Surviving the Game as a Barbarian – Capítulos 21 ao 30 - Anime Center BR

Surviving the Game as a Barbarian – Capítulos 21 ao 30

Capítulo 21: Subindo de Nível (1/3)

 


『 Tradutor: MrRody 』


 

Os olhos do chefe estreitaram-se, e muito ferozmente, diga-se de passagem.

— Onde você ouviu sobre a impressão da alma? Não é algo que um jovem guerreiro como você deveria saber.

É claro, o lugar onde eu originalmente aprendi sobre isso foi no jogo. Não havia como eu, um jogador profissional, estar alheio a algo tão básico. No entanto, eu não precisava admitir isso, porque já tinha confirmado que essa informação poderia ser facilmente encontrada em livros na biblioteca.

— Li em um livro. —  disse eu bruscamente. — No livro, dizia que as impressões da alma foram de grande ajuda na luta contra os elfos durante a Guerra dos Relíquias Sagradas…

— Hahaha!

Interrompendo minhas palavras, o chefe explodiu em risadas. Para ser honesto, foi assustador pra caramba, mas felizmente não acabei mijando nas calças porque a risada soou bastante alegre.

— Você leu um livro? Que engraçado! Ambos você e Ainar… que estranho ter dois alunos excêntricos como vocês aparecendo ao mesmo tempo!

Felizmente, aos olhos do chefe, éramos apenas jovens bárbaros cheios de desejo por conhecimento.

— …Se o conteúdo do livro for verdadeiro, eu quero receber essa arte secreta.

— Claro, não tenho motivo para recusar uma impressão da alma se um guerreiro a exige! Mas jovem guerreiro, há um problema!

— Um problema?

— Vai te custar muito dinheiro.

Caramba, eu tinha ficado assustado à toa. Por que ele estava dizendo algo tão óbvio com um tom tão sinistro?

Uma impressão da alma exigia muitos ingredientes caros. O problema com impressões de nível mais alto não era o custo dos ingredientes, mas que se não houvesse ingredientes disponíveis, você teria que coletar muitas coisas.

— Hahaha! É louvável que você tenha chegado até aqui depois de ler um livro, mas parece que ainda não aprendeu tudo!

— Eu tenho dinheiro. Quanto custa?

O chefe olhou para mim como se eu fosse uma criança desinformada.

— O custo de uma Marca da Imortalidade é, bem, cerca de oitocentas mil pedras!

Franzi o cenho. Droga, isso era 150.000 pedras mais caro do que no jogo, mas ainda assim, eu podia pagar por isso.

— Eu posso pagar.

— O quê?

— …Você pode?

O Chefe e Ainar gritaram ao mesmo tempo.

Antes que pudessem me bombardear com perguntas, abri minha bolsa e tirei uma pedra de quinhentos mil e três pedras de cem mil. Com isso, a suspeita apareceu nos olhos do chefe.

— Bjorn, filho de Yandel, onde conseguiu tanto dinheiro?

Seria uma vergonha se ele não tivesse perguntado. Eu até havia planejado minhas falas com antecedência e ensaiado a história com Erwen.

Grosseiramente, expliquei que encontrei uma elfa no primeiro andar e a estava tratando como escrava quando uma essência apareceu na frente dela por acaso. Então, fiz a irmã dela pagar o preço por isso…

— Hahaha! Esses idiotas!

— Você é o primeiro a roubar aqueles cara de samambaia safados, Bjorn, filho de Yandel!

Os bárbaros gostaram ainda mais dessa história do que eu esperava. Não apenas Ainar e o chefe da tribo, mas os anciãos que não estavam perto de nós também vieram rir. Será que eles realmente tinham tanta rixa com os elfos?

— Hahaha! Não sei há quanto tempo não dou risada assim!

Logo o Chefe pegou seiscentas mil pedras da minha mão.

“Hã? Tenho certeza de que ele disse oitocentas mil pedras…”

Enquanto eu coçava a cabeça, o Chefe deu um tapinha no meu ombro.

— Considere como um presente, para um jovem guerreiro que mostrou a marca da grandeza!

Sentiu como se meu ombro tivesse acabado de ser deslocado, mas a recompensa foi doce. Droga, duzentas mil pedras com apenas algumas palavras!

A personalidade do nosso chefe era tão ardente quanto a de qualquer bárbaro. Gritei com todo meu coração: — A partir de agora, vou garantir me tornar um guerreiro ainda maior ao sacanear ainda mais aqueles cara de samambaia que cruzarem meu caminho!

— Estou ansioso por isso, Bjorn, filho de Yandel, jovem guerreiro!

Era isso que as pessoas queriam dizer quando dizem: ‘O hábito não faz o monge?’

Eu estava gradualmente começando a gostar dos bárbaros.

 


 

Uma impressão da alma era uma espécie de técnica de fortalecimento. A ideia por trás dela era que ela concedia uma habilidade especial ao corpo de uma pessoa ao infundir o ‘espírito’ presente em um ingrediente mágico no corpo. Era também o motivo pelo qual todos os bárbaros eram cobertos de tatuagens.

Acho que li em algum lugar que eles tinham que ser tatuados quando bebês, enquanto ainda tinham almas relativamente puras, para que os caminhos da alma pudessem ser completados na idade adulta. Definitivamente, essa foi a essência que entendi.

— Vou lhe dar mais uma chance de reconsiderar. Se escolher este caminho, não poderá receber a marca de outro caminho. Ainda deseja continuar?

— Claro.

Eu conhecia todos os outros caminhos, então não haveria mudança na minha decisão. A Marca da Imortalidade de nível mais alto estava no núcleo do meu método de evolução e mesmo desconsiderando isso, todas as habilidades que se obtinha com a Marca da Imortalidade eram em sua maioria de alta qualidade.

— Parece que os anciãos chegaram, então você deveria ir agora.

— Irei.

Depois que Ainar saiu, o Chefe me levou até a tenda do xamã. Então, o ritual começou oficialmente.

— Hmm, seus caminhos estão bastante limpos. Se continuar mantendo seu coração puro, este espírito lhe concederá grande poder no futuro.

O xamã vendado proferiu palavras que eu não conseguia entender e espetou uma agulha na tatuagem do meu tronco. E…

— Ahrg…

— Jovem guerreiro, não se contenha. Você pode gritar. Todos fazem isso.

— Aaaah!

Sentia como se uma dor dez vezes mais intensa do que qualquer poção de cura estivesse dominando meu corpo.

Droga, eu achava que era apenas uma tatuagem comum. Teria que passar por essa dor toda vez que subisse de nível?

— Ok, acabou. Estou cansado, então você pode sair.

Quando o xamã pronunciou as palavras que eu estava esperando, já estava escuro lá fora. O chefe da tribo, que me trouxe até aqui, não estava em lugar algum.

— Obrigado.

— Esta é a primeira vez que um guerreiro agradece a um xamã. — Ele riu.

“Hmm? Será que eu fiz algo errado?”

Eu não sabia, mas saí da tenda antes que ele pudesse ficar suspeito.

 


 

【Você ativou a Marca da Imortalidade: Estágio 1.】

【Seu fator de cura aumentou significativamente.】

【Seu atributo Físico aumentou em +20.】

 


 

Embora estivesse mentalmente exausto, estranhamente, meu corpo estava cheio de energia. Seria esse o poder de um espírito? Era uma sensação muito estranha. Eu quase conseguia sentir uma presença desconhecida no meu corpo. Deveria investigar isso mais detalhadamente mais tarde.

— Abram a porta!

Depois de sair da terra sagrada e retornar à estalagem, testei minhas novas habilidades algumas vezes, depois desabei e dormi.

 


 

Outro dia passou e a manhã chegou. Voltei ao distrito comercial que havia visitado com Erwen outro dia. Queria investir as novecentas mil pedras restantes que tinha graças ao desconto do chefe da tribo em mim mesmo.

— Você é aquele que veio outro dia. Está querendo vender de novo?

— Não, desta vez vim comprar.

Eu precisava de uma nova arma. Tinha vendido o martelo que havia conseguido do ladrão de corações junto com os outros equipamentos da minha exploração no labirinto. O martelo não havia sido ruim em minhas mãos, mas o cabo era muito longo para ser usado como arma de uma mão só, o que o tornava desajeitado para mim.

— Quero ver armas de contusão de uma mão.

— Armas de contusão…

Como resultado da minha batalha com Ainar, decidi que algo assim se adequava melhor a mim do que algo afiado. Armas do tipo espada exigiam habilidade e técnica. “Bem, não há nada que você não possa alcançar com prática suficiente, mas…”

A própria arma seria usada apenas nos níveis iniciais de qualquer maneira, então era inútil gastar muito tempo aprendendo-a. Afinal, assim que conseguisse adquirir uma essência específica, eu iria me concentrar apenas em usar o escudo.

— Hmm.

O atendente me estudou antes de me mostrar uma arma de uma mão que não parecia feita para uma mão. O mais leve parecia ser três vezes mais pesado do que o martelo de duas mãos que eu tinha vendido.

“Isso é uma arma de uma mão?”

— Estas são todas armas contundentes de uma mão, preferidas pelos bárbaros.

Ah, sim, esses caras ficariam loucos por essas.

Até meu escudo era uma peça simples feita de um bloco de ferro, mas…

— Quero algo um pouco mais simples.

— Entendido.

Não precisava de algo tão chamativo quanto os que ele me mostrou. Armas assim provariam ter um poder destrutivo em cada golpe várias vezes mais forte do que minha última arma, mas…

Os monstros do primeiro andar já eram abatidos com um único golpe. Não era como se eu fosse lutar contra monstros grandes, então havia uma grande possibilidade de que carregar uma arma assim só se tornasse incômodo.

Logo, o atendente trouxe novas armas.

— E estas?

É claro, essas também não eram nada comuns, mas para o corpo de um bárbaro, estavam perfeitas. Escolhi uma maça de tamanho moderado.

— Quanto custa esta?

— São 250.000 pedras.

O quê, 250.000? Apenas outro dia, vendi seis armas por apenas 350.000!

Quando franzi a testa, o atendente explicou: — A fabricação da arma em si não é difícil, mas há muito ferro envolvido na fabricação, então não posso ajudar com o preço.

“Ah, entendi.”

Aceitei essa explicação. Embora, não sem reclamações.

— Se você ajustar o preço para 220.000 pedras, comprarei imediatamente.

Quando tentei pechinchar, o atendente me lançou um olhar curioso.

…Que tipo de vida mansa esses bárbaros levavam?

— Você sabe, ninguém mais comprará esse tipo de arma.

— Muitos bárbaros entram aqui procurando coisas assim.

“Bem, talvez se for a primeira arma que você mostra a eles.”

Os bárbaros que eu conhecia não escolheriam algo tão mediano. Mais importante ainda, a maioria dos bárbaros preferia uma arma com lâmina afiada, como um machado, em vez de uma arma contundente. Quando joguei esse raciocínio, o atendente concordou com a barganha tão facilmente que quase tirou o vento das minhas velas.

— Tudo bem. Vou vender por 220.000 pedras.

… Talvez devesse ter dito duzentos mil.

 


 

【O Nível Total de Equipamento aumentou em +85.】

 


 

De qualquer forma, depois disso, fui ao redor e comprei duas peças adicionais de equipamento.

Primeiro, um conjunto de meia armadura.

 


 

【O Nível Total de Equipamento aumentou em +57.】

 


 

Era moldado como um colete à prova de balas, mas feito de uma placa plana de ferro. O preço era de 360.000 pedras, e pude conseguir por um preço mais baixo porque havia um em estoque que era do tamanho certo para mim. Se tivesse sido feito sob encomenda, teria pago o dobro… como o capacete que comprei em seguida.

— Vai levar três dias. Anote seu endereço e eu mandarei alguém entregar.

No caso dos capacetes, tinham que ser feitos sob medida porque tinham que se ajustar bem na cabeça. Em vez de desistir completamente do meu plano, consegui chegar a um acordo pelo preço relativamente baixo de 170.000 pedras.

 


 

【O Nível Total de Equipamento aumentou em +47.】

 


 

Como resultado, fiquei com cerca de cinquenta mil pedras.

“… Acho que não conseguirei comer mais carne tão cedo.”

 


 

Minha rotina diária era a seguinte:

Acordar às 7h, depois tomar café da manhã com Erwen.

— Uau, o ensopado de hoje até tem batatas! — ela comemorou.

— Mas por que você toma café da manhã aqui todos os dias? — respondi.

— É delicioso e barato!

Depois de comer, seguia direto para a biblioteca. Se eu caminhasse devagar, poderia chegar assim que abrisse às oito em ponto.

— Parsytiev.

Neste ponto, já estava acostumado a ser alvo da magia da senhora bibliotecária sempre cansada.

— Boa sorte, então.

Claro, ainda não tínhamos tido uma conversa adequada.

Growl!

Depois de ler até as 16h, se possível, sempre tentava comer uma refeição simples em um restaurante que nunca tinha ido antes.

“Hmm, este lugar é caro mas sem graça.”

Mas havia muitos aventureiros por perto, então era um bom lugar para escutar suas conversas.

— A Ainar ainda não chegou?

— Não! Até ela chegar, vou enfrentar você!

Após a refeição, seguia para o dormitório dos bárbaros e chegava lá por volta das 17h. Depois do meu sétimo dia de treinamento, comecei a lutar com os outros bárbaros também. Assim como eles, tirei minha camisa, lancei murros, estrangulei seus pescoços e lutei ferozmente.

Embora estivesse longe do estilo refinado de luta que eu estava esperando… As lutas com os bárbaros, cujos instintos e intuições eram extremamente desenvolvidos, foram de grande ajuda no final, já que eu também era um bárbaro.

 


 

【Reflexos melhoraram ligeiramente com o treinamento repetido】

【Flexibilidade melhorou ligeiramente com o treinamento repetido】

【Percepção melhorou…】

【Seu atributo Físico aumentou em +1.】

 


 

Agora eu tinha uma melhor noção de como usar este corpo.

— Bjorn, filho de Yandel, venceu!

— O maior guerreiro de todos os tempos!

Mesmo sem a ajuda dos novos equipamentos, ocasionalmente eu vencia Ainar. Ela era definitivamente habilidosa, mas sua fraqueza era que seu padrão de luta sempre era o mesmo. Dei a ela algumas dicas sobre isso, mas parecia que já havia se tornado um hábito enraizado que ela não seria capaz de corrigir facilmente.

— Estou cansada! Vou dormir!

— Eu também!

— Um guerreiro sábio sabe quando descansar!

Por volta das 21h, todas as batalhas, que mais pareciam lutas reais, terminavam. Então, levava meu corpo suado e sujo de volta para a estalagem. Quando terminava de me lavar, Erwen aparecia para me ver novamente.

— Senhor! Se apresse e tome um banho! A comida vai esfriar!

— Ok.

Não todos os dias, mas cerca de cinco vezes por semana, nos encontrávamos novamente à noite para comer e conversar. A maioria das conversas eram sobre coisas normais, como o que Erwen fez e como ela se sentiu naquele dia.

— Você não está cansada de caminhar uma hora para vir aqui?

— Não? A comida aqui é barata e deliciosa!

“Barata e deliciosa.” Ela diz.

Não sabia por que ela estava aqui quando tinha uma irmã mais velha que ganhava muito dinheiro.

— Obrigado pela refeição!

Quando terminavamos de comer, já era por volta das 23h. Nesse ponto, Erwen geralmente voltava para sua estalagem.

— Boa noite então. Ah, e não poderei vir amanhã.

— Mesmo que você viesse, eu não poderia te ver de qualquer maneira. Afinal, ambos estaremos ocupados amanhã.

Até esse ponto, essa havia sido minha rotina diária.

Depois de verificar a hora, subi rapidamente para meu quarto e caí direto na cama. Já havia se passado um mês. E…

 


 

【23:41】

 


 

Cerca de vinte e quatro horas antes da abertura do labirinto.

 


 

 


 

【Bjorn Yandel

【Nível: 1

Físico: 46 (Novo +21)

Espírito: 36

Habilidade Especial: 1

Nível do Equipamento: 202 (Novo +185)

Poder de Combate Geral: 133.5 (Novo +67.25)】

Capítulo 22: Subindo de Nível (2/3)

 


『 Tradutor: MrRody 』


 

“Biblioteca, familiarização com a cidade, treinamento de combate.”

Hoje, eu pulei a rotina diária que vinha cumprindo todos os dias há um mês. Isso não era o que um aventureiro deveria estar fazendo no dia em que o labirinto abria.

 


 

【08:10】

 


 

Assim que acordei, pulei o café da manhã e corri para o local de encontro que havia combinado com Ainar. Eu estava correndo porque tinha sido avisado de que teria que esperar várias horas se chegasse mesmo um pouco atrasado.

— Aqui! Bjorn, filho de Yandel!

Para minha surpresa, Ainar já estava lá antes de mim.

— …Quando você chegou aqui?

— Você disse que me deixaria para trás se eu me atrasasse, então dormi bem aqui! Vamos! Nós somos os primeiros!

“…”

Embora ainda faltassem trinta minutos para a abertura, já havia uma longa fila na frente da entrada. No entanto, graças à dedicação de Ainar, conseguimos entrar na Guilda dos Aventureiros assim que a porta abriu.

— Em que posso ajudá-los?

— Viemos receber uma magia de vinculo.

— Tem duas pessoas no seu grupo?

— Isso mesmo.

— Por favor, coloque suas mãos aqui.

Quando seguimos as instruções, uma luz esverdeada fraca emanou da bola de cristal.

— Dois aventureiros de nível nove… O custo é de quinze mil pedras.

Quinze mil pedras… Se eu não tivesse me certificado de planejar meu dinheiro para comida, as coisas teriam ficado um pouco apertadas. Obedientemente, abri minha bolsa de pedras e paguei o preço.

Deixou um gosto amargo na boca, mas era um gasto inevitável. Quando alguém entrava no labirinto, seu ponto de partida era aleatório. Mas com essa magia, pelo menos poderíamos surgir no mesmo lugar.

— Como você classifica um aventureiro?

— É medido pela quantidade total de essência gravada em sua alma.

— Entendi. Então o custo de uma ligação aumenta à medida que o ranking de alguém sobe?

— É claro.

Ha, agora esta parte não precisava ser exatamente igual ao jogo.

— Pronto. Por favor, note que isso só durará pelas próximas vinte e quatro horas.

— Tudo bem.

Era um pouco depois das nove quando terminamos nossos negócios e saímos da Guilda dos Aventureiros.

— Vamos voltar para minha estalagem para o jantar. A comida é bem boa.

— Estalagem? A estalagem fornece comida?

“Que tipo de vida ela estava levando?”

Quando perguntei indiretamente a ela, a resposta de Ainar foi despreocupada. — Normalmente, compro o mesmo pão que comi no labirinto.

Ah, aquele que custava vinte pedras cada.

Eu tentei fazer o mesmo para economizar dinheiro com comida, mas desisti depois de poucos dias. Eu não sabia como funcionava, mas o que era bastante comestível no labirinto ficava duro como pedra aqui fora.

“É por isso que é chamado de pão de pedra…”

Mas sério, ela comeu só isso por um mês? Eu me senti mal por ela, então pedi para ela tanto carne quanto ensopado, e Ainar respondeu com um juramento de lealdade.

— Bjorn! Eu saltarei em uma bola de fogo se você me pedir! Então não me deixe!

Depois de uma refeição chorosa, subimos para o quarto e tiramos um tempo para organizar nossas mochilas.

— Certifique-se de ter tudo. Se esquecermos de trazer algo e acabarmos precisando, será um problema.

— Não se preocupe! Eu não tenho nada para trazer comigo!

O tempo passou surpreendentemente rápido enquanto eu inspecionava meu equipamento e colocava os suprimentos de aventura e consumíveis na mochila.

— Bom, vamos aproveitar pra dormir um pouco.

— Eu nunca vi uma cama tão macia. Parece larga o suficiente para duas pessoas! Nem sequer tem cheiro!

Depois de organizar tudo o que precisávamos para entrar no labirinto a qualquer momento, deitamos lado a lado e fomos dormir. Mas a cama estava bastante apertada com Ainar ao meu lado. Quando deitava com Erwen, ainda sobrava espaço.

