Sword Pilgrim – Capítulo 25 - Anime Center BR

Sword Pilgrim – Capítulo 25

Dakuk.

Abaixando a xícara de chá, Bernard olhou para o homem na sua frente, que exalava a aura de uma espada afiada.

Ele parecia estar na meia-idade, seu porte digno era suficiente para igualar até mesmo ao soberano de uma nação.

O governante supremo do Norte, Elburton von Jervain.

Ele era o Conde Jervain.

— Obrigado por concordar com meu pedido.

— Bobagem. Eu não deveria ao menos parar para ouvir se o pedido vem direto do Mestre do Norte?

Mas…

— Qual é a razão para me manter no Castelo?

— As competições de caça durante a Roda da Fatalite trazem muitos benefícios para os Jervain, mas nem sempre é benéfico.

— Você parece ter algo em mente…

— Sou apenas um velho preocupado.

O Conde não explicou.

Mas Bernard parecia saber o que estava pensando.

— Você está desconfiado de Callavan?

— O nome dos Jervain tem esse tipo de peso. Se eles prejudicam a família, até meus próprios filhos devem morrer. Qualquer coisa que coloque em perigo a sobrevivência do Norte, deve enfrentar minha espada.

O que quer que seja.

Essa é a única maneira de proteger a família, o Norte e o próprio país.

Tal é o modo de vida do Patriarca Jervain.

Desde os velhos tempos, desde a fundação de Carpe, Jervain existiu e continuará a existir dessa maneira.

— Um deles foi expulso e a outra deixou a família sozinha. No entanto, ainda tenho que proteger os Jervain, e ainda tenho que proteger o Norte, então preciso ser cuidadoso.

Ele suspeitava de Callavan.

Exatamente do que suspeitava era desconhecido, mas Bernard podia adivinhar que não era algo favorável aos Jervain ou ao Norte.

— Então, Emily…

Quando o nome de Emily saiu, as linhas na testa do Conde se aprofundaram.

— Essa criança também herdou a linhagem dos Jervain… É inevitável.

— Você vai deixar as coisas como estão? Essa criança não pode nem usar direito seu poder por causa dos problemas com seu sangue divino.

— Mesmo assim. Não é só a linhagem dela, até o cabelo e os olhos da Emily são completamente dos Jervain. Não posso ser visto favorecendo um lado em vez do outro.

Com as palavras teimosas do conde, Bernard soltou um suspiro profundo.

— Então Emily morrerá. Ela ainda nem viu as flores florescerem. Não tem como ele deixar Emily em paz, a única descendente direta da linhagem dos Jervain. Mesmo você, Conde, não pode fingir que não sabe…!

— A morte é surpreendentemente justa e natural. Você pode morrer aos dez anos, ou pode morrer aos vinte. A morte é uma providência comum e universal da natureza. Se for fraco, morrerá rapidamente e, se for forte, poderá viver muito.

Poderia ter soado frio, mas ambos haviam sido imersos nos duros campos de batalha cercados por espadas selvagens por muito tempo.

Portanto, Bernard não podia refutar as palavras do conde, apesar do profundo senso de urgência.

Por causa disso, seguiu um caminho diferente.

— Callius está no Norte…

A mão do conde segurando a xícara de chá tremia. A superfície do chá ondulou e balançou, e uma gota de chá preto escorreu pelo lado da xícara.

— Ele não é mais um Jervain.

— Mas o sangue não mente. Eu confiei nele para escoltar Emily.

— Acho que você fez algo inútil.

Ouvi dizer que ele se tornou um Peregrino.

Mesmo assim, o que poderia mudado se aquela ovelha negra se tornou um Peregrino?

— Ele terá se sorte se não for envolvido nos problemas desta Roda.

Um encontro entre um gênio que não pode usar seu poder divino, e um espadachim de merda.

O conde Jervain não pôde deixar de rir da combinação absurda.

O conde balançou a cabeça e se levantou do assento, virando as costas e se aproximando da janela.

Foi um sinal para sair.

Bernard também se levantou, acrescentando uma última palavra de encorajamento.

— Seu filho mudou bastante. Não demorará muito até que minha espada seja levada. Esta Roda mudará muito o Norte, ao que parece.

Kik.

Depois que Bernard recuou, o conde murmurou, olhando atentamente para a pequena e infantil velha espada pendurada ao lado da estante.

— Por que… você está aqui?

Este inverno…

É extraordinariamente frio, o suficiente para me fazer tremer até os ossos.

******

Após a conversa com o conde, Bernard voltou à capela para assistir ao pôr do Sol vermelho.

Enquanto muitos pensamentos colidiam e se entrelaçavam em sua cabeça, ele se sentiu pesado.

