Seishun Buta Yarou – Capítulo 1 – Vol 03 - Anime Center BR

Seishun Buta Yarou – Capítulo 1 – Vol 03

Capítulo 1 – Uma maravilha veio para ser chamada de maravilha.

Tradutor: Ivo | Revisor: Ivo

 

Sakuta sonhou naquele dia. Ele sonhava com dias passados… Embora na verdade fossem apenas cerca de dois anos no passado.

Ele sonhou quando estava no terceiro ano do ensino médio, do tempo após dez dias depois de três misteriosas garras terem sido cavadas em seu peito e ele ter sido levado para o hospital coberto de sangue… Sakuta estava cansado de olhar para a cara chata do médico e deixou o hospital antes de embarcar em um trem na estação próxima.

Ele não se importava para onde iria e decidiu apenas ir para o mar porque o programa de TV que ele assistiu para matar o tempo no dia anterior tinha um personagem que olhava para o mar com uma expressão melancólica. Parecia um lugar adequado para ir com a estagnação.

Foi assim que ele chegou à praia de Shichirigahama e caminhou através dos sons surpreendentemente altos das ondas batendo até chegar à beira da água.

A brisa do mar trazia cheiro de sal e o sol do início da tarde era agradável em sua pele. Havia um caminho em direção ao sol na superfície do mar. A atmosfera estava limpa além daquela distância? Ele podia ver claramente o horizonte.

Ele olhou para a fronteira entre o mar e o céu por um tempo e então notou alguém ao lado dele.

“Você sabia? A distância da linha dos olhos de uma pessoa ao horizonte é de cerca de quatro quilômetros.”

A voz mal estava lá e tinha um timbre fraco, mas havia um inteção legal nela.

Sakuta permaneceu em silêncio por um tempo e olhou para o lado. Parada ali estava uma garota em uniforme de colégio, segurando o cabelo solto contra o vento. Ela estava vestindo um blazer bege e uma saia azul marinho enquanto estava descalça na areia.

Ele não reconheceu o rosto dela e não sabia o nome dela.

Percebendo o olhar de Sakuta, a garota deu um sorriso levemente brincalhão. No mínimo, não havia ninguém por perto. Ele podia ver um casal de idosos passeando com seu cachorro, mas não havia outra explicação além de que a garota estava conversando com Sakuta.

“As pessoas por aqui são todas assim?” Ele perguntou à ela.

“Hm?” A garota inclinou a cabeça, sem entender bem a parte principal de sua pergunta.

“Será que todos eles simplesmente começam a falar com estranhos do nada?”

A área era um destino turístico à beira-mar. Enoshima ficava a oeste e Kamakura a leste, então pode haver a cultura de ser amigável com os visitantes para que se sintam bem-vindos.

“Ah, por acaso eu fiz você pensar que sou uma pessoa estranha?”

(NT: estranha nesse caso ela quis dizer suspeita, que vai passar a perna e etc.)

“Não.”

“Graças a Deus.” a garota deu um suspiro de alívio.

“Eu só acho que você é chata.”

“Chamar uma menina do ensino médio assim é um tabu.” a menina fez beicinho com as mãos nos quadris, aparentemente irritada, “chata, manca, incapaz de ler a atmosfera, esses são os três grandes insultos tabu para as meninas do ensino médio.”

“Você é irritante então.” ele revisou.

“E esse é o quarto.” A garota lançou um olhar um tanto reprovador antes de continuar. “Você parece muito longe de casa, algo de ruim aconteceu?”

“Sobre antes…” Sakuta respondeu, ignorando completamente a pergunta real. Provavelmente era esse tipo de atitude que uma garota que ele acabara de conhecer estava dizendo que ele parecia longe de casa.

“Sim?”

Mesmo com sua pergunta ignorada, a menina não franziu a testa e, em vez disso, sorriu alegremente, sua expressão mudando desde o beicinho anterior.

“Você estava falando sobre o horizonte.” Sakuta ficou diante dela, ainda desanimado, “são realmente cerca de quatro quilômetros?”

“É surpreendentemente perto, não é?”

A garota pegou um galho na praia e desenhou um círculo na areia úmida. No topo desse círculo, ela adicionou uma pessoa que consistia em um círculo e uma linha reta antes de finalmente adicionar uma linha reta que tocava o círculo.

“Se você usar a geometria que aprendeu no ensino fundamental, poderá calcular facilmente a distância até o horizonte.”

Usando a praia como tábua, a garota escreveu uma equação, mas ela foi levada por uma forte onda. Perturbada, ela deu um passo para trás na praia.

Sakuta caiu em silêncio e olhou para o horizonte. Parecia tão distante antes, mas agora parecia estranhamente perto.

“Agora é sua vez de responder à minha pergunta.” disse ela.

No momento em que ela disse isso, Sakuta decidiu ignorar, mas no final, Sakuta acabou conversando com ela sobre o motivo de ele ter vindo para o mar.

“Eu…”

Ele começou contando a ela que tinha uma irmã, e depois que essa irmã havia sofrido bullying no ensino médio.

Depois que ele abriu a boca, ele não conseguia parar de falar. Ele falou sobre sua irmã recebendo cortes e hematomas estranhos com o bullying, como ele não podia fazer nada por sua irmã ferida e, então, eventualmente, até mesmo sobre o ferimento bizarro em seu próprio peito. Finalmente, ele terminou contando a ela sobre nada indo bem… Sobre como ele tinha vindo aqui hoje para escapar da sensação de impotência que o envolvia.

Não era que ele quisesse simpatia, e nem era que ele quisesse consolo. Na verdade, ele pensara que a garota, que surgira repentinamente do nada, recuaria e iria embora assim que soubesse. Esses sentimentos maliciosos foram o que levou Sakuta a falar. Isso em si foi exatamente como a garota havia dito, Sakuta estava longe de casa.

“Então foi isso que aconteceu.”

Surpreendentemente, a garota não mostrou a menor dúvida, mesmo depois que ele terminou de contar tudo a ela. Ela não deu a ele simpatia ou tentou consolá-lo. Ela nem mesmo mencionou às cicatrizes em seu peito ou pareceu duvidar que a história fosse verdadeira, ela apenas ofereceu a mão direita.

“Eu sou Makinohara Shouko, Makinohara Shouko é do Makinohara na ‘Área de Serviço Makinohara’ e o Shouko em ‘uma criança voando pelo céu’. Qual o seu nome?” Disse a garota.

(NT: para aqueles que não entenderam, no japonês os nomes tem significados, e vários modos de escrever, então eles usam alguma outra coisa famosa ou particulamente conhecida para dizer como se escrevem seus nomes, recomendo pesquisarem mais se estiverem interessados)

“Eu sou…” Sakuta abriu a boca reflexivamente, hesitantemente tentando responder ao aperto de mão dela, mas antes que ele pudesse agarrar a mão dela, o sonho terminou.

A mão de Sakuta que se moveu em vão dentro de seu sonho tocou algo. Uma sensação redonda e suave encheu sua mão…

De lá, Sakuta percebeu o calor de um corpo por conta própria, a pele levemente úmida contra o lado direito de seu corpo. A suavidade e o peso disso trouxeram uma garota à mente.

Enquanto esses pensamentos dançavam vagamente em sua cabeça, ele sentiu uma língua lamber seus lábios.

Ele abriu lentamente os olhos.

Havia uma criatura branca e fofa na frente dos olhos de Sakuta, um gatinho de pêlo branco que lambia o rosto de Sakuta com sua língua áspera.

Havia uma razão para isso, era o gato que tinha vindo morar na casa de Sakuta há quinze dias… No último dia do período letivo.

Ele tirou o gato branco do rosto. No entanto, ele ainda não conseguia se levantar. Havia outra pequena… Bem, chamá-la de pequena não era muito certo, outra grande criatura estava deitada em Sakuta.

Ela era uma panda, ou bem, sua irmã mais nova de pijama de panda. Ela fez quinze anos este ano, mas às vezes ainda engatinhava na cama de Sakuta assim.

No topo de seu peito estava o gato de estimação da família Azusagawa, Nasuno, que era uma gata fofinha. A fonte da sensação suave e redonda em sua mão era, aparentemente, o traseiro do gato e Sakuta deu um suspiro de alívio por não ter acidentalmente apalpado sua irmã.

(NT: dois comentários; esse cara deve ser o melhor travesseiro do mundo; ainda bem.)

Sakuta tirou a mão de Nasuno e beliscou o nariz de Kaede enquanto ela assobiava levemente com sua respiração enquanto ela dormia.

“Mgh.” Veio um barulho da garganta de Kaede enquanto ela fazia uma expressão de dor, mas ela logo abriu a boca e manteve seu suprimento de oxigênio. Ele considerou cobrir a boca dela também, mas decidiu que não era algo que ele deveria fazer com sua irmã adolescente.

(NT: virou um sequestrador agora?)

“Kaede, acorde.” ele disse à ela.

“Ngh? Ah, Onii-chan, bom dia.” ela respondeu, suprimindo um bocejo enquanto esfregava os olhos.

“Quantas vezes eu tenho que dizer a você para parar de engatinhar na minha cama?”

“É porque você vai despertar um amor proibido?”

“Não, não é. É só porque está muito quente.”

Por ser verão, era a época do ano em que o calor da pele de uma pessoa não era nem um pouco agradável. Na verdade, era a temporada em que você queria evitar o máximo possível o contato.

(NT: aprendam com o Sakuta e colaborem com o distânciamento social)

Claro, sua namorada mais velha, Sakurajima Mai, era uma exceção, e ele preferia estar em contato com ela o ano todo.

No entanto, o mundo não era justo, e os dias sem contato físico de Mai continuaram e eles só puderam se encontrar algumas vezes desde o início das férias.

Mai havia voltado ao show business e por isso estava ocupada gravando para dramas de TV, anúncios e até mesmo como modelo para capas de revistas de moda, dando entrevistas e aparecendo em eventos publicitários, então seus dias foram repletos de trabalho.

Ela disse: “Metade deles estarei trabalhando.” sobre os feriados, mas sua agenda foi preenchida em um piscar de olhos e ela mal tinha folga.

“Hah…”

Era por causa disso que Sakuta suspirava desanimado uma ou duas vezes ao longo dos dias.

“O que há de errado, Onii-chan?” Perguntou Kaede.

“Kaede, em que dia de que mês estamos?”

Kaede verificou o despertador digital e respondeu.

“É 2 de Agosto.”

“Então, faltam cerca de quinze dias para o feriado.”

“Sim.”

“E, no entanto, não consegui me divertir com Mai-san.”

“Então você quer se divertir comigo?” Ela perguntou, de repente movendo seu rosto perto do dele.

“Não, não quero.” respondeu Sakuta, passando por Kaede, que ainda não dava sinais de sair de cima dele.

(NT: isso mesmo crianças, aprendam com o tio Sakuta, e digam “não” para as safadezas com familiares, protegam suas vigindades o máximo possível! Ouviram, protagonistas de harém?)

“O que há de desagradável em mim!?” Kaede gritou, inclinando-se para a frente de repente. Ela estava terrivelmente perto de empurrá-lo para baixo, então Sakuta rapidamente se levantou da cama.

“Você está muito desesperada hoje.”

“Isso porque atualmente estou enfrentando a maior crise da história do Kaedeísmo.”

“O que diabos isso quer dizer?”

“Eu preciso dominar o imoutodo o mais rápido possível!” Kaede proclamou em voz alta, com um aceno de cabeça para suas próprias palavras.

(NT: imouto é “Irmã mais nova” em japonês, então imoutodo é “a arte da irmã mais nova” algo assim)

O que era imoutodo? Sakuta se perguntou para si mesmo. Bem, era feito dos Kanjis para ‘irmã mais nova’ e ‘caminho’, assim como ‘kendo’ era feito de espada e caminho, e o judô era feito de ‘gentil’ e ‘jeito’, então talvez fosse alguma coisa similar? Não, decidiu ele, se eu os colocar assim, posso ver as organizações que lidam com eles ligando para reclamar.