— Mesmo que você não consiga dormir, force-se a descansar um pouco. Não conseguiremos dormir direito por um tempo…

Mm, no que eu estava preocupado mesmo?

Rugidoooo…!

Antes que eu pudesse terminar minhas palavras, veio um ronco típico de estilo bárbaro vindo ao meu lado.

Sorri e fechei os olhos também. O tempo voou.

 


 

【20:30】

 


 

Acordamos um pouco mais cedo e tivemos nossa última refeição no primeiro andar da estalagem, uma refeição especial e luxuosa de oitocentas pedras por pessoa.

— O que é esse sabor? — Ainar, que tinha estado elogiando durante toda a refeição, deu uma mordida na torta de creme que estava sendo servida como sobremesa e congelou. — I—Isso é magia? Eu não consigo parar de chorar.

— Ah, isso se chama ‘doçura’.

— Sinto que devo trabalhar muito no futuro…

Não foi intencional, mas acho que a refeição deu a ela a motivação exata de que precisava.

— Vamos.

Enquanto pegávamos nossas bolsas e saíamos pelas ruas escuras, vimos muitas pessoas andando lá fora, o que era diferente do normal. A maioria estava armada como eu e carregava uma mochila grande. Mas nem todo mundo era assim, e também havia alguns bárbaros com apenas uma arma em seu corpo. Parecia que haviam acabado de terminar sua cerimônia de passagem para a vida adulta e chegado à cidade hoje…

— Pare! Acho que estamos perdidos.

— Inacreditável! Devemos chegar ao labirinto dentro do tempo estabelecido!

— Partun não merece ser o líder!

“Então isso acontece todo mês, né. Como esses bárbaros chegam ao labirinto toda vez?”

Estava seriamente contemplando isso quando Ainar se aproximou deles e deu conselhos.

— Se vocês os seguirem, vão chegar ao labirinto.

Os jovens guerreiros a olharam da mesma forma que se olha para um veterano bem-sucedido e a agradeceram.

— Obrigado. Certamente vamos retribuir esse favor!

Enquanto ela observava os bárbaros desaparecer ao longe, Ainar esfregou o nariz.

— Haha… me lembra como as coisas costumavam ser.

“Por favor, não finja que isso é coisa do passado.”

Parecia para mim que nada havia mudado desde então.

— Todos, recuem!

Milhares de pessoas já se reuniam na Praça da Dimensão. Enquanto nos sentávamos na multidão e esperávamos a meia-noite chegar, uma luz brilhou no centro da praça.

Embora fosse pequena a princípio, o brilho rapidamente cresceu em tamanho e se transformou em uma esfera.

— Vocês podem entrar agora!

Quando o guia gritou isso, os aventureiros ao redor rapidamente se lançaram no portal. Levei Ainar para a periferia para evitar a multidão.

— Bjorn, nós não vamos entrar?

— Só espere.

Os aventureiros reunidos na praça desapareciam dezenas a cada segundo. Mas a praça ainda estava lotada por causa dos outros aventureiros que continuavam a chegar na hora certa, um após o outro. Quarenta minutos após a abertura do portal, a praça lotada havia se acalmado, e a fila agora consistia de setecentas a oitocentas pessoas.

— …Não deveríamos entrar agora?

O portal, que já tinha devorado dezenas de milhares de aventureiros, agora estava menor em tamanho.

Mas eu continuei esperando.

Ainar percebeu minha expressão e quando falou novamente, seu tom era diferente. — Bjorn, no que você está esperando?

“Mm, é meio que uma longa história… e eu não sei se vai funcionar ou não.”

No entanto, decidi dar uma explicação breve a ela, já que tínhamos bastante tempo sobrando.

— Eu planejo entrar quando o portal dimensional estiver instável. O livro diz que isso só acontece uma vez a cada cem anos, mas se aproveitarmos desse fenômeno…

— Eu não sei o que isso significa, mas vou seguir você. — Eu a encarei, e ela acrescentou, — Tenho a sensação de que não vou entender sua explicação de qualquer maneira!

Honestamente, eu já esperava que fosse o caso. Era irritante que ela estivesse dizendo isso depois de me perguntar primeiro, mas… Honestamente, era bastante conveniente não ter que explicar cada uma das minhas ações.

— O portal será fechado em breve! Fiquem para trás!

Eventualmente, a luz do portal começou a desaparecer. Não havia mais aventureiros neste ponto. Só então caminhei lentamente em direção ao labirinto com Ainar.

O guia nos avistou e gritou: — É perigoso entrar agora!

Fingi não ouvir.

“Não sei por que estão dizendo que é perigoso.”

Eu não entendia por que pensavam assim. Vendo que até havia livros publicados com essa informação, outros também deviam estar cientes desse fenômeno…

— B-Bjorn! Aquela pessoa com aparência importante disse que é perigoso! Temos que recuar!

“Então por que ninguém está aproveitando isso?”

 


 

Um segundo, dois segundos, três segundos…

Mm, talvez contar até zero fosse inútil. Quando tive uma forte sensação de que tinha sido tempo suficiente…

— Agora é a hora. Vamos entrar.

Guincho.

Empurrei Ainar pelas costas e entrei no labirinto.

Flash…!

Um flash de luz obscureceu minha visão, e quando reabri os olhos, uma escuridão espessa me cumprimentou. Isso significava que meu plano tinha dado certo.

— Tá vendo! Não consigo ver na minha frente! Devíamos ter ouvido aquela pessoa importante! Bjorn é um estúpido!

— Ainar, acalme-se.

Ainar recuperou um pouco da compostura quando rapidamente acendi a tocha que estava guardada na minha mochila.

— O-Que está acontecendo?

— Mesmo que eu te explique, você não vai entender.

— …Isso é verdade!

Tendo convencido facilmente Ainar, estudei lentamente nossos arredores. E, quando avistei uma estátua localizada em frente a um beco sem saída, fui dominado por um sentimento estranho.

Parecia que o fenômeno de instabilidade dimensional de fato estava fortemente correlacionado com o momento em que você entrava no portal. Esse fato era ao mesmo tempo satisfatório e perturbador. Significava que se eu tivesse tomado a decisão de entrar no labirinto apenas um minuto antes durante minha primeira viagem, não teria destruído minha perna e tido que rastejar com três membros!

Whooosh!

Assim que coloquei minha mão na lápide, um feixe de luz irrompeu dela e se transformou em um círculo.

— O que é isso?

— É um portal para o segundo andar.

Em outras palavras, tínhamos pulado a necessidade de navegar com uma bússola, lutar contra todos os monstros que encontrássemos e nos perder na escuridão. Com isso, tínhamos economizado pelo menos um dia ou dois.

— O quê?! O Chefe disse que levaria três dias para encontrar o portal! Que magia você usou?

“Mesmo que eu te explique, você não vai entender.”

 


 

【Você abriu um portal pela primeira vez. EXP +2】

【Você subiu de nível.】

【Seu atributo de Espírito aumentou em +10.】

【O número máximo de essências que você pode absorver aumentou em +1.】

 


 

“Para se tornar um profissional, você tem que aproveitar os bugs.”

 


 

 


 

【Bjorn Yandel

【Nível: 2 (Novo +1)

Físico: 46

Espírito: 36

Habilidade Especial: 4 (Novo +3)

Nível do Item: 202

Poder de Combate Geral: 136.5 (Novo +3)】

 


 

 


 

 


 

【Você entrou na Terra dos Mortos no segundo andar】

 


 

Me vi pendurado a cerca de três metros no ar por um momento, mas rapidamente encontrei meu equilíbrio e aterrissei nos dois pés.

Tap!

Sim, eu tinha praticado enquanto lutava contra os bárbaros.

— Ugh!

Enquanto assistia Ainar cair de bunda, percebi o quanto havia progredido e comecei a entender por que Erwen tinha rido de mim.

— Ugh… minha bunda está dormente.

Foi bem divertido de assistir. Bem, com seus reflexos, ela aprenderia a cair corretamente em breve.

— O que é isso? — Ela perguntou. — Essa expressão desapontada no seu rosto?

— Não é nada.

Ignorando aquela pergunta, tirei meu relógio de bolso e ajustei-o para 00:05. Deveria ter feito isso no momento em que abri os olhos, mas esqueci. Ainda assim, ajustei para cinco minutos adiantado, para não haver problemas mais tarde.

— … Ainar, você também consegue sentir?

— O que você quer dizer?

— Sinto como se meu coração estivesse vibrando.

Se eu tivesse que colocar em palavras, parecia que algo denso tinha entrado nas minhas veias e agora estava enchendo meu corpo. Foi assim desde o momento em que atravessei o portal, e agora sentia isso muito claramente.

O que poderia ser?

Depois de explicar os sintomas para Ainar, ela rapidamente chegou a um diagnóstico.

— Parece que a Dignidade da Alma aumentou! Parabéns!

Ah, eu tinha subido de nível.

Dungeon e Stone também tinham níveis, e a Dignidade da Alma era baseada no nível. Em outras palavras, MP, o recurso necessário para usar essa habilidade, aumenta conforme sua Dignidade da Alma aumentava, e o total de essências que você podia absorver também aumentava.

Por exemplo, no nível um, eu só podia ter absorvido uma essência, mas agora, como tinha me tornado nível dois, era possível para mim absorver um máximo de duas. Bem, de qualquer forma, isso só importava se eu tivesse uma essência para começar.

— Interessante. Você não lutou contra nenhum monstro ainda, mas sua Dignidade da Alma aumentou!

— Não é surpresa. É apenas que eu consegui ser a primeira pessoa a abrir o portal.

Conquistas eram o que te davam pontos de experiência neste mundo.

— Um, isso realmente é uma conquista?

Era. Uma vez que você alcançasse um certo nível, correr o mais rápido possível para chegar aos portais era a maneira mais fácil de aumentar seus pontos de experiência. Isso porque Dungeon and Stone era um jogo com um sistema de experiência um pouco incomum. Você só podia ganhar pontos de experiência de cada monstro uma vez e apenas pela primeira morte. Portanto, como preencher um álbum de figurinhas, você só podia subir de nível derrotando diferentes tipos de monstros.

“Uh, espera, isso não é um pouco perigoso?”

— …Ainar, isso precisa ser um segredo entre você e eu. Entendeu?

— Um segredo? Qual é o segredo?

— Que eu fui o primeiro a abrir o portal. Apenas isso. Se alguém perguntar, diga que levamos dois dias para chegar ao segundo andar.

A experiência ganha ao abrir um portal era apenas +2. Em outras palavras, era apenas o equivalente a matar dois monstros de rank-nove, mas…

“Ao contrário dos monstros, você pode coletar EXP por fazer isso repetidamente.”

Portanto, os aventureiros que tinham alcançado um certo nível acabavam correndo para chegar mais rápido, porque os monstros que restavam para caçar eram limitados. Isso também dependia da natureza do deus adorado pelo sacerdote do grupo, de quão compatíveis eram com o monstro, da área em que estavam ativos e da presença de um mago. Quando você estava diante de um obstáculo, a única maneira de superá-lo era com muito trabalho duro. Mas isso era possível como novato?

Só eu poderia saber esse truque, porque se fosse de conhecimento comum, definitivamente não acabaria bem para mim.

— Juro pela honra de um guerreiro.

Será que a expressão no meu rosto estava muito séria?

A expressão de Ainar havia mudado e, mesmo que eu não tivesse pedido, ela havia me feito um juramento. Graças a isso, eu me senti muito melhor, mas sabia que precisávamos nos mover rapidamente.

— Devemos sair daqui.

Em algumas horas, outros aventureiros entrariam no segundo andar. E quando vissem dois iniciantes aqui, começariam a desconfiar. ‘Quem são vocês que chegaram aqui antes de nós?’ Sim, era melhor nem ser visto.

Como sempre, eu tinha mais medo desses aventureiros idiotas do que dos próprios monstros.

Capítulo 23: Subindo de Nível (3/3)

 


『 Tradutor: MrRody 』


 

Eu inseri a tocha na fenda esculpida no meu capacete e amarrei-a firmemente com uma corda. Eu chamava isso de Modo Vela Bárbara.

…Era um pouco humilhante, mas era um método prático usado por outros aventureiros.

Ainar levou a mão à chama tremeluzente e exclamou: — Oh, incrível! Realmente não está quente!

“Isso porque é uma ferramenta mágica.”

Medindo apenas o comprimento de uma palma, a tocha não reduzia a mobilidade do usuário, e era um item útil que poderia ser mantido aceso por cerca de três dias uma vez aceso. O grupo do besteiro também a utilizava.

Porém, o preço médio era de cerca de dez mil pedras…

De repente, senti falta de Erwen.

— Mas onde estamos?

Devagar, Ainar começou a observar seus arredores, olhando ao redor.

Embora houvesse um enorme abismo entre os gráficos de pixel 2D com os quais eu estava familiarizado e o mundo que eu podia ver diante de mim, foi fácil entender dessa vez. O chão negro que se arrastava a cada passo, os destroços de ruínas de pedra que podiam ser vistos por toda parte e até mesmo o grito lamentoso que podia ser ouvido vagamente ao longe…

— Esta é a Terra dos Mortos.

— Ah, então é aqui que os ghouls e os demônios da morte saem!

Isso era verdade. Para ser preciso, os monstros que apareciam aqui eram ghouls anciãos, esqueletos, banshees e até mesmo um tipo de monstro semelhante a um chefe intermediário, os dullahans.

— Vou liderar.

O poder de combate dos monstros na Terra dos Mortos era muito maior do que na Floresta dos Goblins. Mas quanto a qual era mais difícil, eu diria que a Floresta dos Goblins levava a vantagem.

Era muito mais escuro aqui, mas… pelo menos não tinha armadilhas. Esse tipo de lugar era muito mais adequado para dois bárbaros trabalharem juntos.

— É um ghoul.

Logo encontramos monstros. Seu número era inferior a três. Claro, até o terceiro dia, a quantidade aumentaria para três vezes o que era agora.

Mais um motivo para nos movermos.

— Bjorn, há uma pedra de mana!

— Pegue o que você ver. Você não precisa relatar cada item para mim. Podemos distribuí-lo depois. Vamos acelerar.

Diferentemente da Floresta dos Goblins, deixei imediatamente o início do mapa e continuei a me mover para o norte.

Então, ouvi um grito próximo.

— Kyaarrgh!

— B-B-Bjorn?!

— É uma banshee uivante. Apenas ignore. Elas raramente atacam primeiro.

— O-Okay… Mas não deveríamos matá-la? Pode ser perigosa.

“Bem. Não, a menos que haja um Erwen por perto que possa controlar um espírito.”

Dois aventureiros do tipo físico nunca seriam capazes de capturar uma banshee, não importa o que fizéssemos. E mesmo se conseguíssemos capturá-la, isso seria um problema em si.

— Se você atacar uma banshee primeiro, será amaldiçoado.

— Amaldiçoado?

— É uma maldição conhecida como Marca do Rancor. Os banshees continuarão a perseguir você até escapar do labirinto.

A menos que estivesse planejando caçar apenas banshees pelos próximos dez dias, era melhor não tocar em nenhuma delas. Se os pontos de experiência fossem o objetivo, uma estratégia comum era derrubar apenas uma ou duas no último dia.

— Você é um guerreiro muito sábio. Estou feliz por tê-lo seguido.

“Obrigado pelo elogio.”

Ela tentou não mostrar, mas era óbvio que essas coisas a assustavam.

Mas isso não vinha ao caso.

— Kyaaah!

Esmagar!

“Por favor, pare de se agarrar a mim toda vez que algo faz barulho.” Pensei. Era desconfortável, mas, mais importante… parecia que meu braço estava quebrando.

— L-Largue… É só um esqueleto.

Ao mesmo tempo, um grupo de esqueletos apareceu, fazendo barulho de chocalho. Havia dez deles. Mesmo no primeiro dia, os esqueletos apareciam em grande número, adequado para um monstro que ostentava altas reservas. No entanto, o número total de pedras de mana que você poderia receber de um grupo desse tamanho era apenas três ou quatro.

— Ahem! Eu vou acabar com eles!

Talvez ela se sentisse constrangida por ter medo dos gritos da banshee, porque Ainar avançou.

Tsk tsk, cliquei minha língua internamente.

— Ainar! Se você olhar entre as costelas, verá a essência deles. Para derrubar um esqueleto com uma espada, você precisará mirar nisso, mas…

Esmagaaa!

— Hein? Você disse alguma coisa?

— …Eu não disse nada. Não se preocupe comigo.

Esmaga! Quebra! Quebra!

Quem se importava com fraquezas? Sempre que Ainar balançava aquela enorme espada grande, os esqueletos eram impiedosamente esmagados, nunca mais se levantando.

 


 

 


 

【Você matou um Ghoul Ancião. EXP +1】

【Você matou um Esqueleto. EXP +1】

【Você matou um Esqueleto Guerreiro. EXP +1】

【Você matou um Esqueleto Arqueiro. EXP +1】

 


 

 


 

Continuamos indo para o norte assim por cerca de oito horas. Naturalmente, encontramos uma variedade de novos monstros. Um ghoul ancião que era duas vezes maior que um ghoul normal, e guerreiros e arqueiros esqueléticos que eram classificados como mutantes.

Ainda não tínhamos encontrado um mago, então não podia ter certeza, mas tudo tinha corrido bastante bem até agora. Como era apenas o primeiro dia, o número de monstros era pequeno, e meu poder de combate tinha aumentado significativamente em comparação com a viagem anterior.

Paf!

Isso era óbvio só de olhar para nosso equipamento atual.

Eu só tinha conseguido usar o martelo de duas mãos do rouba-corações com uma empunhadura curta devido ao seu centro de gravidade. Agora que eu estava segurando uma maça com cerca de setenta e cinco centímetros de comprimento, no entanto, era possível bater em monstros de longe. Era muito mais seguro e muito mais poderoso.

Mais importante ainda…

Klaaang—!

Agora eu tinha armadura. Por ser em forma de peitoral, feita de placas de metal, meus antebraços estavam expostos e desprotegidos, mas a área que eu precisava proteger sob meu escudo foi significativamente reduzida apenas pelo colete. Como resultado, pude me envolver em combates muito mais ferozes. Parecia que minhas correntes haviam sido levantadas.

— Bjorn, tenha cuidado! Também tem um esqueleto arqueiro!

O capacete de ferro que eu estava usando tinha um design em forma de T que revelava apenas os olhos, o nariz e a boca, e protegia as partes mais importantes e vulneráveis da cabeça. Claro, eu ainda estaria em apuros se fosse atingido diretamente por algo como uma flecha de besta, mas ele facilmente desviava flechas disparadas com um arco velho.

E além disso, eu tinha outro bárbaro ao meu lado com poder de combate semelhante ao meu.

— Behelaaa!

Gritamos para nosso deus ancestral bárbaro e continuamos juntos uma batalha que não era diferente de um massacre.

Paf! Paf! Crush!

Não importava que tipo de monstro aparecesse diante de nós, dez segundos eram suficientes para derrotar o grupo inteiro. Talvez por isso eu agora sentisse uma sensação refrescante de satisfação após cada batalha, algo que não senti com Erwen.

“Ah, será essa a verdadeira experiência bárbara?”

— Bjorn, você está ferido.

“Hein?”

Só depois que Ainar comentou isso que notei um pequeno arranhão no meu antebraço. No entanto…

— Não se preocupe. Vai desaparecer em breve.

Não havia necessidade de eu aplicar ervas, muito menos beber uma poção.

— Oh! Já está se fechando! Será essa a habilidade da sua Marca Espiritual?

Uma das primeiras coisas concedidas pelas habilidades da Marca de Imortalidade era um fator de cura visivelmente melhorado. Claro, ainda não se comparava às poções. Quando eu tinha experimentado no dia anterior, um corte que era tão profundo quanto uma unha levava cerca de um minuto para cicatrizar significativamente. No entanto, isso sozinho aumentou dramaticamente minha durabilidade. Agora eu recuperava o folego mais rápido, o que aumentava tremendamente minha resistência.

— Prepare-se. Parece que estamos quase chegando agora.

