido se fosse mais do que uma imagem virtual.
Oh, isso não serve para você? ela perguntou, seu sorriso contrastando tanto com o equipamento de combate de Akira quanto com o resto de sua aparência. Suponho que não deve ser do seu gosto.
“Não foi isso que eu quis dizer. Você parece tão deslocada que me distrai, e estou tentando dirigir. Você não vê como isso é arriscado?”
Estou comandando meu suporte em segundo plano, para que o caminhão não bata mesmo se você cometer um erro. Apenas recoste-se e aproveite a viagem.
“Acho que você tem razão, mas ainda não gosto disso.” Uma leve carranca apareceu no rosto de Akira.
Alpha riu. Já falamos sobre isso antes, lembra? Eu me visto assim para ter certeza de que qualquer humano que possa me ver reagirá.
“Oh, certo. Bem, acho que esse traje resolveria.”
Havia um limite de coisas que alguém poderia razoavelmente fazer com um vestido branco puro, então a roupa certamente assustaria qualquer pessoa desavisada que a visse no deserto. Akira podia ver a lógica, mas ainda estava experimentando o efeito atraente do vestido de perto, então permaneceu ambivalente.
Pense nisso como um exercício para melhorar sua concentração. Você não deve permitir que algo tão insignificante como uma mulher vestida de maneira estranha no banco do passageiro estrague seu foco.
“Você não poderia pelo menos voltar para aquela roupa de empregada de antes? Ela não era tão ruim.”
Não. Uma roupa de empregada pode ser um traje perfeitamente normal para uma caçadora no deserto.
“Nem em um milhão de anos.”
Tem certeza? Você já encontrou mais de uma mulher vestida dessa maneira.
Isso era verdade. Ele viu uma caçadora vestida de empregada atrair olhares nos túneis de Kuzusuhara. Outra apareceu com ela no distrito inferior da cidade de Kugamayama. Com tempo suficiente, a moda pode se tornar comum. No mínimo, muitas pessoas já tinham visto uma mulher vestindo uma roupa de empregada doméstica no deserto e poderiam simplesmente encolher os ombros se encontrassem outra.
Um dia, concluiu Alpha, pode ser normal que todos os caçadores se vistam como empregadas domésticas, não apenas as mulheres.
“V-você não acha que isso é um pouco exagerado?” Akira perguntou, confuso e um pouco desconfortável com esse golpe em seu bom senso.
Eu não teria tanta certeza. A moda é muito mais arbitrária do que você pensa. Por exemplo…
Com um sorriso provocador, Alpha começou a contar a história de um futuro hipotético. Algumas roupas do dia a dia do Velho Mundo, explicou ela, ofereciam maior proteção do que as armaduras corporais atuais. Os trajes de empregada não foram exceção. Então, e se uma ruína rendesse um enorme estoque de roupas de empregada? Ou uma máquina que produzisse um número virtualmente ilimitado delas? Não importa quão impressionantes fossem tecnicamente as roupas, o excesso de oferta que inundasse o mercado faria cair o seu preço. Uma vez que caísse abaixo de um certo limite, as roupas de empregada seriam aceitas como armaduras acessíveis e de alto desempenho, com uma infeliz desvantagem estética. Todo caçador novato sem dinheiro começaria a usá-las, melhor se vestir como uma empregada doméstica do que lutar com roupas normais e ser assassinado por monstros. E assim que um número suficiente de caçadores fizesse essa escolha, as pessoas se acostumariam. Eventualmente, ninguém mais se sentiria constrangido em usar roupas de empregada doméstica, e elas se tornariam equipamento padrão para a maioria dos caçadores.
“Isso realmente aconteceria?” Akira exigiu, com um olhar de consternação atordoada.
Com certeza, Alpha respondeu. Mas só se as minhas suposições subjacentes se provarem verdadeiras, é claro. Se você quiser um exemplo real, pegue o equipamento de combate do Velho Mundo. Parece completamente bizarro para você, certo?
“Você quer dizer aquela coisa que você usava antes…?”
Sim.
Os caçadores próximos à linha de frente não têm problemas em usar esse tipo de equipamento do “estilo do Velho Mundo”. Tenho certeza que no início eles apenas toleraram a estética porque as especificações eram muito altas, mas com o tempo eles se acostumaram.