(NT: que nem eu disse, tem a questão dos kanjis(alfabeto japonês), é algo bem complicado, então você pode simplesmente ignorar essa parte, ou se quiser, pesquisar.)

Enquanto sua mente estava ocupada com esse tipo de pensamentos inúteis, a campainha tocou. Olhando para o relógio, ele podia ver que eram dez horas da manhã, então ele já sabia quem era antes de chegar à porta. Havia apenas uma garota que vem à esta hora.

“Sim, estou indo.” disse Sakuta, abafando um bocejo enquanto ia cumprimentar seu convidado.

A visitante era uma jovem de aparência modesta e adequada, com um vestido branco que promovia ainda mais sua inocência.

Ela tinha 12 anos e estava no sétimo ano do fundamental, mas sua reverência educada e sua saudação composta “Olá, desculpe me intrometer.” a faziam parecer mais adulta e seu comportamento geral era educado e cortês.

Ela entrou no corredor e tirou os sapatos quando o gato branco veio correndo do quarto de Sakuta para se enroscar em torno dos pés de Makinohara Shouko, esfregando as costas neles.

“Ainda não comemos.” disse Sakuta a ela.

“Ah, então posso alimentá-lo?”

“Você faria a comida de Nasuno ao mesmo tempo?”

“Eu farei.” Shouko sorriu feliz.

Ele a conduziu até a sala de estar, com o gatinho correndo sob os pés.

“Onii-chan, venha aqui um segundo.” Kaede acenou para ele quando eles passaram por ela. Sakuta foi para a sala de estar com Shouko, depois voltou para Kaede.

“O quê?”

“Você prefere irmãs muito mais novas?” Ela perguntou, parecendo à beira das lágrimas.

“O que há com essa pergunta?”

“Você é o tipo de pessoa que prefere irmãzinhas educadas e corteses?” Ela continuou, lançando olhares furtivos para a sala de estar. Aparentemente, essa foi a maior crise da história do kaedeísmo para Kaede.

(NT:KKKKKKKKKKKK)

“Eu sou o tipo de pessoa que prefere você como minha irmã.”

“S-sério?”

“O que você achou que eu diria, eu-“

“E-então o que Shouko-san é para você?

“…Eu me pergunto…”

Duas semanas se passaram desde seu encontro chocante. Ele tinha especulado muito, mas não havia respostas para a existência de ‘Makinohara Shouko’.

Seu rosto era muito parecido para ter apenas o mesmo nome, e uma família não daria o mesmo nome à irmãos. No mínimo, ela não conhecia Sakuta, então ele pensou que ela não era a mesma garota que ele conheceu há dois anos. Mas ainda assim, Sakuta não conseguia ver a aluna do primeiro ano do ensino fundamental cuidando do gatinho como qualquer outra pessoa, exceto a aluna do segundo ano do ensino médio que ele conheceu dois anos antes de sua aparição, em uma extensão impensável…

Havia, portanto, uma possibilidade em que ele poderia pensar.

Era de alguma forma a Síndrome da Adolescência. Costumava-se falar on-line como algum tipo de fenômeno sobrenatural falso, consistindo em lendas urbanas como “uma pessoa desaparecendo repentinamente da sua frente” ou “sendo capaz de ouvir os pensamentos das pessoas”. No entanto, Sakuta sabia que não era um simples boato na Internet. Sakuta experimentou duas situações desde o início do ano. O primeiro era Mai e o outro era seu kouhai Koga Tomoe.

(NT: kouhai = júnior)

Talvez algo semelhante tivesse acontecido com Shouko, embora não houvesse como saber se estava acontecendo agora ou há dois anos…

“Hum, Sakuta-san?” Perguntou a garota, virando-se de onde Sakuta a estava observando e pensando.

“Hm?”

“Eu, uh, desculpe.”

“Pelo que?”

“Por conta deste pequenino…” respondeu ela, acariciando suavemente as costas do gatinho enquanto ele comia. “Eu disse que queria adotá-lo, mas não consegui falar sobre isso com meus pais ainda.”

—Ilustração aqui—

Nasuno apareceu ao lado do gatinho.

“Definitivamente falarei com eles sobre isso, então, por favor, espere um pouco mais.” disse ela.

Essa foi a razão pela qual o gatinho estava na casa de Sakuta.

“Seus pais são rígidos?”

“Eles são muito gentis comigo.”

“Eles são ruins com os animais?” Sakuta sugeriu.

“Eu acho que eles gostam deles, eles estão sempre tão felizes quanto eu quando vamos ao zoológico.”

“Eles são alérgicos a gatos?”

“Não.” ela balançou a cabeça.

“Você na verdade mora em um restaurante?” Ele perguntou, talvez fosse uma consideração em relação à higiene ou aos próprios clientes com alergias.

“Papai tem um trabalho de escritório e mamãe é uma dona de casa normal, somos apenas uma casa normal.”

“Entendo.” foi tudo o que ele disse, querendo evitar que parecesse um interrogatório.

No entanto, então Shouko falou: “Se eu dissesse ‘Eu quero um gato’, então tenho certeza que eles não se oporiam.” Seu rosto ficou ligeiramente nublado. Ela estava sendo estranhamente indireta, então, embora ele estivesse, é claro, curioso, Sakuta não a questionou, se ela pudesse ser direta desde o início, Shouko não teria escolhido essa maneira de dizer isso. “Mas é por isso que não posso dizer…”

(NT: cara, eu vou chorar…)

Ele ainda não entendeu o que ela quis dizer, mas respondeu com: “Entendo.”

“Sinto muito, você provavelmente não entendeu o que quero dizer.”

“Sim, de forma alguma.”

Sakuta respondeu com o que ele estava pensando e Shouko pareceu achar algo divertido sobre isso e começou a rir.

“Bem, ele pode ficar um pouco. Nasuno também está feliz com isso.” disse Sakuta enquanto Nasuno lambia o rosto do gatinho, “E você também pode praticar como cuidar de um gato aqui”.

“Certo!”

“Oh sim, você escolheu um nome?”

“Sim.” acenou Shouko com um sorriso repentino.

No entanto, ela não continuou e os dois ficaram em silêncio.

“Você não vai me dizer?”

“Eh? Ah, certo… Por favor, pode não rir?”

“O nome é tão engraçado?”

“N-não é, acho que é normal, mas… É Hayate.”

O gato olhou para Shouko, olhando para ela perplexo, quase como se de alguma forma soubesse que eles estavam falando sobre isso.

“Ele é como um “whoosh” branco, então pensei em Hayate.”

“Esse é bom, ele pode ser o amigo Tohoku de Nasuno.”

(NT: o nome do Nasuno é uma referencia ao nome de um trem-bala do japão, então a shouko pensou no mesmo, e decidiu chamar o gato de Hayate, que também é o nome de outro trem, aqui na novel não é explicado, mas se eu não estiver errado, no anime é)

Aparentemente, a conexão com o Shinkansen não havia acontecido, não valia a pena explicar, então Sakuta apenas acenou.

Shouko então brincou com os gatos por um tempo antes de erguer os olhos quando algo ocorreu a ela.

“Hum.” ela começou com um sussurro e os olhos voltados para cima. Seu olhar disparou para o lado, atrás de Sakuta… Onde Kaede estava observando da leve abertura da porta. “Kaede-san me odeia?”

“Essa é apenas a reação normal dela às pessoas, não se preocupe com isso.”

“Mas isso me preocupa.” ela respondeu com um ponto de vista razoável. E agora que ela mencionou, era mais relevante para Sakuta também.

“Kaede.” gritou ele, “você terminou o que estava estudando hoje?”

“Houve algumas coisas que não entendi, então quero que você me explique.” respondeu ela.

“Vem aqui então.”

Apertando os livros contra o peito, Kaede timidamente entrou na sala e imediatamente se agarrou às costas de Sakuta.

“E como vou te ensinar algo assim?”

“Aqui.” disse ela, colocando o livro na frente do rosto dele. As páginas estavam em factorização, com os cálculos escritos na íntegra e todas as questões resolvidas.

“Eu não entendo o que você não entende.”

“Não entendo quando a fatoração será útil na minha vida.”

“É útil quando você faz um exame para o colégio que deseja ingressar.” Respondeu Sakuta com a única vez que encontrou um uso para a fatoração.

“Entendi.” disse Kaede em compreensão, escrevendo ‘útil nos exames!’ No livro. Ele se perguntou se ela realmente entendeu e se ela ficaria bem com a resposta ou se ela pediria algo mais concreto, mas Sakuta não teria nenhuma resposta para ela. O próprio Sakuta queria saber que uso teria o cálculo diferencial e o cálculo integral, e trigonometria para esse assunto. Quem diabos pensou nisso? Seno, cosseno, tangente… Enquanto perdido em seus pensamentos, ele sentiu o olhar de Shouko sobre ele.

“O que foi?” Ele perguntou.

“Posso fazer minha lição de casa aqui também?”

“Seu dever de casa de verão?”

“Sim.”

“Claro, use esta mesa.” respondeu ele, apontando para a mesa em frente à TV.

“Obrigada.” disse ela educadamente antes de se sentar e tirar uma impressão de seu dever de casa de sua bolsa. Aparentemente, ela estava fazendo matemática também, a folha contendo uma lista de equações lineares simples para resolver, vinte no total. Um pouco de concentração deve fazer com que todo o exercício seja feito em quinze minutos.

Apesar disso, Shouko sentou-se rigidamente em frente ao lençol, com a lapiseira na mão. A primeira pergunta foi ‘3=9′, só dividindo os dois por ‘3’ daria ‘=3’, mas as mãos de Shouko não se moveram um centímetro.

Um minuto se passou e ela ainda estava assim.

Bem quando ele pensou que ela estava prestes a começar, Shouko estendeu a mão para sua bolsa e tirou seu livro de matemática. Ela então abriu para, é claro, equações lineares e começou a ler, sua expressão se contorcendo em confusão.

“Quer que eu te ensine?” Sakuta ofereceu, fazendo Shouko levantar a cabeça com alguma surpresa, “Você parece que está com problemas.”

“E-eu estou bem. Eu acho que posso fazer isso.”

Ela retomou sua competição de encarar com seu livro.

Após cerca de cinco minutos, ela começou a trabalhar na primeira pergunta, dividindo os dois lados por ‘3’ e obtendo ‘= 3’.

Ela então olhou para Sakuta em busca de confirmação e ele respondeu: “Correto, muito bem.”

Depois disso, ela resolveu as questões sem problemas, aparentemente agora entendendo o que eram equações lineares e mal hesitando. Mas isso em si era o que Sakuta achava estranho. Não parecia que ela tinha acabado de se lembrar do que havia aprendido na aula, mas mais como se ela tivesse entendido uma pergunta que viu pela primeira vez. Ela terminou as perguntas sem problemas, da mesma maneira.

“Ei.” disse Sakuta, fazendo Shouko olhar imediatamente para ele agora que ela havia guardado o papel. Ela ainda continuava com as lições de “Olhar para as pessoas quando elas falam com você.” que eram ensinadas na escola primária. “Posso perguntar algo estranho?”

“Umm…” Shouko parecia um pouco cautelosa e suas bochechas estavam tingidas de vermelho por algum motivo, “É algo pervertido?”

“Não, não é.” Ele disse à ela.

“E-entendo…”

Ele estava curioso para saber por que ela pensaria isso, mas se distrair o faria perder a chance de perguntar, então foi direto ao ponto.

“Makinohara-san, você tem uma irmã mais velha?”

“Eu não.”

“Algum parente que se pareça muito com você?”

“Acho que não…” A maneira como ela parou deixou Sakuta entender que ela queria saber por que ele estava perguntando.

“Eu conheci alguém muito parecido com você antes. Bem, ela era mais velha que você… Então me perguntei se você tinha uma irmã mais velha ou algo assim.”

“Eu sou apenas uma criança.” Ela disse à ele.

“Eu vejo.”

“O quão mais velho ela era?”

