Shinigami ni Sodaterareta Shoujo wa Shikkoku no Ken wo Mune ni Idaku – Volume 1, Capítulo 3 - Anime Center BR

Shinigami ni Sodaterareta Shoujo wa Shikkoku no Ken wo Mune ni Idaku – Volume 1, Capítulo 3

Tradução: Eudarda

Volume 1
Capítulo 3 – Batalha de Iris

 

I

Exército Imperial, Castelo Kaspar, Base Principal

Houve movimento do sétimo exército!

A rede de vigilância do Forte Galia enviou um relatório urgente para à base principal e o general Osborne convocou todos os oficiais para um conselho de guerra.

— Para onde o inimigo está indo?

— Senhor, o sétimo exército atravessou o Rio Ecstasy e está marchando para a estrada de Canaria.

O mensageiro relatou os movimentos do sétimo exército com um pouco de animação para a sala. Foram ouvidos ruídos de batidas metálicas fora e a atmosfera estava um pouco tensa. Toda a unidade já soube que o sétimo exército estava agindo e os soldados se preparavam para a batalha de forma apressada.

— Senhor, a julgar pelo avanço do inimigo, eles definitivamente estão indo atacar o Castelo Kaspar… Parece que estão uma marcha à nossa frente.

— Parece que sim. Provavelmente devem ter se cansado de apenas se defender dentro da base.

Todos os oficiais riram das palavras sarcásticas de Osborne. Paris foi o único que desviou o olhar e suspirou. Ele podia dizer que Osborne soava um pouco irritado.

“Por que o Imperador não aprovou o plano de ataque ao Forte Gallia? Eu vi os planos de sua Excelência e é perfeito. O general Felixus também insistiu muito no plano. A iniciativa deveria ter sido nossa…”

Paris estalou a língua mentalmente enquanto o riso feroz dos oficiais soava. Ele então perguntou calmamente ao mensageiro:

— Qual o número dos inimigos?

— Sim, senhor, os relatórios dos observadores estimam uma força de cerca de 50.000.

— Hahaha… Ha?

Os rostos dos oficiais risonhos ficaram tensos.

— 50.000… isso é inesperado. Parece que eles têm mais reservas do que esperávamos.

Nínguem respondeu às palavras de Paris. Eles também não esperavam um força tão grande. A maioria dos oficiais franziram as sobrancelhas com essa notícia.

Depois de conseguir reforços, o Castelo Kaspar tinha agora 55.000 soldados. Paris comentou que o desenvolvimento foi “inesperado” mas ele não ficou muito surpreso. Porém admitiu que subestimou os números do inimigo.

Antes ele tinha estimado que o Forte Gallia tinha 40.000 soldados, ou 45.000 na melhor das hipóteses. Mas considerando a força invasora e a unidade de guarnição deixada no forte, ele precisaria rever esses números em cerca de 60.000.

“Nosso espião do Forte Gallia ainda não reportou. Ele ou foi pego ou foi morto. A falta de inteligência está dificultando as coisas.”

Paris era do departamento de inteligência e deu muita importância à informação. Ele sabia muito bem que uma única peça de informação podia ser tão importante quanto 10.000 soldados e podia decidir o resultado de uma batalha. No entanto, muitos dos oficiais presentes acreditam o contrário. Um grande número número de soldados só considera a informação como algo de importância secundária e que as batalhas eram sempre decididas com poder marcial.

E o tenente-general George era o mais devota a acreditar nisso. Ele tinha um corpo robusto e era o chefe da famosa família Bachstein que ajudou na fundação do Império. Com o poder influente do seu poderoso clã, ele conseguiu tudo o que podia querer. Para igualar suas conquistas no campo de batalha, George lidera a Corporação de Cavalheiros que ganhou fama durante a Batalha de Swaran – Cavaleiros de Metal Completos.

Durante as primeiras fases do teatro de guerra sudeste, ele pessoalmente levou sua corporação de cavaleiros para esmagar o sexto exército e sua extraordinária atuação alimentou sua confiança.

George olhou para Paris e falou para Osborne com um leve sorriso:

— Vossa Excelência, o inimigo pode ser numeroso mas são apenas uma multidão fraca. Não temos nada a temer e essa vai ser uma boa oportunidade para acabar com eles de frente e mostrar-los o poder do exército imperial.

George socou a mesa numa demonstração de sua força. Os oficiais todos concordaram com ele e o aplaudiram, incluindo os que estavam com as sobrancelhas franzidas.

— Seu entusiasmo me anima. Bom, vamos mostrar ao sétimo exército o nosso poder – Paris, onde acha que devemos enfrentá-los?

Osborne perguntou. Paris desviou o olhar para o mapa sobre a mesa.

— Aqui… Na minha humilde opinião, as planícies de Iris vão serão o lugar mais adequado.

— A razão?

— É simples. Esse é o lugar mais adequado para destacar um grande exército. A floresta de Ark e o vale de Grox em ambos os lados das planícies não são bons. Passar pelas planícies de Irir vai ser o caminho mais curto para o Castelo Kaspar, seriam tolos de pegar outro caminho.

— Hm, então essa batalha vai ser um confronto direto, huh.

Osborne falou com um aceno de cabeça.

— É isso mesmo que nós queremos. O meus Cavaleiros de Metal vão transformar o sétimo exército em pedaços!

George sorriu de forma sinistra. O espírito de luta dos oficiais atingiu seu auge. Paris sentiu uma sensação de perigo quando viu a reação deles.

“Isso é um pouco perigoso. Essa grande batalha depois de uma longa pausa está deixando eles ansiosos pelos méritos de guerra. Isso não é um bom sinal.”

Nesse momento a situação no sul do Reino estava num impasse. Com o sétimo exército defendendo teimosamente o Forte Gallia, o exército no teatro de guerra sudeste não tinha qualquer chance de ganhar méritos de guerra. Por outro lado, os seus companheiros tinham vencido batalhas nos teatros de guerra sudeste e central, o que os enche de inveja.

E agora chegaram os relatórios da invasão do sétimo exército. Era natural que os soldados ficassem agitados. Porém, se eles perdessem a batalha por estarem ansiosos demais, isso seria colocar a carroça na frente dos cavalos. Como estrategista, ele tinha que considerar o pior cenário em todos os momentos.

Com isso em mente, Paris propôs a Osborne:

— Vossa Excelência. Para estarmos seguros, devíamos pedir reforços do Forte Kiel. Nós podemos então

— O que é essa conversa fiada que estou ouvindo?

Paris foi cortado antes mesmo de poder perguntar e olhou para aquele que o interrompeu – o tenente-general George. George estava olhando para Paris com o corpo tremendo de raiva.

— Vou perguntar de novo. Que absurdo é esse que acabou de dizer? Posso entender se estamos em desvantagem mas os nossos núemros são iguais. Está tentando nos envergonhar pedindo reforços do nada?

— Tenente-general George, me perdoe mas podemos intimidar o inimigo mais facilmente se tivermos números esmagadores. Na minha humilde opinião, esse vai ser a melhor forma de minimizar as nossas perdas.

Quando ouviu a resposta de Paris, George bateu o punho na mesa.

— Seu imbecil! Onde está a honra em ganhar com números? E você se diz um soldado honroso do exército imperial? Conheça sua vergonha!

George declarou publicamente que a honra era mais importante do que a vida dos soldados. Paris sabia que não valia a pena falar mais.

— …Tem razão, tenente-general, minhas desculpas por fazer uma propósta inútil.

Paris se curvou profundamente ao som de zombarias. Pelas sua vozes, provavelmente eram pessoas da facção de George. Seu grupo era de oficiais da alta nobreza e como um nobre de nível inferior, Paris já estava acostumado com tais tratamentos e não se importava.

— Tenente-general George. O estrategista Paris está apenas expressando suas opiniões. Não tem necessidade de estar tão agitado.

— Sim, Vossa Excelência…

George deixou o assunto morrer de forma relutante. Osborne bateu gentilmente no ombro de Paris e disse de forma equilibrada:

— Vou menter sua opinião em mente, Paris. Vamos enfrentar o inimigo primeiro e ver o que vão fazer. Podemos decidir se devemos pedir reforços depois disso.

— …Entendido.

— Muito bem então – Cavalheiros, levante seus copos.

Osborne se levantou com seu copo bem alto e os outros oficiais seguiram seu exemplo.

— Que a glória do Império Arsbelt brilhe intensamente!

— Lealdade eterna ao grande Imperador Ramza!

No dia seguinte.

Uma tropa de 50.00 soldados ficou pronta nos campos e a sirene que declarou o ínicio do dia ecoou pelo céu azul.

— Vossa Excelência, estamos todos prontos.

— Ótimo. Diga às tropas que vamos partir para as planícies Iris.

II

Exército Real, Estrada de Canaria

A unidade mista sob o comando de Paul e Lambert marchava em direção ao Forte Gallia.

Quase não houve resistência por parte do exército imperial durante a marcha, já que seguiam para o oeste pela estrada de Canaria. Para esconder o fato de que o primeiro exército fazia parte da campanha, apenas ergueram as bandeiras do sétimo exército. A intenção era enganar o inimigo, fazendo ele pensar que o primeiro exército estava defendendo a capital.

Paul e Lambert estavam no centro da formação e trocaram ideias enquanto calvagavam. Os seus guardas de armaduras prateadas os acompanhavam e um grupo de elite com infantaria pesada rodeava os dois comandantes. Os guardas permaneceram sempre atentos enquanto marchavam cautelosamente.

Por sua vez, Neinhart liderava a vanguarda e Otto comandava a retaguarda.

— Está tudo correndo bem até agora.

— É verdade, as unidades imperiais próximas estão recuando apressadamente.

Lambert olhou à sua volta e viu os restos de tendas e emblemas com espadas cruzadas. Não havia dúvida de que esse era um acampamento do exército imperial. As unidades de vanguarda relataram que a cidade de Canaria tinha sido libertada do Império.

— Mas por falar nisso, fiquei surpreso que Sua Majestade aprovou esse plano.

— Hm…? Bom, é tudo graçar ao marechal que insistiu muito nisso…

Lambert o cortou brevemente mas o processo de convencer Alphonse foi muito cansativo. Alphonse planejava recusar o conselho de Cornelius e insistiu que o primeiro exército deveria se apressar e conquistar o Forte Kiel. Mas Cornelius não desistiu e insistiu repetidamente na sua ideia durante muitos dias.

Isso irritou Alphonse, que então proibiu Cornelius de entrar no palácio. No fim, Cornelius ameaçou se demitir, o que levou Alphonse a mudar rapidamente de estratégia e aprovar o plano.

O exaltado marechal já estava nos seus 70 anos mas ainda era conhecido como o general sempre vencedor e sua demissão causaria um tumulto. Vozes tanto de dentro como de fora da corte questionariam a capacidade de Alphonse como rei. Isso tornaria as coisas ainda mais difíceis para o Reino.

Lambert deduziu que Alphonse só aprovou o plano por causa disso.

— …Não sei os detalhes mas deve ter sido difícil.

Paul acariciou seu queixo de forma pensativa. A sua percepção ainda era perspicaz apesar da sua idade avançada. Lambert estalou a língua mentalmente.

— Provavelmente. Mas graças a isso o primeiro exército não tem que morrer em vão nas muralhas do Forte Kiel.

Lamberg deu de ombros.