Eu disse a Ainar para ficar vigilante e diminuímos nossa velocidade.

Então, de repente, o terreno mudou. O chão não estava mais encharcado e duro, e não estava mais nivelado por causa dos montes por toda parte. O uivo das banshees era ainda mais alto aqui.

— Kihehehe!

— Ahhh!

É claro, a maior diferença era outra.

A partir daqui, estaríamos lidando com monstros de nível mais alto. Em outras palavras, monstros de nível oito agora apareceriam.

— …Bjorn, você tem certeza de que eles não atacarão primeiro?

Ainar começou a ranger os dentes há algum tempo, provavelmente com medo dos gritos das banshees. Parecia que os bárbaros apertavam os dentes quando estavam com medo. Mas eu não saberia.

“Será que é porque eu nunca fiquei tão assustado ainda?”

— Kwohhh!

Enquanto continuávamos nos movendo, ouvimos um rugido bizarro na escuridão.

“Ufa…”

Na verdade, ouvi-lo na vida real me fez estremecer.

— Ainar, prepare-se para a batalha.

— V-você não disse que não estávamos caçando banshees?

“Ela não tem ouvidos?”

— Isso não é uma banshee.

Era um demônio da morte.

Dos muitos monstros de nível oito que contribuíram significativamente para aumentar a barreira de entrada do jogo, eles eram, sem dúvida, os mais irritantes de todos.

 


 

Bam! Bam! Bam! Bam!

O som de passos pesados, que eu já tinha percebido mesmo à distância, tornou-se cada vez mais alto, e logo o monstro apareceu diante de nós.

— …Vamos lutar contra isso? — Ainar perguntou, e antes que eu pudesse responder, ela acrescentou: — Parece divertido.

Verdadeiramente, eu não conseguia entender essa mulher. No mês passado, ela havia dito que tinha medo de morrer, então como poderia sorrir assim depois de ver um monstro como esse?

“E ainda assim ela tem medo de banshees…”

Boom!

Talvez a luz o incomodasse, pois o demônio da morte parou de caminhar quando alcançou o limite do alcance da nossa tocha.

— Não fique nervoso.

— Não se preocupe. Eu não estava nervosa.

“Eu não estava falando com você. Estava falando comigo mesmo.”

Ah, caramba… Eu tinha feito um plano no caminho até aqui, mas quando vi o demônio da morte pessoalmente, minhas pernas começaram a tremer.

O demônio da morte era um monstro morto-vivo humanoides. Não, era mais próximo de uma quimera. Tinha mais de três metros de altura e tinha tanto uma espada quanto um escudo como braços. Sim, não, não estava segurando uma espada e um escudo… realmente tinha eles como braços.

Uma mão se estendia em uma curva longa e tinha uma lâmina em forma de meia lua, e o outro braço, que se alargava para fora nos cotovelos, tomava a forma de um escudo. Ou seja, a Lâmina de Proteína e Escudo.

— Kwohhhg…!

“Maldição, não grite assim, você já parece assustador o suficiente como está.”

Tentei de alguma forma acalmar meu coração, mas não foi fácil.

— Desde que você mantenha a calma e siga o plano, você pode derrotá-lo.

— Claro, eu confio em você.

“Obrigado por isso, mas de novo, isso era para mim.”

“…Mantenha a calma.”

Embora fosse meu primeiro encontro com esse tipo de monstro, contanto que eu permanecesse focado, não deveria ter nenhum problema. No entanto, se as coisas desandassem, teríamos que fugir sem hesitar.

— Como eu disse antes, mire na cabeça não importa o que aconteça. As outras partes do corpo dele são irrelevantes. Entendeu?

— Ok!

“Não, espera, isso não era um sinal para avançar…”

— Behelaaa!

Ainar correu para a frente segurando sua grande espada com as duas mãos. Era tarde demais para detê-la agora. Mas seu grito deve ter conseguido atrair a atenção do monstro, pois o maldito avançou da borda das sombras com sua espada e escudo em posição.

— Kwohhhg…!

Clang!

A grande espada de Ainar e a Lâmina de Proteína do demônio da morte colidiram enquanto ele soltava um rugido.

— Bjorn, tenha cuidado! Este monstro não é brincadeira!

“Isso deveria ter sido óbvio desde o início, certo?”

—Behel-aaah!

Gritei o nome de nosso deus ancestral e segui seu exemplo. Então, montei uma parede na minha frente com meu escudo e espanquei o monstro pelo lado enquanto ele se movia para atacar Ainar, que tinha sido jogada para trás pela colisão.

Bam!

Mas como seu corpo podia ser tão pesado? Era como bater em uma pedra.

Chzzz.

O monstro exerceu mais força, me empurrando para trás junto com meu escudo. Não havia realmente motivo para eu continuar segurando minha posição aqui, mas meu orgulho estava ferido. Então, me ergui o mais alto que pude. Então, enquanto transferia todo o meu peso para a frente, soltei um grito em vez de um rugido.

— Ahhh!

“Maldição!”

Senti como se meus músculos fossem explodir. Mas também senti um arrepio difícil de descrever. Eu tinha pensado que ia morrer ali… mas sobrevivi.

E Ainar não era burra o suficiente para deixar essa oportunidade passar.

Voom…!

Logo, seu golpe cortou o ar com um baque pesado e atingiu o lado da cabeça do demônio da morte. Não foi perfurado, mas literalmente atingido.

Kagak!

Mesmo aquela espada grande e grossa só penetrou cerca de meio centímetro em sua cabeça. O baque contundente provavelmente veio de seu crânio. As defesas do demônio da morte eram notórias mesmo no jogo. Foi sua capacidade de se curar, em vez de suas defesas, que fez muitos iniciantes desistirem do jogo.

— Kwoooh!

— Recue por enquanto!

Evitando o furioso demônio da morte, recuamos uma curta distância. Sangue vermelho escuro pingava do corte deixado pela espada, mas o sangramento parou em menos de três segundos. A habilidade passiva desse cara era 【Preservação do Corpo】.

— Ainar! Me dê uma abertura. Desta vez, eu atacarei!

Depois de dar a ordem, estava prestes a correr quando…

Brrrr!

De repente, o chão começou a tremer. Esta foi a primeira vez que vi um efeito como este, mas soube imediatamente o que era. A habilidade ativa do demônio da morte: 【Chamado dos Mortos】

— Mova-se para trás, os ghouls estão vindo!

Quando o tremor terminou, ghouls saíram da terra e subiram até a superfície. Olhando ao redor, vi que havia exatamente dez deles.

— Se livre desses caras primeiro!

— Ok!

Enquanto Ainar balançava sua espada nos ghouls com um ‘Kwohhh!’, eu prestava muita atenção no demônio da morte e o observava cuidadosamente. No entanto, os ghouls estúpidos e furiosos estavam constantemente arranhando minha pele com suas unhas, rasgando minha carne em instantes.

Claro, isso não era tão grande coisa.

“Eu também tenho a capacidade de regeneração. Embora, não como a sua.”

— Bjorn! Eu vou cuidar desse cara!

Depois de aguentar por cerca de dois minutos, os ghouls foram eliminados. Era até engraçado quando eu pensava sobre isso. Eu havia sobrevivido à habilidade de invocação de um demônio da morte sendo literalmente despedaçado.

“Eu nem fazia esse tipo de coisa no jogo.”

Enquanto passava o bastão para Ainar para deixá-la enfrentá-lo sozinha, peguei minha maça e me movi para trás do monstro.

Então, desferi um golpe na parte de trás de sua cabeça.

Paf!

O golpe produziu um bom som surdo e uma sensação ainda mais satisfatória em minhas mãos. Sangue podre realmente vazou de trás de sua cabeça estragada.

Mesmo assim, continuei a empunhar minha maça.

Paf! Paf! Paf!

Cada golpe continha poder suficiente para transformar um goblin em poeira. Mas droga, por que ele não morria?

Kagak!

A durabilidade do crânio deste monstro estava além da imaginação. Mesmo enquanto era atingido, sua carne continuava a se curar.

“O que eu deveria fazer?”

Faltava-nos poder.

Se soubesse que isso aconteceria, teria comprado a arma que o vendedor de armas me recomendou. Deveríamos apenas desistir de derrubar este e caçar monstros de nível nove em vez disso?

Flap! Plaf! Toft!

Continuei a balançar a maça enquanto pensava nisso, mas a maça não era suficiente para destruir o cérebro da criatura.

Voom…!

No final, não tive escolha a não ser recuar para evitar a Lâmina de Proteína que vinha em minha direção. E foi então que…

— Kooot!

De repente, o demônio da morte perdeu o equilíbrio e começou a inclinar para o lado. Quando cheguei, vi Ainar aproveitando essa oportunidade para agarrar uma das pernas deste monstro de três metros de altura e levantá-lo. Era uma técnica que eu frequentemente via no UFC.

“Aquilo…”

“Um ‘single-leg-tackle’?”

— Behel—aaah!

Com seus músculos inchados e veias saltando como se estivessem prestes a explodir, ela parecia mais um monstro do que ele…

Seu objetivo era óbvio e até mesmo factível. Eu imediatamente me juntei.

Paf!

Quando atingi o tornozelo no chão com a maça com toda a minha força, o corpo massivo perdeu o equilíbrio e experimentou um momento de leveza. E então…

Boom!

Ele caiu no chão. Em termos técnicos, foi uma derrubada.

Esta foi a primeira vez que me ocorreu que esse tipo de estratégia era viável contra um monstro classificado como médio a grande porte.

…Nada era impossível para um bárbaro, aparentemente.

— Kwooohhh!

Eu podia ver o demônio da morte se debatendo como uma tartaruga virada. Ainar e eu estávamos prestes a avançar, mas recuamos simultaneamente.

— Kwooohhh!

“Não pode ser… Ele não pode se levantar sozinho!”

— Bjorn!

— Ohhh!

Um único olhar foi suficiente para nos colocar na mesma página. Ainar e eu corremos para o monstro caído e desferimos nossas armas como um bando de lunáticos. Como colocar um bolinho de arroz em um pilão e nos revezarmos para trazer o maço, trabalhamos em harmonia.

Paf! Paf! Paf! Paf! Paf!

Ao pensar nisso, uma vez fiz bolinhos de arroz exatamente da mesma maneira em uma vila folclórica que visitei na escola primária.

— Isto é divertido!

Eu conseguia me lembrar do meu parceiro naquela época chorando enquanto pedia para trocar de grupo com outra pessoa. Mas ver Ainar se divertindo comigo curou aquela ferida antiga em meu coração. Parecia que minha alma estava sendo purificada.

 


 

【Você matou um Demônio da Morte. EXP +2】

 


 

Sorrimos brilhantemente enquanto observávamos o demônio da morte desaparecer na luz. Não tínhamos magia poderosa, o poder divino de um sacerdote ou a magia elemental de um elfo, mas…

— Bjorn! Olhe só para isso! Esta pedra de mana é enorme!

Tínhamos conseguido caçar um monstro de nível oito.

Capítulo 24: O Saqueador (1/3)

 


『 Tradutor: MrRody 』


 

Uma pedra de mana de nono nível era igual a uma fatia de pão de pedra. Em outras palavras, cada pão tinha um valor de cerca de vinte pedras.

Então, e quanto a uma pedra de mana de oitavo nível? Infelizmente, um demônio da morte valia apenas cinco goblins.

— O quê? Quer dizer que são apenas cem pedras?!

— …Incluindo aqueles ghouls que ele invocou, temos um total de trezentas pedras.

É claro, mesmo levando esse extra em consideração, não dava para negar que a quantidade era baixa, especialmente considerando que tínhamos acabado de arriscar nossas vidas por isso.

— Bjorn… Quanto custava aquele pão que comemos na estalagem?

— …Acho que eram cerca de trezentas pedras.

— Então… Isso significa que posso sentir o gosto de doçura toda vez que derrubar um demônio da morte!

Parece que a torta de creme que tínhamos comido antes se estabeleceu como uma nova unidade de medida para Ainar. Claro, se dividíssemos nossos ganhos por 8:2, isso seria apenas 0,2 doces por demônio da morte… Mas decidi que era melhor não contar isso para ela.

— Bjorn! Não é hora de ficar parado. Vamos! Vamos caçar!

A frustração não durou muito. Sorri ao ver Ainar radiante de entusiasmo mais uma vez. Nesse aspecto, trabalhar com uma bárbara não era ruim. Eu gostava da Erwen como companheira, mas o inconveniente era que ela era meio passiva em relação a tudo. Era muito mais fácil se motivar dessa maneira.

— Ok, vamos lá!

Depois disso, continuamos caçando pela área os demônios da morte. Se levasse mais de vinte minutos para derrubar cada um, nosso negócio não seria lucrativo mesmo se ganhássemos trezentas pedras por demônio, mas… A primeira tentativa sempre deveria ser considerada uma exceção, não a regra.

— Kwoooh!

— BeheI-aaah!

Toda vez que encontrávamos um demônio da morte, gritávamos o nome do nosso deus ancestral e partíamos para cima. Então, cada um de nós agarrava uma perna, levantava e jogava o monstro no chão.

Chamamos essa estratégia de Derrubada Dupla Bárbara.

Um Demônio da Morte caído era presa fácil. Enquanto martelávamos a cabeça de cada demônio a uma distância maior que o comprimento do seu braço, eles logo desapareciam em feixes de luz. Tudo isso levava cerca de três minutos.

Assim que os monstros caíam no chão, percebiam que estavam encrencados e chamavam os ghouls, o que dificultava encurtar ainda mais esse tempo.

— Uhu!

Conforme a caçada continuava, a velocidade com que enchíamos nossa bolsa de pedras de mana também aumentava. No entanto, não estávamos satisfeitos com isso e aceleramos nosso ritmo cada vez mais.

Isso porque, ao chegar o terceiro dia, caçar demônios da morte se tornaria impossível. Se não tivéssemos alcançado o segundo andar mais rápido do que qualquer outra pessoa usando aquele bug, nem ousaríamos enfrentar esses caras. Eles normalmente nunca viajavam sozinhos. Lidar com dois era possível, embora difícil, mas grupos de três ou quatro seriam complicados apenas com nós dois.

 


 

【14:27】

 


 

Verifiquei o horário e decidi fazer uma pausa. Embora o ditado diga que você deve agir quando a oportunidade surge, acidentes sempre acontecem em momentos de pressa.

— Bjorn, estou com sede.

— Beba com moderação. A flor cadáver só floresce amanhã.

— Flor cadáver?

A flor cadáver era nosso único meio de reabastecer nossa água potável na Terra dos Mortos. Quando chegasse a hora, flores iriam florescer nas vinhas que cobriam os escombros, e você poderia encontrar água dentro delas se as cortasse. Quando contei isso a ela, a expressão de Ainar ficou sombria.

— Bjorn, isso não é meio nojento?

Honestamente, era. Eu tinha ouvido dizer que era seguro beber, mas ainda não estava muito a fim. No entanto, isso não era algo pelo qual alguém que dormia em um quarto para cinco pessoas com dez pessoas sujas deveria estar reclamando.

— Você tem uma alternativa, então?

— Não! Vou beber!

Depois de descansar por cerca de vinte minutos para recuperar nossa energia, continuamos a caçar novamente. Finalmente, quando estávamos prestes a desmaiar de exaustão, terminamos de caçar nosso septuagésimo demônio da morte. Isso significava que tínhamos ganho mais de vinte mil pedras em um único dia.

Isso é muito melhor do que apenas caçar monstros de nível nove.

No entanto, a essência que eu esperava não tinha aparecido.

 


 

— Abominável não era uma palavra forte o suficiente para descrever a taxa de queda de uma essência. Por isso, a maioria das pessoas que jogava o jogo tinha que desenvolver uma estratégia de progressão baseada na essência que caísse para elas no início. Mas a habilidade do jogador determinava o quão bem isso funcionava.

Foi por isso que eu estava ansioso para vir aqui. A essência de um demônio da morte estava entre as melhores essências que você podia obter nos estágios iniciais.

O problema é que não há sinal de que ela vai aparecer.

Sua habilidade ativa de invocação de ghouls, Chamado dos Mortos, era honestamente bastante decepcionante, mas sua habilidade passiva, Preservação Corporal, era boa o suficiente para compensar. Claro, absorver sua essência não lhe daria a capacidade de se regenerar como aqueles bastardos… Mas como minha Marca da Imortalidade já aumentava meu fator de cura, minha compatibilidade com a essência era muito alta.

 


 

【02:57】

 


 

Escutei o ronco de Ainar enquanto verificava o horário. Um dia já havia passado e o segundo dia havia começado.

Daqui para frente, teríamos que lutar contra dois demônios da morte de uma vez, mas de certa forma, eu estava aliviado.

Pelo menos agora não pareceríamos suspeitos se encontrássemos outros aventureiros. Novamente, os aventureiros eram os que mais me preocupavam.

— Ainar, levante-se.

— …Não fui eu que comi!

— É hora de trocar de turno.

Três horas por pessoa. Depois de descansar um total de seis horas, começamos um segundo dia de caça aos demônios da morte sem problemas.

— Kwoooh!

Hoje eles vieram em pares. Seus poderes ativos combinados invocavam agora vinte ghouls, mas ei, podemos ao menos bem tentar. Nosso sucesso nesse empreendimento se deve ao fato de termos aprendido e refinado nossa técnica para lidar com eles inúmeras vezes no primeiro dia.

Boom!

Antes que as criaturas soubessem o que estava acontecendo, eu corri para a frente e joguei um no chão. Então derrubamos a outra também. Um único passo em falso poderia tornar as coisas bastante precárias para nós… Mas sempre que isso acontecia, nós simplesmente corríamos sem olhar para trás.

— Ainar, corra!

— Oh!

Os demônios da morte eram lentos para se mover e tinham o hábito de não seguir você se você saísse do território deles, então as coisas ainda não estavam muito perigosas.

Shhh…!

Cada batalha levava cerca de dez minutos. Na realidade, três em cada dez tentativas que fizemos foram falhas, mas como lidamos com dois de uma vez, nossos lucros acabaram sendo semelhantes ao do primeiro dia. No primeiro dia, levou bastante tempo para encontrar os monstros sequer. No entanto, à medida que a tarde do segundo dia se aproximava, grupos de três começaram a aparecer de tempos em tempos, e à medida que o tempo passava, a frequência de nossos encontros com eles também aumentava.

— Devemos deixar esta área em breve.

— Um guerreiro sábio sabe quando recuar.

Quando o segundo dia estava chegando ao fim, deixamos o território dos demônios da morte, e todos os arrependimentos associados, para trás. Então retornamos ao campo pegajoso e enlameado e encontramos um acampamento adequado.

Foi por volta desse momento que encontramos um grupo de outros aventureiros pela primeira vez. Eles eram um grupo de três humanos e estavam rondando na escuridão, confiando em uma tocha assim como nós. Foi apenas quando estávamos a dez metros de distância que pudemos realmente nos ver.

— O que é que você está olhando? — Ainar perguntou friamente. — Se não tem negócios aqui, dê o fora.

— Ahem, nos desculpe.

O grupo passou por nós e desapareceu de volta para a escuridão. Foi bastante interessante. Eles tinham se afastado apenas vinte passos, e eu ainda conseguia ouvir levemente o som de seus passos, mas a luz da tocha que estavam segurando já não era mais visível.

Então era isso que as pessoas queriam dizer quando diziam que a maioria dos andares do labirinto absorvia toda a luz. Parecia que até o brilho de uma tocha era quase impossível de ver a olho nu mesmo estando a apenas dez metros de distância. Enquanto eu ponderava sobre esse fenômeno…

— Bjorn, precisamos nos mover. — disse Ainar, com a voz firme. — Eles sabem onde estamos. As paredes aqui são convenientes, mas ainda seria mais seguro encontrar um novo acampamento.

Na verdade, ela estava certa. Eu estava pensando a mesma coisa. No entanto, parecia que eu não conseguia me acostumar com isso.

Quem é essa mulher? Rosnando para outros aventureiros para sumirem…

Era como se ela tivesse mudado de personalidade de repente.

— Bjorn, nunca confie nos humanos.