“Hm?”

“A pessoa que se parece comigo.”

“Ela estava no segundo ano do ensino médio há dois anos, então se ela foi para a universidade, ela estaria no primeiro ano… Então provavelmente dezenove este ano.”

“Dezenove…” Shouko murmurou para si mesma. Sakuta não tinha pensado que o número teria algum significado para ela, mas ela parecia estar falando como se tivesse. Ele provavelmente estava apenas imaginando, ele pensou.

“O quê foi?” Ele perguntou.

“Ah, nada… Eu simplesmente não consigo me imaginar na universidade, então eu estava me perguntando como eu seria.”

(NT: intense bewail noise)

Ela tinha acabado de se tornar uma aluna do ensino fundamental II, então isso provavelmente era normal.

“Não se preocupe, estou no segundo ano do ensino médio, e eu também não posso.”

“Acho que você deveria começar a pensar nisso logo, Sakuta-san.” Shouko o corrigiu timidamente.

“Acho que você está certa.”

Eles continuaram a conversa sem sentido por um tempo antes de Shouko se levantar um pouco antes do meio-dia, a mesma hora que ela sempre ia embora.

Ele a viu descer até o andar térreo e, pouco antes de ela sair, prometeu: “Vamos dar banho em Nasuno amanhã, então você pode praticar com isso.”

Hayate ainda era pequeno, por isso não aguentaria bem com a água e regular a temperatura corporal, o que significava que adiariam o banho.

“Cuide de Hayate então.” ela disse com uma reverência antes de começar a se afastar com um pequeno aceno.

Enquanto ele a observava se afastar, Sakuta murmurou: “Então, nada de novo no que aconteceu há dois anos hoje, hein?”

Ele parou por um momento e, em seguida, embarcou no elevador novamente, dizendo: “Acho que vou falar com Futaba sobre isso.”

 

2

 

Depois de despedir-se de Shouko, Sakuta saiu um pouco antes do normal para seu turno no trabalho, indo para o prédio do atacadista de eletrônicos em vez de ir direto para o restaurante em que trabalhava. Ele caminhou pelas fileiras dos smartphones mais recentes e subiu direto na escada rolante, sem olhar para o andar de áudio ou de eletrodomésticos.

O clima geral da área mudou quando ele alcançou o sétimo andar, porque este e o andar seguinte estavam cheios de livrarias em geral.

O grande piso tinha estantes de livros alinhadas, cheias de livros. O sétimo andar lidava com livros especializados, por isso tinha uma ampla faixa etária e uma atmosfera calma, quase como uma biblioteca. Sakuta caminhou entre as prateleiras, verificando-as enquanto andava.

Ele não estava procurando nenhum livro em particular, foi porque quando ele entrou em contato com Rio Futaba anteriormente para consultá-la, e ela disse à ele que estava apenas em uma dessas lojas e que deveria ir pessoalmente.

Ele não conseguia localizá-la em lugar nenhum. Ele tinha certeza de que ela estaria no canto dos livros de física, mas a única pessoa ali era uma garota com o cabelo preso e um uniforme da Minegahara High School. Sem outra opção, ele deu uma volta nos calcanhares. Ela realmente não estava lá.

“Em momentos como este, um telefone seria útil” disse a si mesmo. Ele poderia enviar um e-mail, ligar ou mesmo apenas enviar uma mensagem para ela e verificar sua localização em tempo real.

Quando ele estava passando pela seção de física pela segunda vez seguida, alguém falou com ele por trás:

“Azusagawa”.

Ele parou e se virou.

“Você está tentando me assediar? Andando desse jeito por aí.” disse a garota que Sakuta tinha visto antes, e fazendo uma inspeção mais próxima, ele pode ver que esta realmente era Rio.

“Futaba?”

“Acho que o calor do verão está subindo à sua cabeça.” suspirou Rio. Ela estava usando o uniforme familiar e, claro, por não estar na escola, não estava usando o jaleco. Mas havia dois motivos separados para Sakuta não ter percebido que era ela, mesmo depois de ter a visto duas vezes.

Seu penteado estava diferente do normal. Normalmente caía casualmente sobre seus ombros, mas agora estava amarrado por trás dela, expondo a pele branca pálida de sua nuca que estava completamente não bronzeada. Rio sempre foi bastante reservada, de modo que por si só esta cena era bastante tentadora.

“Está muito quente para usar isso.” Rio disse à ele antes que ele pudesse perguntar, percebendo seu olhar. Até mesmo sua razão era muito algo que ela diria. No entanto, Sakuta não tinha apenas uma pergunta, a próxima coisa que ele se perguntou foram sobre os olhos dela. “Não estou usando óculos porque estou usando lentes de contato hoje.” ela respondeu antes que ele pudesse perguntar novamente.

Com o cabelo preso e sem óculos, ela tinha uma impressão diferente habitual dela. No entanto, sua resposta desinteressada à pergunta dele era exatamente o que ela diria.

“Por que o uniforme?” Ele conseguiu perguntar, fazendo sua última pergunta.

Rio não era do tipo que saia com roupas de um estudante do ensino médio durante as férias.

“Eu vou para a escola depois disso.”

“Kunimi está trabalhando comigo, então ele não estará lá.” disse ele.

“Eu sou a única membra do clube de ciências, se eu não mostrar resultados, ele será abolido.” disse ela com um olhar de reprovação. “E então, o que você quer?”

“Ah, certo, sobre isso-“

“Isso vai ser outro aborrecimento?” Ela perguntou enquanto pegava um livro da estante desinteressadamente, folheando-o. Era um livro de mecânica quântica que estava longe da zona de conforto de Sakuta.

“Talvez talvez não.”

“Que indecisão.”

“Eu encontrei Makinohara Shouko.” Ele foi direto ao ponto.

Rio ergueu os olhos do livro aberto, mostrando surpresa em seu olhar. Ele falou para Rio antes, que Shouko foi seu primeiro amor e que ele fez o exame para entrar na Minegahara High School. Porém, ela não estava na escola quando ele chegou. Não havia nenhum vestígio de ela ter se formado ou mesmo estar matriculada. Com todas aquelas circunstâncias desconcertantes que aconteceu com ele, Sakuta acabou apaixonado, e a Rio sabia de tudo isso.

Por causa disso, ele pôde entender a surpresa de Rio com suas em suas seguintes palavras:

“Então ela realmente existiu.”

O próprio Sakuta pensava que eles nunca mais se encontrariam e não sonhava em encontra-la há quase um ano.

“O que é mais surpreendente é que ela agora está no sétimo ano do ensino fundamental.”

“Huh?” Disse Rio em estado de choque, quase deixando cair seu livro.

“Quando eu a conheci há dois anos, ela estava em seu segundo ano do ensino médio, mas quando a encontrei novamente no último dia do semestre, ela estava no sétimo ano do ensino fundamental.”

“Azusagawa, você está são?”

“Infelizmente, sim.”

“Não muita diferença, na verdade.”

Se ela estava no segundo ano do ensino médio há dois anos, então o correto é presumir que ela foi direto para a universidade, seria estranho se ela não estivesse no primeiro ano lá, mas estar no sétimo ano do ensino fundamental era uma regressão.

“Enquanto a você?” Ela perguntou.

“Ela não se lembra de mim… Ou melhor, parece não saber que nos conhecemos.”

Na verdade, ela deu uma saudação completa de “primeira vez” imediatamente após se conhecerem.

Rio pensava franzindo a sobrancelha.

“Azusagawa…” ela disse finalmente, apenas olhando para ele com o canto do olho.

“Hm?”

“Você acha que ela pode não ser apenas alguém com o mesmo nome e que se parecem?”

“Isso parece a coisa mais provável, sim.” respondeu Sakuta, tendo pensado o mesmo. Ele tinha pensado assim também, mas também pensou que parecia ser muita coincidência.

“Aparentemente, existem três pessoas no mundo que têm o mesmo rosto.”

“Isso é apenas uma lenda urbana, não é?”

“Sim, apenas uma lenda urbana.” Rio respondeu, desviando o olhar.

Ela agiu completamente despreocupada, como se isso realmente não a preocupasse, mas algo sobre esse comportamento ficou na mente de Sakuta porque ele não conseguia ver nenhuma razão para ela desviar o olhar.

Normalmente ela teria zombado dele abertamente neste momento.

“…Futaba?”

“A outra possibilidade é que ela seja a irmã mais nova de Makinohara Shouko e está se apresentando com o nome de sua irmã por algum motivo.” Rio continuou sem se preocupar, então Sakuta desistiu de perguntar por agora.

“Que tipo de motivo seria?” A razão para isso era muito complexa.

“Basta perguntar a ela você mesmo.”

“Se eu fizer muitas perguntas estranhas, ela vai pensar que sou um estranho.”

“E não se importa se for comigo?”

“Só estou dizendo que prefiro não.”

“É surpreendente, vendo que você não se importa de parecer bem para qualquer outra pessoa, exceto Sakurajima-senpai.”

“Estou appenas me certificando de que você saiba, mas não estou cobiçando uma estudante do ensino fundamental.”

“Isso não importa. A outra possibilidade que posso dar é que a Makinohara Shouko que você conheceu há dois anos foi através de você ver o futuro… Ou algo assim.”

“Não fui eu que causou aquilo.” insistiu Sakuta. A simulação do futuro foi causada pela Síndrome da Adolescência de Koga Tomoe. Ela era uma aluna que freqüentava a mesma escola que ele e estava um ano atrás, sua kouhai fofa de traseiro cor de pêssego.

“Não acho que seja possível afirmar categoricamente que você não foi a causa quando os dois vivenciaram isso juntos.”

“Nesse caso, minha idade não corresponde.”

“Verdade, mas… Não houve nenhum dano até agora, não é?”

“Na verdade, não.”

Foi fundamentalmente diferente do que com Mai e Tomoe.

Ele não sabia se era de fato a Síndrome da Adolescência, mas nada de ruim havia acontecido ainda. Rio fechou o livro e o colocou de volta, pegando outro da estante. Duas garotas vestidas de yukata passaram por eles. Elas estavam falando sobre algum tipo de relatório, então provavelmente eram estudantes universitárias que estavam aqui para encontrar algum livro de referência. Sakuta as seguiu com seus olhos enquanto eles passavam.

“Azusagawa, você está espiando.” Rio apontou bruscamente.

“Você usa esse tipo de roupa para ser olhado.”

“Provavelmente não deve ser olhado por você.”

“Tem algum show de fogos de artifício hoje?”

“Chigasaki tem um.”

“Não esperava que você soubesse.”

“Está escrito ali.” disse Rio, olhando rapidamente para a parede ao lado deles, onde um pôster anunciando uma exibição de fogos de artifício em Chigasaki com vista para a Baía de Sagami, duas estações abaixo da estação Fujisawa na linha Tokaido. Ele foi listado para o dia 2 de agosto, que era de fato hoje.

(NT: sofri pra entender isso)

“Oh sim, nós fomos a um ano passado.”

Era um show de fogos de artifício em Enoshima, realizada na noite do dia 20 de agosto para escapar do calor do verão.

“Sim, nós fomos.” Rio concordou, enviando um olhar impressionado para as meninas que partiam.

“Você estava usando roupas normais, Futaba.”

“Você também.”

“Eu e Kunimi estávamos ansiosos por isso.” disse Sakuta. Foi nessa época que ele descobriu que Rio tinha sentimentos por Yuuma. Na verdade, foi naquele dia que ele teve certeza disso quando viu Rio olhando para o rosto de Yuuma que observava os fogos de artifício.

“Você deveria ter vestido um yukata para isso.”

“Por que eu teria feito todo esse esforço para me exibir para você?”

“Seria para se exibir ao Kunimi.”

Rio o olhou com tristeza.

“De qualquer forma… Isso não serviria para mim.”

“Não serviria?”

“Não serviria.”

“Ah, porque yukata não combina com peitos grandes?”

Tratando-se de Rio, até seu uniforme deixava claro seu tamanho.