— Oh, é raro te ver tão desanimado. Não está preocupado com a tua reputação?

— É verdade. Eu desejo morrer em campo de batalha, mas não em vão.

Paul e Lambert olharam um para o outro por um breve momento, então riram.

— Por isso não podemos perder dessa vez. Vamo seguir a liderança do sétimo exército, então você que vai mandar, Paul… mas tem certeza? Sabe, sobre aquela garota.

— Está falando da segunda tenente Olivia?

— Sim, sim, essa segunda tenente Olivia. Ouvi que ela tem só 15 anos. E sua neta também tem cerca da idade dela?

Lambert pensou na garota que viu num baila há uma década e suspirou.

— Oh, e pensar que você se lembra. Sim, ela tem a mesma idade que a segunda tenente Olivia.

— Hmph. Posso estar velho mas minha memória ainda é boa.

— Você não tem apenas 50 anos?

— Isso é o suficiente para ser chamado de velho. Deixa para lá isso. Uma garota com a idade da neta do Paul é a chave para o plano de batalha? Admito que ela é extremamente habilidosa… Mas isso não é muito precipitado?

Lambert sabia das façanhas de Olivia, começando pela morte de Samuel. E era inacreditável já que tudo isso aconteceu em apenas dois curtos meses. Especialmente a história ridícula de matar uma besta de um chifre com um ataque, o que Lamert só conseguia desacreditar com uma gargalhada.

— Compreendo sua preocupação mas não tem problema deixar isso com a segunda tenente Olivia. Designamos um excelente adjunto para ela.

— Subtenente Claudia, huh… você realmente roubou um oficial do primeiro exército.

Lambert olhou fixamente para Paul. Claudia se formou em segundo lugar na Academia Militar Real e era conhecida e excelente no maneja de espada. Ela ainda podia ser rude devida sua juventude mas o fato é que ela era muito mais capaz do que os outros oficiais da sua faixa etária.

Lambert tinha grandes expectativas em relação a ela e estava muito descontente com sua transferência para o sétimo exército.

— Sou inocente. Foi o seu adjunto que a recomendou, então não brigue comigo.

Paul falou com um rosto em branco.

— Sim, eu sei… Neinhart fez algo desnecessário.

Lembert olhou para a juventude que estava fora de vista. Nesse momento, um soldado caminhou pela formação de infantaria pesada e parou diante dos dois generais. Sua dragona vermelha mostrava sete estrelas de prata, marcando-o como um mensageiro do sétimo exército.

Paul puxou suas rédeas e levantou a mão esquerda para parar a marcha.

— Tenente-general Paul, minhas desculpas por interromper vossa discussão.

— Tudo bem. Algum sinal do inimigo?

— Relatório, o exército imperial está marchando pela planícies Iris. São cerca de 50.000.

Paul assentiu e Lambert deduziu as notícias:

— 50.000, huh. Se contarmos a força de deslocamento, ficamos equilibrados. Então eles deixaram 5.000 homens para trás para segurar seu forte?

— Por aí. Está dentro das expectativas.

— Hm, isso é bom então – Algum movimento do Forte Kiel?

Essa era a questão mais crucial para esse plano. Lambert perguntou com um pouco de tensão.

— Sim, senhor, não há sinais de movimento do Forte Kiel por enquanto.

Lambert ficou aliviado ao ouvir esse relatório. Se o Forte Kiel enviasse reforços nesse momento, a operação seria imediatamente interrompida. Ele olhou para Paul que também parecia aliviado.

— Parece que a nossa maior preocupação está fora do caminho.

— É verdade, não vale a pena travar a guerra se eles pedirem reforços imediamente.

— Nesse caso, tudo vai depender do desempenho da unidade de deslocamento.

Lambert falou como se quisesse confirmar isso e Paul parecia confiante quando ouviu isso.

— A segunda tenente Olivia definitivamente virá. Afinal de contas, ela é a “valquíria prateada”.

— …Valquíria prateada? O que é isso?

Lambert ficou confuso com esse termo estrangeiro.

— Não sabia? As valquírias são lindas mulheres que avançam pelo campo de batalha com graça e majestosidade. Foi oq ue disseram os soldados que acompanharam a segunda tenente Olivia para tomar o Forte Lamburg. Não acha que é um uso adequado do termo?

Lambert começou a duvidar de seus olhos ao ver a expressão calorosa de Paul. Ele já tinha ouvido de Neinhart mas depois de ver com seus próprios olhos, ele percebeu que Paul já estava sem salvação. Esse não deveria ser o rosto de um home que vai ir para a batalha.

Esse era o rosto de um avô amoroso que se apaixonou por seus netos. Até os soldados que os rodeavam tinham rostos confusos.

“Paul, que costumava ser chamdo de demônio, está assim agora, huh…”

Lambert acalmou seu cavalo que relichou e suspirou fortemente.

Uma semana antes das forças combinadas lideradas por Paul e Lambert partirem do Forte Gallia.

Para evitar olhares curiosos do exército imperial, os soldados foram enviados em pelotões para o Forte Lamburg, até que fossem reunidos 5.000 deles. Olivia conduziu sua força de deslocamento de 3.000 cavaleiros pela floresta Ark em segredo.

Nesse momento, Olivia cavalgava num cavalo preto e andava pela floresta num ritmo descontraído. Ao lado dela estava a recém nomeada adjunta de Olivia, Claudia. Ela vigiava com cautela os arredores e mantinha a guarda alta.

— Claudia, não precisa ser tão cautelosa com essa cara tão assustadora. É um desperdício do seu belo rosto, sabe?

Olivia deu um tapinha nas costas de Claudia com uma risada.

— Me desculpe por ser franca mas ter minha aparência elogiada pela segunda tenente Olivia parece sarcástico.

— Eh? Mas por quê? Não estou sendo sarcástica.

Olivia inclinou a cabeça de forma confusa. Claudia suspirou, era ainda pior Olivia não estar ciente da razão.

— Por favor, se olhe no espelho e veja com os próprios olhos… Tirando isso, a missão que nos foi confiada afetará grandemente a guerra. Não podemos ser descuidados antes de ficarmos nas costas do exército imperial.

O plano de batalha foi elaborado em torno desse ataque surpresa. O grupo de Olivia deveria viajar pela floresta Ark e dar a volta nas costas do exército imperial, implantando um ataque ao quartel-general do exército imperial, junto com o ataque da unidade principal e atacariam o inimigo de uma só vez, um plano ousado.

A missão de Olivia era matar rapidamente o comandante inimigo. A tarefa de Claudia era colocar Olivia no alcance de ataque. O momento desse ataque crucial seria deixado à seu critério.

Claudia que estava sobrecarregada pelas suas pesadas responsabilidades, olhou para Olivia ao seu lado. A atitude banal de Olivia não era errada para o comandante do deslocamento. Isso iria mantes os homens à vontade. Por outro lado, o seu papel como adjunta era manter a guarda alta e esse equilíbrio era justo.

— Por falar nisso, segunda tenente Olivia, a sua cavalgada é excelente. Ouvi que o cavalo preto tem um temperamento e tanto.

O cavalo preto tinha um corpo mais forte que os outros cavalos e também era mais rápido. Em teoria essa raça de cavalos era bem adequada para serem cavalos de guerra mas raramente eram visto em batalhas. Isso era devido ao temperamento feroz do cavalo negro, o que dificultava a sua montagem.

Pelo que Claudia sabia, os cavaleiros que podiam montar cavalos negros eram realmente raros. Mesmo assim, esse cavalo era realmente dócil com Olivia. De vez em quando, ele relinchava como uma criança querendo atenção. O seu comportamento inesperado fez com que Claudia se perguntasse se o seu couro negro era pintado.

Olivia acariciou suavemente a crina do cavalo petro e falou:

— Eh, é isso mesmo. Acho que esse cavalo é realmente dócil. Quando eu era pequena, cavalguei no dorso de uma besta de um chifre e fez um barulho e tanto..

— Hah…? Por besta de um chifre, você quer dizer a besta perigosa tipo 2?

— Não sei o que é uma besta perigosa tipo 2, mas é uma besta com um chifre branco na cabeça e sua carne não é boa.

Olivia colocou a mão na testa com o dedo indicador apontado para cima e imitou o grito de uma besta de chifre com um “rawr”. Ela parecia absolutamente fofa. Tirando isso, Claudia ficou chocada com as palavras repentinas de Olivia. Não havia crianças no mundo que cavalgasse no lombo de bestas de chifres. Nem mesmo os adultos fariam isso. Eles eram comidos antes que isso acontecesse.

“A segunda tenente está brincando comigo?”

Claudia olhou Olivia nos olhos com isso em mente, mas não conseguia ver nenhuma “cor” que sugerisse que Olivia estava mentindo. Enquanto Claudia parecia surpresa, Olivia acariciou suavemente o pescoço do cavalo preto e depois se levantou agilmente nas costas do cavalo.

— Ei, o cavalo é bem dócil, certo?

— O-O-O que está fazendo!?

Claudia estendeu a mão para impedí-la mas o cavalo preto se virou como se quisesse a impertir de perturbar sua mestre. Olivia girou no ar e fez uma parada de mão na sela. Os soldados à sua volta todos aplaudiram com admiração.

— Suas capacidades físicas são excelentes mas por favor, pare de fazer isso. Estamos no meio de uma missão importante e por favor esteja ciente de que é a comandante de 3.000 soldados.

Claudia evisou friamente. Olivia respondeu com um “Okay. Ehehe, eu fiz Claudia ficar brava” e depois mostrou a língua. Os soldados em volta sorriram e disseram “a capitã voltou a brincar, huh”. A cena acolhedora dissipou o descontentamento de Claudia. Parecia que alguns soldados conheciam Olivia.

— Conhece a segunda tenente Olivia antes disso?

— Sim mademoissele, acompanhamos a líder de pelotão Olivia na retomada do Forte Lamburg.

Um jovem de cabelos negros chamado Guile respondeu com orgulho.

— Oh, é isso.

— Sim, mademoissele. Mas ficamos tremendo de medo e não ajudamos em nada… Mas graças ao treino da capitã, ficamos mais fortes. Dessa vez, definitivamente seremos úteis.

Guile disse de cabeça erguida e seus companheiros acenaram todos confiantes.

“Que ingênuo. Não é assim tão fácil ficar mais forte. Eles não entendem que isso requer longos períodos de esforço constante.”

O manejo de espada de Claudia era o esforço de aos de treinamento duro. Graças a isso, ela compreendeu o difícil caminho das proezas marciais. No entanto ela não desanimou os soldados que tinham decidiso sozinhos. Dizer coisas desnecessárias bem antes da batalha iria desanimar os ânimos e não teria benefícios.

— Hm. Guile, você não se tornou assim tão mais forte. Ou melhor, todos são bem fracos, tenham cuidado e não morram, está bem?

Mas Olivia jogou-lhes água fria sem pensar duas vezes. Claudia não conseguiu evitar se acalmar. Os ânimos agora cairia – no entanto, os soldados apenas sorriam de forma estranha. Eles não pareciam deprimidos e sim estarem acostumados a isso.

Porém Olivia não estava acostumada.

— Especialmente você ASton, não vai fazer nada. Se eu tivesse que usar uma analogia, seria como se tu morresse se ficasse um pouco atordoado.

— !? O-O que você quer dizer!? Também estou trabalhando para caramba!!