Quando acordou, olhando fixamente para o chão, a noite já havia caído.

No entanto, seus pés novamente vagaram até a pousada onde aquele em seus pensamentos deveria estar.

— É Bernard, certo?

— Hum, sim, você me conhece?

— Você é o único que destruiu minha pousada, então como posso não saber? Hahaha!

— Ah, é verdade. Pensando bem, nem sequer te paguei por isso. Isto é….

— Não, não. Seu discípulo já pagou por tudo.

— Ele pagou?

Bernard sorriu com a menção do Callius.

— Você veio ver seu discípulo?

— Sim, cadê ele?

— Sim, pode subir. Eles compraram algumas coisas de fora, e subiram depois de jantar.

— Obrigado.

Os pés de Bernard subiram as escadas e alcançaram a porta de Callius.

Ttok, ttok.

Quando bateu na porta, ela se abriu como se estivesse esperando, e aqueles olhos cinzentos olharam para ele.

— O que foi?

— Parece que você estava esperando por mim, mas ainda está fazendo uma expressão tão sombria.

— Se você ficou senil com a idade, por que não me da sua espada logo?

— Idade, hein! Ainda devo durar mais uns 10 anos.

Bernard entrou na sala com um sorriso agradável e se sentou numa cadeira.

— Ok, vocês estão prontos?

— Estamos nos preparando.

Roda de Fatalite, a competição de caça que duraria sete dias.

Então, havia muito o que preparar.

Também era necessário embalar alimentos e suprimentos para acampar.

— E Emily…

— Aquela garotinha atrevida acabou de chegar e tentou me testar me atacando com sua espada.

Com a expressão de Callius dizendo o quão absurdo isso era, Bernard começou a rir.

— Ei, ela é um pouco arrogante, tudo bem! A quem ela puxou?

— Não fale besteira.

— Na verdade, ela ainda não pode ser comparada a você, um Jervain idiota. De repente, fiquei com pena da Emily. Eu até disse que ela se parece com o maior lixo do mundo… Minha nossa. Terei que me desculpar com ela amanhã bem cedinho.

Bernard riu, como se provocar seu aluno o fizesse se sentir muito animado.

Claro, Callius o encarou com uma expressão sarcástica.

— Se você está aqui apenas para fofocar, pode parar. Já estamos bastante ocupados.

— Por que você não pensa no coração do mestre que quer passar um pouco de tempo com seu discípulo que está indo para longe por tanto tempo?

— Que tipo de bobagem é essa? É você que está me fazendo ir para longe.

— Isso é difícil de responder. Esse seu jeito de falar é muito parecido com o Conde.

Bernard secretamente repreendeu o conde Jervain, murmurando que ele e seu filho se assemelhavam de algumas maneiras infelizes.

— A porta da rua é a serventia da casa.

— Você não aguenta nem uma piada.

Bernard rapidamente apagou o sorriso e abriu a boca novamente, pressionando suavemente os joelhos com as palmas das mãos.

— Não posso dar um passo para fora do Castelo, quando a roda começar.

— O que quer dizer com isso?

Uma atitude indiferente.

— Foi um pedido do Conde.

As sobrancelhas de Callius se contraíram.

Proteger o castelo a pedido do Conde.

Enquanto a Roda de Fatalite estiver girando? Tem algo suspeito…

Eles não podiam deixar de pensar dessa forma.

— O Conde não parece confiar totalmente no Callavan, a quem ele adotou. Além disso, ele me pediu para proteger o castelo porque tinha alguns sinais estranhos.

— Não tem nada a ver comigo.

— Por que não? Você também é o filho mais velho da linhagem dos Jervain!

Bernard, que se exaltou e gritou, olhou para as pupilas cinzentas de Callius.

— Você ainda não perdoou seu pai. O que aconteceu naquela época….

A boca de Bernard se contraiu em hesitação e se acalmou.

— Provavelmente foi uma coisa boa.

— Heh heh… O Conde deve cumprir a missão do jeito dele. Seu destino não deixa outra escolha.

— Isso não tem nada a ver comigo.

Certo. Bernard balançou a cabeça com aquela atitude teimosa.

Há três anos.

Bernard e Callius estavam vagando pelo Norte e passaram a maior parte do tempo na Floresta Branca caçando as bestas mágicas, mas não eram os únicos lá.

Foi porque Bernard queria que Callius acumulasse muita experiência.

‘Foi minha culpa.’

No entanto, por causa dessa ganância, Callius se encontrou com uma pessoa que não deveria e ficou gravemente ferido.

Ele deve ter ficado com raiva de que seu filho expulso ainda estivesse vagando pelo Norte. Ainda assim, o Conde foi um pouco duro demais naquela época.’