“Não é isso que eu quero dizer.” disse Rio, protegendo seu peito com o livro na mão, não querendo que fosse visto.

“Então o que você quis dizer?”

“Eu não preciso te responder.”

“Por quê?”

“Porque acho que voce já sabe, só está tentando me fazer dizer isso.”

“Se você realmente acha isso, você está completamente errada.”

O olhar dela perguntou o que ele realmente quis dizer.

“Estou dizendo que se usar um yukata com seu cabelo assim, acho que ficaria muito bom.”

Seu cabelo preso daquele jeito parecia que combinaria bem com um yukata.

“Além disso, você já tentou usar um antes, certo?” Sakuta perguntou.

A expressão no rosto de Rio mudou para cautela.

“E o que isso quer dizer?”

“Do jeito que você disse, você provavelmente tem um.”

“Que base você tem para pensar isso?” Ela perguntou, sua pergunta sendo quase o mesmo que uma afirmação.

“Se não tivesse, então você teria dito que não tem um ao invés de dizer se combinava com você ou não, essa é a forma como você normalmente fala sobre as coisas.”

O Rio sempre foi alicerçada* na lógica e na realidade.

(NT: uma pessoa que é apegada a alguma coisa fortemente)

“…Você realmente é irritantemente observador com esse tipo de coisa.”

“Não diga como se você realmente não gostasse.”

“Eu preciso, eu realmente não gosto.”

“Que horrível.”

Rio ignorou o sorriso tenso de Sakuta e puxou um livro intitulado “O Futuro do Teletransporte Quântico.”

“Esqueça, eu estou indo.” disse ela, indo para as caixas registradoras.

“Obrigado pela conversa.” Sakuta gritou às suas costas.

 

3

 

Enquanto Sakuta se despedia de Rio, seu turno estava se aproximando, então ele se dirigiu ao restaurante da família em que trabalhava.

“Boa noite.” cumprimentou o gerente, que estava na frente do caixa, antes de olhar a área. A essa hora da noite, havia poucos clientes, principalmente grupos de mães tomando chá, alunos estudando para as provas e homens de terno trabalhando em laptops, todos reunidos para criar uma atmosfera bastante pacífica.

(NT: se fosse um shounen, tenho certeza que em 2 minutos esse lugar tava destruído)

Sakuta não diminuiu o passo quando entrou na área de descanso, ele teve que bater o ponto e se trocar depois de tudo.

Kunimi Yuuma, um dos poucos amigos de Sakuta, estava sentado em uma cadeira na sala de descanso, já tendo chegado e terminado de se trocar.

“Yo.” ele chamou, levantando a mão quando Sakuta entrou.

“Você ficou ainda mais bronzeado?” Sakuta perguntou. Eles se encontraram pela última vez há três dias em um turno do trabalho, Yuuma já era bronzeado, mas sua pele estava mais escura.

“Eu estou? Bem, eu fui à praia alguns dias atrás.”

“Com sua namorada?”

“Sim.”

“Urgh, que chato.”

“O que há com isso, você tem uma namorada ridiculamente linda também, certo?”

“E ela está tão ocupada que não a vi a semana toda.”

“Eu a vi na TV ontem.”

“Não se preocupe, eu também a vejo na TV todos os dias.”

Ele não sabia quantos contratos ela já havia conseguido, mas ela costumava aparecer em anúncios de refrigerantes e doces novos. Ela também estava em cartazes de cosméticos e xampus que faziam o melhor uso de sua beleza.

“Bem, minhas condolências então.” Yuuma sorriu zombeteiramente para Sakuta enquanto ele saia dos armários.

E no momento em que Sakuta estava para começar a reclamar…

“Boa noite.” veio uma voz familiar do salão afora. Os passos, no entanto, eram bastante desconhecidos enquanto eles se aproximaram, com ruídos refinados de estalidos a cada passo.

Depois de um segundo, Koga Tomoe entrou na sala de descanso. A área descuidada para os dois meninos de repente ficou muito mais luxuosa. Tomoe estava usando um yukata brilhante, zori* preso a seus pés com alças bonitas e uma bolsa com padrão de peixinho dourado pendurada em sua mão.

(NT: são aqueles chinelos japoneses que parece uma havaianas, e que por sinal, foi por causa deles que surgiu a Havaianas)

“Ack, Senpai!” Tomoe exclamou em desgosto ao ver Sakuta.

“Você veio para mostrar a sua yukata fofa?” Sakuta perguntou, ela não estava na lista de turno desta semana, então não deveria estar aqui para trabalhar.

“Eu só não tinha colocado meus turnos para a próxima semana, então vim fazer isso” disse ela, pegando o cronograma em branco da estante de plástico sobre a mesa antes de abri-lo. Ela se sentou cuidadosamente em um banquinho, tomando cuidado para não amassar seu yukata e então preenchendo seus planos para as próximas duas semanas. Eles combinavam seus planos como neste cronograma e então eram combinados em turnos. Tudo poderia ser feito em telefones ou algo parecido, então Sakuta estava extremamente grato por um método analógico como esse.

“Koga-san, você está fofa em seu yukata.” disse Yuuma naturalmente no lugar de Sakuta, que não disse nada.

“Eh? O-obrigado.”

Tomoe corou e entrou em pânico ligeiramente, olhando para Sakuta.

“O yukata combina com você.” elogiou ele.

“Isso é assédio, Senpai.” fez beicinho Tomoe, embora ele realmente a tivesse elogiado.

“O que isso deveria significar…”

Ela aceitou o elogio de Yuuma tão facilmente, mas não o dele?

“Você estava olhando para o meu peito.”

Ela cobriu o peito com a mão segurando sua bolsa.

“Que rude, eu também levei em consideração o equilíbrio de seus quadris e traseiro.”

“Você não precisa! De qualquer forma, não tenho um peito grande que posso descansar no obi, sou apenas uma tábua!”

(NT: obi é aquela faixa do yukata)

Ela estava apenas emburrada com alguma coisa.

Yuuma não pôde deixar de rir enquanto os observava.

“Quando vocês dois ficaram tão próximos?” Ele perguntou.

“N-não somos próximos!” Tomoe respondeu mal-humorada.

“Aconteceu alguma coisa?” Yuuma perguntou para Sakuta com um olhar de soslaio.

“Eu a tornei uma adulta.”

“S-Senpai! O que você está dizendo?!”

“Entendo, você já é uma adulta, Koga-san.” Yuuma acrescentou com uma risada.

“Até você, Kunimi-senpai…” ela olhou para ele em traição. “Eu tenho planos, então estou indo. Com licença, Kunimi-senpai.”

Tomoe fez uma reverência adequada enquanto bufava e ia embora.

“Koga.” Sakuta gritou para suas costas.

“Hm? O que?” Ela perguntou, parando para ouvir.

“As garotas em um yukata devem ficar de olho em quem está por perto.”

“Senpai, isso é assustador, pare de me dizer essas coisas.” disse Tomoe, franzindo o rosto em desgosto.

“Isso foi só uma piada.”

“Então o que é?”

“Não consigo ver nenhuma linha de calcinha, então me perguntei se você estava indo para as linhas de frente.”

“Estou apenas usando uma que não aparece!”

“Então é um fio dental?”

“E-eu nunca usaria isso! Ei, não os imagine!”

Tomoe colocou as duas mãos atrás das costas e cobriu o traseiro.

 

—Ilustração aqui—

 

“Faz muito tempo que imaginei, então desista.” disse Sakuta.

“Só para você saber, eles são os mais cheios, são como boxeadores.”

“Uwah, meus sonhos estão mortos, eu não deveria ter perguntado.”

“Droga, não fique deprimido depois de perguntar algo tão embaraçoso! Eu estou prazenteada! Eu vou embora!”

“Ah, espere.” Sakuta chamou.

“Você é irritante, sério.” disse Tomoe, olhando para ele com clara cautela.

“Cuidado para não ser pega.”

“Eh? Ah, sim… Obrigado.”

“Você é fofa, afinal.”

“Não me chame de fofa.” ela fez beicinho para ele.

“Ok, você é super fofa, então tome cuidado.”

“Estaremos todos juntos, então vamos ficar bem. Ah! Eu vou me atrasar!”

Desta vez, Tomoe realmente foi embora, e eram apenas os dois meninos novamente.

“Ei, Sakuta.”

Falou Yuuma.

“Hm?”

“O que “prazenteado*” quer dizer?”

(NT: verbo transitivo direto, adular, bajular, agracear, envergonhar)

(NT: sim meusamigos, essa palavra existe no dicionário português, e foi a melhor que eu consegui achar que caiba no contexto, porque a palavra no inglês simplesmente não existe no português)

“Quem sabe?”

Sakuta seguiu Yuuma quando eles marcaram o ponto.

(NT:marca ponto é furar aqueles papeís longos pra anotar as horas que o trabalhador fez no trabalho)

“Koga-san às vezes usa frases que eu nunca tinha ouvido antes.”

“Elas provavelmente estão apenas “em alta” entre as colegiais hoje em dia.”

Tomoe estava mantendo o fato de que ela veio de Fukuoka em segredo, então Sakuta deu a ela a ajuda que pôde.

Houve menos passos do que o normal naquele dia, e o restaurante estava silencioso. Provavelmente porque muitas das pessoas que moravam nas proximidades estavam na exibição de fogos de artifício em Chigasaki.

Pouco depois das oito, uma família vestida de yukata entrou. A julgar pela aparência, eles estavam voltando da exibição para casa. O menino de quatro ou cinco anos provavelmente estava cansado de brincar com seu yukata estampado de heróis e estava com os olhos semicerrados. Havia outros clientes usando yukata espalhados pelo restaurante também.

Depois de anotar o pedido, Sakuta foi até o depósito para pegar alguns canudos para reabastecer o restaurante. Ele pegou uma caixa da prateleira e saiu da sala para se encontrar cara a cara com o sorriso de Yuuma.

“Oh, aí está você, Sakuta. Vá para a mesa cinco a agora.” Yuuma disse a ele.

“Huh?”

“Você vai entender quando chegar lá.”

O sorriso malicioso de Yuuma o fez pensar que não seria uma experiência agradável. Ele havia especificado a mesa, então provavelmente era alguém que estava lá para ele, mas ninguém que iria visitá-lo para vê-lo realmente veio à mente. A única que ele pensou foi a jornalista, Nanjou Fumika, mas era só ela, e ela não se mostrava há dois ou três meses.

Também tinha Mai, mas ela disse a ele que voltaria das filmagens em Kyoto amanhã.

“Eu me pergunto quem é…” ele se perguntou enquanto se aproximava.

A mesa cinco era uma mesa de cabina mais adiante na área. Ao se aproximar, ele viu uma silhueta por trás. Ela tinham uma pequena maleta de mão ao lado, com um design antiquado que teria aparecido nos filmes da época.

Quando Sakuta ficou ao lado da mesa, a pessoa ergueu os olhos do menu, e quando ela viu que era Sakuta, seu olhar de imperatriz suavizou ligeiramente junto de um sorriso.

“Por que você está aqui, Mai-san?”

Na realidade, sentada na mesa cinco estava a namorada de Sakuta, Sakurajima Mai. Ela estava usando roupas mais adultas do que o normal e tinha uma leve camada de maquiagem. Pode ter sido para segurá-la, mas a presença de uma atriz habilidosa fluia dela.

Claro, os clientes em assentos próximos estavam todos murmurando reações simples como “ela é real?”, “Seu rosto é pequeno.” ou “huh, ela vai a restaurantes familiares”.

“Eu pensei que você voltaria amanhã.” Sakuta comentou.

“Havia muitos veteranos lá, e eu também não cometi nenhum deslize, então terminamos mais cedo.”

“Entendo, então você voltou um dia antes para me ver mais cedo?”

“Eu vim.” disse Mai, desviando a pequena provocação de Sakuta com um sorriso travesso. “O hotel já estava reservado, então eu poderia ter ficado mais uma noite e fazer uma boa viagem para casa, mas pedi ao meu gerente que comprasse uma passagem de trem-bala. Você está feliz?”