— …Concordo.

Agora que eu pensava sobre isso, Ainar e eu tínhamos uma outra coisa em comum, além do fato de sermos ambos bárbaros… Uma desconfiança em relação aos humanos.

Parecia que algo também havia acontecido com ela durante sua primeira expedição.

Terei que perguntar sobre isso mais tarde.

— Então vamos. — ela respondeu.

Logo depois, arrumamos nossas bolsas e seguimos em frente. No entanto, era difícil encontrar um acampamento com uma localização tão boa quanto o nosso último.

Será que precisamos nos contentar e apenas aceitar ter só uma parede protegendo nossas costas?

Enquanto eu pensava nisso…

— Argh…

Ouvimos um gemido vindo de algum lugar não muito longe.

— Mm!

Não era uma banshee. Primeiro de tudo, não era a voz de uma mulher, e…

— …E-Espera!

Era coerente.

— M-Me a-ajudem…

Maldição. Devíamos ter simplesmente montado acampamento em outro lugar. Depois de um grito interrompido, houve silêncio.

— Aquilo não foi um ataque de monstros. — sussurrou Ainar.

Eu sei. Eu também tenho ouvidos.

Era raro alguém se dar ao trabalho de implorar por sua vida ao lutar contra um monstro. O que tinha acontecido era óbvio. Alguém acabara de matar outra pessoa.

Merda, que tipo de mistério de merda é esse? Eu não sou um maldito detetive.

Não querendo me envolver, eu segurei o pulso de Ainar e recuei lentamente. Mas quem quer que fosse parecia nos detectar.

— Quem está aí?

A voz era fria e baixa. Era rouca, mas definitivamente era de uma mulher. Seguramos a respiração e ficamos imóveis ao mesmo tempo.

Mas naquele exato momento…

Pyuuu! Boom! Boom!

Algo como um sinalizador foi disparado para o céu, e iluminou levemente um raio de cerca de cinquenta metros. Graças a isso, pude ver os olhos da pessoa que acabara de falar. A distância entre nós era de menos de quinze metros.

Se Erwen estivesse aqui, ela teria sido capaz de detectar sua presença de longe e evitar totalmente essa situação.

— Hmm, um novato?

A mulher estranha olhou para nós e chegou a uma conclusão imediata. O sentimento era mútuo.

Uma adaga pingando sangue. Quatro cadáveres espalhados…

—…Um saqueador.

— Primeira vez vendo um? — a mulher perguntou calmamente.

— Pode se dizer que sim.

É a primeira vez que vejo alguém tão profissional como você.

— Entendo.

A mulher não estava preocupada de forma alguma por termos visto a cena do crime e apenas balançou a cabeça serenamente. E eu suspeitava que sabia o porquê.

 


 

Saqueadores… aqueles que caçavam profissionalmente aventureiros.

Eles geravam uma alta renda saqueando os equipamentos dos aventureiros em vez de pedras de mana. Claro, se fossem pegos, seriam condenados à morte assim que voltassem à cidade. Mas isso raramente acontecia.

Embora tenha sido em legítima defesa, também matei seis aventureiros e não fui investigado de forma alguma. Não havia como as pessoas do mundo exterior saberem o que acontecia dentro do labirinto. A menos que alguém dissesse algo.

— …Você não está usando uma máscara.

Isso era o mais perturbador sobre minha situação atual.

Essa vadia está operando como saqueadora com o rosto à mostra.

Ela tinha pouco mais de um metro e sessenta e cinco de altura e era magra. Tinha cabelos vermelhos até os ombros, uma tatuagem sob o olho e metade de sua orelha direita faltava. Não seria difícil rastrear alguém com essas características.

Se isso fosse nos dias modernos, o suspeito poderia argumentar falta de evidências… Mas esse era um mundo onde a magia existia. Isso significava que era possível distinguir a verdade da mentira sem evidências físicas.

— …Eles eram membros do seu grupo?

— Bem… — A mulher olhou para baixo para os corpos e deu de ombros. — Eles podem ter pensado assim.

Então era por isso que ela estava com o rosto descoberto. Enquanto fazia perguntas com respostas óbvias, eu rapidamente avaliava os fatos que tinha diante de mim.

Haviam quatro corpos no total. Devido à qualidade dos equipamentos que estavam carregando e ao fato de haver um mago no grupo, pude perceber que eram aventureiros ativos pelo menos no quinto andar ou acima.

Além disso, três dos corpos não apresentavam ferimentos visíveis. No entanto, como havia vestígios de vômito e sangue em seus lábios…

Será que foram envenenados? E talvez o homem que morreu por último tivesse resistência a isso, então ele sobreviveu um pouco mais?

Eu esperava que essa hipótese estivesse correta. Nossa situação seria desoladora se ela fosse uma assassina talentosa capaz de matar quatro aventureiros de nível médio sozinha sem deixar um único ferimento.

Brrrr.

Logo, a mulher se agachou e começou a remover habilmente os equipamentos dos cadáveres. Ela colocou cada item um por um em uma bolsa. A bolsa parecia estar encantada com magia, pois itens grandes e volumosos pareciam caber nela sem problemas.

O medo foi seguido pela inveja. Apenas possuir um item assim deixava clara a diferença entre ela e nós, desesperadamente.

— Bárbaro.

A mulher nos chamou. Eu não respondi.

— Vamos lutar? — Ainar me perguntou quietamente.

Ela era incrível. Se fosse Erwen, ela estaria tremendo de medo agora. Será que isso era o que significava ter o orgulho de um guerreiro, querer lutar contra um inimigo, não importa quão poderoso fosse?

Mantive minha resposta breve.

— Estou pensando.

Para ser honesto, eu queria evitar uma luta. A diferença em nossos níveis era óbvia apenas olhando para o equipamento que ela estava segurando. Se sua habilidade em combate fosse tão impressionante quanto esse equipamento… Mesmo levando em conta que era uma situação de dois contra um, nossas chances seriam muito menores.

Whooom…!

O sinalizador queimou e a luz no céu desapareceu, nos mergulhando na escuridão mais uma vez. Imediatamente tomei uma decisão.

—Corra. Na velocidade máxima.

O orgulho não salva vidas.

Capítulo 25: O Saqueador (2/3)

 


『 Tradutor: MrRody 』


 

Corremos pela escuridão. Ocasionalmente, eu abria a bússola para verificar a direção em que estávamos indo, mas caso contrário, corria como um louco.

— Gahhhk!

Vários monstros, como ghouls e esqueletos, bloqueavam o caminho, mas não era um problema porque todos eles eram lentos. No entanto, isso significava que eles também não seriam um problema para nosso perseguidor.

Whoosh!

Teriam se passado cerca de cinco minutos? A saqueadora impiedosa deve ter terminado de saquear os corpos agora.

Isso era a única coisa a nosso favor. Se não estivéssemos vestidos como amadores, aquela vadia teria desistido de saquear aqueles caras e nos perseguido imediatamente. Em outras palavras, isso significava que ela estava confiante de que poderia nos alcançar mesmo que nos desse tempo para fugir.

Ainda assim. Pelo menos tínhamos ganhado algum tempo.

— Bjorn, aquilo não é a marca?

“As boas notícias continuam.”

Na Terra dos Mortos, edifícios de pedra em ruínas estavam por toda parte. Toda vez que eu passava por um, deixava uma marca para que pudéssemos encontrar o caminho de volta para o portal do primeiro andar.

— Por aqui!

Embora estivéssemos ativos nas proximidades, as marcas estavam mais próximas do que eu esperava.

“Talvez a sorte esteja…”

— Quem são vocês?!

Droga, não deveria ter pensado nisso.

Ainar e eu paramos ao mesmo tempo. Tínhamos encontrado outro grupo de aventureiros. Mas espere, talvez isso fosse uma coisa boa?

Saqueadores eram inimigos comuns de todos os aventureiros. Se eu explicasse a situação para eles e oferecesse uma compensação apropriada, havia a possibilidade de conseguirmos ajuda deles.

— Bárbaros?

O grupo de aventureiros que emergiu da escuridão apontou suas armas para nós e inclinaram a cabeça. Eram quatro no total. Todos eram humanos, e seus equipamentos pareciam pelo menos duas vezes melhores que os nossos.

“Humanos são difíceis de confiar, mas não temos escolha.”

— Estamos sendo perseguidos por um saqueador. Nos ajudem.

— E como sabemos que vocês não são o saqueador?

— Juro pela minha honra como guerreiro. Cada palavra que digo é verdadeira.

Ao contrário do juramento de um elfo, o juramento de um guerreiro não tinha nenhuma autoridade real por trás. Mas surpreendentemente, funcionava todas as vezes.

O homem careca, que parecia ser o líder do grupo, pensou por um momento e então abriu a boca.

— Se pegarmos o saqueador, ficamos com a recompensa inteira. Concordam com esses termos?

— Claro.

— Tudo bem.

Com o sinal do Careca, os outros aventureiros baixaram suas armas. Se eu não fosse um bárbaro, definitivamente teria demorado mais para eles baixarem a guarda.

— Venham aqui por enquanto. Vamos conversar mais depois.

Ao me aproximar deles, um homem de cabelos loiros com cerca de um metro e meio de altura ativou sua habilidade especial.

— Essa é a habilidade especial de um gnomo. Quando lançada em uma área específica, fará com que você se misture ao seu entorno desde que permaneça dentro de um raio de três metros.

Para simplificar, era basicamente a habilidade de furtividade de um arqueiro goblinóide, mas em vez de afetar apenas o usuário, podia ser usada em qualquer criatura dentro de uma determinada área de efeito. Em troca, tinha a desvantagem de não ser uma habilidade móvel… não podia ser alterada para onde você quisesse depois de ativada.

— Vocês estão feridos? — Perguntou o Careca.

— Não.

— Que sorte…

‘Sorte’ era realmente a única maneira de descrever isso.

O grupo de aventureiros com quem acabamos de nos deparar tinha uma habilidade de furtividade em área? Com eles ao nosso lado, talvez fosse possível evitar uma batalha por completo…

— …para dois bárbaros virem até nós sozinhos.

Merda, ele estava falando sozinho.

Não é de se admirar que as coisas estivessem dando certo. Claro.

 


 

 


 

【Agora você está Restrito】

 


 

 


 

— Haha

A cobiça dançava nos olhos dos aventureiros, incluindo o Careca. Um deles já havia revirado minha mochila e aberto o saco de pedras de mana.

— Vocês ganharam bastante em apenas dois dias.

Eu queria esmagar suas costelas com a maça, mas meu corpo não se mexia. E era o mesmo para Ainar.

— O que? Está com medo porque não consegue se mexer?

Isso era claramente o poder de uma essência, e eu já podia adivinhar que tipo de essência era. Havia muitas habilidades semelhantes, mas havia apenas uma que aventureiros do nosso nível poderiam ter.

“Será que é a Restrição do Golem de Pedra…?”

Sem dúvida. Acabávamos de ser derrubados pela habilidade ativa de um monstro de nível oito, um Golem de Pedra. A maneira mais fácil de sair era receber até mesmo o menor dano, mas…

Se esses idiotas tivessem algum bom senso, saberiam ser cuidadosos.

— Ei, amigo, não adianta nos encarar assim. Essa não é uma habilidade com a qual você pode lidar desse jeito.

— ‘Terrível” não era uma palavra forte o suficiente para descrever essa situação.

“Maldição, passei por tudo isso para viver mais um dia e agora vou morrer assim?”

— Olha esses olhos ferozes. Ainda não entendeu a situação?

— Ok, Ramod. Vamos encerrar por aqui. Se o saqueador que eles mencionaram aparecer, será um problema.

— Tsk, que pena. Finalmente pegamos uma mulher, mas ela é uma bárbara.

— Idiota, não é melhor que ela seja uma bárbara? Você sabe quanto dinheiro podemos ganhar apenas com seus corações?

Com isso, seus desejos feios foram finalmente revelados e senti um arrepio percorrer minha espinha.

Logo, o Careca puxou uma lâmina afiada.

— Mate-os com um golpe. Não estrague isso.

— Tsc, não se preocupe.

Zas!

A intenção assassina voou pelo vento. E o local para onde estava mirando não era outro senão meu pescoço.

“…O pescoço?”

Mesmo agora, quando a morte era iminente, meu cérebro sintetizava as informações recebidas e sugeriu uma solução. Claro, eu não sabia se realmente funcionaria. No entanto, seria muito mais produtivo do que refletir sobre meus arrependimentos passados.

Stab!

O tempo parecia passar em câmera lenta. Então, de repente, uma lâmina afiada cortou meu pescoço. Ao mesmo tempo, uma sensação de formigamento percorreu meu corpo, e meu corpo ficou mole. Imediatamente, inclinei minha cabeça para trás como um boxeador virando o rosto para receber um golpe poderoso.

— …Huh?

Pude ver a expressão perplexa no rosto do Careca. A mão que segurava a adaga estava vazia.

Foi quando registrei uma sensação estranha em meu pescoço.

“Ah, já está meio presa.”

No momento em que percebi isso, meu cérebro chegou a uma conclusão rápida.

“Não é tão ruim. Enquanto houver um mínimo de sangramento, posso aguentar um pouco mais.”

Sting.

Forcei minhas pernas enfraquecidas a se moverem e encontrei meu equilíbrio. Então, balancei a maça em minha mão… diretamente na cabeça brilhante do homem careca.

Crunch!

Com metade do rosto afundado, o Careca desabou. O tempo ainda parecia estar se movendo em câmera lenta.

— Darvan!

Agora havia muitos rostos surpresos ao meu redor.

“Por que, você não achou que um cara com uma faca no pescoço poderia revidar?”

— Você…

Na verdade, eu também não esperava isso.

— …maldito…bastardo…

Algo continuava emergindo pela minha garganta. Meu corpo começou a perder toda a força e as luzes ao meu redor começaram a se tornar turvas.

“Estou entrando em choque?”

Tudo formigava da cabeça aos pés. Devo estar com pouco oxigênio e sangue.

Clang!

A maça e o escudo que eu estava segurando caíram no chão quando minhas mãos perderam o controle sobre eles. Eu queria nada mais do que desabar e descansar, mas…

Ainda havia trabalho a ser feito.

Eu não me meti nessa confusão apenas para derrubar um idiota comigo.

Sting.

Cambaleei para frente e endireitei minha forma oscilante. Então, depois de puxar a faca presa em meu pescoço, a lancei em direção a Ainar, que estava a cerca de quatro passos de distância.

Stab!

“Oops, não achei que fosse acertar você assim.”

— Ugh!

“Desculpe, mas pelo menos seu corpo está se movendo agora.”

Stab!

Ao mesmo tempo em que a adaga perfurava seu antebraço, Ainar girou sua grande espada na cintura do arqueiro próximo. Em seguida, em um movimento conectado, ela girou o corpo mais uma vez, saltou para cima e a abateu na cabeça do outro cara. O capacete de ferro que ele estava usando era inútil contra o golpe dela.

Crunch!

Sangue pingava de seu capacete enquanto ele era transformado em sucata.

— Que porra…

O cara loiro, que estava mais distante, viu isso e imediatamente saiu correndo. Foi uma decisão rápida, como a de um goblin.

— Bjorn!

Ainar, que havia terminado de limpar a área circundante, correu até mim e se ajoelhou.

Ufa, então posso deixar o resto com você…

— Bjorn…!

Ainar me abraçou e chamou meu nome tristemente… como se estivesse segurando uma pessoa morta.

Sentindo uma sensação um tanto sombria, abri forçosamente meus olhos turvos e disse, — Po…

— Okay! Vou vingar você!

“Não, não se preocupe com isso.”

 


 

【Conquista Desbloqueada】

【Condição: Saúde cai abaixo de 0.1%.】

【Recompensa: Seu atributo Espírito aumentou permanentemente em +1.】

 


 

Usei o resto de minha energia para abrir a boca.

— Poção…

“Maldição, não me deixe morrer.”

 


 

【Bjorn Yandel

【Nível: 2

Físico: 46

Espírito: 39 (Novo +3)

Habilidade Especial: 4

Nível do Equipamento: 202

Poder de Combate Geral: 139.5 (Novo +3)】

 


 

Chhhh!

À medida que o buraco em meu pescoço começava a cicatrizar, era acompanhado por dor. Mas eu estava feliz. Podia sentir a vida voltando ao meu corpo morto.

— Ugh…

A ardência da dor reviveu minha consciência desvanecida. Eu havia sobrevivido.

Realmente pensei que desta vez eu iria bater as botas. Fiquei contente por não ter feito mais nada com os 1,4 milhões de pedras e ter conseguido a Marca da Imortalidade primeiro. Se não fosse por isso, teria morrido há muito tempo.

— Ainar.

— Você está bem?

— Equipamento, pegue o equipamento deles primeiro.

Assim que tive energia para falar, dei instruções a Ainar. Depois disso, forcei-me a me levantar e engolir o resto da poção.

Glup.

Tudo isso era dinheiro, mas não havia como evitar.

Mesmo que a ferida em meu pescoço parecesse estar melhorando, não conseguia dizer o que estava acontecendo por dentro. Também não sabia que tipo de dano tinha sido infligido ao meu cérebro graças ao que acabara de acontecer. Então, era melhor tomar precauções antecipadamente.

— Ugh…

Na verdade, pouco tempo depois, uma sensação de formigamento começou na parte de trás da minha cabeça. Considerando a intensidade da dor, não parecia ser sério, mas se fosse deixado sem tratamento, poderia ter levado a um problema maior.

— Posso dar uma olhada?

— …E o equipamento?

— Peguei tudo o que vi.

Nesse caso…

Quando assenti, Ainar ergueu meu queixo e inspecionou cuidadosamente a ferida.

— Irá deixar uma cicatriz.

Foi estranho. Erwen uma vez disse a mesma coisa. No entanto, o sentimento por trás disso tinha sido completamente diferente.

— Incrível! Você será o único bárbaro com uma cicatriz de ser esfaqueado no pescoço!

“Será que isso parece uma medalha de honra para ela?”

Era verdade, no entanto. Não importava quantos bárbaros houvesse no mundo vivendo como brutos, provavelmente era raro um sobreviver depois de ser esfaqueado no pescoço.

— E agora, o que faremos? — perguntou Ainar, pensando sobre nossos planos futuros.

Isso também me despertou. Apenas momentos antes, eu estava flertando com a linha entre a vida e a morte… Mas nenhum dos nossos problemas havia sido realmente resolvido.

— Quanto tempo já passou?

— No máximo? Cerca de cinco minutos.

“Cinco minutos…”

Contrariamente ao que eu inicialmente acreditava, esbarrar nesses bastardos fez a situação passar de ruim para pior.

“Que estúpido da minha parte.”

Não importava quão perigosa fosse a situação, eu deveria saber melhor do que pedir ajuda a aventureiros escrotos.

“De qualquer forma, vamos lamentar isso depois.”

— Para que direção aquele cara correu? — perguntei.

— Por ali.

Conduzi Ainar e movi-me na direção em que o homem de cabelos loiros havia escapado. Embora o chão estivesse enlameado, não havia deixado pegadas para trás, então era impossível rastreá-lo adequadamente.

Mas, como esperado…

— Aqui está você.

Não muito longe, pude ver cabelos loiros.

“Afinal, já que está tão escuro aqui, até onde ele poderia ter chegado?”

Parecia que, enquanto corria, ele bateu a cabeça em uma das ruínas, caiu no chão e desmaiou. Depois de retirar qualquer coisa que pudesse ser uma arma, eu pisei em suas costas para acordá-lo, e seu cabelo loiro caiu sobre seu rosto.

— Eek! T-Tenha misericórdia!

Comparado com antes, ele estava sendo muito educado. Anteriormente, ele havia reclamado que a mulher que tinham capturado era uma bárbara, mas agora?

— Ahh!

Ainar agarrou o pescoço do homem e o levantou facilmente com uma mão. O homem de cabelos loiros era tão pequeno que seus pés não tocavam o chão.

Ele começou a sufocar.

Enquanto o observava sendo estrangulado, em vez de sentir simpatia, tudo o que pensei foi ‘até nunca mais’.

“É por isso que você sempre deve mirar na cabeça, não no pescoço.”

