Capítulo 75 – Jogo

Havia sussurros por todo lugar, mas os sussurros eram baixos demais para ser ouvido com clareza.

Luke ficou bem chocado. Quantas pessoas estavam envolvidas nisto? Dezenas?

Logo, a porta traseira da picape foi abaixada, e Luke e Selina movidos ao chão.

Eles ainda estavam próximos um do outro. Estas pessoas não planejavam separá-los.

Os barulhos não muito longe sugeriam que a família de Bob também foi movida ao chão.

Um momento depois, um homem anunciou: — Acorde-os. Preciso lhes dizer as regras do jogo.

Luke foi acordado pela água fria jogada em seu rosto.

Mas não se moveu. Ele observou as reações das outras vítimas.

Só foi quando Selina se esforçou atordoadamente que Luke começou a atuar de forma similar.

Selina acordou, mas não totalmente. O sedativo era bem forte.

Ela murmurou: — O que está acontecendo?

O homem continuou: — Bem-vindos ao nosso parquinho, Detetive Selina e Detetive Luke, e seu colega inesperado, Detetive Bob e sua família! Vocês são bastante sortudos por terem colegas para ajudar. Detetive Bob poderia ficar fora disso, mas o contrário. Parabéns.

Olhando para os homens mascarados na frente dela, Selina ainda estava atordoada: — Do que você está falando?

A cabeça de Bob estava começando a clarear: — Quem é você? O que quer?

— Hehe! A resposta é simples. Vocês agora estão no nosso jogo. Você quer saber o que é este jogo? — o homem perguntou ansiosamente.

Bob gritou: — Que jogo? Isto é ilegal, sabia disso?

O homem caiu na gargalhada: — Sim, é, mas quem vai saber? Seu Departamento de Polícia de Cleveland? Ou de Houston, de onde estes dois jovens policiais vieram?

Após uma pausa, continuou: — Tudo bem, chega de baboseira. Parabéns. Vocês se juntaram a um jogo de caça real, e farão a parte da… Presa.

Selina e Bob ficaram em silêncio. Luke simplesmente fingiu estar morto.

Ele era um jovem policial que acabou de se formar no colégio; devia ser fraco.

— Que entediante. — O homem suspirou: — Deixe-me dizer-lhes: O jogo começará em cinco minutos, e vocês serão as presas neste jogo, como um javali ou cervo, entenderam? Se não fugirem com tudo que tem, serão mortos!

Luke já entendeu que estas pessoas eram depravadas que gostavam de caçar pessoas reais.

Não era só sobre matar; era sobre abater pessoas como animais.

Ele checou o número de carros e pessoas que conseguia ver.

Havia sete carros, todos picapes e SUVs. Baseado nos barulhos atrás dele, tinha que haver mais cinco carros que não conseguia ver.

Ao todo, havia mais de dez carros, não incluindo as três picapes que largou as vítimas.

De onde estes lunáticos vieram? Nunca notaram o que estavam fazendo?

Luke pensou por um momento, e percebeu que a resposta poderia ser não.

Em um local tão escassamente quanto o Texas, o sumiço de alguns viajantes não valia a pena ser mencionado a menos que houvesse evidência que sugeria um crime no lugar.

Não eram só viajantes; Matt da HPD desapareceu numa viagem e ainda não foi encontrado.

Além disso, Luke e Selina não era parte da polícia local, porém, só havia civis aqui.

A maioria dos americanos que desapareciam em viagens nunca eram encontrados.

Não era incomum encontrar um cadáver de décadas atrás. Havia casos demais como este para a polícia investigar.

Enquanto Luke estava pensando, Selina abriu a boca.

Ele gritou secretamente para sua tolice. Era inútil criticar estas pessoas agora.

Fingindo estar fraco, se inclinou para perto da Selina, enterrando seu rosto em seus seios e beliscando sua bunda.

Selina ficou atordoada ao ver um Luke, aparentemente letárgico, deitando-se em seu peito. Ela percebeu o que estava acontecendo, e se conteve do que estava prestes a dizer.

Selina sabia melhor que qualquer um do físico de Luke.

Ela já era capaz de falar, então como Luke ainda poderia estar letárgico?

Sua cabeça também ficou mais alerta graças a dor na bunda. Ela entendeu que Luke estava dizendo-a para calar a boca.

A família de Bob, por outro lado, estava muito mais barulhenta.

Bob estava xingando, e sua esposa e filhos estavam chorando, incapaz de descobrir a situação.

Ou talvez tenham entendido, e suas mentes colapsaram quando compreenderam o que aconteceria mais tarde.

— Tudo bem, vamos partir agora. Vocês têm cinco minutos para se esconder. Então, a caça começará! Lembrem-se, somente o vitorioso sobreviverá. — O homem assobiou e todos os carros em volta se afastaram.

Luke observou o ambiente quando a floresta ficou escura de novo.

Era desolado, com vários arbustos próximos.

Porém, os arbustos não eram grossos ou densos, e não esconderiam ninguém.

Agora há pouco, os estranhos estavam carregando armas diferentes, porém, a maioria era arco e besta.

Alguns dos arcos eram comuns, só que alguns pareciam estranhas. Os estranhos tinham pistolas, mas as deixaram nos coldres.

Estava claro que estas pessoas realmente relacionaram isto com um jogo e não uma luta.

Luke rapidamente retirou sua camiseta, rasgou em tiras, e amarrou no pé de Selina.

Considerando que seu físico era muito melhor, seus calcanhares eram mais resistentes.

Era desconfortável caminhar descalço, mas não era insuportável.

Ele preferiria que Selina não tivesse que aguentar. Ela desabaria de dor se desse alguns passos na selva sem sapatos.

Havia pedras e galhos por toda parte; caminhar neles seria como caminhar no vidro quebrado.

Então, por que Luke não fez Selina usar suas próprias roupas?

Bem, ela só estava usando um sutiã e shorts. Os shorts cobriam sua virilha, mas não havia tecido extra suficiente para cobrir os pés.

Enquanto amarrava no pé de Selina, Luke sussurrou para ela: — Não acredite em nada que disseram. Não haverá sobreviventes neste jogo. Morreremos se não conseguirmos escapar.