“Que alegria.” disse Sakuta monotonamente.

“O que há com você?” Mai franziu a testa para ele, talvez descontente com a reação dele. Sakuta fingiu não notar e abriu seu terminal de pedidos.

“Você está pronta para fazer o pedido?” Ela olhou para ele em silêncio.

“Vou anotar seu pedido.” Sakuta a pressionou com um sorriso de atendimento ao cliente.

“Por que você está de mau humor?”

“Não estou de mau humor.”

“Você claramente está.”

“E de quem você acha que é a culpa disso?”

“Isso é, hum…”

“Hum?”

“…Sinto muito.” Mai se desculpou humildemente e depois de um momento. “Sei muito bem que tenho sido uma namorada horrível que tem negligenciado o namorado para trabalhar logo depois que eles começaram a namorar.”

“Bem, eu não diria horrível, mas…”

“Mas?”

“Mas estou ansioso por uma recompensa.”

“Tudo bem, vou fazer algo por você.” Mai permitiu.

“Mesmo algo pervertido?”

“Só um pouco.”

“Eu vou te perdoar então.”

“Não se empolgue.” disse ela, pisando no pé dele embaixo da mesa enquanto mantinha uma expressão séria, listando seu pedido.

Sakuta colocou tudo no terminal antes de murmurar para que apenas Mai pudesse ouvir:

“Estou muito feliz que você voltou mais cedo para mim.”

“Idiota, você deveria ter dito isso primeiro.” disse ela, em tom de raiva, mas com um sorriso feliz. “Até que horas você está trabalhando?”

(NT: mds, que casal fofineo)

“Eu ainda tenho meia hora de trabalho.” Já eram oito e meia agora e ele terminava às nove.

“Vou esperar depois de terminar de comer, então.”

“Nesse caso, eu vou te chamar quando eu terminar.”

“Não relaxe então, volte ao trabalho.”

“Mas foi você que me ligou.”

Depois de expressar sua reclamação, Sakuta voltou ao depósito para terminar seu trabalho anterior.

Sakuta trabalhou diligentemente pelos próximos trinta minutos e, portanto, conseguiu bater o relógio na hora certa.

“Vou na frente.” falou ele ao terminar de se trocar e sair para a área principal no momento em que Mai estava pagando a conta. Se ele fosse um pouco mais tarde, Mai poderia ter partido sozinha. Eles deixaram a loja juntos.

“Mai-san.” disse Sakuta, oferecendo uma mão para a bagagem de mão de Mai enquanto eles saíam.

“Obrigado.”

Quando ele começou a carregar a bagagem, eles caminharam lado a lado.

“Ela vem todos os dias?” Mai logo perguntou despreocupada, como se estivesse discutindo sobre o tempo.

“Quem?”

“Makinohara Shouko-san.”

“Ela vem.”

“Não pergunte quando você já sabe o que quero dizer.” disse ela, beliscando levemente sua bochecha.

“Isso te incomoda?”

“Claro que sim, a garota que você conheceu quando era uma estudante do ensino fundamental, agora também é uma estudante do ensino fundamental.” a expressão de horror em seu rosto estava quase dizendo “Eu dificilmente terei ciúmes de uma menina do ensino fundamental”.

“Eu gostaria que você ficasse com aquilo, no entanto.” Sakuta disse.

“Com o quê?”

“Com ciúmes, é claro.”

“Você não está cobiçando uma aluna do ensino fundamental quando me tem como namorada, está?”

“Eu posso cair no caminho do lolicon sob a pressão de uma vida sem encontros se não receber uma recompensa maravilhosa de você.”

(NT: não façam isso, crianças, nunca sejam um lolicon)

“Estou deixando você carregar minha bagagem, não estou?” Ela olhou de volta para a maleta. “Minhas calcinhas estão dentro.”

“Posso abri-la?”

“Só para você saber, elas foram lavadas.”

“Não te disse que prefiro lavadas?”

“Você disse?” Infelizmente, a expressão de Mai era de uma surpresa.

“Não são as calcinhas em si que eu quero ver, é o seu constrangimento enquanto eu posso vê-las.”

“Eu não ficaria envergonhada por algo como você sendo capaz de ver minha calcinha.”

“Posso olhar então?”

“Chega disso, volte para o assunto.” ela disse a ele.

“Eu queria flertar mais com você, faz muito tempo que não nos vemos.”

“Você pode fazer isso o quanto quiser mais tarde.” disse Mai com um suspiro.

“Ehh, mas eu queria agora.” Sakuta choramingou.

“Tudo bem, vou segurar sua mão.”

“Não somos um casal do ensino fundamental, isso não me satisfaria, não é?”

“Ah, tudo bem então.” disse Mai, retirando a mão. Sakuta alcançou aquela mão e a pegou ao invés de responder. Mai imediatamente entrelaçou os dedos da mão dela com os dele, apertando suavemente.

“Isso é bom, certo?” Ela perguntou.

Porém Sakuta não respondeu.

“Por que você está tão quieto?”

“Só estava pensando que você é super fofa.” respondeu Sakuta.

“Eu sei disso.” disse ela em um breve momento, mas parecia um pouco envergonhada ao desviar o olhar. “E então?”

Ela direcionou a conversa de volta ao tópico original, virando-se para a frente. Claro, ela estava falando sobre como as coisas estavam indo com Shouko.

“Ela vem todos os dias para cuidar do gato.”

“Algo estranho aconteceu?”

“Na verdade…”

“Você descobriu alguma coisa?”

“Falei com Futaba antes, mas nada. Ela apenas me rebateu dizendo que provavelmente é apenas alguém com o mesmo nome.”

“Claro. Eu acho o mesmo… Além disso, ela é tão parecida com a garota que você conheceu?”

“Ela é mais jovem do que eu me lembrava, então não poderia dizer com certeza, mas bem, se ela continuar crescendo, acho que sim. Sua personalidade parece um pouco diferente, entretanto.”

Talvez fosse porque ela não estava acostumada com ele, mas Shouko agora se parecia muito mais reservado do que antes. A colegial de dois anos atrás não se sentia assim e rapidamente diminuiu a distância entre eles.

“Hmm.” murmurou Mai. Ela não conhecia a garota desde outro dia, então apenas ouvir Sakuta falar sobre ela não ajudava totalmente.

“Não devo me preocupar com isso, a menos que esteja me causando danos como aconteceu com você, pelo menos foi o que Futaba disse.”

“Ok, se você está bem com isso.” disse ela, não concordando realmente aquilo.

A boca de Mai então se abriu por um segundo quando ela parou.

“Mai-san?”

“Aquela não é Futaba-san?” Ela perguntou, apontando para uma loja de conveniência próxima.

A colegial saindo com uma sacola de compras era mesmo Rio. Ela estava vestindo seu uniforme escolar quando eles se encontraram, mas agora estava vestindo uma camiseta larga e um par de calças. Seu cabelo também não estava mais amarrado e caía de maneira natural sobre os ombros, ela até estava usando os óculos novamente.

“O que ela está fazendo?”

Olhando de perto, ele podia ver que a sacola que ela carregava estava com o fundo achatado, então havia uma caixa de comida dentro. Quando ele percebeu isso, uma sensação de mal-estar de repente cresceu dentro dele. A Rio normalmente não era o tipo de pessoa que participava da vida noturna da cidade, então andar pelo distrito comercial depois das nove da noite era estranho. Além disso, demoraria mais para ela conseguir comida na loja de conveniência perto da estação Fujisawa, sendo que ela preferia em uma parada na linha Odakyu-Enoshima, onde ela morava em Honkugenuma, o que também chamou a atenção dele.

Mais do que tudo, a quantidade de atenção que ela estava tomando ao seu redor, parecendo tentar evitar as pessoas, o que na verdade a tornava ainda mais perceptível.

“Mai-san, se importa se fizermos uma parada?” Ele perguntou.

“Indo interferir?”

Seu tom era de condenação, mas ela a seguiu logo depois de Sakuta.

Sakuta e Mai seguiram Rio de volta à estação até um prédio de sete ou oito andares, vendo-a entrar. Olhando para o prédio, eles puderam ver que havia um banco, um bar e um cibercafé ali. Entre eles, o banco estava fechado e o pessoal do bar a recusaria, então eles já sabiam seu destino.

No entanto, até mesmo o cibercafé tinha um toque de recolher para alunos do ensino médio às dez da noite. Seu tempo seria limitado, mas visto a refeição que carregava, parecia que ela planejava passar a noite ali.

“Mai-san, você esperaria aqui?” Sakuta perguntou. Aceitar uma celebridade como ela causaria muito tumulto.

“Eu nunca estive em um desses.” disse ela, aparentemente decidida a ir com ele e não tolerando nenhuma discussão.

Sem escolha, ele e Mai embarcaram no elevador.

Eles subiram de elevador até o sétimo andar e, depois de esperar que as portas automáticas se abrissem, entraram no cibercafé. A forte pressão da iluminação fez a transição para um conjunto chique e calmo de decorações de interiores.

“Bem-vindos.” disse a recepcionista na casa dos vinte anos, seu tom também se encaixava na atmosfera do café. Mesmo enquanto olhava com curiosidade para Mai e Sakuta logo atrás dela, ela continuou. “Quanto tempo vocês gostariam?”

Havia uma lista de custos no balcão, com os custos para até “Três horas”, “Cinco horas” e “Até de manhã” listados um após o outro.

(NT: que isso vei, antigamente se tu ficasse mais de 3 horas em um ciber tu levava uma bicuda da galera que queria ficar no pc pra jogar CS)

Sakuta apontou para a linha superior dizendo: “Esse, por favor.” Os primeiros trinta minutos custavam duzentos ienes, e depois os custos aumentavam com o tempo gasto. Eles estavam lá apenas para procurar Futaba, então trinta minutos deveriam ser suficientes.

Ele terminou de pagar, pagando o tempo de Mai também e aceitando as duas notas fiscais.

A própria Mai estava no canto das bebidas, olhando para a máquina de sorvete.

“Podemos pegar um assim que encontrarmos Futaba.” Sakuta disse a ela. “Quanto eles custam?”

“Eles são gratuitos assim que você paga a taxa básica de uso.”

Bem, estritamente falando, o custo foi incluído. Havia refrigerantes, chá oolong, suco de laranja, uma cafeteira e máquina de café expresso. Havia uma linha semelhante a um restaurante familiar, e tinha uma máquina de sorvete, então era melhor do que qualquer coisa.

(NT: “ai que delicia, cara”)

Sakuta andou como se estivesse indo para os assentos e vagou rumo à área interna. O centro do espaço era preenchido por estantes com mangás alinhados nas prateleiras. Como se estivessem rodeados por eles, havia quartos com números escritos em cada um.

Sem falar de Rio, também não havia outros clientes nessa área, aparentemente, todos estavam em seus quartos individuais. O único ruído era o estalido periódico dos teclados. Não tinha como saber onde Rio estava assim.

Ele pensou em perguntar à recepcionista, mas é claro que ela não contaria nada sobre outro cliente.

“Se você se lembra do número dela, pode ligar para ela.” Mai sugeriu, estendendo o telefone com a capa de coelho para ele. Mesmo enquanto pegava o telefone, o olhar de Sakuta estava focado na outra mão de Mai.

Ela estava segurando uma xícara rasa com uma bobina de sorvete cremoso. Ele disse “Assim que encontrarmos Futaba.” mas ela não deu ouvidos a ele. Isso era típico dela.

(NT: típico de todo ser humano racional que veja sorvete de “graça”)

Ela usou uma pequena colher de plástico para pegar um pouco do sorvete e segurou-o na frente da boca de Sakuta.

“Aqui, abra bem.” Disse ela.

Assim como ela disse, ele abriu a boca, pensando que seria uma armadilha, mas ela realmente deu o sorvete.

“É saboroso?” Ela perguntou.