Se ele tivesse feito isso, independentemente de poções ou do minha Marca da Imortalidade, eu teria ficado indefeso.

— Ainar, solte-o.

Apesar de claramente questionar minhas ordens, Ainar soltou sua pegada. Aproximei-me do cara enquanto ele se encolhia no chão e falei em seu ouvido.

— Use seus poderes se quiser viver.

Essa era a única razão pela qual eu não tinha arrancado a cabeça deste rato loiro imediatamente. A habilidade de gnomo que esse cara tinha. Eu precisava dela agora.

— J-Já usei!

— Por quanto tempo você consegue mantê-la?

— Trinta minutos! Não, consigo durar quarenta minutos! Então…!

Muitas palavras.

Eu queria que ele apenas respondesse à minha pergunta. Segurei sua gola e fiz outra pergunta.

— Quanto tempo vai levar para você usá-la novamente?

— P-Preciso descansar pelo mesmo tanto quanto usei.

— Entendi.

Soltei a mão que o segurava pelo pescoço e pressionei seu torso contra o chão com os meus pés antes que ele pudesse sequer pensar em escapar.

Como lidar com um goblin…

— Não seria melhor apenas matá-lo? Acho que aquela mulher já desistiu de nós mesmo.

Me perguntei como Ainar tinha chegado a essa conclusão absurda, mas realmente poderia parecer assim do ponto de vista dela. Embora tivéssemos conseguido escapar, não estava claro se realmente tínhamos sido perseguidos em primeiro lugar. Mesmo considerando o tempo que teria levado para saquear os cadáveres, era definitivamente estranho que aquela mulher ainda não tivesse aparecido.

— Desistiu, huh…

Certamente, essa possibilidade existia. Talvez a saqueadora não achasse que vale a pena nos perseguir.

Quanto à questão de nós potencialmente voltarmos para a cidade para testemunhar contra ela, se o rosto que vimos anteriormente fosse na verdade algum tipo de ilusão mágica, isso explicaria o assassinato descarado e sem máscara.

Mas…

Sorriso.

As coisas não podiam funcionar tão bem assim, não é mesmo?

Pelo menos para mim.

Capítulo 26: O Saqueador (3/3)

 


『 Tradutor: MrRody 』


 

— Ainar. Sempre que algo acontecer, considere primeiro o pior cenário possível.

Basta olhar o que aconteceu mais cedo, quando ficamos esperançosos por encontrar acidentalmente aventureiros humanos. A vida nem sempre funciona como queremos.

— A única razão pela qual conseguimos fugir foi porque ela nos deixou ir. Ela deve ter pensado que, se quisesse, poderia nos pegar facilmente. Então é cedo demais para baixarmos a guarda.

A explicação estava começando a ficar longa apesar de mim mesmo.

Vamos ao ponto principal.

— Nesse momento, ela deve estar…

— Observando você de perto.

Mãe do céu…

Parecia que ela estaria no mínimo a caminho aqui. Aparentemente, havia outro fundo do poço abaixo do fundo do poço. Ou talvez eu não fosse tão esperto quanto pensava.

— Bjorn!

Enquanto Ainar e eu deixávamos nossas mochilas de lado e nos preparávamos para lutar, a mulher emergiu da escuridão, mais uma vez sem máscara.

— Desculpe, bárbaro.

…O que há com essa vadia sinistra?

— Ainda assim, sua batalha anterior foi impressionante.

Apesar da habilidade do gnomo, parecia que ela havia nos observado por um tempo… mas isso não fazia sentido lógico.

— …Por que você não apareceu antes?

Levou alguns minutos para que eu conseguisse me mover novamente depois de beber a poção. Então, por que ela não veio atrás de mim durante esse tempo?

Enquanto esperava por uma resposta…

— Ahhh!

O cara de cabelos loiros pulou do chão e começou a correr com toda sua força. Ainar e eu não reagimos a tempo de impedi-lo porque estávamos focados na vadia psicopata. No entanto…

Thud.

Uma coisa fina similar a uma agulha voou em linha reta e perfurou o pescoço do homem de cabelos loiros.

Poderia estar envenenada? Apesar do ferimento leve, seu cabelo loiro tremulava como os galhos de uma ipê e logo ele caiu inerte.

Foi nesse momento que percebi que não era hora para fazer perguntas descontraídas como ‘como’ ou ‘por quê’.

— Ainar!

Conversas prolongadas não eram necessárias entre nós. No momento em que chamei seu nome, Ainar se impulsionou do chão e avançou como se estivesse apenas esperando meu sinal. Eu fiz o mesmo.

“Se não dá para fugir, não há escolha a não ser lutar!”

Puff!

A vadia saqueadora facilmente desviou da grande espada de Ainar se abaixando. Então ela bloqueou simultaneamente meu mangual com uma adaga enquanto ele vinha em direção a ela.

Clang!

O que…

Quantas essências ela havia engolido? A adaga que bloqueou minha maça estava completamente intacta. E, quando a mulher exerceu mais força, fui empurrado impotente para trás.

— Pare com essa luta sem sentido, bárbaro.

Bem. Isso parecia um pedido muito difícil.

“Mesmo que seja inútil…”

— Behel-aaah!

Eu era um bárbaro. E, claro, minha mente ainda não tinha esquecido meu tempo como membro da civilização moderna.

Clang!

Eu estava constantemente com medo, não havia sinal de que minha tolerância à dor estivesse melhorando, e eu ainda pensava em uma maneira de fugir em cada situação. No entanto, havia uma coisa sobre mim que era a mesma dos bárbaros.

Clang!

Se houvesse apenas um caminho possível à frente, eu escolheria seguir em frente – sem hesitação.

Clang!

Enquanto minha maça colidia com sua adaga, eu a descartei e tentei uma derrubada. Como esperado, ela não se moveu.

“Por que uma aventureira aleatória é tão forte? Eu reclamei inconscientemente.”

Ainda assim, mesmo que eu não conseguisse derrubá-la, eu poderia usar minha determinação para detê-la.

— Ainar! Agora!

Antes mesmo de terminar de gritar, a grande espada de Ainar já estava balançando em uma linha perfeitamente reta. Pela primeira vez, a saqueadora, que estivera impassível durante todo o encontro, mostrou algum lampejo de emoção. Surpresa, ou irritação.

Hmm, ou talvez fosse raiva.

Stab!

A dor irrompeu em minhas costas.

Ela me esfaqueou na espinha? Mas o que aconteceu com minha armadura?

Antes que eu pudesse questionar o que estava acontecendo, a força abandonou meu corpo.

 


 

【Você está agora sob o efeito de Paralisia】

 


 

Tentei agarrar suas calças e me segurar de alguma forma, mas meu corpo, que era capaz de se revoltar como um monstro mesmo enquanto esfaqueado no pescoço, não ouviu.

Stab!

Então, um momento depois, o som de carne sendo perfurada foi ouvido novamente.

Clang!

Com esse som, a grande espada de Ainar caiu no chão. Quando movi os olhos para cima, vi uma adaga enterrada no pulso de Ainar. Pensei se esse seria o nosso fim…

Mas mesmo quando estava com dor, Ainar não parou.

— Ahhh!

Tendo perdido sua arma, em vez de seu braço direito paralisado, ela balançou seu punho esquerdo. Vendo seu espírito de luta, percebi novamente… Por que os bárbaros, que não eram diferentes de humanos grandes em aparência, eram tratados como monstros.

No entanto, essa não era uma boa luta para ela.

Puff!

A mulher escapou do punho com uma manobra evasiva e não parou por aí, em vez disso, agarrou o pulso de Ainar, torceu-o e…

Boom!

…a jogou no chão.

Ainar imediatamente se impulsionou do chão e tentou se levantar, mas continuava escorregando e caindo. Seu braço tremia e seus tendões estavam tensos. Ao ver isso, a mulher soltou um suspiro apático.

— Desista. Não há nada que você possa fazer depois de ser paralisada pelo veneno de um basilisco.

Isso era como uma sentença de morte. Minha mente ficou em branco e meus olhos escureceram.

Equipamento, habilidades, experiência… Havia uma diferença marcante e insuperável entre nós em todos os aspectos.

Não importava o quanto eu girasse as engrenagens na minha cabeça, não conseguia pensar em nenhuma maneira de reverter a situação. Mas justamente quando a palavra ‘morte’ estava se estampando em minha mente…

— Por isso vocês deveriam ter ouvido quando lhes dei a chance.

… a mulher se inclinou, soltou o punho apertado que eu tinha na barra de sua calça, e disse secamente. — Bárbaros, jurem que não falarão sobre o que aconteceu hoje para ninguém. Então eu vou lhes poupar.

…O quê?

 


 

Após esse anúncio, seguiu-se um breve silêncio. Então, a mulher abriu a boca.

— Eu ia fazer essa oferta antes de vocês fugirem. Eu devo algo ao seu povo.

Eu pude sentir instintivamente que aceitar esse acordo era a única maneira de sobreviver, mas… eu não conseguia entender.

— Não quero matar um bárbaro com minhas próprias mãos se puder evitar. — Explicou brevemente a mulher enquanto eu levantava desesperadamente a cabeça.

“Com minhas próprias mãos…”

Foi por isso que ela apenas ficou observando enquanto o homem de cabelos loiros me atacava? Porque ela queria deixar que outra pessoa resolvesse sua bagunça?

— Bjorn… as palavras da saqueadora… não acredite nelas… ela está apenas brincando conosco.

“Mas mesmo que você diga isso, não temos escolha.”

Se ela brincasse conosco e depois nos matasse, ou apenas nos matasse… Não havia diferença de qualquer maneira.

Cuspi o sangue que tinha alcançado a parte de trás da minha garganta e perguntei. — Se eu recusar a oferta, o que você fará…?

— Vou te matar, é claro. Esse era o nosso acordo desde o início.

— Acordo… com quem?

— Isso não é para você saber. — Sua voz era a mesma de sempre, mas de alguma forma parecia um pouco mais áspera. — Escolha. Vou te dar algum tempo…

— Juro pela minha honra como guerreiro.

Não foi necessário tempo. Não era como se houvesse outras opções.

— …Sem dúvida, você é um pouco estranho.

A saqueadora olhou para baixo para mim por um momento com um olhar estranho nos olhos e então borrifou algo.

Chhhz.

Senti uma dor familiar. Era uma poção.

 


 

【Você consumiu uma Poção de Recuperação (Maior).】

【O efeito de Paralisia foi removido.】

 


 

Meus músculos tensos começaram a relaxar e a força gradualmente começou a retornar ao meu corpo. A mulher desviou o olhar de mim e perguntou: — Senhora bárbara, o que você vai fazer?

Ainar deu uma resposta após uma breve pausa.

— …Eu recuso.

— Entendo.

A mulher não perguntou novamente. Apenas assentiu levemente. No entanto, suas intenções eram claras como a luz do dia a partir daquela única ação. Ela não sacou sua arma, nem representou uma ameaça física, mas…

Essa mulher ia matar Ainar agora.

E para evitar isso, só havia uma coisa que eu podia fazer.

— …Ainar, faça o juramento.

— Bjorn?

— Você não disse que me obedeceria, não importa o quê?

— Ainda assim, o juramento de um guerreiro é…

“Caramba, o que há de tão importante sobre o orgulho?”

— Ainar, segunda filha de Fenelin!

Ainar ficou tensa com meu grito. Eu abaixei minha voz, olhei nos olhos dela e falei calmamente.

— Confie em mim. Esta é a decisão certa.

Depois de um breve silêncio, Ainar lutou para abrir a boca.

— …Está bem. Eu juro.

— Escolha inteligente.

Depois que Ainar fez o juramento, a saqueadora a curou usando outra poção. Isso era uma verdadeira situação de cenoura e chicote. A sensação de ser forçado a escolher entre eles era a mesma.

Nojento e repugnante.

Assim que o tratamento terminou, a mulher se virou para sair quando decidi fazer uma pergunta a ela.

— …Qual andar?

Para essa pergunta aleatória, a mulher inclinou a cabeça por um momento e deu uma resposta breve.

— Andar oito.

É claro, muito mais alto do que o andar cinco.

Não é de admirar que ela fosse tão forte, mesmo sendo uma saqueadora. Mesmo que houvesse dez de mim, não seríamos páreo para ela.

“Mas…”

Fechei os olhos.

Enquanto assistia à psicopata desaparecer da minha visão como fumaça, fiz uma promessa a mim mesmo. Da próxima vez, as coisas seriam diferentes.

 


 

— Ainar, você está bem?

— …Estou bem. Posso me levantar sozinha.

Ainar afastou minha mão e se levantou por conta própria. Perguntei-me se ela estava decepcionada comigo, mas talvez a pessoa com quem ela estava decepcionada fosse ela mesma, não eu.

Afinal, os bárbaros eram honestos até demais.

Decidi deixar Ainar e a expressão complicada em seu rosto sozinha por um tempo e avaliar meu estado atual.

“Primeiro, essa coisa…”

Clique!

Tirando a armadura e verificando as costas, pude ver que havia um buraco do tamanho de uma adaga nela. Tinha penetrado muito limpo.

“…Será que ela é uma Auror?”

Maldição.

Por que tivemos que encontrar um monstro como esse no segundo andar, sem mencionar em algum lugar tão amplo e vasto como a Terra dos Mortos? Que tipo de situação de merda era essa?

Tudo o que eu conseguia pensar era que precisava ficar mais forte o mais rápido possível. Se eu fosse para casa ou não, essa era a única maneira de me proteger neste mundo podre.

— Bjorn, o que vamos fazer agora?

— …Descer para o primeiro andar.

A Terra dos Mortos não era um mau terreno de caça. Mas não tinha intenção de ficar aqui com aquela louca vagando por aí. Podíamos voltar se eu mudasse de ideia.

— Certo… Entendi.

Ainar, desanimada, seguiu minhas instruções sem argumentar. Terapia não era minha especialidade, mas…

“Ha… Pelo menos devo dizer algo quando chegarmos lá embaixo. Parece que o mundo dela acabou.”

— Siga-me.

Evitando a maioria dos encontros evitáveis, seguimos as marcações. Depois de cerca de seis horas, finalmente conseguimos voltar para o portal que levava ao primeiro andar.

Thud…!

Mais uma vez, pousei bem enquanto Ainar rolava pelo chão, e muito mal também. Mas ela se levantou lentamente como se nada tivesse acontecido.

— …Isso não doeu?

— Doeu.

— Mas por que…

— Como eu não sou uma guerreira, não mereço sentir dor.

…A situação era muito pior do que eu pensava. Será que era realmente tão vergonhoso implorar pela sua vida? Bem, tinha sido a mesma coisa no jogo também.

— Um, Ainar…?

— O que foi?

— O guerreiro mais forte é aquele que vive para ver outro dia. Em vez de as coisas acabarem com uma derrota, abrimos a possibilidade de uma vitória futura!

— Não consigo entender o que você diz quando usa tantas palavras. — Embora mantivesse meu tom deliberadamente alegre, a voz de Ainar ainda estava sombria. — No entanto, acho que entendi o que você quer dizer com ‘o guerreiro mais forte é aquele que vive para ver outro dia’.

— E-É mesmo?

— Ser capaz de superar tal humilhação e o desejo de cometer suicídio a todo momento deve tornar alguém um guerreiro forte. Assim como você, Bjorn.

“Não, eu não tenho nenhum desses pensamentos…? Cometer suicídio? Não é como se eu fosse um samurai.”

Isso não era o que eu havia originalmente querido dizer, mas não havia necessidade de entrar nisso agora.

— Ainar, você consegue.

— Não sei se conseguirei suportar essa dor… mas vou tentar.

— Sim, um dia você vai compensar por essa desgraça.

Com meu apoio sincero, continuamos nos movendo. E depois de decidir acampar em um local adequado, deixei Ainar dormir primeiro.

— Vou te acordar em duas horas.

— …Aceitarei sua gentileza desta vez.

Gentileza…

Sua suposição estava meio certa e meio errada.

 


 

【07:39】

 


 

No quesito tempo, era a manhã do terceiro dia. Eu não tinha dormido por mais de vinte horas. Depois de tudo pelo que passamos, a fadiga mental que eu sentia era enorme. Mas eu sabia que mesmo se fechasse os olhos, não conseguiria dormir por um longo tempo de qualquer maneira.

Não era como se estivesse sendo conduzido por emoções tão extremas quanto as de Ainar, mas… eu ainda me sentia sujo.

Era como a dor de beber uma poção. Não importava quantas vezes eu sentisse aquela sensação, nunca me acostumava.

Chomp!

O momento em que fui salvo por aquele loiro e seu grupo tinha sido semelhante. A sacerdotisa tinha olhado nos meus olhos e se recusado a me tratar. O espadachim tinha jogado a poção em mim como se fosse um desperdício. Mas apesar de tudo isso, eu tinha tomado a poção mesmo assim, bebendo-a enquanto estava deitado no chão como um cachorro.

Claro, eu estava feliz por ter sobrevivido, mas…

Mesmo assim, emoções difíceis de descrever também surgiram dentro de mim.

— Ruff…

Deixei escapar um longo suspiro na tentativa de dissipá-las.

“O que diabos estou fazendo agora? Não é do meu feitio ser influenciado por minhas emoções. Talvez seja hora de usar aquilo.”

Fechei os olhos e lembrei-me do conselho dado por alguém que admirei quando criança.

— Lembre-se, você não é nada. Você nunca será especial.

Era um feitiço mágico que sempre me fazia sentir um pouco melhor. Sim, vamos usar até esse sentimento como combustível, assim como sempre fiz.

Isso seria um pouco mais eficaz.

Capítulo 27: Fenda (1/3)

 


『 Tradutor: MrRody 』


 

As pessoas evoluíam, e cada uma tinha seu próprio método para isso. Ao ler livros, refletir sobre o passado, ter uma conversa honesta com um amigo pela primeira vez, ou realizar um sonho que realmente desejavam ver se tornar realidade.

Ou…

Ao sentir inveja da boa fortuna de outra pessoa, testemunhar o infortúnio de alguém, ou perceber o poder que vinha com ter um desejo. Cada experiência estimulava e contribuía para o crescimento de uma pessoa.

Eu não era diferente. Bem, o crescimento psicológico provavelmente era apenas uma pequena parte disso, no entanto.

Enquanto eu organizava as mochilas do grupo do cara de cabelos loiros, eu sorri.

— Um arco de madeira, uma tornozeleira de metal, três poções de baixo nível, uma dúzia de tochas comuns… O que é isso? Um retrato? Um retrato de família, talvez? De qualquer forma, jogue isso fora…

Somando tudo, essas coisas valeriam mais de oitocentas mil pedras.

Eu sempre fui assim, afinal. O crescimento nem sempre se correlacionava com passar por uma situação ferrada. Mas…

— Com isso, posso comprar três peças de armadura a mais para mim.”

Cada vez que eu evoluía como pessoa, sempre tinha sido seguindo uma situação ferrada.

Droga, eu sabia o que tinha que fazer depois disso.

 


 

Eu estava andando pela caverna com Ainar.

— Bjorn, para onde estamos indo agora?

— Iremos para o sul, em direção aos gnomos.

Após uma pausa de quatro horas por pessoa, totalizando oito horas, Ainar também voltou a si. No entanto, seus níveis de energia ainda estavam baixos em comparação com o habitual.

— Bjorn, você pode ir mais rápido. Não precisa se preocupar comigo.

— Por que está com tanta pressa?

— Eu… eu quero ficar mais forte o mais rápido possível.

— Entendi.

Parecia que não precisava mais me preocupar com ela. Enquanto ela tivesse um objetivo claro em mente, as emoções negativas agiriam como nutrição, não como veneno.

Hmm, talvez eu fosse igual.

— Tenho a mesma opinião.

Durante todo o tempo em que estive de vigia, refleti sobre minha jornada até agora. A cerimônia de passagem para a vida adulta, minha chegada ao labirinto, minha companhia noturna com Hans, Erwen, a Floresta dos Goblins, a batalha 4 contra 2 com o grupo da besta, e assim por diante.