Ashton protestou com raiva e Olivia riu quando viu a reação dele. Claudia olhou fixamente para Ashton. Então a pessoa misteriosa que Olivia mencionava de vez emq uando era um recruta novo.

— Não tem nada que possa ser feito, as pessoas são adequadas para coisas diferentes. Se tenho que dizer, acho que Ashton tem as características de um estrategista. Quando jogávamos xadrez no forte, você jogou muito bem.

— É-É isso? Ser um estrategista se enquadra em mim?

Ashton perguntou de forma feliz e Olivia adcionou “Mas você perdeu todos os jogos contra mim”. Ela então segurou o estômago e riu alto. Os outros sorriram com sua interação e Ashton tinha uma expressão séria no rosto.

— Está falando do tempo no Forte Lamburg?

— Sim. Todos me pediram para treiná-los lá. Fomos perseguidos pouco depois, por isso não houve muitos resultados.

Apesar do que Olivia disse, Claudia discordou. Ela notou que os passos daqueles soldados eram formes e fortes. Eles também mantinham os olhos abertos e observavam o ambiente enquanto conversavam.

Isso era uma brincadeira de criança para Claudia, mas definitivamente não era um padrão que ela esperava dos recrutas.

“Ouvi que os soldados que participaram da operação para retomar o Forte Lamburg são recrutas inexperientes. Será que melhoraram tanto com a tutela da segunda tenente…? Mas de onde ela veio?”

Enquanto Claudia se sentia intrigada, Olivia disse num tom esperançoso “me pergunto que recompensa o tenente-general Paul me dará por completar essa missão”.

III

Planícies Iris

O exército imperial do sul, liderado pelo general Osborne chegou nas planícies Iris antes do sétimo exército. A conselho de Paris, o quartel-general foi instalado num terreno alto que ignorava todo o campo de batalha. No centro estavam 20.000 fortes cavaleiros de metal, comandados pelo tenente-general George. No flanco esquerdo estava o major-general Heil e no direito o major-genral Minits, com 25.000 homens que tinham infantaria leve principalmente. A sua bandeira de espadas cruzadas voava alto no céu enquanto o exército de 50.000 homens aguardava a chegada do sétimo exército.

Por outro lado, as forças combinadas do tenente-general Lambert e Paul chegaram um dia mais tarde, Julgando que as principais forças inimigas estavam no centro, Lambert liderou seus 25.000 homens do primeiro exértico e se posicionou no meio. Outros 20.000 homens foram divididos em dois flancos, liderados pelo major-general Elman e major-general Hosmund. O quartel-negeral, com 5.000, foi instalado atrás da formação central, liderados pessoalmente por Paul.

Ambas as forças foram colocadas na formação da linha de base, o que poderia aproveitar ao máximo a vastidão das planícies e aliviar as ameaças de ataque dos flancos. À medida que o sino e os tambores ensurdecedores soavam, os cavaleiros de metal pleno planejavam começar a batalha com um ataque.

E assim começou o que seria chamado de Batalha de Iris no futuro.

— Vossa Excelêncio, você está muito perto da frente! Por favor, diminua seu ritmo!

O tenente-coronei Cyrus, adjunto de George, o aconselhou de imediato. Mas George não deu atenção e incentivou seu cavalo a ir mais rápido. Cyrus disparou até o lado de George e George gritou com ele:

— Que bobagem! Como posso recuar perante os fracos do exército real? Vou esmagar qualquer um que ouse impedir o avanço dos nossos caveliros cheios de ferro!

George tinha um sorriso sinistro ao atropelar os soldados inimigos um após o outro. O tenente-general que liderava o ataque animou pessoalmente o espírito até o alto.

Algumas horas depois da batalha ter começado.

As lutas nas planícies Iris foram anormalmente intensas.

Os cavaleiros de metal pleno eram uma unidade de cavalaria pesada e o incomum neles eram suas lanças. Ao contrário das tacas ou lanças normais, essas lanças eram especializadas em penetrar e com a inércia de seus cavalos de guerra armados, podiam até perfurar facilmente uma armadura. Os cavaleiros de metal pleno exibiam a sua proeza excepcional de ataque e defesa, dominando o campo de batalha.

— Fraco demais! Que espetáculo horrível! É igual ao quinto exército, parece que o sétimo exército também é apenas uma reunião de bandos! Até o Reino Swaran tem mais lutas entre eles.

George xingou e atirou um soldado inimigo para o lado com sua lança. Cyrus gritou de repente:

— Sua Excelência, o inimigos de repente está recuando!

Seguindo a direção na qual Cyrul apontava, podia ver alguns soldados se retirando. Os outros também estavam recuando num trabalho coordenado.

— Hmph… Adjunto Cyrus, o que pensa dos movimentos do exército real? Me deixe ouvir sua opinião.

O olhar frio de George fez Cyrus endireitar suas costas. Se não desse uma resposta que satisfizesse George, até o adjunto ganharia a ira do general. Era isso que o seu olhar dizia.

— Sim, senhor. Na minha humilde opinião, o inimigo está recundo para se distanciar um pouco de nós e depois se reagrupar!

— O que devemos fazer então!

— Essa é uma boa oportunidade. Acho que temos que agarrar essa oportunidade e acabar com a linha central deles e atacar o seu quartel-general.

George ficou satisfeito por ter obtido a resposta que queria. Como disse Cyrus, o inimigo provavelmente queria recuar e se reagrupar. Se aproveitasse essa oportunidade para atacar o quartel-general do inimigo, receberia todos os créditos. Depois disso, seria apenas uma questão de tempo até ele ser promovido a general.

George sacudiu sua lança, tirando o sangue dela, e tomou sua decisão:

— Sim, senhor!

— Cyrus! Estamos atravessando a linha central do inimigo e seguindo diretamente para o quartel-general deles!

— Sim, senhor!

— Me ouçam, gloriosos cavaleiros de metal pleno! Sigam meu exemplo e ataquem! Aquele que cortar a cabeça do comandente-chefe inimigo vai ser muito bem recompensado!

— Woah!

Aplaudido por George, os cavaleiros de metal pleno soltaram um rugido ensurdecedor. Ao sinal de Cyrus, a unidade inteira partiu como uma maré imparável. Em contraste, apesar dos esforços de Lambert e do primeiro exército em segurar a linha, o exército de cavaleiros de metal pleno os atacou facilmente.

Enquanto os cavaleiros de metal pleno atropelavam a linha central, Neinhart observava calmamente. Ele ordenou que as unidades conduzidas recuassem e manteve a barragem de flechas. No entanto, as flechas não foram eficazes. Como os cavalos de guerra também eram armados, não conseguiam conter o ataque da cavalaria matando os cavalos de guerra.

— Sua Excelência, são os famosos cavaleiros de metal pleno.

— Posso ver isso claramente. Essa unidade é a personaficação do terno “carga imprudente”. Eles podem ser o inimigo mas seu desempenho é digno de elogio.

Lambert concorou com admiração. Era verdade que o espírito e a destreza da unidade eram impecáveis. Até mesmo a elite do primeiro exército foi colocada na linha de trás muito fácil, o que surpreendeu Neinhart. Não surpreende que o sexto exército, comandado pela tenente-general Sara, tenha sido derrotado.

— Admitir não vai nos ajudar. O que devemos fazer em relação a isso? Comprometer nossos reservas?

Neinhart olhou para trás deles, onde a base principal que segurava as bandeiras do sétimo exército foi estabelecida. Lambert falou com um bufo:

— Hmph, você tem o mau hábito de perguntar o óbvio. Já planejava isso desde o começo, acha que não sei?

— Perdão, vou tratar disso.

Com isso, Neinhart levantou a mão esquerda. Com esse sinal, apareceu um grupo de arqueiros que estava à espera disso. As suas flechas estavam cobertas de óleo e depois de um soldado as acender, uma salva de flechas de fogo estava pronta.

Quando o fogo cresceu na intensidade certa, Neinhart desceu o braço.

— Soltar!

Ao seu comando, as flechas caíram sobre a àrea antes dos cavaleiros de metal pleno. O objetivo não era queimar a cavalaria, mas sim deixar os cavalos em pânico. Todos os animais desse mundo temem o fogo. O plano de Neinhart era muito eficaz e os cavalos de guerra começaram a relinchar e ficar agressivos.

— Firme!

Os cavaleiros gritaram com seus cavalos de guerra mas mesmo assim caíram no final. A infantaria pesada usou essa oportunidade para atacar os cavaleiros ainda em cavalos. Tentaram se levantar e atacar o inimigo, mas sua armadura pesada se tornaram correntes que os deixavam pesados. No fim, não conseguiram resitir e foram mortos pela infantaria pesada.

Neinhart murmurou quando viu aquela cena.

— Podemos parar o ataque inimigo agora.

— É verdade mas temos que nos manter atentos. Por agora é a nossa vez de atacar, mas o inimigo não é descuidado.

Com isso, ambos os homens continuaram a observar a batalha sem uma plavra.

A luta na linha central se encontrava num impasse. A batalha nos dois flancos era menos intensa e a guerra se tornou aos poucos equilibrada. Finalmente, o sol poente tingia de vermelho as planícies Iris. Com isso como sinal, ambas as forças retiraram seus homens.

A batalha do primeiro dia chegou ao fim.

O exército imperial perdeu 2.000 soldados e o exército 3.000 homens.

Enquanto os flancos se igualavam, havia uma clara diferença na linha central.

Exército Real, Quartel-General Principal

Otto e vários dos seus colaboradores ficaram impressionados com os relatórios do campo de batalha. Muitos deles afirmaram a proeza dos cavaleiros de metal pleno, o que estressou Otto com o quão poderoso era o exército imperial.

— Todos estão trabalhando até tarde da noite.

Com isso, Paul andou calmamente até o grupo. Os seus subordinados foram todos cumprimentados.

— Excelência, não devia estar descansando na sua tenda?

Otto perguntou por uma questão de preocupação. Paul acenou suavemente com a mão e se sentou numa cadeira que foi preparada para ele.

— Relaxa. Otto, você sabe que não durmo muito durante as batalhas. O sangue vai direto para o meu cérebro e isso não mudou mesmo com a minha idade – Então, como está o número de baixas?

Paul olhou com um olhar afiado, mostrando flashes de seu passado quando foi chamado de demônio. Apesar da sua idade avançada, sua natureza permaneceu a mesma. Otto se sentiu um pouco nostálgico e relatou as informações que tinha reunido até então para Paul.

— Eles colocaram o feroz general Lambert atrás. Os cavaleiros de metal pleno fizeram jus ao seu nome.

— De fato. Porém o primeiro exército parou o ataque inimigo colcoando os cavalos de guerra deles em pânico com flechas de fofo…

Otto parou ali e olhou para o céu. A lua brilhante que pairava sobre as planícies Iris tinha sido coberta por nuvens escuras. Paul olhou para cima e falou:

— …O tempo está mudando.

— Sim, senhor. Se chover, a eficácia das flechas de fogo vai cair. Isso vai afetar negativamente as batalhas do primeiro exército.

— Bom, é de Lambert que estamos falando, ele vai encontrar um jeito. Quando a unidade de deslocamento pode ficar em posição?