“É.” ele respondeu, provocando um sorriso satisfeito de Mai enquanto ela enchia a colher novamente, movendo-a para alimentar Sakuta mais uma vez.

“Você não o comprou porque queria comê-lo?”

“Acabei de comer mais cedo, então estou satisfeita.”

“Então é assim?”

“O quê? Se você não gosta disso, pode comer você mesmo.”

Aparentemente, Sakuta acabou tirando uma conclusão precipitada, nesse caso, ele preferia que ela o alimentasse.

Sem dizer uma palavra, ele abriu a boca e Mai colocou todo o sorvete que sobrou na colher e depois forçou em sua boca.

Ele sentiu uma pontada aguda de dor na cabeça, como quando comia gelo raspado. Quando Mai viu isso, ela murmurou: “Não tem jeito pra você.” e voltou para o canto das bebidas e preparou um café expresso para ele.

“Obrigado.” disse ele.

“De nada.”

Ele soprou e depois de engolir toda a bebida, jogou o copo de papel no lixo. Uma vez feito isso, ele discou o número de telefone de Rio no telefone de Mai.

A chamada foi conectada no meio do segundo toque.

“Sim?” Respondeu a voz de Rio com cautela. Provavelmente por causa de uma chamada de um número desconhecido.

“Sou eu.”

“Por que você está ligando de um celular?”

“Peguei emprestado o da Mai-san.”

“Se você vai se exibir, encontre outra pessoa.” foi a resposta dela, misturada com um suspiro. Foi sua reação de sempre, mas era muito natural e não parecia estar perto. “O que você quer? É outro aborrecimento?”

“Eu já sou um sinônimo de aborrecimento para você?”

“Isso mesmo, sua existência é um aborrecimento.”

“Ei-” Sakuta começou a responder quando uma porta se abriu atrás dele.

“…Sakuta, olha.” disse Mai, cutucando seu ombro.

Sakuta se virou despreocupadamente e encontrou o olhar do cliente que acabava de sair do quarto. Naquele momento, um mal-estar encheu seu corpo.

Era Rio. A pessoa que Sakuta estava procurando. Ela não estava segurando um telefone, nem tinha um fone de ouvido. Mas mesmo assim, o ouvido dele foi preenchido com o som de alguém falando.

“Azusagawa, o que há de errado?” Ele ouviu pelo telefone.

A Rio à sua frente, entretanto, apenas olhou para ele com ligeira surpresa e não moveu os lábios nem um pouco.

“Ah, desculpe, Futaba, a ligação está caindo, falo com você amanhã.”

“Ah, ok. Eu não me importo se você não estiver exatamente com pressa.”

“Até.”

Ele tocou a tela enquanto tirava o telefone da orelha, encerrando a chamada antes de levantar os olhos do telefone e encontrar o olhar de Rio novamente.

Ela imediatamente voltou para a sala.

“Ah, espere!” Sakuta a chamou. Indiferente, porém, Rio fechou firmemente a porta. Ele foi até a porta atrás da qual ela se fechou e bateu levemente.

“Futaba?”

Nenhuma resposta veio.

“Você não pode fingir que não está aí neste tipo de situação.” Ele disse a ela, fazendo com que a fechadura chacoalhasse e a porta se abrisse lentamente.

Rio saiu. Essa era sem dúvida a amiga de Sakuta, Futaba Rio. Ela estava vestindo calças largas com grandes bolsos laterais e uma camiseta igualmente folgada com uma blusa listrada por baixo.

“Era comigo que você estava falando no telefone?” Ela começou com o que soaria como uma pergunta totalmente bizarra, mas era perfeitamente válida nesta situação e algo que o próprio Sakuta queria perguntar.

“Sim.” ele respondeu.

“Então não adianta tentar esconder.” A expressão tensa de Rio se retorceu em derrota. “Vamos conversar lá fora”

Então Sakuta devolveu as notas fiscais dele e de Mai para a recepcionista e saiu do prédio. Rio parou entre o prédio da estação JR e a passagem para a estação Fujisawa Enoden. Então começou a falar com indiferença.

“Há duas de mim.” ela começou.

Rio observou as pessoas caminhando pela passagem enquanto ela apoiou as duas mãos no corrimão.

“O que você quer dizer com isso?”

“Exatamente o que eu disse, existem duas Futaba Rios há três dias.”

Ele entendeu que o que estava sendo dito era absurdo. Ele entendeu, mas não conseguia negar. Agora pouco no telefone ele estava, sem dúvida, conversando com Rio. A mesmo Rio que ele conhecia tão bem. E então tinha outra Rio na frente dele, uma Futaba Rio.

“É a Síndrome da Adolescência?” Mai perguntou.

Rio se virou e falou:

“Por mais que eu prefira não admitir.”

“Você tem alguma ideia?”

“Se eu tivesse, já teria lidado com isso.”

“Bem, é verdade, você teria.”

Uma pergunta de repente veio à mente enquanto ele ouvia. Seu cabelo em volta dos ombros e seus óculos indicavam que ela tinha uma roupa diferente da Rio que ele encontrara no almoço.

“Então eu me encontrei com a outra na hora do almoço?” Ele perguntou.

“Eu não me encontrei com você hoje, então sim.”

“Entendo…”

“Aquela farsa é um incômodo. Ela está ficando na minha em casa, então eu não posso nem mesmo ir para lá, e se meus pais descobrissem, isso seria ruim de várias maneiras.”

“Sim.” Sakuta respondeu.

Seus pais provavelmente não seriam capazes de entender o por quê de repente ter duas filhas.

“Além disso, a farsa vai para a escola e se dedica às atividades do clube.”

“Futaba estava de uniforme quando a encontrei e disse que ela estava para o clube depois disso.”

“Isso só torna sair de casa ainda mais perigoso. Se alguém que me conhece me vir, será terrivelmente inconveniente. Eu só tenho que me esconder um pouco.”

“Então é por isso que você estava no cibercafé. Isso é um pouco…”

“Não tenho dinheiro para ficar em um hotel.” acrescentou Rio, não tendo certeza de quanto tempo ela duraria.

“Você é idiota?” Sakuta perguntou.

“É humilhante ser chamado de idiota por você.” Disse Rio.

“Bastava me ligar imediatamente.”

O sorriso sarcástico de Rio desapareceu quando ela pareceu notar que Sakuta estava realmente com raiva, e ela não podia responder.

“Pense nisso, você é um estudante do ensino médio, certo? E você estava pensando em ficar em um cibercafé por dias à fiado? Você está sã?”

(NT: esse esporro não tinha no anime kkkkkk)

Os quartos podiam ter fechaduras, mas isso não era garantia de segurança. Pode até ser bom para um homem, mas algo pode acontecer com uma estudante. Existem homens que miravam especificamente em garotas que fugiam de casa. Pode ter sido por um motivo sério, mas as escolhas do Rio foram muito imprudentes.

Além disso, a equipe teria eventualmente notado que ela era uma estudante do ensino médio e não seria capaz de continuar assim para sempre. Eles poderiam entrar em contato com a polícia, que faria o mesmo com seus pais, revelando-a de uma só vez.

Rio parecia estar arrependido do que ela tinha feito e estava apenas olhando para o chão sem palavras.

“Diga, Futab- Ah!” Quando Sakuta estava prestes a continuar, Mai cutucou a cabeça de Sakuta para o lado.

“Mai-san.” ele se virou para ela “Eu sei que você está entediada sem a atenção, mas isso é importante!”

(NT: alguém vai dormir no sofá hoje)

Desta vez, ela puxou sua orelha.

“Ela não pode simplesmente ligar para você tão facilmente.” Mai disse a ele, seus olhos lhe dizendo que ele não entendeu nada. “Você não entende nada disso.” ela terminou, dizendo verbalmente também.

“Umm, o que você quer dizer?”

“Digamos que ela fez e explicou tudo para você, o que você faria?”

“Bem, deixaria ficar na minha casa.”

“Você também é um homem.”

“Bem, sim, mas…”

“Você provavelmente a conhece muito bem, ela ligaria para um menino e pediria para ficar na casa dele?”

“Honestamente, eu duvido.” ele respondeu honestamente, ganhando um grande suspiro de Mai.

“É assim que os homens são.”

“Desculpe.” ele se desculpou.

“É assim que você é.”

“Mas, sabe, Futaba é uma amiga, eu não faria nada estranho.”

 (NT: normalmente, a amizade é o primeiro passo pro namoro)

“Heeeh, então você não teria nenhum pensamento pervertido se uma garota que acabou de sair do banho estivesse no seu quarto.”

“Eu teria.”

“Não se precipite com uma resposta horrível como essa.” ela o cutucou na testa.

“Bem, é claro que imaginá-la apenas em uma toalha de banho me daria pensamentos pervertidos.”

“Eu não disse para você imaginá-la.” disse Mai com um sorriso que não alcançou seus olhos.

A própria Rio estava olhando para ele com desgosto em seu olhar.

“Claro, você era a pessoa que imaginei, Mai-san.”

“Tudo bem então.” Ela respondeu.

“Certo.”

Ignorando Sakuta, Mai se voltou para Rio.

“Você já foi descoberta, você vai confiar no Sakuta?” Mai perguntou a ela. Seu tom não era muito agressivo, nem muito gentil, mas fez sua natureza adulta subitamente vir à tona. Ela estava apenas um ano à frente deles na escola, mas em momentos como este, o fato de ser um ano a frente deles e a compostura de Mai realmente tinham peso. “Se você continuar sendo teimosa agora, Sakuta vai apenas pensar que você está sendo infantil.”

Ele não sabia se ela não queria isso, mas Rio soltou um pequeno suspiro e olhou para ele.

“Azusagawa…”

“Certamente você pode.”

“Eu nem disse nada ainda.” disse Rio, abrindo um sorriso agora que seus nervos haviam se acalmado.

“Então, Mai-san.”

“O quê?”

“Futaba vai ficar na minha por um tempo, está tudo bem para você?” Ele perguntou, apenas para ter certeza.

No entanto, a resposta de Mai foi:

“Não.”

“Eh?”

Ele realmente não entendeu o que ela quis dizer, ela mesma parecia ter incentivado para Rio ficar na casa de Sakuta, gentilmente cortando qualquer meio de fuga para ela.

“Por que você está surpreso?” Mai perguntou.

“Esse ‘Por que’ é o que eu gostaria de perguntar a você.” disse ele, realmente sem entender.

“Você realmente está perguntando isso?” Ela perguntou, seu olhar parecendo chamá-lo de idiota. Não, não era o seu ‘olhar’ que estava dizendo isso, era seu ‘Encarar’ que o estava chamando de idiota. “Eu vou te perguntar então… Se eu dissesse que um amigo homem estava morando comigo, você aceitaria?”

“Eu nem quero imaginar, sério.”

“Certo?”

“Sim, desculpa.”

Mas o que eles fariam sobre Rio agora? Ele cruzou os braços pensando, só que quase zombeteiramente, Mai disse suavemente:

“É por isso que também vou ficar.”

“…Eh?”

“Venha, vamos pegar as coisas de Futaba-san.” disse ela, caminhando de volta para o cibercafé sem esperar pela resposta dele.

Rio e ele trocaram olhares antes de segui-la.

“Isso foi surpreendentemente bem.” Rio disse com um olhar para ele.

“Não olhe para mim como se eu fosse ser chicoteado.”

“Muito bem, você entendeu.”

“Esse tipo de coisa faz os relacionamentos irem bem.” se defendeu Sakuta.

“Inventar desculpas como essa, como é apropriado para uma escória.”

Sakuta seguiu Mai enquanto sentia o olhar desdenhoso de Rio passar por ele.

 

4

 

Quando Sakuta chegou em casa, ele explicou a situação a uma sonolenta Kaede. Deixando de lado os detalhes da Síndrome da Adolescência, ele conseguiu que Mai e Rio ficassem.

“Você trouxe outra garota para casa…” murmurou Kaede.

“Minha reputação é horrível, hein?”

“M-mas, eu sou sua irmã mais nova, então estou preparada para aceitar você do jeito que você é.”