Quando pensei sobre isso, não havia nada de errado com nada do que eu tinha feito nessas situações. Eu sempre procurava pela melhor opção possível para escolher em uma determinada situação. Mas…

Falando claramente, eu tinha passado cada momento focado apenas em escapar.

— Por que você parou de repente?

— Sem motivo. Vamos continuar.

Isso valia a pena pensar.

Eu não tive fada de tutorial ou texto do sistema para depender. Assim que abri os olhos, a cabeça de um homem tinha sido cortada, e a partir de então, eventos que estavam muito fora da realidade continuaram a se desenrolar. Portanto, eu não tive escolha senão reagir da forma mais passiva possível, colocando minha segurança acima de tudo.

Mas como isso tinha funcionado para mim?

— Bjorn…? Você não está bem.

— Não se preocupe com isso.

Eu sempre escolhi a melhor opção possível? Besteira.

No final, isso era apenas um mecanismo de defesa. Quão boas poderiam ter sido as decisões que tomei, vindo de um cara que só conseguia lidar com uma situação depois que ela acontecia?

Se eu realmente quisesse sobreviver aqui, precisava começar a ser mais proativo. Dessa forma, as escolhas com as quais eu teria que enfrentar seriam diferentes.

Meu tio viciado em jogos de azar uma vez me disse:  “ —Em vez de jogar um jogo que outra pessoa planejou, jogue os dados em um tabuleiro que você mesmo fez.”

Ok. Mudança de planos.

Parei onde estava. — Ainar, você realmente quer ser forte?

Ainar expressou uma profunda confusão em resposta à minha pergunta repentina.

— O que… o que você quer dizer?

— Estou pedindo o seu compromisso. Há uma maneira de definitivamente se tornar mais forte. Mas vem com riscos. O que você acha?

Alto risco, alta recompensa. Como ela responderia a essa proposta?

Enquanto eu parava para observá-la, Ainar engoliu em seco e um fogo acendeu em seus olhos.

— Claro que farei isso. Se não ficarmos fortes, morreremos de qualquer maneira!

“Sim, é verdade. É assim que esse mundo funciona.”

Depois de expressar seu consentimento, Ainar gritou: — Eu sou uma guerreira!

“Pensei que você tinha dito que não era antes?”

Eu sorri.

Enquanto observava a mentalidade impraticável de um bárbaro – que às vezes era estranhamente mais prática do que a de qualquer outra pessoa – em ação, percebi algo.

— Então, como posso ficar mais forte?

O caminho lento era o caminho fácil. E as situações ferradas eram como um desastre natural; não importa qual caminho você escolhesse, elas poderiam te atingir sem aviso prévio.

E com minha sorte, o número de desastres naturais seriam muitos. Foi por isso que…

— Nós vamos entrar na Fenda.

“O primeiro soco vence.”

Desta vez, eu iria procurar o desastre natural por conta própria. Como alguém famoso disse uma vez: “ —O que não te mata, te fortalece.”

 


 

— Oh! Entendi! — Ainar exclamou depois de ouvir meu plano. Em seguida, ela perguntou hesitante, — …Mas o que é uma Fenda?

“Como você é nativa deste mundo e tem menos conhecimento do que eu?” Eu desejava que ela lesse alguns livros.

“Ah, certo… Ela ainda não aprendeu a ler.”

— A Fenda é… em resumo, é um labirinto dentro de um labirinto.

Pulei explicações detalhadas. Ela não entenderia mesmo.

— Um labirinto dentro de um labirinto?

— Isso mesmo.

Era um elemento de Dungeon and Stone que o tornava único em comparação com muitos outros jogos atualmente. Se a pessoa para quem eu tivesse que explicar isso fosse alguém do mundo moderno, eu teria descrito a Fenda como uma ‘masmorra de instância’.

— Às vezes um portal se abre em um local aleatório de cada andar. Quando você entra, não te leva para o segundo ou terceiro andar, mas para um novo espaço.

— Oh! Você está falando do Palácio do Senhor das Geadas?

“Acho que ela já ouviu falar das Fendas, então.”

O Palácio do Senhor das Geadas era um espaço que você podia acessar passando pela Fenda no oitavo andar. Lembro-me de trabalhar feito um condenado para tentar obter a essência do Senhor das Geadas no jogo.

— Mas é possível só nós dois? Ouvi dizer que o Chefe entrou lá quando era jovem e quase morreu.

— Está tudo bem. Estamos apenas no primeiro andar.

Havia um total de quatro tipos de Fendas que poderiam ser abertos no primeiro andar. Não importava qual você escolhesse, a dificuldade era incrivelmente baixa em comparação com as Fendas dos outros andares.

Usando nós dois como referência, ainda seria classificado com sete estrelas… e isso era em uma escala de cinco.

— Mas como podemos entrar em um lugar que aparece aleatoriamente?

— Não se preocupe. Há um jeito.

Posso não parecer isso agora, mas passei nove anos da minha vida jogando esse jogo. E descobri centenas de coisas escondidas em sua interface pouco amigável.

— Bjorn, vou confiar em você!

Virei-me de nossa trajetória original para o sul para seguir para o leste. Originalmente, eu queria caçar gnomos, kobolds e golems de pedra na rota sul do segundo andar, Deserto de Pedra. A habilidade 【Restrição】 do golem de pedra era um saco para lidar, mas se você se preparasse com antecedência, poderia superá-la. No entanto, não havia como prever quantos anos levaríamos para chegar ao oitavo andar jogando tão cautelosamente.

— Dois bárbaros. Estão procurando uma companhia para a noite? Se nós três dormirmos juntos, podemos dormir muito mais…

— Saia daqui.

— Eu só estava perguntando…

— Eu vou esmagar sua cabeça se você não sair em três segundos.

Ao atravessarmos o primeiro andar, encontramos outros aventureiros além de monstros, mas Ainar cuidou de tudo cada vez.

“… Mas ela não pode simplesmente dizer ‘não’?”

— Eu odeio humanos mais do que os cara de samambaia.

Parecia que Ainar havia evoluído de desconfiar de humanos para odiá-los completamente.

Plaft! Plaft! Cruk!

Finalmente chegamos ao nosso destino após viajar por cerca de vinte horas, demolindo os monstros que estavam em nosso caminho. O horário era por volta das 4 da manhã.

Estava novamente me impressionando com o tamanho do primeiro andar. Eu sabia que este lugar era um labirinto similar a um formigueiro, mas em pensar que levou mais de um dia para ir do extremo oeste até o centro…

— Bjorn, esta não é a entrada?

Estritamente falando, a palavra ‘entrada’ estava incorreta. A maioria dos pontos de partida tendia a estar em uma direção específica, seja norte ou sul ou qualquer outra. Mais importante ainda, não havia luz aqui.

Fush!

Acendendo uma tocha que havíamos obtido do grupo do cara de cabelos loiros, entramos na zona escura.

E quanto tempo havia se passado desde então?

 


 

【Você derrotou um gnomo. EXP +1】

【Você derrotou um lobo de lâmina. EXP +1】

 


 

— Em pensar que todos os quatro tipos de monstros aparecem aqui! — Ainar exclamou fascinada ao finalizar nossa oitava batalha. — Eu não sabia que havia um lugar assim no meio do primeiro andar.

Provavelmente era senso comum para a maioria dos aventureiros, mas este não era um lugar onde você vagava casualmente. Se eu tivesse que comparar com algo, isso era como um ponto onde uma corrente fria se encontrava com uma quente. Lobos de lâmina do leste, ghouls do oeste, gnomos do sul e goblins do norte coexistiam na área em que estávamos.

No entanto…

— É estranhamente tranquilo.

Esta área não era popular entre os aventureiros, e a razão para isso era simples. Mesmo que os quatro tipos de monstros aparecessem, isso só tornava o trabalho do caçador mais difícil. O número de monstros que surgiam também era pequeno.

“Além disso, a falha fatal desta área é o quão caro é manter constantemente uma tocha acesa.”

Na verdade, quase ninguém vinha aqui, exceto aqueles que escolhiam atravessá-la na tentativa de economizar tempo de viagem. Mas os profissionais gostavam desse espaço, principalmente porque era único. Além disso, do ponto de vista de um designer de jogos, era o lugar perfeito para esconder algo.

— Então, por que estamos aqui? — Ainar perguntou.

— Só espere. Chegaremos lá em breve.

Depois de uma hora vagando no escuro, mudando de direção aqui e ali, finalmente chegamos ao lugar onde eu queria ir.

— Agora estamos aqui.

Era um buraco com um raio de cerca de trinta metros, situado no meio de um espaço aberto. No primeiro andar, que havia sido projetado com uma estrutura semelhante a um formigueiro, esse monumento peculiar se destacava.

— …O que é aquilo?

— É um memorial. Para honrar a primeira pessoa a descobrir este labirinto.

Me aproximei cautelosamente da lápide e li a inscrição na parte inferior.

【O Último Grande Sábio, Diplan Groundel Gabrilius. Em homenagem ao seu grande primeiro passo】

O texto era o mesmo que estava no jogo. Em outras palavras, seria razoável supor que o local escondido que eu havia encontrado na época provavelmente era o mesmo que eu estava olhando agora.

— Ainar, o que acontecerá a partir de agora é um segredo. Entendeu?

— Ok.

— Eu preciso do seu juramento, não apenas um acordo. Se isso se tornar conhecido, nós dois podemos estar em perigo.

— …Juro pela minha honra como guerreira.

— Obrigado.

Abri lentamente o saco amarrado em minha cintura. Goblins, gnomos, ghouls e lobos de lâmina. Pedras de mana dos quatro tipos de monstros que apareciam no primeiro andar e a pedra de mana de um demônio da morte, um monstro de nível oito.

E então, o monumento do grande sábio bem na minha frente.

— Vou começar.

Todas as preparações para forçar a abertura da Fenda estavam prontas.

 


 

Nas masmorras de instância de Dungeon and Stone, as Fendas tinham um tempo de recarga.

Usando o primeiro andar como exemplo, levava pelo menos três ciclos – três meses em tempo de cidade – para que a Fenda re-abrisse. Claro, era raro que as Fendas abrissem imediatamente após três meses, e a maioria abria aleatoriamente após cinco a seis ciclos.

O máximo era… oito ciclos? Sim, eu tinha certeza disso.

Lembre-se, todas essas eram coisas que eu tinha descoberto por conta própria. Enquanto fazia o grind pela Essência do Senhor das Geadas, eu precisava saber mais sobre a Fenda. Não era eficiente apenas ficar vagando pelos andares e esperar a Fenda aparecer.

— Tem algo errado?

— Não.

Tendo sido momentaneamente envolvido em lembranças do passado, coloquei a pedra de mana do demônio da morte na frente do monumento. Se a Fenda mais recente tivesse sido aberta dentro de três ciclos, então o tempo de recarga ainda estaria correndo, e não haveria resposta. Mas…

Pouco depois, a pedra de mana que eu tinha colocado desapareceu em um flash de luz, e vibrações se espalharam pelo monumento.

Realmente funcionou.

Ruuuum!

As vibrações ficaram mais fortes e um portal negro se abriu.

— Rápido, vamos pra dentro.

— Um, uh… Ok!

Ao lembrar que a Fenda geralmente atingia a capacidade máxima em dez segundos, joguei-me apressadamente para dentro com Ainar.

 


 

【Você entrou na Fenda do primeiro andar】

 


 

Deixando para trás Ainar, que tinha caído de bunda como de costume, eu examinei nossos arredores.

Um céu vermelho que parecia sinalizar o fim do mundo a qualquer momento, um bando de corvos voando acima dele, e uma fortaleza negra ao longe… Não é preciso dizer que este era um dos quatro tipos de Fendas no primeiro andar, a Cidadela Sangrenta.

Isso era de se esperar, já que a pedra de mana de nível oito que eu tinha oferecido como sacrifício pertencia a um demônio da morte.

Ruuuum!

Depois de ficarmos esperando por um tempo, um portal se abriu no ar e uma pessoa foi cuspida para fora. Esta era a principal razão pela qual eu tinha adiado vir a este lugar, apesar de saber exatamente como abrir uma Fenda e qual era a melhor estratégia para concluí-la.

Eu tinha mais medo de aventureiros do que de monstros.

— Hahaha! Finalmente consegui entrar!

Não seria bom ser membro de um grupo de cinco pessoas que garantiriam confiar umas nas outras?

Quando você entrava na Fenda da maneira que nós fizemos, você tinha que concluí-la ao lado de um grupo aleatório de aventureiros que entravam nela por ordem de chegada. Se isso fosse o jogo, seríamos combinados com outros jogadores por um sistema automatizado. Olhei nervosamente para nosso primeiro membro do grupo.

— Oh! Que tranquilizador ter dois bárbaros! Prazer em conhecê-los! Meu nome é Hikurod Murad! Como vocês podem ver, sou um anão, hahaha!

Primeiro, um anão falador.

Eu não sabia sobre suas habilidades, mas isso não era ruim.

“Espero que o resto do grupo seja assim…”

Eu ri.

Mas isso seria pedir demais, né?

“Maldição, venha quem quiser. De qualquer forma, não tenho muitas esperanças.”

 


 

【Um novo membro do grupo se juntou ao grupo】

 


 

Dois membros do grupo foram adicionados logo depois.

Capítulo 28: Fenda (2/3)

 


『 Tradutor: MrRody 』


 

Daria Whitember di Tersia.

Uma aventureira com cinco anos de experiência, atualmente estava vagando pelo primeiro andar da caverna de cristal. Ela tinha sua irmã mais nova, a quem ainda via como uma criança, com ela.

— Erwen, você usou um espírito de novo.

— Ah, é muito difícil só com a adaga…

— Eu te disse. Você precisa ser capaz de se proteger sem um arco ou um espírito.

— Não, eu sei disso, mas…

— Pare. Se você continuar praticando, vai melhorar.

Tersia estava levando Erwen pelo primeiro andar e treinando-a impiedosamente. Era tudo pelo bem de sua irmã mais nova, e sua irmã não era ignorante desse fato.

Mas conforme o treinamento se arrastava, ficava claro que ela estava ficando cansada.

— S-Sr. Bárbaro disse que é melhor se especializar no que você é bom…

—…O quê?

— Confiar em sua equipe e fazer o melhor para cumprir seu papel. Isso… Isso é a chave para ser um aventureiro…

Tersia, que estava ouvindo impassível, ficou sem palavras. A declaração em si era… razoável. Não seria ótimo se o mundo fosse assim tão bom?

— Erwen, membros de equipe são apenas membros de equipe. Não atribua muito valor a eles.

Tersia tinha feito parte de muitas equipes. Desde o grupo de aventura no sexto andar do qual ela fazia parte até pouco tempo atrás, até a equipe de caça que só caçava monstros especialmente lucrativos, até a equipe de speedrunning que visava abrir portais.

Depois de trabalhar com muitas pessoas diferentes, ela tinha experimentado muitas coisas diferentes. Entre elas estavam coisas que ela não queria contar para Erwen.

Membros de equipe não podiam ser confiáveis a menos que fossem parentes de sangue.

— Tudo bem…

Erwen não retrucou após perceber o olhar endurecido no rosto de Tersia.

O tempo passou e logo foi o quarto dia. Erwen tinha percorrido o primeiro andar no sentido horário e agora conseguia derrotar qualquer monstro que encontrasse apenas com sua adaga. No processo, ela naturalmente subiu de nível.

— Um, Tersia? Eu subi de nível. Não podemos ir para o segundo andar agora? O Sr. Bárbaro deve estar ganhando muito dinheiro lá em cima agora…

Tersia riu de quão fofa sua irmã era. Qual era o problema de pegar alguns monstros a mais no segundo andar?

— Erwen, a Fenda vai abrir em breve.

A Fenda: um lugar que nem mesmo aventureiros de nível médio que estavam no ramo há vários anos conseguiam entrar sem a quantidade certa de sorte.

Erwen inclinou a cabeça. — Como você sabe disso?

— Porque a última Fenda no primeiro andar abriu há oito meses.

Tersia explicou gentilmente passo a passo como se estivesse falando com uma criança pequena. Hoje era o quarto dia delas no labirinto, então ela usou estatísticas para explicar por que acreditava que a Fenda teria que abrir nos próximos três dias.

— Entendi… O Sr. Bárbaro não mencionou isso.

“Bem, é claro.” pensou Tersia.

Erwen tinha estado cantando os louvores do bárbaro continuamente há um mês, mas ele ainda era apenas um novato. Avançar de forma imprudente para o próximo andar e passar por todos os tipos de provações e erros no processo era a epítome da ineficiência para um aventureiro experiente.

— Erwen, não seja impaciente e confie em mim. Dentro de um ano, haverá uma grande diferença entre você e aquele bárbaro em termos de nível.

Às vezes, o caminho mais lento era o mais rápido.

— Mm… então quando esse momento chegar, eu posso ajudá-lo!

— Sim, você pode fazer isso. — Tersia permitiu, balançando a cabeça. Ela não estava certa se o bárbaro ainda estaria vivo ou não até então, e mesmo que estivesse, Tersia arranjaria uma maneira de dissuadir sua irmã quando o momento chegasse.

Ela queria preservar a inocência de sua irmã o máximo possível.

Assim que estava pensando nisso, o labirinto começou a tremer como se houvesse um terremoto. Isso era um fenômeno que ocorria sempre que uma Fenda se abria.

— Erwen!

Tersia pegou a mão da Erwen e correu pelo túnel a toda velocidade. Logo depois, encontrou um portal que vibrava de forma instavel.

Era uma Fenda.

Deviam haver milhares de portais assim por todo o primeiro andar agora, e cada minuto era agora uma corrida crítica contra o tempo.

Ruuuum…!

Tersia e Erwen se lançaram no portal. Mas naquele momento…

Ruuuuum…!

…o portal desapareceu.

Thud.

Tersia, que havia pulado no ar e caído no chão, clicou a língua em desapontamento.

— …Um passo tarde demais.

Se não tivessem tentado entrar ao mesmo tempo e ela tivesse empurrado sua irmã antes dela, elas poderiam ter conseguido com sucesso. Mas…

— …Haverá outra oportunidade mais tarde.

Não tinha jeito. Afinal, e se sua irmã mais nova tivesse acabado entrando na Fenda sozinha e morrido lá dentro?

— Erwen, vamos para o segundo andar.

Novamente, às vezes, o caminho mais lento era o mais rápido.

 


 

A Lei da Troca Equivalente. Eu realmente gostava dessa teoria. Mas, infelizmente, o mundo não funcionava assim.

Basta considerar a vez em que nos deparamos com aquela vadia psicopata. Nós mal sobrevivemos e não ganhamos nada com a experiência.

Não, na verdade, fomos expulsos da Terra dos Mortos e acabamos perdendo tempo.

Mas desta vez era diferente. Desta vez eu tinha feito a escolha, então colheria as recompensas apropriadas.

Mm, provavelmente.

Boom.

Eu olhei para a mulher e o homem humano que eram nossos dois últimos membros do grupo, mantendo minha guarda levantada. O homem, que havia aterrissado com um estrondo pesado, não parecia ser nada especial, mas…

A mulher era diferente.

Toc.

Como se desafiando as leis da gravidade, a mulher desceu lentamente ao chão e pousou suavemente. Nem mesmo o anão falador conseguia esconder sua surpresa ao ver a cena, com a boca aberta.

Eu estava na mesma situação.

— Não esperava ver uma maga aqui.

Mago – a melhor classe que você poderia escolher em Dungeon and Stone e a única classe digna desse título. Magos eram tratados com respeito onde quer que fossem apenas por seu status como magos.

— Bjorn, os magos são tão impressionantes assim? Aquela bibliotecária também era uma maga!

Diante da pergunta de Ainar, a maga franzia o cenho como se estivesse descontente. Antes que pudéssemos cair nas graças da Maga, no entanto, eu abri minha boca.

— A bibliotecária é uma maga de nível nove.

— Isso é diferente?

Era diferente. Muito diferente.

Enquanto os bibliotecários eram trabalhadores de classe alta que trabalhavam em guildas, instituições públicas ou salas de trabalho, essa mulher era uma verdadeira maga. O fato de ela ter entrado no labirinto era prova disso. Magos eram um recurso importante em Rafdonia, então se não provassem ser capazes, não lhes era permitido entrar no labirinto de jeito nenhum.