“Huh. Então, acho que sua história de empregada não é tão absurda, afinal .” Akira estava convencido, embora não parecesse totalmente feliz com isso. Ele não pôde deixar de imaginar um mundo onde todos os caçadores usavam roupas de empregada doméstica, desde os fracassados nas favelas até as equipes dos caminhões de patrulha e até mesmo os ladrões de relíquias que o atacaram sob as ruínas. E lá estava ele, vestido de empregada como todos eles. Ninguém questionava isso, era assim que as coisas eram.
A imagem mental o fez querer tanto arrancar os cabelos que se forçou a abandoná-la.
“Sabe”, ele murmurou, “sinto que meu bom senso é prejudicado toda vez que aprendo algo novo sobre o Velho Mundo”.
O que conta como bom senso está sempre mudando.
Akira e Alpha não estavam exatamente na mesma página, mas continuaram conversando de qualquer maneira enquanto atravessavam o deserto.
A primeira coisa que Akira fez ao chegar ao campo de destroços foi estacionar seu caminhão atrás de um monte de escombros e cobri-lo com uma camuflagem. Não era uma camuflagem ativa, nada tão sofisticado, mas era colorida para se misturar ao terreno e tornaria seu passeio muito mais difícil de detectar à distância. Mesmo assim, Akira lançou um olhar preocupado ao veículo coberto.
“Você acha que vai ficar tudo bem?” ele perguntou, sua expressão se contorcendo com o mesmo medo que sentiu em Cartridge Freak (Fanáticos por Cartuchos) – que suas coisas seriam encontradas e roubadas no momento em que ele tirasse os olhos delas.
Por que ter um caminhão se você está com muito medo de se afastar dele? Alpha rebateu. Você fez o que podia colocando a folha camuflada sobre ele, então aceite o risco e siga em frente.
Após uma pausa tensa, Akira admitiu: “Acho que você está certa”. Deixando suas preocupações de lado, ele começou sua investigação. O chão estava coberto de terra e detritos, e uma olhada ao redor não encontrou nenhum sinal de ruína, então ele começou a procurar por entradas enterradas. Ele colocou os módulos sensores de seu traje nos pés e os focou para baixo. Então ele começou a procurar em um círculo que se alargava gradualmente, centrado na seta subterrânea que marcava a instalação Cauda de Leão à sua vista. Mas embora ele tenha testado diversas configurações em sua varredura prolongada abaixo da superfície, os resultados, exibidos em realidade aumentada, mostraram apenas que o chão sob seus pés era uma massa de sujeira e detritos. Abaixo disso, ele não viu nada além da parede de ruído que significava que ele havia atingido o limite de seu alcance efetivo de varredura.
“A propósito, Alpha, como meu novo scanner se compara ao antigo?” ele perguntou. “É uma especificação muito mais alta?”
Não, é quase a mesma coisa.
“Realmente? Mas Shizuka disse que era um nível acima.”
Ela devia estar falando sobre o traje em geral. Aquele scanner que você comprou de Elena era bastante sofisticado, então, embora o desempenho deste traje seja um grande avanço em relação ao anterior, seu scanner não é uma grande atualização. Alpha acrescentou que Akira só conseguiu comprar seu scanner antigo porque Elena o vendeu usado por quase nada. Normalmente estaria fora de sua faixa de preço.
“Uau. Eu não fazia ideia.” Akira pareceu surpreso ao perceber mais uma vez o quanto devia a Elena. Ele prometeu a si mesmo que encontraria uma maneira de recompensá-la.
Após três horas de busca de Akira e Alpha, eles ainda não haviam encontrado o que procuravam. A certa altura, eles localizaram uma cavidade subterrânea e cavaram até ela, na esperança de encontrar uma entrada enterrada. Mas o buraco conduzia apenas ao interior de um edifício em ruínas, e não ao sistema de túneis que procuravam. Embora um armazém fosse uma sorte inesperada por si só, o vasto espaço vazio que descobriram parecia mais um estacionamento, um terreno pouco fértil para a caça de relíquias.
E ainda assim a busca se arrastou. Akira havia percorrido uma boa distância da flecha que marcava seu alvo enterrado quando Alpha o informou que eles já haviam coberto completamente uma ampla área ao redor dela.
“Continuamos em branco”, ele resmungou. “Por que não voltamos para onde está a flecha e cavamos direto para baixo?”