Kaede ficou nervosa no início, mas sua cautela em relação à Rio logo desapareceu. Ela parecia encontrar uma sensação de segurança na natureza relativamente calma de Rio, e ela já estava acostumada com Mai por ela ter vindo em várias ocasiões, então isso provavelmente era uma grande parte disso.

Com a concordância de Kaede, eles agora tinham que decidir a ordem do banho. Kaede já tinha feito isso, então era entre Sakuta, Mai e Rio.

“Eu vou por último.” Sakuta sugeriu, puramente por bondade de seu coração, mas Mai e Rio reagiram com repulsa.

“Sinto que vou acabar engravidando.” disse Mai.

“Mai-san, que tipo de lógica você está usando aí?”

“Vou para casa para cuidar da minha bagagem, então vou tomar um banho lá. Eu também quero uma muda de roupa.”

Rio declarou unilateralmente logo depois de Mai sair:

“Você é o primeiro então, Azusagawa.”

“Entendo, então você acha que eu sou um pervertido que ficaria excitado com a água do banho que uma garota usou?”

Continuar persistindo nisso não o ajudaria em nada, então Sakuta se banhou primeiro. Depois de dez minutos no banho, ele saiu para a sala para trocar com Rio, que estava sentada humildemente no sofá.

Depois de um tempo, percebeu que havia esquecido de deixar uma toalha para Rio, e então levou uma toalha lavada e dobrada para o vestiário.

O vapor no ar lhe disse que Rio já estava no banho atrás da porta.

“Futaba.” ele gritou para ela, ganhando um grande respingo em troca.

“O-o quê?” Ela perguntou com uma voz incomumente perturbada.

(NT: incomumente: incomum, não usual, etc e etc)

Aparentemente, ela recuou ao seu chamado e se refugiou na água do banho. Talvez ela tenha pensado que ele abriria a porta ou algo assim, não confiando nele.

“Estou deixando uma toalha aqui.”

“Certo.”

“Você tem uma muda de roupa?” Ele perguntou.

As coisas que eles haviam pegado ainda no cibercafé estavam todas guardadas em uma grande sacola.

“Eu tenho.”

“Se você não tiver uma, posso te emprestar uma roupa de coelho ou um pijama de panda.”

“Eu acabei de dizer que tenho.”

Claro, ela não usaria o traje de coelho, mas Kaede tinha muitos conjuntos de pijama sobrando, então ele realmente gostaria de ver Rio os usando.

“Posso lavar as roupas que você estava vestindo antes, certo?”

A máquina de lavar tinha as roupas de Sakuta e Kaede, ele jogou a camisa de Rio ali também e ligou. Encheu-se de água e começou a trabalhar.

“Eu sou capaz de limp… Espere, esse som… Já está lavando?”

“Está enchendo de água agora.”

“E a r-roupa de baixo?”

“Hm? Você é do tipo que não gosta que ela seja lavada com roupas íntimas masculinas?”

Infelizmente, a cueca de Sakuta estava lá também.

“E-eu estava falando sobre as minhas!”

“Vou precisar lavá-las à mão, certo? Eu sei disso.”

O sutiã e a calcinha que Rio estava usando hoje estavam na cesta, e Sakuta estendeu a mão para o tecido amarelo pálido de aparência macia.

“Você não sabe de nada! Não olhe para elas! Não toque nelas! Saia!”

“Esta é a minha casa.”

(NT: aí tu quebrou ela no argumento)

“Eu quis dizer o vestiário.”

“Deixando isso de lado, você está bem?”

“Eu estarei assim que você sair.”

Sakuta desistiu de lavar as roupas íntimas de Futaba e sentou-se de costas para a máquina de lavar com um leve grunhido de esforço.

“O que você está fazendo aí fora?” Ela perguntou.

“Eu estava perguntando sobre a sua Síndrome da Adolescência.”

Rio provavelmente sabia disso também, seu longo silêncio antes de responder era prova disso.

“…Eu realmente não sei.” Essa foi sua resposta, insegura, com um tom um tanto reservado.

“Isso é tudo?”

“O quê você quer que eu diga?”

“Nada demais, eu só queria ouvir sua opinião sincera.”

A situação era tal que estava fazendo até a pele de Sakuta arrepiar, e ele não era o afetado, não havia como Rio não sentir nada sobre isso.

“Estou… Um pouco assustada.” Disse ela, mudando de posição na banheira.

“Só um pouco?”

“Quando eu estava sozinha no cibercafé, eu estava realmente assustada.” Ela respondeu, sua voz tremendo com a memória daquelas emoções.

Havia outra dela. Ela estava presa com medo de uma situação que ninguém jamais havia experimentado, é claro que ela ficaria com medo.

“Mas tudo isso é mesmo possível? Digo… Uma pessoa se tornando duas?”

Sakuta se lembrou de um boato de algo assim se espalhando por um tempo quando ele estava no ensino fundamental. O boato de um doppelgänger* e de que você morreria se o conhecesse, a própria imagem de uma lenda urbana.

(NT: É mais conhecido pra quem curte RPGs, mas para aqueles que não sabem, é uma classe, mito, lenda, onde um monstro ou ser sobrenatural se transforma em uma cópia perfeita sua)

Ele não sentia vontade de rir disso nesta situação, no entanto…

“Poderia ser, se o teletransporte quântico existir no mundo macroscópico.”

“Só a palavra quantum me faz estremecer.”

“E teletransporte?”

“Isso é só coisa que acontece em histórias de ficção científica, certo?”

“Não, isso realmente existe.”

“É sério?”

Teletransporte era um termo que se limitava exclusivamente à histórias para Sakuta.

“Já falamos sobre emaranhamento quântico, não foi?”

“Sim, algo sobre partículas distantes compartilhando coisas?”

Ele certamente se lembrava de ter falado sobre duas partículas que se enredam e compartilham informações instantaneamente.

“Certo, então se eu fosse adaptar isso a essa situação e colocá-lo de forma simples… Digamos que existe uma estrutura de informações da qual eu sou feita.”

“Isso é simples?” Ele interrompeu, já sentindo as contrações.

(NT: na época em que eu vi o anime, eu já sabia, mas pra entender melhor o que a Futaba tá falando, pesquisem pelo Paradoxo de Teseu na internet)

“Agora, digamos que essa estrutura foi transmitida instantaneamente para outro local.”

“Então, como a informação de você no meu banheiro sendo transmitida para a escola?”

“Isso funciona. O referencial escolar fica definido quando é observado por alguém, então se torna a Futaba Rio que você conhece.” Ela explica.

(NT: desculpem pelas palavras difíceis, mas a vida é assim)

“Teoria da observação, hein…”

“Estou impressionada que você se lembre.”

“Bem, eu ainda continuo ouvindo sobre isso.”

No mundo quântico, tudo era definido pela observação, então até que isso aconteça, tudo era apenas uma probabilidade… Provavelmente.

No entanto, seu entendimento era apenas o nível superficial, ele na verdade não sentia que realmente entendia. Falar sobre o teletransporte para ele agora não tem diferença do que dizer que a “magia existe”.

“Mas nesse ponto, vocês duas não seriam capazes de existir, não é?”

O teletransporte quântico era diferente de copiar algo.

“Isso é verdade… Estou impressionada que você percebeu sem que precise ser explicado.”

“Bem, uma vez que é observada, não é uma probabilidade, então ela não pode estar nos dois lugares, certo? Se a sua estrutura for observada no meu banheiro, você está aí, e não na escola, certo?”

“Eu estou na verdade é surpresa, você realmente entendeu.” Ela disse à ele.

“Tive uma boa professora.”

“Mas sim, você está certo. Na verdade, eu não vi a outro ‘eu’.”

“Hã?”

“Então, quando você pergunta se há duas de mim ao mesmo tempo, não posso afirmar de forma conclusiva que tem. Eu só posso imaginar que há algo que se parece comigo em um lugar diferente, fazendo coisas diferentes. Meu quarto e telefone correspondem a essa hipótese, houve mudanças e marcas que eu não ,e lembro de fazer.”

“Então, se eu continuar te observando, a outra você não pode existir?”

“Se você fosse o observador que definiu minha existência, talvez. Estritamente falando… Pode ser que “Enquanto uma estiver sendo observada, esse observador não possa observar a outra.”

“…Eu não entendi.”

“Estou falando sobre vários pontos de vista. Nesta situação… Sakurajima-senpai poderia ver a falsa por fora.”

“Certo.”

“É possível que se ela trouxesse aquela farsa aqui, no mundo em que você e eu podemos ver, a farsa não estaria aqui. Por outro lado, no mundo em que Sakurajima-senpai pode ver, seria eu que não estaria aqui.”

“…Isso parece tão ridículo.” Disse Sakuta, e realmente parecia.

“E é isso. Nessa situação, se os mundos em que você e Sakurajima-senpai enxergam não concordarem, isso criaria um paradoxo.”

“Mas quando nos encontramos no cibercafé, eu estava falando com você no telefone e você estava bem na minha frente.”

“Aquela era realmente eu?” Ela perguntou significativamente.

“Era você.”

“Definitivamente?”

“Bem, eu com certeza não podia vê-la.”

“Então você não pode dizer que era “definitivamente a mesma existência que ‘eu’. Em outras palavras, na ‘Eu’ do outro lado da linha, ainda havia fatores indefinidos.”

“Então vocês poderiam existir ao mesmo tempo?”

“No final das contas, tudo isso é suposição, apenas uma possibilidade. Pode ser puro acaso que eu não me encontrei com a falsa. E não posso descartar a possibilidade de que outras pessoas possam nos ver ao mesmo tempo.”

“Então você realmente não pode sair descuidadamente.”

De uma forma ou de outra, deixar que outros alunos vejam que há duas “Rio” seria um problema. Precisaria de algum tipo de explicação, e ele não achava que elas seriam capazes de se passar por gêmeas.

“…Ah.” Ele percebeu. “Mas e aquela coisa de teletransporte quântico? Não seria as mesmas memórias e consciência qualquer uma de vocês quando forem observadas?”

Se a observação simplesmente definisse o local, então uma vez que elas retornassem, a informação não mudaria independentemente de qual seja a “Futaba Rio”. Se elas tivessem memórias e consciências separadas, então teria que haver duas existências que se autodenominam “Futaba Rio”.

“Isso é apenas uma hipótese, mas…” Rio parou de falar, fazendo a máquina de lavar soar ainda mais alto.

“Futaba?” Ele empurrou a conversa gentilmente.

“E se… E se eu fosse a existência observando “Futaba Rio”, mas se houvesse duas consciências de mim realizando essa observação, poderia explicar isso.”

(NT: pra ajudar na compreensão de vocês, notem que ela não usou nenhum pronome)

“Isso seria como uma dupla personalidade?” Sakuta perguntou.

“Acho que não tem muita diferença.”

“Se for esse o caso… Por quê?”

“Eu disse que não sei sobre isso.” Rio insistiu.

“Você teve um grande choque ou estava sob algum tipo de estresse?”

“Você consegue perguntar esse tipo de coisa com uma facilidade estranha. Até mesmo eu já ouvi falar sobre esses tipos de coisas que causam danos à consciência e às memórias, no entanto.”

Sakuta tinha experimentado algo parecido antes, quando Kaede foi intimidada dois anos atrás. Ele viu o intenso estresse na época ser uma influência negativa para a sua saúde física.

“Bem, eu já falei um pouco sobre isso antes.”

“…Sobre sua mãe?” Rio falou em uma voz que parecia insegura enquanto perguntava. Ele havia conversado com Rio sobre a reação de sua mãe ao bullying de Kaede antes, e como ela foi levada para o hospital.

“Isso mesmo.”

“Desculpe.”

“Está tudo bem, fui eu que trouxe isso à tona.”

“Certo… Agora, Azusagawa…”

“Hum?”

“Eu quero sair, o calor subiu à minha cabeça.”

“Entendi.” Respondeu Sakuta, ainda sentado em frente à máquina de lavar.