— Seguindo o seu cronograma, já devem estar a postos…

De acordo com o plano, a unidade de deslocamento vai enviar sinais de fumaça se o ataque surpresa funcionar. Com esse sinal, todo o exército lançaria um ataque. Quando Paul ouviu a resposta de Otto, murmurou “então é isso”. Depois pegou um charuto e o acendeu. A fumaça violenta então subiu lentamente até o céu noturno.

Ainda havia algumas horas antes de amanhecer.

Segungo dia de batalha, céu nublado

Aprendendo com seu fracasso no dia anterior, o primeiro exército de Lambert preparou os arqueiros com fogo muito antes da hora. Para se defenderem contra o ataque dos cavaleiros de metal pleno, adotaram uma formação defensiva. Por outro lado, os cavaleiros que ontem conseguiram grandes resultados não prepararam nenhuma contra-medida contra as flechas de godo e os seus ataques foram mais cautelosos do que ontem.

E assim, as lutas na linha central foram menos intensas do que no dia interios, com confrontos ocasionais aqui e ali. A batalha tinha se deslocado para os flancos.

Na frente do flanco esquerdo do exército real estava o major-general Elman Hark. Ele era um plebeu de nascimento mas chamou a atenção de Paul e conquistou o posto de major-general. Um talento raro que dominava as batalhas defensivas.

— Vossa Exelência, a cavalaria inimiga está nos atacando!

Seu ajudante, o capitão Louis, gritou. À medida que a intensa batalha avançava, uma cavalaria de quinhentos cavalos fortes os atacava com um descuido imprudente.

— Fiquem calmos. O inimigo está numa formação de lua crescente, é óbvio que pretendenm dividis nossa linha de defesa. Transmita as minhas ordens aos arqueiros em ambos os flancos e diga-os para atacarem com chuva de fogo.

Os mensageiros saíram correndo com as ordens de Elman e as entregaram aos comandantes dos arqueiros. Eles prepararam suas flechas em movimentos treinados e dispararam como um só. As flechas rasgaram o ar e choveram sobre os cavaleiros inimigos.

Os cavalos de guerra relincharam e ergueram suas patas dianteiras, atirando seus cavaleiros no chão. Mas a cavalaria não parou seu ataque, como se estivesse sendo perseguidos por algo vindo de trás.

— Não! O-O inimigo não está parando! Ainda estão nos atacando!

Um arqueiro falou e parecia estar quase chorando.

— Cala boca e continue atirando!

Por ordem do capitão, os arqueiros dispararam uma segunda e uma terceira salva. Cada uma dez vários mortos e quando a baixa da cavalaria foi mais de 50%, os cavaleiros recuaram e fugiram.

— Vossa Excelência, o inimigo mudou de rota, devemos perseguí-los.

Louis propôs e Elman murmurou depois de ouvir isso:

— De fato. Se não perseguirmos agora, o inimigo vai ficar desconfiado…

Normalmente Elman teria ordenado uma perseguição antes de Louis dar qualquer conselho. Mas ele hesitou dessa vez.

— Hm? Posso perguntar o que quer dizer com isso?

— Nada, é problema meu, não precisa se preocupar – Muito bem, envie a cavalaria para perseguí-los. 400 deles servirão. Não vá muito fundo e recue depois de fazer um espetáculo.

— Sim, senhor! Vou fazer os arranjos!

Louis rapidamente emitiu a ordem de perseguição ao mensageiro. Elman observou o movimento do seu subordinado e se recordou do conteúdo dessa operação. A chave desse plano está com Olivia e apenas um pequeno número de pessoas conhecia seus detalhes. Já que o sucesso do plano dependia do ataque surpresa, essa era uma medida necessária para evitar a divulgação de informações para o inimigo.

A sua estratégia era não ser muito agressivo antes do ataque surpresa funcionar e todos os comandantes deviam seguir rigosoamente esse plano de jogo. Essa foi a consideração que Paul tomou para conservar as suas forças para o ataque ao Castelo Kaspar.

No entanto, seria suspeito se eles agissem de forma passiva demais. Por isso tiveram que lutar com todas suas forças para se defenderem do inimigo e não criar qualquer suspeita do inimigo ao atacar. Elman suspirou com quanto isso era difícil e coçou seus cabelos finos.

“Já que o tenente-general Paul confia nessa garota, não deve ter problema… Mas uma garota de 15 anos vai decidir o destino dessa batalha. O que será que o inimigo vai pensar quando souber disso.”

Elman pensou na garota de cabelos prateados que passeava pelos corredores do Forte Gallia e deu as ordens de continuidade a Louis.

Exército Imperial, Quartel-General do Flanco Direito

— Como se atreve a me mostrar seu rosto, criatura vergonhosa!

Um homem com acessórios chamativos que pareciam não se encaixar num campo de batalha foi repreendido por uma voz estridente. Era o major-general Minits O’Stocks, um grande nobre conhecido por ser um exibido. Ele era covarde e não se atrevia a encarar o campo pessoalmente. Ele advertia os subordinados quando cometiam erros e ficava com os créditos deles quando eram bem sucedidos. Minits não era alguém que pudesse ser confiado o comanod da unidade do flanco direito.

— Vossa Excelência, isso deve ser suficiente. Ele também está frustrado com a perda dos seus homens.

Seu adjunto, o major Reoness, implorou pelo homem, cuja cabeça estava sendo pisada por Minits. A tentativa de invadir o flanco esquerdo do inimigo resultou na perda de 70% da força de ataque e esse homem sobreviveu de alguma forma. No entanto, era injusto colocar toda a culpa nele.

Afinal de contas, Minits planejava acabar com o inimigo com apenas 500 homens de cavalaria, o que foi uma tolice.

— Cala a boca, cala a boca. Se eu não conseguir nenhum mérito de guerra nessa batalha, meu pai vai me dar uma dura repreensão. Enviem mais cavalaria para atacá-los!

— V-Vossa Excelência! Um ataque imprudente só vai resultar no mesmo fracasso! Você deve entender depois de ver isso.

— Irritante! O ataque do tenente-general George foi parado, por isso é uma essa é uma boa oportunidade para conseguir méritos de guerra! Se entende, envie mais cavalaria! Ouviram isso, é uma ordem!

Minits falou histericamente enquanto segurava a cabeça e repetia “ataquem, ataque!”. Ele não podia ser contrariado mas como Osborne pediu a Reonesss para cuidar de Minits, Reoness não podia simplesmente deixá-lo em paz.

Reoness suspirou forte mentalmente e depois propôs à Minits:

— Excelência, que tal isso. Vamo dividir 3.000 cavalaria em três grupos e enviar um deles para atacar o flanco esquerdo do inimigo como antes.

Reoness elaborou um mapa sobre a mesa e retirou três peças de xadrez. Ele colocou uma delas no meio do flanco esquerdo do inimigo.

— …Não foi isso que eu ordenei agora.

Minits falou com raiva. Então ele não tinha perdido completamente. Reoness sorriu de forma irônica mentalmente e continuou:

— Você tem toda a razão mas o que se segue é diferente. O inimigo vai ficar descuidado se virem o mesmo ataque. Afinal, já nos ganharam uma vez.

Ele então colocou outras duas peças de cada lado do inimigo.

— Enquanto a sua quarta está baixa, vamos enviar outras duas unidades para atacar.

— Então a primeira unidade de cavalaria vai ser uma isca e criará uma abertura para os outros dois grupos? Aí vamos atacar três posições ao mesmo tempo?

— Sim, Vossa Excelência. Mas isso não é tudo, o passo seguinte é o verdadeiro feito.

Reoness ergueu os cantos dos seus lábios e explicou lentamente para fazer Minits entender.

— Vossa Excelência, a cavalaria inimiga está atacando.

Quando ouviu o relatório de Louis, Elman suspirou mentalmente e pensou “de novo?”. Ele então alcançou o telescópio em sua cintura.

— Hm? Dessa vez enviaram mais deles… Cerca de mil cavaleiros. Formação da lua crescrente de novo, ainda estão tenteando destruir a nossa linha.

— Parece que sim. O inimigo é realmente teimoso.

Elman repreendeu Louis pelas ruas palavras irresponsáveis. A situação pode mudar repentinamente no campo de batalha e ser descuidado pode se revelar fatal. Elman transmitiu as ordens através dos mensageiros, encarregando os comandantes dos arqueiros de se prepararem para o combate.

— Eles estão aqui!

A cavalaria inimiga entrou no alcance de ataque e apontou suas lanças. Não parecia haver qualquer jogo sujo pois repetiram a tática anterior. Elman se sentiu um pouco confuso ao dar a ordem para os arqueiros atacarem quando chegassem no alcance das flechas. Inúmeras flechas caíram como meteoros, matando a cavalaria uma após a outra.

— …Parece que a minha preocupação era infundada.

— Hah? Disse alguma coisa?

— Não.

Elman entregou o comando a Louis e voltou à tenda para uma breve pausa. No entanto, um Louir chocado entrou apressado em menos de 10 minutos mais tarde.

— V-Vossa Excelência!

— Qual o problema?

— Apareceu uma nova unidade de cavalaria! Estão atacando numa nova tentativa de quebrar as nossas linhas!

Quando ouviu o relatório de Louir, Elman saiu correndo em pânico e viu seu exército em desordem por causa do ataque inimigo.

— Então isso fazia parte de um plano. Cai muito fácil nessa.

Elman rangeu os dentes. A primeira onda provavelmente foi uma isca para o inimigo baixar a guarda do exército real, repetindo aparentemente as mesmas táticas. Isso criou uma abertura para as outras duas unidades atacarem dos lados.

— Na minha humilde opinião, deviamos recuar e nos reagrupar.

Louis propôs com uma cara amarga.

— …Levem os arqueiros para trás, mandem os homens dos escudos para a frente e deixem os piqueiros atacarem os cavaleiros inimigos pelos espaços dos homens dos escudos.

— Sim, senhor!

Elman instruiu Louis enquanto observava os movimentos inimigos com seu telescópio. Ele podia ver o inimigo se reunir para atacar.

“Entendo, então todo o ataque de cavalaria era apenas uma isca. A sua força principal vai pressionar sua vantagem enquanto o nosso exército está em desordem e destruir as nossas linhas. Estão realmente me subestimando.”

Elman sorriu com zombaria e Louir se sentiu inquieto quando viu isso.

— Tudo bem, não perdi o juízo. Essa série de ataques é apenas uma manobra de diversão. As principais forças inimigas estão prontas para atacar.

— O que disse!?

Louis pegou seu telescópio em pânico.

— Ugh, é verdade… minhas desculpas. Você deixou o comando comigo mas fiquei descuidado.

— Eu fiquei igual. O momento deles é impecável, parece que o meu adversário não é descuidado. Mas isso deveria ser o fim dos seus esquemas. Nesse caso, será a nossa vez de contra-atacar.

— O-O que você quer dizer?

Elman abriu um sorriso sinistro em resposta à pergunta de Louis.

— Fuhana, olha! Observe o exército real se movendo como ratos de sarjeta. Meu plano funcionou!

— Como esperado de Vossa Excelência Minits. A sua astúcia é inigualável.

— O exército real ficou sem sorte agora que vai ter que enfrentar o nosso comandante, o grande Minits

Minits estava extasiado e sua comitiva estava aproveitando a oportunidade para agradar Minits. Todos os oficiais os encararam com olhares frios.