Isso não funcionaria, respondeu Alpha. Precisaríamos trazer maquinaria pesada para uma escavação tão grande e teríamos que trabalhar lenta e cuidadosamente para evitar desmoronamentos e outros danos.
“Então, mesmo que encontrássemos uma nova ruína, nos destacaríamos como uma ferida no polegar. Estaríamos apenas dizendo a todos onde procurar.”
Exatamente.
Apesar de sua crescente frustração, Akira continuou procurando com cuidado deliberado. Embora o círculo que ele verificasse crescesse, ele não tinha entrada para mostrar seu esforço.
“Alpha, digamos que houvesse um distrito comercial aqui, com muitas entradas e saídas, como aquele abaixo de Kuzusuhara”, ele refletiu. “Você consegue pensar em algum motivo pelo qual você não seria capaz de ver essas entradas?”
Bem, e se o que pensamos ser o nível do solo, na verdade, estivesse a cerca de três andares de altura? Isso pode resolver. Alpha acrescentou que a quantidade de escombros na área sugere que ela já abrigou numerosos arranha-céus e outras obras de arquitetura monumental. O seu colapso pode ter deixado uma espessa camada de detritos. E se os sedimentos se acumularam nessa camada nos longos anos desde então, o nível original do solo e o caminho para quaisquer túneis abaixo dele, agora estava enterrado profundamente abaixo da superfície.
Akira considerou. “Nesse caso, talvez estejamos procurando no lugar errado. Devíamos verificar as bordas de todos esses detritos. A camada de lixo sobre o solo antigo pode ser fina o suficiente para que meu scanner detecte alguma coisa lá fora.
Tudo bem. Vamos tentar. A dupla mudou de tática.
Uma hora depois, finalmente encontraram o que procuravam.
Alpha apontou para o chão, ampliando a visão de Akira com o que havia abaixo. Sob uma camada comparativamente fina de escombros, ele viu o que parecia ser uma escada descendo ainda mais fundo na terra. “Finalmente!” ele exclamou, abrindo um amplo sorriso. “Nós achamos! Está muito longe do marcador de seta, mas parece uma entrada, tudo bem! E nem importa se conecta, desde que nos leve à ruína!”
Dado o quão longe vai, duvido que leve apenas ao porão de algum arranha-céu. Alpha acrescentou: É claro que não teremos certeza até darmos uma olhada lá dentro. Esse é mais um motivo para se apressar e limpar os escombros.
“Sim! O que estamos esperando?!”
Akira pegou um pedaço de destroço próximo. As fibras de seu traje novo e mais poderoso agiam como músculos artificiais, dando-lhe força para levantá-lo como se fosse leve como uma pedra. Triunfantemente, ele jogou fora a enorme laje.
Perto de um destroço fino que lembrava um outdoor de cinco andares de altura, o único lado sobrevivente de um arranha-céu em ruínas, havia o que pareciam ser os restos esmagados de uma placa. Em letras horrivelmente arranhadas, estava escrito: “Estação Yonozuka, entrada sul A27, para Kuzusuhara”, e fazia parte dos escombros que Akira acabara de jogar fora.
A seus pés, o topo de uma escada recém-desenterrada absorveu os primeiros raios de luz do dia em muito, muito tempo.
Akira olhou para dentro, mas não conseguiu ver o fundo. O limite onde terminava sua visão, engolido pela escuridão, parecia um aviso: “Fique fora se quiser viver”.
Trazer para casa uma horda de relíquias de uma ruína desconhecida lhe renderia uma fortuna. Esse pensamento o encantou enquanto ele passava pela entrada com entusiasmo, até que ele olhou em suas profundezas.
Essa euforia não existia mais.
Em seu lugar, ele sentiu o mesmo tipo de tensão nervosa que marcou sua primeira incursão em Kuzusuhara, armado apenas com uma pistola. Naturalmente, ele ainda não sabia quais perigos se escondiam nesta ruína inexplorada e estava ficando com medo. A escada parecia a boca de algum monstro gigantesco.
Mantenha a calma, ele disse a si mesmo. Contanto que eu tome cuidado, não tenho nada com que me preocupar. Tenho Alpha para cuidar de mim e sempre posso sair se parecer perigoso.