“Isso significa para você sair.” Veio a voz de Rio, irritada. Ela ecoou pelo banheiro, intesificando o quão infeliz ela parecia. Sakuta se levantou sem reclamar.

“Eu vou embora, mas você pode ficar o tempo que quiser.”

“…Uh, bem, desculpe.”

“Não se preocupe com isso.”

Pensando que era típico dela de não simplesmente dizer um: “Obrigada”, Sakuta deixou o vestiário e fechou a porta com firmeza.

Quando ele fez isso, a campainha tocou, sinalizando que Mai voltou.

“Certo, certo, já vaaaaai.” Ele respondeu.

(NT: bom, eu não sei como vocês respondem quando tocam a campainha, então coloquei assim pq é o jeito que eu respondo)

Quando Rio acabasse de tomar banho, o próximo tópico seria onde cada um dormiria. Sakuta e Kaede moravam em um apartamento de dois quartos, havia apenas duas camas, uma em cada um dos quartos. Eles tinham um futon para um hóspede, então podiam abrigar confortavelmente três.

“Acho que Mai-san e Futaba-san podem usar o quarto do Onii-chan, e o Onii-chan pode dormir comigo.” Sugeriu Kaede.

“Negado.” Disse Sakuta, deixando a sugestão de lado. No fim, Kaede ficaria em seu próprio quarto, Mai e Rio usariam o quarto de Sakuta e o futon de hóspedes, e Sakuta se espatifaria na sala de estar. Foi uma conclusão razoável… Mas, novamente, não havia realmente nenhuma outra opção para começo de conversa.

“Boa noite.”

Assim que as duas portas se fecharam, Sakuta apagou as luzes e se deitou na frente da TV.

Ainda havia uma luz fraca da lâmpada LED no teto, e o zumbido da geladeira preenchia o silêncio. Mesmo deitado com os olhos fechados, ele não conseguia dormir imediatamente.

Depois de um tempo, ele ouviu uma porta se abrir, seu próprio quarto a julgar pela direção do som. Os passos, que Sakuta originalmente pensava que estavam indo em direção ao banheiro, se aproximaram dele, antes de finalmente parar ao lado dele.

E depois, ele sentiu alguém se deitar ao lado dele. Ele pensou que Rio jamais faria algo assim, então ele abriu os olhos, pensando que provavelmente era Mai.

(NT: era essa cena que vocês estavam atrás? ( ͡° ͜ʖ ͡°))

Assim como ele pensou, o lindo rosto de Mai estava perto do dele enquanto ele estava deitado no chão. Mesmo a luz fraca permitia que ele visse claramente os contornos de seu rosto e que ela estava de alguma forma se divertindo.

“Mai-san?”

“Hum?” Ela perguntou, até sua voz estava animada.

“O quê você está fazendo?”

“Estou olhando para o seu rosto.” respondeu ela.

“Bem, eu posso ver isso.”

“Estou olhando para o rosto do meu namorado.”

(NT: why dafuk are u so cute?)

Isso era injusto, seu coração batia forte dentro do peito, acordando-o ainda mais.

“O coração até chega a bater, hein?” Seus olhos brilharam provocativamente para ele.

“Você parece de bom humor, Mai-san.”

“Eu finalmente consegui passar algum tempo com meu namorado, e estou até mesmo dormindo na casa dele, é claro que estou de bom humor.” Seu ato tinha algumas travessuras mal disfarçadas, e seus olhos tinham uma centelha de insatisfação. No momento em que ele percebeu isso, Mai estendeu a mão e beliscou seu nariz.

“E a Futaba?” Ele perguntou com uma voz anasalada*.

(NT: segure seu nariz e tente falar)

“Ela está dormindo. Duvido que ela tenha conseguido dormir bem nos últimos dias.”

“Entendi.”

Ficar em um cibercafé por vários dias certamente deixaria uma garota preocupada, e ele tinha a sensação de que a Rio seria particularmente sensível quanto a isso.

“Então você fica mais preocupado com Futaba-san do que comigo que estou bem na sua frente.”

“Foi só porque você parecia de mau humor, então pensei que estaria falando sério…”

Aparentemente, isso também foi um erro.

(NT: regra número um do guia “Como Entender uma Mulher”: nunca pergunte ou diga que ela está brava.)

“Haaahh, e eu pensando que poderíamos ir a um encontro visto que terei o dia inteiro de folga amanhã.” Disse Mai enquanto se virava, finalmente liberando o nariz de Sakuta.

“É por isso que você voltou para casa um dia mais cedo?”

Mai não confirmou ou negou sua pergunta, apenas olhou para Sakuta com desagrado, então ele tinha certeza de que estava certo.

“Por que você está falando como se não pudéssemos ir?” Ele perguntou.

“Bem, você vai tentar ajudar no problema da Futaba, certo?”

Mai perguntou, acertando em cheio.

“A “falsa” deve estar na escola para o clube de ciências amanhã, eu acho, então bem, eu ia ver o que estava acontecendo.” Ele admitiu, sabendo que não adiantava tentar esconder. Ele queria verificar se realmente havia duas Futaba Rio.

“Viu, eu sabia.”

“Por falar nisso, tenho um favor a pedir.”

“Não.” Negou Mai antes mesmo de Sakuta terminar de falar. “Você vai me pedir para ficar de olho na “verdadeira Futaba-san” enquanto você vai até a “falsa Futaba-san”.”

“Essa é a minha Mai-san, você me conhece tão bem.”

Levar a verdadeira Rio para a escola e colocar as duas no mesmo lugar seria o método mais rápido, mas trazia riscos. Se alguém testemunhasse isso, causaria problemas e pânico.

Também havia a hipótese de Rio de que seria impossível vê-las juntas. Isso, juntamente com a lenda urbana sobre doppelgängers, também significava que ele sentia que seria melhor se elas não se encontrassem.

“Não fique tão feliz com isso.” Disse ela, beliscando sua bochecha.

“Ai, ai.”

“Não goste disso.”

“Então, por favor, Mai-san.”

Mai ficou em silêncio e soltou sua bochecha.

“Então estaremos quites.”

“Por você ter me abandonado por um tempo?”

“Isso mesmo.”

“Eeehh.”

“Claro que ficaremos quites.”

“Como agradecimento, farei tudo o que você pedir, então deixe o pedido de desculpas como um pedido de desculpas.”

“Estou deitada ao seu lado bem agora.”

“Eu prefiro algo que começe com “Bei” e termine com “jo”.”

Mai parecia totalmente chocada.

“Oh, você não entendeu?”

Claro que ela entendeu, foi por isso que ela ficou chocada.

“Não é como se fosse necessário um pedido de desculpas, se você escolhesse a hora, o local e o clima de maneira adequada, não me importaria se você tomasse a iniciativa.”

Os olhos de Mai tinham um brilho travesso quando ela começou, mas quando ela terminou, ela desviou o olhar envergonhada.

“Mai-san?”

“O-o quê?” Ela perguntou, forçando-se a olhar para ele.

Estaria tudo bem agora. Provavelmente ficaria bem. Se não estivesse, Mai iria apenas repreendê-lo, e isso era uma recompensa para Sakuta à sua maneira, então não havia razão para hesitar.

Seus olhares se encontraram.

Um segundo se passou, depois dois… E em seguida de um terceiro, os olhos de Mai se fecharam.

Sakuta se inclinou para beijá-la e, ao mesmo tempo, Mai inclinou a cabeça levemente em constrangimento.

Por causa disso, sua testa estava mais para frente do que seus lábios, e ambas as testas colidiram com um baque.

“Isso doeu.” Disse Mai com um olhar zangado.

“É porque você se inclinou para baixo com vergonha.”

“É-é ​​porque você é muito ganancioso.” Ela reclamou para ele, sentando-se.

“Mai-san?”

“Isso é tudo por hoje.” Disse ela. Ele não podia realmente ver o rosto dela, mas tinha a sensação de que estava ligeiramente tingido de vermelho.

“Eeeehh.” Ser adiado para depois logo quando chegou tão longe foi doloroso.

“É porque você é péssimo nisso.”

“Uwaaah, essa doeu. Vou perder minha confiança como homem e acabar com medo das mulheres.”

“Isso não vai acontecer.” Mai negou categoricamente.

“O quê te faz pensar isso?”

“Porque vou deixar você praticar até que consiga fazer isso direito.”

“…Mai-san.”

“O quê? Você não quer?”

“Eu realmente amo você.”

“Eu sei.” Disse ela. Seu tom parecia entediado, mas havia um sorriso em seu rosto quando ela olhou para ele.

“Boa noite, então.” Ela terminou, levantando-se.

“Certo, boa noite.”

Mai voltou para seu quarto com um pequeno aceno, e Sakuta fechou os olhos quando a porta se fechou.

Apesar disso, ele não achava que iria dormir tão cedo. Pedir que ele não se incomodasse com as palavras e ações de Mai não era justificável. Havia algo mais o incomodando também.

Rio passou pela sua cabeça, a Rio com quem ele falara na hora do almoço, e a Rio no quarto de Sakuta.

A Rio dormindo em seu quarto chamou a outra de “falsa”. Se ele pudesse concordar, então talvez ele não se importasse com isso, mas Sakuta teve uma impressão diferente.

As duas se pareciam Futaba Rio, pensou consigo mesmo.

Se uma fosse falsa, eles poderiam simplesmente se livrar dela, mas ele não achava que a situação era tão simples, e era isso que estava o incomodando.

Mas se ambas fossem reais, isso causaria problemas, em casa, na escola e provavelmente até com a própria sociedade, elas não seriam capazes de aceitar que existissem duas Futaba Rios.

Sakuta podia sentir em seus ossos, que seu coração não se acalmava.

“Aaah, droga. Lembrar da Mai-san em sua roupa de coelhinha é definitivamente o melhor em momentos como este.”


 

 Salve pessoal! Aqui quem fala é o tradutor Ivo, vulgo Twillight_ no server do discord da scan e eu tenho um recado pra vocês, caros leitores.

Primeiramente, eu queria pedir as minhas sinceras desculpas por ter mandado o capítulo 1 anteriormente incompleto para vocês, a scan gringa da qual eu traduzo do inglês para portugês tinha excedido a margem de caracteres possíveis que eles podia colocar no site deles, e eu não havia percebido esse erro, devido a isso eu só percebi o erro quando fui traduzir o capítulo seguinte, e a história não tava batendo, tanto que resolvi ler o volume todo em inglês antes pra ter certeza de que na hora que for traduzir não esquecer nada. Outra coisa que quero pedir desculpa é o atraso pra mandar essa correção, pelo fato do capítulo ter quase QUINZE MIL PALAVRAS, e como o único jeito de traduzir era pegar do pdf bruto (o qual é uma bost@ para traduzir), juntando a falta de tempo, até porque eu também tenho uma vida pessoal, acabou atrasando muito o projeto, inclusive, estou terminando isso às 03:06 da madrugada.

Segundamente, que felizmente, agora que vou ter mais algum tempo pra traduzir, além do fato das férias estarem chegando, a frequência vai aos poucos voltando ao normal, até porque, como eu disse, eu também tenho uma vida pessoal, então vou encaixando tudo direitinho.

Terceiramente, esse aqui é spoiler, então não leia caso não queria tomar, e se caso for sair, eu realmente agradeço pela paciencia que teve por esperar tanto, e obrigado, e qualquer dúvida pode ir no meu direct que eu vou responder(ao menos tentar).

 

BOM, como vocês viram, o beijo quase rolou, e se você veio do spoiler do Marco(IntoxiAnime) porque ele disse que rolava um beijo nesse volume, NÃO PERCA A ESPERANÇA, pois como eu disse antes, eu li o volume inteiro, e sim, ele acontece, só que pra não tirar a surpresa, não vou dizer onde e quando, então fiquem ansiosos assim como eu vou ficar quando taduzir aquela beleza de cena.

É isso. Obrigado novamente, e eu os vejo de novo no próximo capítulo.

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