— Muito bem, agora eu assumo o comando! Mantenham a nossa ofensiva, quebrem as linhas inimigas e ataquem o quartel-general deles. Vamos arrancar a cabeça do comandante deles de uma só vez!

— Vossa Excelência!? Dividir o inimigo e derrubá-lo um por um é um tática rigorosa aqui. Pode ser possível para os cavaleiros de metal pleno mas a nossa unidade não tem a força penetrativa deles. Por favor reconsidere, Vossa Excelência.

— Não! Essa é uma boa oportunidade de ganhar méritos de guerra!

Minits gritou enquanto batia na mesa.

— Vossa Excelência! Por favor, reconsidere

— Major Reoness, por favor se contenha. Sua Excelência deu a sua ordem. Se continuar o desafiando, será acusado de traição.

O assistente de Minits cortou Reoness e o ameaçou de traição. Os rostos de todos os oficiais ficaram vermelhor mas Reoness os parou antes que pudessem protestas.

— …Como você ordenar.

— Ótimo. Fico contente por ter compreendido.

Minits assentiu de forma satisfatória e ordenou um ataque ao quartel-general inimigo.

Passou uma hora desde que as forças de Minits lançaram um forte ataque ao flanco esquerdo do inimigo. Enquanto seus aliados lutavam corajosamente, Reoness, que comandava a linha de frente, sentia que algo estava errado.

“Isso é estranho. O inimigo deveria ter caído na nossa armadilha. Não tem qualquer chance de conseguirmos a cabeça do seu comandante mas deveríamos conseguir dar um duro golpe no seu planco esquerdo. Porém as coisas estão seguindo com suavidade demais. Fará sentido se o exército real for incompetente mas pelo que vi ontem, o adversário não é assim tão fraco… Parece que tenho que verificar a situação.”

Reoness desviou de uma flecha perdida que vinha na sua direção enquanto falava para seu ajudante Mars:

— Vou deixar o camando daqui com você por agora. Tem algo que preciso confirmar.

— Sim, senhor, por favor, deixe comigo.

Mars baixou a cabeça de forma respeitosa e Reoness virou seu cavalo.

— Muito bem! Cem homens me seguirão!

— Sim, senhor!

Reoness impulsionou seu cavalo até uma planície alta nas proximidades.

— C-Como pode ser possível…?

Depois de alcançar o terreno alto, Reoness ficou chocado com a cena que tinha diante de si. A sua unidade estava sendo massacrada pelas forças inimigas.

— Major… O que foi?

Um dos seus cavaleiros perguntou. Era isso que Reonesss queria saber e ficou em profunda reflexão.

Ele então conseguiu uma resposta.

“Será que o inimigo viu através dos nossos planos e fingiu estar confuso!? E nós caímos na sua armadilha. Deve ser isso, não tem outro jeito de explicar essa situação ridícula.. De certa forma, eu me preparei para o fracasso.”

Ele perdeu a batalha de trapaças e a única coisa que podia fazer agora era diminuir as perdar. O envolvimento do inimigo nas suas forças estava piorando mesmo enquanto falavam.

— Vamos nos apressar e voltar ao quartel-general. Vai ser muito tarde se esperarmos ainda mais!

— Sim, senhor!

Exército Imperial, Quartel-General do Flanco Direito

Depois de correr de volta à base, Reoness viu Minits bebendo um copo cheio de vinho dourado bem feliz.

— Vossa Excelência! O que está fazendo no campo de batalha?

— Hm? Oh, é o Reoness. Nada, só estou tomando uma bebida para celebrar a nossa inevitável vitória. Quer um pouco?

— Agora não é hora para isso! O inimigo está destruindo as nossas forças, por favor, emita uma ordem de retirada!

— Ordenar uma retirada? Por que está agindo feito bêbedo sem sequer beber? O inimigo está confuso porque caíram no meu esquema!

— É um truque do inimigo! Eles nos enganaram com facilidade!

Nesse momento, um soldado tropeçou na tenda. Pelo seu comportamente de pânico, Reoness podia dizer que a situação estava evoluindo da pior maneira possível.

— Que desagradável. Que demonstração vergonhosa para um soldado imperial.

— M-Minhas desculpas. M-Mas…

— Sim, reporte logo.

— Sim, senhor. N-Nossas forças foram cercadas pelo inimigo!! Se isso continuar, será apenas uma questão de tempo até que invadam o quartel-general.!!

— Até você, huh. Já chega da tolice de você ou suas cabeças vão

Minits não chegou a terminar, porque uma flecha atravessou de raspão suas bochechas. Reonis podi ouvir gemidos e gritos fracos, então perceber que não havia muito tempo.

Minits pareceu confuso no começo e a verdade gradualmente o convenceu. Ele começou a tremer e suas calças ficaram húmidas. Sua comitiva caíu todos no chão e gritaram.

— Vossa Excelência! Por favor, se controle!

— R-Reoness! O-O que está acontecendo!? Não estamos acabando com o inimigo!? O que a flecha do inimigo está fazendo aqui!?

— Como reportei há pouco, caímos na armadilha do inimigo. O quartel-general está em perigo, por favor se retirem rápido,

— É-É tudo culpa sua que as coisas acabaram desse jeito!

— Pode me repreender depois de ser seguro – escoltem Sua Excelência a partir daqui, rápido. Eu ficarei e guardarei sua retirada, também ganharei o máximo de tempo possível.

As duas comitivas assentiram e forçaram Minits a subir num cavalo e recuaram espremidos entre eles.

Depois de os ver partir, Reoness subiu no seu cavalo de guerra e desembainhou sua espada.

— Major, nós vamos agir como retaguarda junto com você.

— …Peço desculpas.

Restavam apenas 50 peculiares cavaleiros que se juntaram à luta com Reoness.

— Sua Excelência, o inimigo caiu na nossa armadilha.

— Sim, é o que parece.

O inimigo tinha sido cercado e os arqueiros concentravam o fogo neles de longe. Atacaram repetidamente as linhas inimigas com unidades de piqueiros.

— Devemos aumentar o cerco?

Louis perguntou e Elman negou com a cabeça.

— Isso sera insensato. Deixe a eles uma abertura para fugir. Cortar a rota de retirada dos soldados vai fazê-los lutarem como ratos encurralados. As nossas perdas também iriam aumentar com isso.

— Sim, senhor!

“Isso é estranho. A estratégia inesperada era boa no início mas a ofensiva depois era inflexível e dependia apenas de força bruta. Pensei ter encontrado um adversário formidável mas fiquei desiludido. Não sei dizer o que estão pensando.”

Devido ao excelente desempenho da unidade de Elman no flanco esquerdo, o dia terminou com a esmagadora vitória do exército real.

O Reino perdeu 2.000 soldados.

O Império perdeu 5.000 soldados.

Olivia e sua unidade de deslocamento ainda estavam ausentes.

Terceiro dia de batalha, céu nublado

Nenhum dos lados foi capaz de lançar uma ofensiva decisiva e o dia terminou depois de alguns pequenos confrontos. Os ataques do flanco direito do exército imperial foram inesperadamente retidos e permaneceram na defensiva. Rumores de depois da guerra dizem que o major-general Minits se escondeu em sua tenda durante todo dia, tremendo de medo.

E assim, chegou o amanhencer do quarto dia.

As nuvens negras que tinham se acumulado durante os dias finalmente descarregarm e choveu.

— Haha, parece que os céus estão do lado dos cavaleiros de metal pleno.

George jogou a cabeça para trás e riu. Cyrus sorriu com alívio e anunciou:

— Senhor, estamos prontos para entrar em ação!

Os homens e oficiais dos cavaleiros de metal pleno estavam em formação ordenada perante George, todos estavam ansiosos para lutar. A chuva forte iria parar a eficácia das flechas de fogo. Com sua moral no teto, eles poderiam sem dúvida derrotar as defesas do inimigo.

George cavalgou majestosamente até seu lugar, ergueu sua lança bem alto e gritou:

— Escutem-me, gloriosos soldados dos cavaleiros de metal pleno! Vamos atacar bem no meio da linha inimiga e esmagar o seu quartel-general. Vamos atropelar qualquer um no nosso caminho – e não faremos prisoneiros!

— Às suas ordens!

George liderou os cavaleiros de metal pleno num furioso ataque bem no meio da formação do exército real.

— Sua Excelência…

Neinhart olhou para o céu e hesitou em falar.

— Eu sei. Nossos inimigos não vão deixar escapar essa oportunidade. Passe a ordem, vamos atacar com a formação assas da grua.

Lambert já tinha uma tática para lutar num dia de chuva. Neinhart também tinha algumas formações em mente, mas não considerou a formação asas da grua.

— …Está intencionalmente enfraquecendo nosso centro para atrair o inimigo para dentro?

— Isso mesmo. Eles pretendem destruir à força nossas linhas de defesa e tomar nosso quartel-general. Já deve ter notado isso, certo?

— Pelo comportamente deles no primeiro dia, posso adivinhar o mesmo. Mas mesmo assim, o modo de pensar do comandante deles é bem severo.

Neinhart desviou seu olhar de Lambert e olhou para o meio da base inimiga.

— Sim, com o poder penetrativo dos cavaleiros de metal pleno, essa é uma tática viável para eles. Eles são como uma besta desenfreada, por isso definitivamente vão optar por uma isca bem deliciosa.

— Você está bem confiante.

— Claro que sim. Se eu estivesse no lugar deles, com certeza também morderia. Mesmo que eu soubesse que isso é uma armadilha.

Lambert sorriu de forma sinistra. Neinhart deu de ombros depois de ouvir isso e rapidamente enviou os mensageiros para transmitir as ordens para mudar de formação.

“Entendo seu plano mas o tenente-general não sabe que também é retratado como uma besta feroz?”

Neinhart sorriu de forma irônica mentalmente e propôs um plano a Lambert. Depois de declarar seu plano, Lambert falou amargamente:

— Neinhart… apesar da sua boa aparência, seu pensamento é realmente desprezível. É só um pouco mas estou contente por estar do nosso lado.

— Me sinto honrado pelos seus elogios, senhor general feroz Lambert.

— Você é realmente insensível, como esperado do adjunto do primeiro exército.

Em respota ao sarcásmo de Lambert, Neinhart colocou a mão no peito e fez uma reverência.

— A enxurrada de elogios de Vossa Excelência me enche de orgulho. Bom, me permita ir e tratar dos preparativos.

Nesse momento, num lugar diferente.

Na retaguarda do exército imperial, Olivia e Claudia estavam deitadas nas planícies cobertas de relva num terreno alto, observando a batalha com telescópios.

— Como era de se esperar, a batalha começou há dias. Que engano, como iremos nos recuperar disso?

A culpada Claudia quebrou o telescópio em suas mãos sem perceber. Olivia olhou para o telescópio de forma confusa e falou:

— Não tem nada que possa ser feito, não se culpe por causa disso, Claudia.

Seguindo o cronograma, o seu deslocamento já deveria ter chegado nas planícies Iris há muito tempo. No entanto, encontraram algo inesperado no Rio Xymus depois de atravessarem a Floresta Ark. Por causa da chuva dos dias anteriores, o rio inundou suas margens e atravessar o rio se tornou uma tarefa perigosa.

Tirados de seu caminho, a unidade de deslocamento não teve outra escolha senão montar um acampamento há uma distância do Rio Xymus, e esperaram em silêncio por três dias.