— Entendi!

Depois de terminar de nivelar com Ainar e explicar a situação o mais claramente possível, a maga se juntou calmamente à conversa.

— Sim, isso mesmo. Você é bem informado para um bárbaro.

Vendo o sorriso convencido em seus lábios, eu pude imediatamente dizer que tipo de pessoa ela era.

— Olá. Meu nome é Arua Raven, uma maga de nível seis. E este é o portador profissional que eu contratei… Qual era o seu nome mesmo?

— É Tarzine, Lady Raven.

Então eles eram uma dupla. Isso não era tão ruim. Ela parecia ter uma tendência a desprezar os outros, mas não era tão ruim comparada a outros magos. No jogo, havia canalhas muito piores do que ela.

— Posso pedir uma introdução de todos vocês também?

— Hikurod Murad. Será uma aventura curta, mas espero que façamos um bom trabalho juntos, Senhorita Raven.

— Quão experiente você é, Sr. Murad?

— Sou aventureiro há três anos.

Um aventureiro de terceiro ano… Não era de se admirar que seu equipamento parecesse tão de alta qualidade.

— Bjorn, filho de Yandel. — Depois de fornecer essa breve introdução, decidi simplesmente fazer a pergunta que estava em minha mente. — Não vejo por que alguém como você está no primeiro andar. Por que você entrou na Fenda?

A maioria dos aventureiros que estavam ativos no primeiro andar eram aqueles que nem mesmo tinham equipamento adequado. E assim, eu esperava que limpar a Fenda fosse um trabalho difícil. Mas com um veterano de terceiro ano e uma maga de nível seis?

Eu não podia simplesmente aceitar essa sorte. Desconsiderar isso como uma coincidência feliz seria uma decisão estúpida também.

— Não posso entrar em detalhes, mas ouvi dizer que a Fenda abriria durante este ciclo.

— Eu também ouvi.

Isso é o que as pessoas querem dizer com ‘gatekeeping’? Raven e o anão permaneceram calados sobre como exatamente chegaram aqui.

É claro que isso não importava para mim. Agora eu tinha uma ideia de como eles tinham inferido quando a Fenda abriria.

— Ainar, segunda filha de Fenelin.

Assim que as apresentações de todos terminaram, Raven assumiu o controle da conversa.

— O saque será dividido de acordo com o número de pessoas, menos o Sr. Tarzine aqui. Em troca, vocês todos seguirão o meu comando?

— Não tenho objeções. Seguir as ordens de um mago é a coisa mais lógica a se fazer em um labirinto.

— Obrigada por dizer isso.

Quando o anão expressou seu consentimento, o olhar de Raven se voltou para nós dois. Eu não precisei pensar por muito tempo. Com uma maga no grupo, não seria bom se destacar. Afinal, os magos foram os primeiros a notar a existência dos espíritos malignos e persuadir a família real a declará-los alvos de extermínio.

Maldição…

Limpar a Fenda já não era mais meu objetivo principal.

— Também concordo.

“Apenas seja educado.” Ela pode ter me elogiado antes por ser um bárbaro bem informado, mas isso poderia se transformar em suspeita a qualquer momento.

— Eu recuso.

“Hã?”

Todos os olhos se voltaram para Ainar em sua declaração obstinada.

— Eu não sei o que há de tão grandioso em um mago. Eu quero que Bjorn nos lidere.

“Mas até eu já concordei! O que você está fazendo?!”

Eu queria fechar a boca dela agora mesmo, mas se fizesse isso, só pareceria mais suspeito.

— Bjorn… é esse bárbaro, certo? — perguntou a maga lentamente.

— Isso mesmo. Bjorn não é um bárbaro comum!

— O que você quer dizer com ‘não é um bárbaro comum’?

— Bjorn é um guerreiro mais sábio do que qualquer outro. Ele lê livros na biblioteca por seis horas todos os dias.

— Hmm, isso é definitivamente incomum.

— Não é incomum, é ótimo! Nunca vi um bárbaro tão inteligente quanto Bjorn!

“Maldição… Por favor, pare…”

 


 

Todos me olharam estranho graças aos elogios de Ainar, mas a situação felizmente foi passada como apenas um pequeno contratempo. Eles pareciam ignorar isso como ingenuidade de um bárbaro.

Pelo menos por enquanto.

— Ainda assim, é uma maioria, então não tem o que fazer. Hahaha! — riu o anão.

— Pera, é por voto da maioria? O que você quer dizer com ‘não tem o que fazer’?! — Ainar exigiu.

— Um…

Sentindo a atmosfera ficar tensa novamente, eu acalmei Ainar. Eu não sabia o que a estava deixando tão irritada, mas ela estava bufando e claramente insatisfeita.

— Mas Bjorn, você é melhor do que aquela maga!

Será que as palavras ‘para um bárbaro’ a ofenderam?

Eu não estava certo, mas fiquei feliz por tê-la feito jurar um juramento antecipadamente. Caso contrário, nosso uso do fenômeno da instabilidade dimensional e o fato de que eu era o único que tinha aberto a Fenda poderiam ter sido revelados.

— É uma bênção ter uma esposa que o considera tão bem. Eu invejo você, bárbaro! Hahaha!

— E-Esposa! Eu não sou uma esposa!

— Hahaha. Não há necessidade de ficar envergonhada!

— Gahhh! E-Eu não estou envergonhada!

De qualquer forma, graças ao anão tagarela, a raiva de Ainar foi direcionada para outro lugar. Aliviado, eu aproveitei o tempo para estudar o rosto de Raven. Apesar dos meus medos, ela não parecia particularmente interessada em mim.

— Hmm, uma barreira que impede você de sair. Interessante. Parece separar as dimensões, mas como podemos ver o outro lado com nossos olhos nus?

Devo atribuir a maneira como ela estava agindo à paixão de um mago pelo conhecimento? Enquanto a observava murmurando consigo mesma enquanto anotava algo em seu caderno, notei que ela parecia estar curiosa sobre as qualidades da barreira que nos impedia de deixar o mapa. Esperava que essa intensa curiosidade não acabasse se fixando em mim enquanto estivéssemos trabalhando juntos.

— Por que não paramos toda essa conversa fiada e começamos a nos mover? Tenho muita pesquisa a fazer para recuperar a amostra que preciso.

Com as palavras de Raven, o anão virou a cabeça. — Começar a se mover? Ainda só conhecemos os nomes uns dos outros.

Eu sentia o mesmo. Todo grupo deveria saber quais eram as habilidades uns dos outros e o que cada membro era capaz de fazer. Não importava quão rapidamente o grupo fosse formado, fornecer aos seus companheiros de equipe uma ideia básica de quem você era era fundamental.

No entanto, Raven considerou isso não essencial.

— Isso é necessário? Todos os monstros da Cidadela Sangrenta são de nível sete ou inferior.

Sua voz estava cheia de total confiança. O anão parecia ligeiramente desconfortável com isso, mas não disse nada.

…Até que ela acrescentou mais uma coisa.

— Ah, esqueci de mencionar. Eu vou ficar com o saque do guardião. Eu preciso dele para minha pesquisa independente.

Que egoísta…

Não é de se admirar que ela tenha parecido tão normal para uma maga.

“Mas que merda.”

Como esperado, as coisas estavam prestes a ficar ruins novamente.

Capítulo 29: Fenda (3/3)

 


『 Tradutor: MrRody 』


 

Quando se joga Dungeon and Stone, brigas internas eram inevitáveis. E a causa dessas brigas era sempre dinheiro. Pesquisa poderia ser a prioridade máxima de um mago economicamente seguro, mas o motivo pelo qual a maioria dos aventureiros entrava no labirinto era para ganhar dinheiro…

Então, essa vadia de maga acabara de tocar em um assunto muito sensível.

— Você vai pegar todo o saque do guardião?

O anão já não estava mais sorrindo gentilmente. Sua voz estava baixa e seus olhos brilhavam por entre seus cabelos espessos.

— Você acha que sou um maldito idiota?

O clima se tornou glacial em um instante.

E percebendo isso…

Clique.

O humano colocou a mão no cabo da sua espada. Claro que ele não era apenas um simples portador. Quebrando o silêncio pesado, Raven abriu a boca.

— …Em troca, eu darei a todos as pedras de mana que saírem da Fenda.

— Então você quer que a gente aceite migalhas suas.

— …Acho que é uma troca razoável. O saque nem sempre cai toda vez, de qualquer maneira.

Embora ela tentasse não demonstrar, havia um óbvio alarme no rosto de Raven. Provavelmente, ela não esperava uma reação tão hostil.

“Mulher ingênua. Você deveria saber que isso aconteceria.”

O saque do guardião era praticamente a joia da coroa do Rift. E, do saque que podia cair, o Item Numerados eram um tesouro inestimável para um anão.

— Eu não vou ceder o Item Numerado. — disse o anão.

— …Tudo bem. Eu pegarei a essência do guardião em vez disso. E por favor reconheça minha propriedade sobre quaisquer itens que descobrirmos usando meu conhecimento.

— Tudo bem. Então nós dois podemos jogar cara ou coroa para decidir quem ficará com a Pedra da Fenda de forma justa.

Haha. Justa, meu rabo.

Os dois nem se deram ao trabalho de olhar para mim e Ainar enquanto começaram a lutar por seus próprios interesses. Assistir a isso me deu dor de cabeça. Estava até me fazendo pensar que teria sido melhor limpar a Fenda com sangue, suor e lágrimas com outros iniciantes do primeiro andar.

Se as coisas continuassem assim, eu realmente teria que pegar as migalhas deles. Ser impotente era um estado de ser tão triste.

— Bjorn.

— Eu sei o que você está pensando, mas por enquanto, fique quieta.

— Ok.

Meu trabalho ficou mais claro. Eu tinha que ficar mais forte. Quer esses idiotas quisessem fazer gatekeeping ou não, eu precisava encontrar meu próprio caminho até o topo. Só então eu seria capaz de proteger meus interesses como eles podiam.

Claro, isso não era uma desculpa para ceder hoje.

— Pera ai!

Quando abri a boca, os dois, que começaram a conversar de forma mais civilizada, voltaram seus olhares para mim.

— Pegue a essência e o Item Numerado. Mas nós vamos ficar com a Pedra da Fenda.

— Que ganancioso.

— Você acha que teríamos problema em limpar esse mapa sem dois bárbaros?

Seus olhos estavam bem afiados quando pousaram em mim.

Merda, para onde foram aqueles sorrisos amigáveis do início do nosso encontro?

Sim, bem, eu estava apenas testando as águas.

— Ok, eu desisto da Pedra da Fenda. Em troca, nos dê preferência em duas essências além do guardião.

— Tudo bem. Isso é aceitável.

— Está tudo bem para mim também.

Como esperado, Raven e o anão aceitaram prontamente meu pedido. Isso deve ter sido o teto deles. Em seu nível, uma essência de um monstro que não o guardião não seria tão atraente de qualquer maneira.

— Vamos lá agora, então?

— Sim, ficar parado está fazendo meu corpo coçar de vontade de se mexer! Hahaha!

Uma vez que as negociações terminaram, a vadia da maga e o anão voltaram às suas personalidades anteriores e riram.

Bastardos aventureiros bizarros.

 


 

Quanto tempo havia passado desde que começamos a subir a estrada da montanha ao lado da fortaleza?

Quando chegamos à entrada da fortaleza, encontramos duas esculturas de demônios alados.

— É uma estátua de gárgula.

 


 

【Monstro de Nível Oito: Estátua de Gárgula】

 


 

Era um monstro astuto que geralmente não se movia, mas quando um inimigo estava à vista, usava a Petrificação e começava a atacar. A estratégia comum para lidar com esses monstros era sacrificar uma pessoa para a Petrificação, enquanto o resto derrotava a estátua de gárgula para libertar a maldição, mas…

Ao contrário da maioria dos grupos, agora tínhamos uma maga.

— Kyaaah!

À medida que o anão e eu nos aproximávamos da estátua, a gárgula abriu os olhos e estendeu as asas. Ao mesmo tempo, minha parte inferior do corpo se transformou em pedra, mas não durou muito.

— Artena Viar.

Raven recitou o feitiço 【Remoção de Maldição】, e a batalha oficialmente começou. Ainar e eu enfrentamos uma gárgula, e o anão enfrentou a outra.

Bang!

O anão curto balançou seu martelo como um louco e quebrou as duas pernas da gárgula. Então, quando a gárgula caiu ao chão, ele esmagou sua cabeça com o martelo como se estivesse esperando por aquela abertura exata.

Seria esse o estilo de luta de um anão?

Derrubar o inimigo de baixo para cima era uma técnica bastante masculina. Bem, era a mesma coisa do nosso lado também.

— Vocês também são bem habilidosos! — gritou o anão.

Não havia muita diferença no tempo que levamos para destruir as estátuas de gárgula. Nós também éramos confiantes no combate corpo a corpo.

 


 

【Você matou uma Gárgula. EXP +2】

 


 

As duas gárgulas se transformaram em luz e desapareceram, deixando cair suas pedras de mana, mas não havia necessidade de pegá-las. Elas flutuavam por conta própria e eram propelidas para dentro de um grande saco de estopa.

— Vou guardar as pedras de mana e distribuí-las à medida que avançamos. Disse Raven.

— Isso funciona para mim! Hahaha! — respondeu o anão.

O anão não parecia preocupado com a maga roubando as pedras. Para ser justo, não havia como uma maga se importar com uma quantia tão pequena de dinheiro.

— Então, vamos lá!

O anão abriu caminho através da porta de madeira velha com um martelo e limpou o caminho.

“Seria esse o início do verdadeiro do calabouço?”

Um sentimento estranho me invadiu e o segui para dentro.

— Vamos precisar de um pouco de luz.

— Leait.

Uma esfera de luz flutuava sobre a mão de Raven, iluminando o quarto escuro. O espaço em que estávamos entrando era o posto de controle externo do castelo. Era um lugar que teria sido usado para realizar várias tarefas administrativas, como verificar a carga das carroças e a identidade dos visitantes antes de entrarem nos portões.

— Guhhh…

Atraídos pela luz e pelo som, cadáveres podres emergiram de dentro do armário na parede e debaixo da mesa e começaram a se aproximar de nós.

— São um bando de mortos-vivos.

Morto-vivo: um monstro sem classificação que nem mesmo cuspia pedras de mana, quanto mais pontos de experiência. Seus corpos nem sequer desapareciam quando eram derrotados, exceto quando largavam uma essência.

— Como esses monstros só mordem e arranham, vou economizar minha mana aqui. — Disse Raven.

Mesmo sem a ajuda da magia, não demorou muito para limpar toda a sala.

— Senhor Murad e senhor Yandel, podem ir verificar o andar de cima enquanto eu abro a porta?

— Voltaremos em breve! Hahaha!

Ao seguir o anão até o segundo andar, um espaço que parecia uma área de repouso comum apareceu diante de nós. Havia também cerca de dez mortos-vivos, mas, como o quarto era maior do que o do primeiro andar, eram ainda mais fáceis de cuidar.

Smack! Smack!

Limpamos o segundo andar num instante e subimos a escada até o telhado sem muita conversa. No terceiro andar, havia uma dúzia de soldados mortos-vivos vestindo armaduras enferrujadas e um comandante morto-vivo que era ligeiramente maior. Não podia ser exatamente chamado de nosso primeiro monstro chefe, mas era um que tínhamos que eliminar para avançar pelo mapa.

— É grande, mas não parece tão diferente dos outros, então vamos acabar com ele! Hahaha!

Mais uma vez, limpamos rapidamente a área e vasculhamos as roupas do comandante morto-vivo, pegando um chifre. Quando voltamos para o primeiro andar, a porta de ferro do outro lado já estava aberta.

— É muito reconfortante ter uma maga conosco.

Enquanto a luz inundava a sala sem janelas de ambas as direções, ela se tornava bastante brilhante, mas não importava. Todo o trabalho que precisava ser feito no posto de controle externo estava terminado. Agora, era hora de atravessar a ponte de cinquenta metros de comprimento.

— Por favor, olhe por onde pisa, Lady Raven.

— Ah, obrigada.

A ponte parou no meio a cerca de vinte metros do portão. Mas isso não significa que estava quebrada…  era assim que tinha sido projetada.

Boooooo!

Quando o chifre que obtivemos anteriormente foi soprado, a ponte levadiça começou a descer com um som de chocalho. E não apenas isso…

 


 

【Um círculo mágico baseado em água, há muito adormecido, foi ativado】

 


 

— Bjorn! Água está subindo de baixo!

O fosso. Líquido começou a encher a trincheira que havia sido cavada ao redor das muralhas da fortaleza para evitar invasores estrangeiros… sangue escuro e carmesim.

Por isso este lugar era chamado de ‘Cidadela Sangrenta.’ O céu era vermelho e o chão também. Mas havia algo mais que amplificava essa vibe macabra.

— Bjorn! Mão! Há uma mão acenando sobre a água lá na frente!

— Não fique nervosa, são apenas mortos-vivos.

— Hmph, quem disse que eu estava nervosa?

Assim que o sangue alcançou o fundo da ponte, os mortos-vivos que estavam se debatendo na superfície do rio conseguiram subir até ela. A ponte levadiça ainda não tinha descido um quinto do caminho. O conceito por trás desta parte do mapa era simples.

 


 

【Permaneça vivo até que a ponte levadiça desça.】

 


 

Se estivéssemos no jogo, essa seria a mensagem que apareceria.

— Guhhh…

No entanto, embora não houvesse instruções específicas dadas aqui, todos instintivamente sabiam o que fazer e começaram a empurrar os mortos-vivos para fora ou a golpeá-los com suas armas.

Smack! Smack! Crunch!

Embora nossos oponentes fossem mortos-vivos, que eram monstros sem classificação, eram um inimigo bastante difícil na ponte. Isso porque se você caísse, era fim de jogo.

— Tudo pronto.

Depois de cerca de um minuto, Raven completou sua magia.

— Uterna Dertu!

Se eu traduzisse o nome do feitiço diretamente, seria 【Tempestade de Lâminas】. Uma rajada forte e densa de vento nos cercou e triturou os mortos-vivos instantaneamente, quase como um liquidificador.

Tututututu.

Quase imediatamente, a ponte estava coberta de cadáveres de mortos-vivos.

— …Incrível. — exclamou o anão.

— São apenas mortos-vivos, afinal.

Apesar de suas palavras humildes, os olhos de Raven estavam cheios de orgulho. Mas isso não me pareceu arrogância de forma alguma. Esta não era uma parte do mapa que poderia ser atravessada facilmente sem uma maga com algum tipo de magia de área ampla. Enquanto continuávamos a transformar os mortos-vivos que haviam subido até a ponte em polpa, a ponte levadiça que descia lentamente finalmente entrou em contato com a ponte.

Boooom!

A primeira fase da Cidadela Sangrenta havia terminado… ridiculamente facil.

 


 

Depois de cruzar a ponte levadiça, tínhamos três estágios restantes pela frente: uma batalha no muro externo da cidade, o calabouço no muro interno e, em seguida, a sala de adoração ao demônio dentro do lorde do castelo.

— Isto é interessante.

Os olhos de Raven se iluminaram assim que entrou no castelo e deu uma olhada nas ruínas. Era como se um tesouro tivesse acabado de cair bem na frente dela.

— Armeiros, tavernas, estalagens, igrejas, estábulos usados por mercadores… A maior parte deste destroço parece ser de instalações públicas.

— Isso é tão surpreendente assim, Senhorita Raven?

— Claro. Nem a estrada de montanha que escalamos nem o castelo tinham campos ou moradias. Significa que não havia fazendeiros nesta cidade. Não é curioso? O que todo mundo nesta cidade fortificada, construída em uma área de montanha tão remota, comia para sobreviver?

— Bem, não existiam alquimistas nesta dimensão também? Eles devem ter simplesmente transformado as pedras de mana em pão como fizemos. Hahaha.

— …Na verdade, a maioria dos estudiosos concorda que essa é a explicação mais provável.

— Haha! É mesmo? Até pessoas inteligentes concordam comigo!