Depois de respirar fundo para se recompor, ele disse: “Tudo bem. Vamos fazer isso, Alpha.”
Espere um segundo.
“Pelo que?” ele exigiu, irritado com essa perda de ímpeto. Então ele estremeceu um pouco quando viu como Alpha parecia sombria.
Akira, ela disse cuidadosamente, se você de repente me perder de vista lá embaixo, vire-se e saia o mais rápido que puder. Está claro?
“S-Sim.”
Sem exceções! Se você não conseguir me ver, significa que nossa conexão está quebrada. Se isso acontecer, quero que você mantenha a calma e priorize o restabelecimento do contato comigo. Novamente, isso está claro?
Akira congelou por um momento. Então, com uma expressão rígida e tensa, ele disse: “Espere. Você está dizendo que posso perder contato com você se for lá?”
Sim. Lembra do que eu disse sobre como não consigo fazer reconhecimento tão eficazmente em ruínas ou sob elas? Em parte, isso ocorre porque perco a intensidade do sinal lá. Se você passar por uma ruína que não seja Kuzusuhara, posso perder completamente o contato com você.
Akira ficou sem palavras.
Não é provável, claro, acrescentou Alpha. Mas é uma possibilidade suficiente que eu pensei que deveria avisá-lo. Portanto, seja extremamente cuidadoso se for esse o caso.
Akira deu outra olhada escada abaixo e sentiu-se congelar de terror. E se ele de repente perdesse Alpha, e todo o seu apoio, enquanto estivesse nas profundezas de um túnel escuro ou sob ataque de um monstro temível? Ele sabia muito bem o quão fatal isso seria. Só de saber que ele estava olhando para um lugar onde isso seria uma possibilidade real o abalava e enervava.
Devemos parar? Alpha perguntou gentilmente. Não há nada de errado com isso. E nosso trabalho não será desperdiçado, mesmo que você não explore esta ruína sozinho, você sempre poderá vender sua localização com um lucro considerável.
Com isso, a expressão de Akira endureceu. Mas embora parecesse sombrio, ele não parecia mais com medo. “Você está tentando me dissuadir porque estou com muito medo ou porque é muito perigoso?”
Ambos, Alpha respondeu, com um sorriso calculado. Embora principalmente o primeiro. Explorar uma ruína quando você está com muito medo de pensar direito seria extremamente arriscado.
“Oh.” Akira sorriu de volta para ela. “Nesse caso, a expedição ainda continua. Vontade e determinação são a minha parte no nosso acordo, lembra?”
Isso era o que ele devia a Alpha, mesmo que isso significasse forçar suas pernas trêmulas para a frente e resolver enfrentar seu medo com ousadia. Se ele conseguisse fazer algo, ele teria que ir em frente. Alpha compensou o que ainda lhe faltava em habilidade, então era sua responsabilidade fornecer todo o resto sozinho. Ele havia prometido a ela que vontade, motivação e determinação seriam seu fardo a carregar, e estava determinado a não se tornar um mentiroso.
Sem querer, ele transmitiu telepaticamente sua memória daquele momento. Alpha recebeu com um sorriso melancólico.
Obrigado por me lembrar. Tudo bem, Akira. Vamos.
Akira começou a descer as escadas ao lado dela. Então ele subiu de volta até a superfície.
Akira?
“Pensando bem, quero trazer algum seguro”, disse ele. Ele voltou para sua caminhonete, que havia estacionado nas proximidades, e retirou a minigun DVTS do suporte. Então ele trocou o cinto de munição normal por um carregador de alta capacidade, tornando a enorme arma portátil. Ele havia planejado originalmente deixar a minigun para trás, pensando que era um exagero para combate interno, mas agora mudou de ideia.
Armado até os dentes com dois rifles de assalto, um rifle antimaterial e uma minigun, Akira voltou ao topo da escada. Ao lado dele, o rosto alegre de Alpha parecia ter algo a dizer.
“O que?” ele exigiu, um pouco sem jeito. Ele sabia o quão bobo deveria ter parecido, preparando-se psicologicamente para descer nos túneis apenas para imediatamente se virar e voltar.
Alpha lançou-lhe um olhar que dizia tudo o que ela queria. Nada. Ser cauteloso nunca fez mal a ninguém.
Mais uma vez, Akira estava pronto. E desta vez ele desceu a escada até a ruína.