— É como você disse… Não, agora não é momento para isso. Pelo que posso ver, a situação parecer sommbria para os nossos aliados.

— Sim. A cavalaria imperial no centro parece ser a força dominante no campo. Eles são fortes e bem treinados.

Olivia elogiou com um aplausos e Claudia ficou agitada com isso:

— Acha que é legal estar admirada!? Temos que agir rápido e atacar a base principal do inimigo!

Claudia se levantou para se preparar para um ataque mas Olivia a puxou para baixo pelo braço no meio do movimento. A sua imensa força puxou fortemente a infeliz Claudia no chão, esmagando seu rosto na terra.

— Bleah! O-O que está fazendo!?

— Ahaha, seu rosto está coberto de terra.

Olivia fingiu estar atordoada.

— É tudo graças a você, segunda tenente Olivia!

— Bom, ainda é muito cedo para fazermos nosso movimento. Vamos observar um pouco mais.

— Como pode ser muito cedo? Nossos aliados estão sendo derrotados!

Esse não era o momento para assistir em silêncio. Claudia cuidou de seu nariz e disparou um olhar acusador para Olivia, mas ela respondeu sem qualquer tensão na voz:

— Claudia, é um tabu estar ansiosa em batalha. Vai te impedir de agir da sua melhor forma. Deixando isso de lado, por que não sa esse telescópio para assistir à batalha no centro de novo?

Claudia, a quem foi oferecido o telescópio, seguiu com relutância as ordens dela. Ela não conseguia aceitar tudo o que ouvia mas era verdade que o ataque supresa fracassaria se ela agisse com ansiedade demais.

— …Nada mudou. Nossas forças adotarm a formação asas de grua para se defender contra o ataque da cavalaria do Império.

— É verdade. E não achou isso estranho?

— Estranho? O que quer dizer?

A frase vaga de Olivia irritou Claudia e ela insistiu para que continuasse.

— Bom, como sabe o poder penetrativo da cavalaria imperial é forte, certo? Então por que as nossas forças estão adotando uma formação asas da grua, que tem um centro relativamente fino? Normalmente, não deveria, colocar mais homens no centro para impedir o inimigo de passar?

— …Agora que mencionu…

Como uma formação que visa cercar e destruir o inimigo, a fraqueza da formação asas de grua era o seu centro relativamente fraco. Como Olivia disse, o inimigo tinha fortes poderes de penetração. Se o inimigo invadisse o centro antes que os flancos os cercassem, estaria tudo acabado.

—  Ei, isso não é esquisito? Apesar disso, os nossos aliados continuarm tomando a formação asas de grua, devem ter um plano – Julgando pela situação, provavelmente montaram algum tipo de armadilha.

— Armadilha… Que tipo de armadilha?

Claudia perguntou mas Olivia apenas acariciou as bochechas com uma expressão conturbada.

— Hm. Não sei dizer que tipo de armadilha é. Mas se funcionar, o inimigo definitivamente vai hesitar. Eles parecem ser uma força de elite no Império, então se lançarmos um ataque surpresa na hora certa, isso também abalaria o exército imperial. Isso é matar dois coelhos numa cajada só.

— …

Nisso, Olivia esticou as costas, se levantou e se limpou. Claudia olhou para Olivia e refletiu sobre seu próprio raciocíno superficial.

“Eu estava preocupada demais com o que vejo e esqueci de considerar o quadro geral. O orgulho de ter sido encarregada dessa importante tarefa tinha reduzido minha visão.”

Para se animar, Claudia bateu em suas bochechas e propôs a Olivia:

— Segunda tenente Olivia. A fim de sermos alertados rapidamente quando a armadilha for lançada, vamos colocar alguns vigiar no alto. Podemos então lanças nosso ataque surpresa antes que o inimigo possa se recuperar.

— Okay. Não sei porque está batendo no seu rosto mas vou deixar isso com você, Claudia.

— Sim, mademoiselle, vou tratar disso!

Em resposta à continência de Claudia, Olivia retribuiu com um sorriso embaraçado. Ela inclicou a cabeça por um tempo antes de voltar ao local onde a unidade de cavalaria estava escondida.

Com todo o tipo de pensamentos na mente de todos, a batalha nas planícies Iris se aproximava do seu clímax.

Enquanto a chuva caía, George carregava um sorriso no rosto.

— Vossa Graça, por favor, deminua o ritmo! Os movimentos dos inimigos são estranhos!

Cyrus, que tinha corrido para o seu lado, gritou. George parou a lança diante dele e esmagou a cabeça do biqueiro com sua lança. Sacudiu os miolos presos na lança, parou seu cavalo de guerra e perguntou a cyrus com um olhar brilhante:

— Movimentos estranhos? Explique precisamente.

— Os ataques do inimigo são muito fracos. Não é nada comparado ao primeiro dia. Acho que tem uma armadilha.

George zombou da dedução de Cyrus.

— Hm. E daí?

— Huh? Mas se houver uma armadilha…

— Então apenas acabamos destruindo a armadilha. Só isso. Ou está sugerindo que os cavaleiros de metal pleno são fracos ao nível de serem parados pelas fracas armadilhas do exército real?

Quando ele falou isso, George colocou sua lança manchada de sangue no pescoço de Cyrus, que falou nervoso:

— N-Não, não estou querendo dizer isso!

— Então está tudo bem. Chega de conversa fiada e se concentre em tomar o acampamento base inimigo. Não dê nenhum conselho a menos que eu peça.

Antes que Cyrus pudesse responder , George impulsionou seu cavalo e seguiu até o inimigo. Ele não tinha tempo para esse absurdo, honra e glória estavam prontos para a tomada de posse.

Enquanto os cavaleiros de metal pleno atacavam direto no centro, Neinhart devolvia o seu telescópio à cintura.

— É exatamente como Vossa Excelência previu.

— Não é verdade? Eles não podem deixar de ir na isca diante deles. Essa é a natureza patética das bestas.

Lambert falou com um tom sombrio. Neinhart não pode deixar de rir com a visão disso.

— Hm? Eu disse algo engraçado?

Lambert olhou para ele de forma confusa. É hilário – Claro que Neinhart não podia fazer isso e ele negou com a cabeça.

— Não, não é nada. Já que atraímos o inimigo, vamos começar.

— Os nossos aliados já estão espalhados pelo caminho?

— Sim, senhor. Não há problemas.

— Muito bem –  Comece a operação.

Assim que Lambert falou isso, Neinhart fez um gesto para um arqueiro. Ele era o melhor arqueiro do primeiro exército. Depois de mirar seu arco completamente, ele disparou a flecha de fogo no ar.

A flecha flamejante formou um belo arco no céu e cravou profundamente no chão em frente aos cavaleiros de metal pleno. Naquele momento, o chão foi engolido por chamas.

Ataque de fogo.

Neinhart tinha derramado óleo por todo o lugar para onde o inimigo foi atraído. Os cavaleiros de metal pleno que não tinham a menor ideia, foram engolidos pelo fogo. O cheiro de corpos queimados se espalhou pelo ar e as planícies se transformaram num inferno vivo.

Ao mesmo tempo, Olivia e Claudia desfrutavam da mostarda caseira de Ashton que tinha sido passada no pão. Claudia assentiu enquanto olhava com admiração para o pão que Ashton tinha lhe feito. Como sempre, Olivia balançava as pernas enquanto apreciava sua refeição. De repente, os vigias no terreno alto correram para dentro da tenda.

— Relatório! As planícies foram incendiadas! Deve ser uma armadilha dos nossos aliados!

— Entendido. Espalhe essa notícia a todos e se os preparem.

— Sim, mademoiselle!

O vigia deixou a tenda bruscamente e Claudia falou surpresa:

— Como disser, segunda tenente Olivia. Mas usar um ataque de fogo num aguaceiro tão forte…

— Uma exibição impressionante de perspicácia e coragem. Quem teria pensado nesse plano? Graças a isso, o nosso ataque sorrateiro vai ser muito mais fácil agora. As principais forças do inimigo agora estão reunidas no meio do campo de batalha.

Olivia enfiou o resto do pão na boca e esticou as costas. Ela então saiu da tenda. Ainda estava chovendo e a chuva limpava qualquer sangue que pingasse nela.

Olivia sorriu quando pensou nisso e alguns soldados que olhavam para ela desviaram o olhar. Olivia não sabia o que os assustava e enquanto inclinava a cabeça, ouviu Claudia gritar “por favor, não me deixem para trás”.

Exército Imperial, Base de Apoio Principal

Paris suspirou, baixou o telescópio em suas mãos e reportou a Osbornee:

— Vossa Graça, os cavaleiros de metal pleno se depararam com um ataque de fogo e está em completa desordem.

— O que disse!? Um ataque de fogo com uma chuva tão forte!?

— Eles provavelmente derramaram bastante óleo e o cobriram com palha. O tenente-general George caiu nessa armadilha.

O inesperado relatório de Paris fez Osborne suspirar. Ele já sabia dos problemas que George tinha com as flechas de fogo. Foi exatamente por isso que George via essa chuva como uma boa oportunidade de atacar e Osborne não impediu seu forte ataque.

— Mas é impossível George não ter reparado na armadilha do inimigo…

— Não… Acho que o tenente-general George entrou em combare mesmo sabendo que tem uma armadilha.

— O quê!? Ele se encurralou intencionalmente?

George não era estúpido o suficiente para entrar intencionalmente numa armadilha. Ao ver que Osborne estava intrigado, Paris suspirou e disse:

— Ele provavelmente sentiu que a armadilha do exército real era insignificante.

Isso era muito provável, Osborne pensou. George tinha confiança absoluta nos seus cavaleiros de metal pleno. Não era estranho para alguém como ele que priorizava as proezas marciais acima de qualquer outra coisa.

— …Devemos ordenar que eles recuem?

— Sim. Mas com o caos das coisas, as ordens podem não ser bem transmitidas

Nesse momento, um soldado entrou muito agitado.

— O que aconteceu?

— U-Unidades inimigas apareceram na nossa retaguarda! Estão invadindo a nossa base de apoio!

Voltando um pouco no tempo.

— Segunda tenente Olivia, parece que inimigo nos percebeu.

Claudia falou enquanto montava seu cavalo. Atrás dela estava a retaguarda da base de apoio inimiga que se encontrava em posições defensivas frenéticas.

— Parece que sim. Mas já é tarde demais.

Olivia desembainhou sua espada com um sorriso e impulsionou seu cavalo de guerra. Ela arrancou a cabeça de um inimigo e depois acabou com os outros soldados imperiais. A fumaça escura estava lentamente saindo de sua espada negra.

Os soldados da unidade de deslocamente que viram Olivia lutar pela primeira vez, todos ofegaram com seu poder avassalador a a carnificina que ela causou. Era igual para Claudia. Ela leu os relatórios antes mas o impacto de testemunhar em primeira mão era completamente diferente. A força aterrorizante de Olivia fez o coração de Claudia bater mais rápido.

No entanto não tinha razão para ficar nervosa. Claudia tomou conta do inimigo no seu caminho e correu para o lado de Olivia.

— Segunda tenente Olivia! Por favor, não ataque tão de repente sozinha!

— Ahaha, desculpa. Eles estavam cheios de aberturas e agi antes que percebesse.

Olivia mostrou a língua e nesse momento um cavaleiro se aproximou delas.

— Comandante Olivia, outro grupo de inimigos está chegando!