— Mas, Sr. Murad, isso não é a única coisa interessante. Com aquela ponte levadiça longa e aquelas muralhas altas, esta cidadela foi claramente construída para ser funcional. Mas contra quem eles estavam se defendendo?

Conforme a conversa se arrastava, o anão ficava entediado e começava a se afastar da maga.

— Não entendo por que está fazendo todas essas perguntas. Afinal, toda essa dimensão não foi feita por magos?

— Um espaço construído… Pessoas que não estudaram dimensionalismo podem pensar assim, mas…

— Pare, Senhorita Raven, os monstros estão vindo.

Monstros apareceram não muito tempo depois de começarmos nossa jornada pela parte interna da cidade, desde mortos-vivos até esqueletos arqueiros, magos, ghouls e até mesmo um monstro de nível oito, um demônio da morte. O nível das criaturas que surgiam não era muito diferente daqueles que poderiam ser encontrados na Terra dos Mortos, mas havia uma grande diferença na escala. Cada grupo tinha pelo menos várias dezenas de monstros.

— Todos, se aproximem de mim.

Além disso, enquanto lidávamos com um grupo, outros nos ouviam e se reuniam. Dentro de um minuto após o encontro com o primeiro grupo, centenas de monstros cercaram a área. Mas naquele momento, a Tempestade de Lâminas que tínhamos visto anteriormente varreu a área ao redor mais uma vez.

Shhh…!

Como qualquer magia feita para matança em massa, ele não conseguiu despedaçar todos eles. Alguns dos ghouls sobreviveram com apenas um membro decepado, e isso nem mesmo levava em conta a alta defesa e a capacidade regenerativa do demônio da morte. Mas…

— Por favor, cuidem dos monstros restantes.

Não havia dúvida de que, ao matar os mortos-vivos e esqueletos, que representavam mais de noventa por cento dos monstros, Raven tinha feito o trabalho de várias pessoas.

— Ainar! — eu gritei, e Ainar correu. Nosso alvo era o demônio da morte, e nosso método de caçá-lo era… Bem, não exigia nenhuma explicação verbal. Um olhar para o outro foi suficiente.

— Behelahhh!

Tínhamos lutado contra centenas de monstros juntos e agora havíamos chegado a um ponto em que quase não cometíamos erros. Era hora da verdadeira Derrubada Dupla Bárbara.

Boom!

O anão observou boquiaberto enquanto erguíamos as duas pernas do demônio da morte no ar, o jogávamos no chão e depois abríamos sua cabeça.

— …Vocês normalmente caçam assim?

Seus olhos pareciam dizer, ‘Quem são esses bárbaros?’

— Há algum problema?

— Não. Bem… bem emocionante, assim como um bárbaro típico! Hahaha!

Não havia motivo para se envergonhar, mas achei isso um pouco irônico. Quero dizer, o método de luta que os anões usavam não era particularmente elegante ou sofisticado, certo?

— Raviod Eheltun.

Havia sete demônios da morte restantes, mas quando Raven lançou uma Maldição de Exacerbação de Feridas sobre eles, foram fáceis de derrubar. Os demônios da morte, que tinham uma habilidade passiva de Preservação do Corpo inata, não eram um monstro tão difícil de lidar.

— Acho que consigo entender por que todos acham os magos incríveis… — Ainar murmurou perplexa.

Será que ela tinha entendido o quão úteis eram os magos em apenas duas batalhas?

Raven não respondeu, mas quando olhei, pude ver seus lábios se contorcendo. Ela parecia satisfeita com a admiração que estava recebendo.

O anão também deu sua opinião.

— Haha! Sem dúvida, ter um mago muda completamente o que você é capaz de fazer.

Eu concordei também. Se tivéssemos tentado a Cidadela Sangrenta com um grupo de cinco iniciantes, uma batalha de frente como essa não teria sido possível. Teríamos ficado tentando derrubar seus números nas periferias, e teria levado dez vezes mais tempo.

— Hmm, bem… É para isso que estudei tanto. Você também precisa ter talento para isso, é claro.

Raven ficou inquieta com os sucessivos elogios. Aos poucos, eu estava começando a entender seu caráter — uma jovem maga talentosa que fingia ser humilde, mas adorava se exibir e era extremamente apaixonada por magia e pesquisa. E eu estava começando a entender como lidar com ela também.

— Então, vou dar uma volta e coletar alguns dados de pesquisa por um tempo. Se estiver tudo bem com vocês, podem me ajudar?

— Estamos adiantados graças a você, então é claro que podemos ajudar. Hahaha!

— Obrigada.

Então, depois da batalha, vasculhamos os escombros da cidade, coletando antiguidades, livros, solo, metal e a carne e ossos dos mortos-vivos.

— Obrigada a todos, terminei mais cedo. Então, vamos continuar!

Fiquei atordoado por um momento.

“Hã? Espera aí, vocês terminaram? Derrotaram todos os monstros e vasculharam toda a área, então por que não estão pegando aquilo?”

— O que você está fazendo aí? Estamos avançando.

Será que… eles realmente não sabiam? E quanto ao item que poderiam facilmente encontrar se quebrassem a estátua na fonte?

Capítulo 30: A Cidadela Sangrenta (1/3)

 


『 Tradutor: MrRody 』


 

Cada jogador tinha o hábito de pressionar a tecla de interação sempre que uma parede suspeita ou uma escultura incomum aparecia, e eu era igual. Esse hábito me ajudou a descobrir muitos Easter eggs escondidos – ou seja, elementos ocultos – durante meus nove anos jogando Dungeon and Stone.

… Como a estátua da fonte aqui, por exemplo.

— Bjorn?

— Oh, estou indo.

Deixando minha apreensão de lado, segui meu grupo pelo interior da cidadela. Decidi não mencionar a estátua.

Um bárbaro sabendo de algo que nem mesmo uma maga que dedicou sua vida ao conhecimento sabia?

“Seria melhor evitar atrair suspeitas.”

Era óbvio que mentir e dizer que eu tinha visto em um livro não funcionaria desta vez, e a coisa na estátua era um item que não podia ser retirado da Fenda mesmo com magia de distorção.

— Então esta é a cidade interior.

Se o forte externo servisse como a primeira linha de defesa na Idade Média, o forte interno era mais próximo da última fortaleza. Originalmente, este lugar teria abrigado várias instalações militares, como uma armaria onde os vassalos, cavaleiros e soldados do senhor estariam estacionados.

Raven olhou ao redor e suspirou.

— … Ouvi dizer que era assim, mas parece que não vou conseguir nada desta área.

A cidade interior, que era um terço do tamanho do forte externo, estava completamente destruída. Todos os prédios tinham desabado e só restavam ruínas. Nem mesmo havia monstros lá.

— Vamos passar para a próxima área o mais rápido possível.

Sob o comando de Raven, limpamos os escombros por cerca de trinta minutos até encontrarmos um caminho para o porão.

— Mr. Murad, pode liderar?

— Claro!

— Ah, preciso conservar minha magia, então por favor acenda uma tocha também.

O anão tirou uma tocha e a colocou em sua cabeça. Talvez fosse porque ele era baixo, mas ele parecia um mineiro-toupeira de um desenho animado.

Whoosh!

Quando removemos as grossas tábuas de madeira, lentamente descemos as escadas escondidas sob elas. Esta era a terceira etapa da Cidadela Sangrental: a Prisão Subterrânea.

Engoli em seco e me preparei.

 


 

【Você entrou no primeiro andar da Prisão Subterrânea.】

 


 

“Droga, não sei se meu estômago aguenta isso…”

 


 

— Miss Raven, que tipo de monstros aparecem aqui?

— Eu sei que haverá ratos crânio, banshees, demônios da morte, lobos quimera, lordes ghoul e um golem cadáver.

— Exceto pelo golem cadáver, esses são todos monstros com os quais já lidei antes.

— Isso faz sentido. Os golems cadáver são monstros que só aparecem na Cidadela Sangrenta.

— Hahaha, vou ganhar uma conquista pela primeira vez em um bom tempo!

O anão ficou feliz ao saber que estaria aumentando seus pontos de experiência lutando contra novos monstros. Mas eu não. Até mesmo os desenhos de pixel em 2D deles eram horríveis. Como seriam no mundo real?

— Há mais alguma coisa que devemos ficar atentos?

— Você só precisa ter cuidado com a Explosão de Carne do golem de cadáver. A explosão em si não é muito forte, mas seus fluidos corporais são misturados com um toxina ácida, então pode ser fatal se você for atingido de perto. Claro, vou tentar parar antes que isso aconteça.

— Haha! Não há nada com que se preocupar quando há uma maga por perto!

— Bem, é tudo possível porque há guerreiros fortes como você aqui, Sr. Murad.

“Ha…”

Não faz muito tempo que eles estavam se encarando furiosamente pelo saque.

Toff.

Assim que cheguei ao último degrau, uma estrutura de masmorra labiríntica se desdobrou diante de meus olhos. Mortos-vivos acorrentados rugiam para nós de dentro das gaiolas, e no chão, ratos com apenas ossos sobrando em seus corpos rondavam fazendo barulhos estranhos.

— Bjorn, esses também são monstros?

— Esses são os ratos crânio que mencionei antes.

— Eu não perguntei a você, maga!

Para esclarecer, os ratos crânio não tinham classificação, assim como os mortos-vivos. Na verdade, eles nem tinham poder de luta suficiente para serem chamados de monstros, então avançamos, esmagando os que podíamos ver com nossos pés. E não muito depois, encontramos uma banshee.

— Heh heh heh!

A banshee voava como um espírito vingativo, apenas o contorno de seu rosto bizarro era visível.

— B-Bjorn…

“Ah, certo. Ela tem medo de banshees.”

Percebendo Ainar se agarrando a mim, Raven sorriu. Fiquei feliz que Ainar não tivesse percebido. Caso contrário, ela teria outra crise.

— Cuidado para não esbarrar na banshee. Uma ou duas vezes não é um grande problema, mas…

— …Mas?

— Caso contrário, você terá uma experiência muito, muito, muito, muito terrível.

— Uma e-experiência muito, muito terrível? O que isso quer dizer?! Fale claramente, maga!

— Hmm. Que tal deixar para a sua imaginação?

Raven lançou um sorriso sinistro para Ainar, que estava pálida como um fantasma. Dado que ela estava se vingando assim, eu pude perceber que sua personalidade não era lá grande coisa.

Suspirei internamente e interrompi a conversa delas.

— Ouvi dizer que os feiticeiros têm uma maneira de lidar com banshees.

— Certo, você disse que gosta de ler. Você está muito bem informado, não está?

Isso era algo para me chamar de ‘bem informado’? Bem, dado que eu era um bárbaro, isso poderia ser o caso…

Ainda assim, isso provavelmente estava dentro do alcance de algo que até mesmo um bárbaro poderia saber.

— De qualquer forma, chega de brincadeira. Eu vou limpar as banshees primeiro. Tayrun Shell.

Imediatamente, Raven disparou uma flecha de luz de seu cajado e acertou a banshee. O nome do feitiço no jogo era 【Flecha Mágica】. O feitiço nem mesmo exigia tempo de conjuração porque era um feitiço de ataque básico.

— Keeheee!

Ficamos parados por um momento, e logo dezenas de banshees vingativas começaram a se reunir na área com ódio claro em seus olhos. Elas tinham sentido a ‘marca’ que tinha sido deixada por sua colega banshee quando morreu. Embora, isso provavelmente fosse uma visão bem-vinda para uma maga que possuía um grande número de magias de área de efeito poderosos.

— lherno Heindar.

 


 

【Batismo de Chamas】

 


 

Chamas emitidas do cajado mágico preencheram o corredor reto. E quando o fogo começou a diminuir lentamente, não haviam mais banshees restantes.

Whooom!

Mais uma vez, as pedras de mana que caíram no chão flutuaram no ar e encontraram seu caminho para sua bolsa. Isso era o que eu invejava ainda mais do que as magias de ataque que ela tinha – não precisar pegar as pedras de mana toda vez.

Caramba, quanto tempo levaria até que eu pudesse adicionar um feiticeiro ao meu grupo?

Eu ainda tinha um longo caminho a percorrer.

 


 

O mundo 2D que eu via através do monitor e o mundo real eram diferentes. O frio que penetrava na minha pele era ainda mais intenso.

 


 

【Você entrou no segundo andar da Prisão Subterrânea.】

 


 

A masmorra que eu estava experimentando agora em primeira mão era muito parecida com um laboratório de cientista louco. Nele, havia um lobo quimera com três ou quatro cabeças e os músculos rasgados de um mutante, e um lorde ghoul acompanhado por cerca de trinta ghouls ancições.

Esses monstros de nível oito não apenas tinham uma aparência grotesca, mas também os pequenos adereços ao redor deles lembravam um jogo de terror. No entanto, a cereja do bolo era…

— A propósito, Miss Raven, você é incrível. Não está com nem um pouco de medo?

— Hmm. Eu amo anatomia, sabe. Isso não me abala.

“Merda, espero que não sejam partes do corpo de bárbaros que estou vendo.”

Pensando bem, a razão pela qual os corações de bárbaros eram vendidos a preços altos era porque eram ingredientes mágicos…

— Ah, chegamos.

Depois de caçar todos os monstros na Prisão Subterrânea e chegar ao terceiro andar do porão, descobrimos uma porta escondida levando a uma parte subterrânea do castelo do senhor desmoronado. Normalmente, teríamos que obter o mapa da sala dos guardas primeiro, mas…

— Então a porta estava escondida atrás da parede. Ainda bem que memorizei o mapa com antecedência.

Graças a Raven, que estudou completamente o mapa, não nos perdemos. Bem, mesmo que eu estivesse sozinho, não teria nenhum problema. O layout da Prisão Subterrânea era idêntico no jogo.

“Mas isso só é possível para mim porque sou um jogador.”

Mais uma vez, percebi o quão elevado era o status dos magos. Feitiços de ataque poderosos, habilidades de suporte altamente úteis como a 【Maldição de Exacerbação de Feridas】 e conhecimento que deve ter sido acumulado através da leitura de inúmeros livros… Havia uma razão pela qual os magos eram ainda mais apreciados por grupos do que os sacerdotes.

— Seria melhor deixarmos nossas mochilas aqui. Especialmente o Sr. Yandel.

Sentindo-me um pouco envergonhado, coloquei a mochila grande que ia da minha cabeça até as minhas coxas na frente da porta.

“…Assim que eu ganhar dinheiro, a primeira coisa que vou comprar é uma mochila mágica.”

Não era a primeira vez que essa bolsa causava constrangimento.

— Ah, a partir de agora, Sr. Yandel, você também deve acender uma tocha.

Seguindo as instruções de Raven, eu também coloquei uma tocha na minha cabeça. Com isso, estávamos prontos para ir.

Creak, creak, creak…

Quando viramos a válvula redonda para abrir a porta de ferro, o cheiro de podridão queimou nossas narinas.

— Este lugar não é o que eu esperava.

— M-Maga… A-A gente realmente tem que entrar?

— Eu também não gostaria de entrar, mas não temos outra escolha.

O espaço lembrava uma estação de tratamento de resíduos. As paredes cilíndricas estavam alinhadas com grandes tubos de água que tinham sujeira preta escorrendo por eles. Além disso, membros e cabeças quebrados e cortados estavam empilhados no chão, e o gás que havia se acumulado devido à sua decomposição irritava meu nariz e me dava dor de cabeça.

Bleh.

O primeiro a vomitar foi o Portador. O cara, que até então estava ao lado de Raven tão solenemente quanto um guarda-costas, esvaziou o estômago no chão.

O segundo foi a Raven.

Bleh.

Mesmo com muita experiência em dissecação, ela ainda era vulnerável ao cheiro.

Surpreendentemente, eu aguentei. Mesmo que a cena diante de mim me fizesse desmaiar no passado, não teve efeito no estômago forte deste bárbaro.

— Fico feliz que você esteja bem, pelo menos. — disse o anão. — Vamos, chegue aqui.

Me aproximei lentamente do centro da sala, e enquanto o fazia, uma sensação estranha me envolveu.

Tchuf!

Cada passo soava como pisar em uma esponja. E à medida que a luz da tocha se aproximava do centro, a enorme forma que podíamos ver delineada na escuridão ficava mais clara.

— Olá.

Surpreendentemente, ela conversou conosco. Era uma voz feminina que soava como um guia de áudio quebrado.

— Uuuh! Socorro! Eu… Me ajudem! Eu! Crunch!Crack!, deli-cioso, pai, hehe!

“Uh, um, uh…”

Para ser honesto, era meio aterrorizante.

Inspirei profundamente.

“Porra, você era silencioso no jogo. Por que está fazendo isso comigo?!” Não pude deixar de reclamar em minha cabeça, mas sabia que lamentar ‘ai de mim’ não ia mudar nada. Quando olhei para o lado, percebi que até mesmo o intrépido anão estava congelado no lugar.

— Todos, acordem! — Eu gritei imediatamente, acordando meus colegas atordoados. Mas isso pareceu provocar ainda mais a voz.

— Pai! Pai! Dói! Dói! Dói! Dói!

A pilha de cadáveres no chão se levantou e avançou com algo que parecia um pé.

Boom…!

Este era o miniboss da Cidadela Sangrenta — o Golem Cadáver.

 


 

Dungeon and Stone era a definição de um jogo indie, mas não estava sem popularidade. Pelo menos, a arte do jogo era famosa. Isso porque as ilustrações realistas que pareciam quase fotografias em preto e branco eram frequentemente usadas como memes na internet.

Mas muito poucas pessoas sabiam de que jogo essas ilustrações realmente eram.

Naquele momento, percebi mais uma vez…

— Merda.

Não importa o quão realista fosse um desenho, não se comparava ao real.

— Dói! Dói! Dói!

“É assim que se parece um monstro que coletou milhares de braços, pernas e cabeças se parece?”

Cada membro parecia se mover individualmente, como se todos tivessem vida própria. O mesmo aconteceu com as centenas de bocas em seu corpo. Cada um deles falou o que queria dizer sem que nada os controlasse. A maioria dessas palavras eram gritos de dor, frio, ressentimento, apelos para serem mortos, para serem salvos. Emoções fragmentadas e irracionais.

— Kyaaahl

Às vezes, era apenas um grito.

Todos mais uma vez congelaram com a cacofonia perturbadora criada pela mistura de todas essas vozes bizarras.

— Hikurod! Tenha cuidado!

Um mago que conhecia anatomia humana, um anão que era um veterano de três anos nas masmorras e deve ter encontrado todos os tipos de monstros, e um humano que exalava uma vibração distinta para um portador. Todas essas pessoas trataram os dois bárbaros novatos como seus aquecedores de banco, mas…

Surpreendentemente, neste exato momento, Ainar e eu fomos os únicos que não perdemos a calma.

— O que vocês estão fazendo!

Ainar, que manteve os olhos fixos no Golem Cadaver, agarrou o anão pelo colarinho e levantou-o. E naquele momento…

Bam!

Uma pilha de cadáveres voou como um arremesso de peso e explodiu exatamente onde eles estavam. Sangue e carne respingaram e grudaram em Ainar e no anão.

Czzzzzz!

Felizmente, Ainar saiu ilesa graças às suas roupas, mas o mesmo não poderia ser dito do anão.

— Ahh! Olhos! Meus olhos!

Merda, parecia que algumas das explosões tinham de alguma forma passado pela abertura estreita em seu capacete e atingido seu olho.

Num instante, o anão ficou incapacitado. E a maga que nos disse para não nos preocuparmos e apenas confiarmos nela…

Gargh!

Ainda estava vomitando.

“…O que vocês estão fazendo?”

Não admira que as coisas estivessem indo tão bem até agora.

Claro.

— Ainar! Mova o anão para trás e proteja a maga!

Depois de gritar isso, levantei meu escudo e enfrentei o Golem Cadáver.

Eu não tive escolha. Eu queria evitar me destacar o máximo possível, mas… Os bastardos que exibiam suas habilidades na linha de frente agora estavam de bobeira lá atrás.

— Behelaaah!

Então, para sobreviver, não tive escolha a não ser ficar na linha de frente.

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