Bernard suspirou e estalou a língua, pensando em Callius e no Conde.

Naquela época, o que aconteceu foi devido à sua própria ganância, então Bernard tinha um senso de obrigação.

Depois disso, Callius foi em sua peregrinação sozinho, e Bernard entrou no castelo porque quis, mesmo sendo aquele que nunca saía da Floresta Branca.

— Então proteja Emily…

— Por que eu tenho que proteger a filha secreta do Conde?

— Ela não é sua irmã?

— Eu não sou mais um Jervain.

Bernard soltou um suspiro.

No entanto, desta vez, permaneceu teimoso.

— Pense desta forma. Você já viu seu professor te dizer para fazer algo errado? Tudo vai ser útil para você, então se dê bem com essa criança.

— Quem diabos… é essa criança?

— Ela vai ser importante para você também. Então, não seja bobo e apenas faça o que eu digo.

Druck.

Callius olhou para Bernard de pé da cadeira.

— Já está indo?

— Eu disse tudo o que tinha pra falar.

Bernard, agarrando a maçaneta, olhou para Callius e franziu a testa.

Em seguida, respirou fundo e balançou a cabeça.

— Eu vou, mas não precisa me ver saindo.

— Eu não ia de todo modo.

— Um dia você você vai se arrepender.

Keung!

Bernard bufou e saiu da pousada.

Estava nevando muito lá fora.

Cof! Cof

Os cantos da boca de Bernard, depois de algumas tosses pesadas, ficaram úmidos.

Reunindo um pouco de neve caindo com as duas mãos, ele enxugou os lábios e começou a se mover rapidamente.

No lugar em que tossia, a neve branca estava estranhamente tingida de vermelho.

******

Ppuuuuuu.

O som dos berrantes agitou o Norte.

Os Cavalheiros-Errantes e as tropas dos Jervain, que atravessaram a fronteira, dirigiram-se para a Floresta Branca um após o outro.

Seus números estavam bem acima da marca.

Uma procissão gloriosa e lotada, mas não estava acontecendo sem motivo, pois hoje era o dia da Roda da Fatalite.

O dia em que a competição de caça começava.

— Então, eles disseram que se você pegar uma besta e trouxer um símbolo de prova, você se tornará um nobre. O cronograma é de uma semana no total.

Bruns correu e explicou as regras da competição.

A duração é de sete dias.

Durante esse tempo, acampar na Floresta Branca e caçar o maior número possível de bestas mágicas é o que determina o vencedor desta competição.

— A honra e as recompensas da família Jervain irão para aquele que capturar o maior número de bestas mágicas.

Honra é a derradeira busca de um Cavaleiro.

A recompensa é um método de praticar o poder divino transmitido pela família Jervain.

‘Ambos são inúteis.’

Claro, nenhuma dessas recompensas eram muito desejáveis para Callius.

Ele era um Peregrino que não precisava do título de Cavaleiro, e fazia muito tempo desde que aprendeu a lendária técnica das Flores de Seis Pontas.

— Você também pode obter uma espada, se quiser.

Foi Emily quem falou, ela estava usando um florete de dois gumes na cintura. O traje não era um vestido esvoaçante como de costume, mas uma roupa confortável e quente.

Ela estava usando uma armadura leve do lado de fora, então ainda parecia muito bonita.

— De qualquer forma, provavelmente será uma espada ordenada pela Igreja. Talvez algo no grau Espada da Vida.

Callius beliscou o nariz.

Se for esse o caso, não queria.

Se você já tem duas dessas espadas, por que precisaria de mais?

— Eu prefiro pegar alguns artefatos. Pois são difíceis de encontrar. Ouvi dizer que desta vez temos algumas coisas luxuosas.

— Você quer ganhar?

— Eu nem consigo pensar em ganhar. Pessoas com a linhagem dos Jervain são automaticamente excluídas, mas todos pensam que o sucessor da família, Callavan, é quem vai capturar mais bestas.

E que Callavan estava alvejando não apenas a vida das bestas, mas também da Emily.

— A morte enquanto caça uma besta seria perfeita.

— Então não morra, seu idiota. Não gosto de você o suficiente para fazer uma lápide.

— Pois é, eu também.

E depois de um tempo.

— O que é isso, o que um degenerado que nem consegue usar o poder espiritual faz aqui?

— Não é mesmo? Ainda assim, ela tem um cavaleiro. Quem acha que é? Será que não sabe que os Cavaleiros que seguem Emily vão sumir tudinho, quando nosso pai se tornar o Lorde?

Na frente deles, não bestas, mas um par de gêmeos de olhos cinzentos pálidos estavam tagarelando.

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