Na direção que o cavaleiro apontava, uma divisão de 2.000 soldados estava se reunindo para atacar o flanco deles. Claudia tomou uma decisão rápida e falou:

— Segunda tenente Olivia, por favor, continue seu ataque à base de apoio inimiga! Vou segurar eles!

— Você vai ficar bem?

— Por favor, deixe comigo. Mais tarde vamos nos reunir dentro da base de apoio inimiga – Terceira e quarta companhia, me sigam!

— Sim, mademoiselle!

Claudia se virou e liderou uma cavalaria de 1.000 cavaleiros em direção aos soldados inimigos. Olivia os viu partir, então anunciou calmamente aos soldados da unidade de deslocamento:

— Bom, não vamos perder para a Claudia, vamos rápido até a base de apoio inimiga – oh, precisamos matar todos os inimigos aqui primeiro.

Com o encorajamento de Olivia, o espírito da unidade de deslocamento se animou e o seu ataque se tornou ainda mais forte. Quando a espada cortava, sangue jorrava no ar como flocos de neve. Os soldados imperiais começaram a sussurrar enquanto observavam com medo:

— Ei, aquela é a garota monstruosa mencionada pelos soldados que ficaram loucos? Ela está usando uma espada negra.

Quando falou isso, o mal-estar se espalhou como uma onda entre os soldados e o medo estava lentamente dominando toda a unidade. Antes do terror dominar as tropas, o comandante da retaguarda, major Brando, rugiu:

— O que tem de tão assustador nela!? Como podem os soldados do Império ficarem nervosos por causa de uma garota!? Me observem, eu vou matá-la!

Brando girou sua lança em cima de sua cabeça enquanto se aproximava de Olivia, então a lançou diretamente no rosto dela. Olivia desviou do ataque facilmente e apenas a metade inferior do corpo de Brando com as tripas escorrendo foi deixada no cavalo.

— Não – ! Monstro, ah!

Os soldados imperiais fugiram como água de uma barragem rebentada. A unidade de deslocamento não deixou escapar essa oportunidade e perseguiu o inimigo. Olivia observou por um momento, então focou seu olhar na direção da base de apoio onde o estandarte das espadas cruzadas balançava no alto. Ela murmurou num tom inaudível:

— Os humanos com certeza são criaturas agressivas e cruéis, Z.

Exército Imperial, Base de Apoio Principal

O ataque veio do nada.

Esse acontecimento inesperado abalou um pouco Osborne. No entando ele não deixou transparecer e instruiu Paris a recolher mais informações.

Depois de reunir informações – o inimigo era uma garota monstruosa e ela tinha matado o comandante da retaguarda.

— Vossa Graça, será que…

Paris mostrou um rosto amargo.

— Provavelmente sim, deve ser a garota que matou Samuel. Que surpresa.

— Peço desculpa, não teria chegado nesse ponto se eu ticesse concentrado mais esforços na recolha de informações.

Paris falou com a cabeça curvada e Osborne apenas acenou. A culpa era de Osborne por não ter dado prioridade à investigação sobre aquela garota. No fundo ele pensou que o assassinato de Samuel era apenas um assunto trivial e achou ridículo toda a questão da garota monstruosa.

Foi por isso que Osborne não colocou toda a culpa em Paris.

— Não entrem em pânico. Os homens podem chamá-la de monstro mas

Antes que Osborne pudesse termina, um soldado apareceu gritando. Paris franziu o cenho e gritou com um olhar assassino:

— O que é dessa vez!?

— O-O monstro – !

O soldado nunca completou sua frase. Uma espada negra tinha atravessado seu peito e foi retirada lentamente enquanto os olhos do soldado se arregalavam e sangue saía de sua boca. Quando a espada foi completamente retirada, o soldado caiu no chão.

Atrás desse soldado estava uma garota de cabelos prateados coberta de sangue.

— Quem vem lá!?

Paris gritou. Ele sabia que ela era uma inimiga mas não pode evitar perguntar de qualquer forma.

— Hm? Meu nome é Olivia. A propósito, quem é o comandante? Oh, se esconder é inútil, já sei que ele está aqui.

Olivia descansou a espada no ombro e observou a tenda casualmente No momento seguinte, quatro guardas cercaram Olivia com seus espada erguidas. Olivia girou como se estivesse dançando e houve um flash. Os quatro guardas pararam de se mover com suas espadas no alto, como se tivessem petrificados.

E tudo aconteceu num piscar de olhos.

A metade superior do seus corpos deslizou horizontalmente e caiu no chão, deixando a outra metade ainda de pé. O sangue jorrou naquele instante e seus órgãos se espalharam. O cheiro forte de sangue preencheu todo o lugar. Osborne não pode fazer nada além de arfar diante dessa cena de pesadelo.

Olivia olhou para os guardas mortos e inclinou a cabeça.

— Hm, eles parecem forte, mas não muito – Oh! O comandante é um velho vovô como o tenente-general Paul?

Olivia então se virou para Osborne com um leve sorriso.

— Vossa Graça, tem que fugir agora. É difícil acreditar mas essa garota é realmente um monstro. Não consigo ganhar muito tempo.

Com isso Paris desembainhou suas duas espadas da cintura e correu para Olivia, a atacando no pescoço.

— …Paris… Desculpe, mas não posso aceitar seu pedido.

Osborne acariciou de leve a cabeça de Paris que tinha caído no chão e fechado seus olhos. Ele encarou Olivia e declarou com dignidade:

— Eu sou o comandante do teatro de guerra sudeste, Osborne von Gralvine!

Base de Apoio Principal do Exército Real

— Sua Excelência, o primeiro exército acabou com o inimigo numa armadilha de fogo.

— Fiquei chocado quando eles se colocaram em formação de asa da grua, mas pensar que usaram um plano tão violento…

Se os cavaleiros de metal pleno quisessem fugir do mar de chamas, teriam que enfrentar a elite de piqueiros do exército real. As suas únicas escolhar eram ser queimados vivos ou perfurados pelas lanças. Os flancos tinham terminado seu cerco e agora estavam os apertando.

Paul e Otto observaram a batalha na linha central com seus telescópios.

— Eu estava extremamente nervoso quando começou a chover mas minhas preocupações eram infundadas.

— Não disse que Lambert ia encontrar um jeito? Mas atacar com fogo não é exatamente o estilo dele.

Paul franziu o cenho depois de baixar seu telescópio. Otto teve uma ideia de quem inventou o plano de ataque com fogo mas não afirmou pois estava mais preocupado com a unidade de deslocamento. E ele tinha certeza que de alguma forma Paul sabia.

— Mas a unidade de deslocamente é realmente lenta.

— …Talvez tenham encontrado algum obstáculo inesperado.

Tinham se passado quatro dias desde o início da batalha.

Otto achou que não era sensato esperar mais. O exército real poderia ter a vantagem agora mas se o Forte Kiel enviasse reforços, a situação mudaria. Esse era o limite da vantagem do exército real. Se a unidade de deslocamenteo não conseguisse obter algum resultado, então essa seria a opotunidade de pressionar sua vantagem. Com isso em mente, Otto propôs a Paul:

— Sua Excelência

Antes que pudesse dizer algo mais, Paul negou com a cabeça. Ele já sabia o que Otto tinha em mente.

— Já tem duas décadas que trabalhamos juntos. Posso adivinhar o que está pensando, Otto.

— Nesse caso…

— Essa é uma boa oportunidade mas o comandante inimigo não é estúpido também e vai puxar suas forças para trás assim que as coisas ficarem ruins. Ele também vai pedir reforços ao Forte Kiel e você sabe o que vai acontecer nessa hora.

Otto franziu o cenho com o olhar afiado de Paul e não disse uma palavra. Paul sorriu com isso e bateu no ombro de Otto:

— Pode ser um pouco tarde para dizer isso mas a segunda tenente Olivia vai ficar bem. Otto, foi você que elaborou esse plano, certo? É o dever do superior confiar nos seus subordinados para cumprir a missão deles.

— Sim, senhor.

— Hah, hah, hah – sua cadela! Você é mesmo humana!?

— Ahaha, você com certeca está brincando. Claro que sou humana.

Osborne já usou várias vezes seus certeiros ataque mortais mas a espada negra o assustou facilmente. Cada vez que lutava de espadas com seu adversário, suas mãos ficavam dormentes. O abismo entre suas habilidades era enorme e ele não conseguia se livrar da sensação sinistra de morte agarrada firmemente às suas costas.

— Já teve o suficiente?

— Hah, hah… Se eu disser que não, vai embainhar sua lâmina?

Ele estava apenas brincando mas Olivia pressionou seu dedo indicador no rosto em profunda reflexão. Osborne não pode evitar sorrir com a sua atitute despreocupada nessa luta até a morte.

— Hah, você tem razão. Nunca pensei no que deveria fazer se alguém dissesse não. Minha escolha de palavras é pobre. A linguagem humana é complicada, afinal.

Olivia mudou sua frase com um sorriso brilhante “esqueça o que eu disse, está na hora de acabar com isso”. Ela balançou sua espada para o lado e a lâmina coberta de névoa escura pareceu familiar para Osborne. Ela tomou então uma posição de guarda alta com a espada.

— Estou indo!

— Sim, pode vir!

Osborne atacou verticalmente enquanto segurava a respiração e o som da lâmina ecoou em voz alta. Ele atacou com todas suas forças e pessoas normais não seriam capazes de seguir sua espada – No entanto…

— Senhor Osborne, o senhor tem potencial, mas é apenas um pouco lento.

A lâmina não tocou no corpo de Olivia, atacando em vão pelo ar. Com o som agudo de um golpe, a espada negra formou um belo arco e foi direto no pescoço de Osborne. Com seu corpo ainda em movimento pelo impulso do próprio ataque, era impossível desviar.

Osborne sorriu levemente e fechou seus olhos em paz.

Duranto o último momento de sua vida, o que passou na mente de Osborne não foi sua querida família ou seus subordinados do exército, mas sim o pensamento de que a névoa escura era semelhante às sombras contorcidas atrás do chanceler Dalmes.

Olivia sacudiu sua espada tirando o sangue dela e a embainhou. Nesse momento, Claudia e alguns soldados correram até ela, sussurrando sem fôlego.

— Segunda tenente Olivia! Você está bem!

— Sim, estou bem. E você, Claudia?

— É só um arranhão, vou ficar bem.

Olhando mais de perto, havia algumas marcas na armadura de Claudia, seus membros estavam sangrando mas não era fatal para sua vida. Olivia suspirou e bateu suavemento no ombro dela.

— As pessoas morrem quando são atacadas, por favor cuide de si.

— Sim, mademoiselle. Obrigada pela sua preocupação – ! Por falar nisso, você matou o comandante inimigo?

— Hm? Essa cabeça ali pertence ao comandante-chefe. Ele disse que era Osborne von Gralvine.

Olivia apotou para a cabeça de cabelos grisalhos no chão. Claudia se aproximou lentamente e engoliu em seco.

— Realmente matou o comandante-chefe deles…

— Eh? É a nossa missão, afinal. Em vez disso, não vai mandar o sinal de fumaça?

— É-É verdade!

Claudia se agachou para se preparar e uma coluna de fumaça vermelha subiu no ar num instante.

— Nossas forças agora vão lançar um ataque com tudo. O que a nossa unidade deve fazer agora?

— Poir bem… Para enfraquecer de verdade o espírito de luta do exército imperial, precisamos divulgar a notícia de que seu comandante-chefe está morto. Enfie a cabeça dele numa lança e desfile por aí.

— P-Precisamos ir tão longe!?

Claudia ficou chocada. Em contraste, Olivia estava muito calma.

— O verdadeiro vai ser mais convincente, correto? Não vou te forçar se não quiser.

— N-Não, eu cumprirei as suas ordens e farei os preparativos!

Deixando Cardia que estava dando ordens para as tropas, Olivia esticou as costas. A batalha estava chegando um ponto de reviravolta. A seguir seria o ataque ao Castelo Kaspar.

Agora mesmo.

— Ser um soldado é muito trabalho!

Claudia não pode evitar rir do tom exagerado de Olivia que soou como uma atriz numa peça de teatro.

Base de Apoio Principal do Exército Real

— Vossa Excelência! Olhe alí!

Otto apontou agitadamente para longe. Uma coluna de fumaça vermelha estava subindo da base de apoio inimiga.

— Haha, não precisa gritar. Parece que a segunda tenente Olivia completou sua missão.

Paul abriu um sorriso sinistro e ordenou:

— Contate Lambert, Elman e Hosmund. Diga para eles que a lança de prata foi fincada. Lancem um ataque com tudo, matem todos que se opuserem.

— Sim, senhor!

Otto transmitiu as orens aos mensageiros. Paul montou em seu cavalo de guerra com movimentos treinados.

— Também estamos indo.

Sem perder tempo, Paul liderou seus 5.000 homens ao ataque.

Uma hora depois da coluna de fumaça ter subido.

— Ugh, d-droga. Que truques patéticos.

— S-Sua Graça…

Depois de correr para o lado de George, Cyrus viu que o lugar estava cheio de corpos carbonizados e George olhava para essa cena com olhos demoníacos. Os restos queimados do lugar adorado estavam do seu lado. Cyrus, levando uma grave notícia, hesitou mas tomou coragem.

— Vossa Graça, a nossa base de apoio principal caiu no ataque surpresa do inimigo. Invadiram nossos flanco direito e o nosso flanco esquerdo não vai durar muito mais… Por favor, recue as tropas depressa.

— …Adjunto Cyrus. Não estou com disposição para as suas piadas agora.

George falou friamente enquanto apontava sua lança queimada para o queixo de Cyrus. Cyrus conteu o medo esmagador que sentia, sabendo que a situação piorava a cada segundo que passava e não tinham tempo. Enquanto o Castelo Kaspar ainda estiver de pé, eles poderão voltar dessa devastadora perda. Mas se perdessem suas vidas por uma bravura imprudente, tudo estaria acabado.

Quando pensou nisso, Cyris reuniu suas forças e voltou a falar:

— Vossa Graça, me permita repetir. Perdemos a nossa base de apoio principal. Se isso continuar, a nossa retirada será impossível. Por favor, ordene a retirada.

— …O lorde Osborne está bem?

— …Alguns soldados inimigos falaram que Osborne foi morto em batalha. Não podemos verificar isso mas os ataques do sétimo exército tinham ficado mais fortes.

— Entendo… Pensei que eles eram apenas uma junção de bados, portanto esse é o resultado de subestimar o inimigo, não é? O resultado é o oposto da nossa luta com o sexto exército.

George murmurou com pesar. Cyrus sentiu que isso era pouco característico de George mas não falou nada, apenas esperou calmamamente pelas próximas palavras de George.

— Quantos dos nossos cavaleiros de metal pleno ainda estão vivos?

— Provalmente perdemos 30% das nossas forças… E metade dos sobreviventes não se encontram em condições de lutar.

— Entendido. Os feridos devem permanecer dentro da nossa formação e coloque o resto à sua volta. Assim que estiverem prontos, partiremos para o Castelo Kaspar.

— Sim, senhor!

Cyrus suspirou quando viu uma pitada de racionalidade nos olhos de George. Terminados os preparativos, a sua unidade recuou em direção ao Castelo Kaspar.

— Parem de andar por aí! Temos que recuar para o Castelo Kaspar!

Minits gritou com os olhos enraivecidos. Os seus assistentes tentavam acalmá-lo enquanto os oficiais ignoravam Minits, e rapidamente se prepararam para a retirada de uma forma ordenada. Não estavam fazendo isso sob ordens de Minits, eles simplesmente não queriam morrer. Não havia qualquer chance de quererem morrer junto com um oficial supervisor retardado. Não falaram abertamente mas a atitude deles deixava isso claro.

Os assistentes de Minits estavam descontentes com os soldados mas não se atreviam a desabafar. Estavam com medo de atrair sua ira se falasse alguma coisa. Só agora percebiam que era Reoness quem tinha mantido toda a unidade unida.

Quando os preparativos para a retirada foram feitos, o incidente aconteceu.

Os registros históricos afirmam que o major-general Minits morreu em combate por uma flecha perdida do exército real. Mas a verdade era que…

— Qual o problema? Onde está o cavalo do lorde Minits? Está planejando deixar Sua Excelência voltar sozinho?

Um assistente perguntou com raiva e Mars que era o responsável pela retirada, respondeu friamente:

— Eu não sou o cuidador de cavalo do lorde Minits. Se precisa mesmo de um, por que não arranja um cavalo você mesmo, Vossa Graça?

— !? Como se atreve…! O que acabou de dizer equivale a traição. Dessa vez vou deixar de lado, então traga o cavalo de Sua Graça aqui agora!

— Quer me acusar de traição? Vá em frente – experimente!

Mars caminhou até o assistente e lhe deu um soco no estômago. O assistente caiu no chão e gemeu com as mãos na barriga. O outro assistente ergueu o punho para vingá-lo mas foi muito lento. Mars se virou, desviando, e saltou nele, dando um pontapé tão forte que o assistente desmaiou vomitando.

Os assistentes de Minis eram apenas oficiais civis e não estavam na altura de Mars, que era um oficial militar. Minits finalmente notou o tumulto e gritou:

— Seu imbecil! O que está fazendo com os meus assistentes!? Vou cortar sua cabeça!

— Duvido que consiga fazer isso, lorde Minits.

Em resposta à Minits que desembainhou sua espada, os oficiais na tenda todos apontaram seus arcos para ele.

— O quê!? Seus plebeus imundos, como ousam apontas flechas para mim que tenho sangue real nas veias!? O que significa isso!?

Minits foi amarrado enquanto Mars dava uma resposta moderada.

— Não tem nada para explicar. Por causa do seu comando burro, nossos amado major Reoness morreu em batalha. E ele morreu para dexar um merda como você escapar.

— E daí!? O plano dele quase me matou! É claro que ele deveria morrer! Que absurdo!

— Se nem consegue entender isso, então morra.

Mars disparou seu arco sem qualquer hesitação e atingiu Minits bem entre as sobrancelha. Minits caiu para trás e morreu ali mesmo.

— Q-Que horrível

— Atirem!

Por ordem de Mars, os oficiais alvejaram os dois assistentes. As gazelas arfaram como peixes fora de água e morreram dolorosamente.

— É lamentável mas o lorde Minits e seus assistentes morreram de forma honrosa com as flechas do exército real. Vamos voltar depressa para o Castelo Kaspar e relatar isso.

— Sim, senhor!

Mars subiu no seu cavalo de guerra e se retirou com os soldados sobreviventes.

George e seus cavaleiros de metal pleno travaram uma horrível batalha de retirada. Enquanto saíam da planícies Iris, se depararam com seus perseguidores mais de vinte vezes. O historiador do continente Dubedirica classificou as dificuldades enfrentadas pelos cavaleiros de metal pleno como uma das piores no campo de batalha.

— Depois de passarmos por essa zona rochosa, vamos chegar num terreno alto… Devemos conseguir descansar ali por um tempo.

— Infelizmente você está enganado.

Como se zombasse das palavras de George, um novo grupo de inimigos aparedeu na frente deles.

— Que gente persistente.

— S-Sua Graça, olhe aquilo!

Cyrus apontou para a frente com raiva. Ali estava uma garota montada num cavalo preto e ao lado dela, a cabeça de Osborne estava presa na ponta de uma lança, erguida no alto.

— Entendo, eles são a unidade de ataque furtiva que invadiu a base de apoio principal…

George rangia os dentes de raiva e podia sentir o saber de ferro na boca por usar força demais.

— Vamos matá-los?

Quando ele ouviu Cyrus, George não pôde deixar de sorrir ironicamente. Tinham menos de 2.000 homens e todos estavam feridos e exaustos. Mas apesar de tudo isso, seu espírito de luta estava no ápice.

— Adjunto Cyrus, quando que você começou a falar assim? Isso não é algo que um ajudante deveria dizer.

— Provavelmente fui influenciado por Vossa Excelência. E não suporto ver o lorde Osborne assim.

Com isso, Cyrus desembainhou sua espada que já tinha sido manchada de preto. Os outros cavaleiros ergueram suas lanças, prontos para atacar.

— Hm, idiotas… mas bom, como esperado dos meus subordinados.

George ergueu os cantos dos lábios e mirou nos soldados do exército real que apareceram. Com isso como sinal, Cyrus e os 2.000 cavaleiros seguiram seu exemplo. Seu trabalho de equipe e sua formação organizada fizeram com que parecesse os movimentos de um único ser.

George impulsionou seu cavalo na direção da garota no centro da formação inimiga. Normalmente ele zombaria do fraco exército real por mandar uma garota para o campo de batalha, mas seus instintos lhe diziam que a garota no cavalo preto era perigosa. George confiava nos seus instintos e atacou com sua lança na cabeça do cavalo preto para acabar com a mobilidade da garota.

— O quê!?

— É muito triste o cavalo morrer.

Sua lança foi derrubada no chão pela espada negra. Sua mão soltou a lança por causa da enorme força.

O seu instinto estava certo. Essa garota era

— Foi você que matou o lorde Osborne?]

— Lorde Osborne…? Sim, esse mesmo. Eu o matei.

A garota olhou para a cabeça de Osborne e respondeu com um sorriso.

— Como pensei… Qual seu nome?

— Eu? Eu sou Olivia.

— Olivia… Vou lembrar do seu nome. Então – vá para o outro mundo em paz!

George desembainhou sua espada e atacou Olivia. Ataque vertical, ela desviou habilmente de todos os ataques. George se afastou para se recuperar.

— …Isso é ridículo. Ela desviou muito fácil da minha lâmina…

— Deu – ? Não, me deixa reformular a frase. Vou para o golpe final!

— Nos seus sonhos!

George correu para Olivia com seu cavalo e atacou com sua espada na diagonal pela esquerda com toda sua força.

— …C-Como isso é possível!?

George olhou para o céu. Olivia pulou do dorso de seu cavalo para desviar desse golpe. A última coisa que George viu foi Olivia atacando com sua espada verticalmente no ar.

— Sua Graça!? Desgraçada!

Cyrus se virou e atacou com sua espada. Olivia pegou a espada de George e a atirou em Cyrus. A espada cortou o ar e atingiu Cyrus no rosto, o prendendo ao penhasco de pedra.

Uma hora depois.

Os famosos cavaleiros de metal pleno foram dizimados.

No quarto dia de batalha.

A chuva que começou no amanhecer tinha parado e o sol iluminava o chão pelas brechas das nuvens.

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