O prelúdio da guerra, que começou ao amanhecer, começou com o pisoteio dos orcs, anunciado pelo som estridente de um berrante de unicórnio.
Sangue verde que pingava das lâminas inimigas encharcava a terra em todas as direções, e os machados que voavam cegamente pelo ar, soavam como o canto fúnebre dos soldados.
Sangue vermelho e verde se misturaram, cobrindo a terra.
Morte e massacre.
Apenas as estrelas cintilantes no céu imaculado acima e o sol que nascia sobre os cumes das montanhas contavam o passar do tempo, enquanto a guerra abaixo continuava como se fosse eterna.
‘Isso é o suficiente?’
Callius achou que era.
Ele e os Cavaleiros fizeram um grande desvio, decidindo se distanciar gradualmente do campo de batalha.
Seu propósito era cortar o suprimento de comida dos orcs na frente deles.
— Sigam-me!
Os Cavaleiros se reuniram ao redor do Calius, que gritou enquanto erguia a espada e a empunhava contra seus inimigos repetidamente.
Infelizmente, também havia pessoas entre eles que foram atingidas com um machado e perderam muito sangue, mas não tinha o que fazer.
— Temos que ir agora!!
— Mestre Callius.
Allen chamou Callius, que estava esperando os Cavaleiros seguirem. Seu grupo estava ficando cercado enquanto esperavam pelos retardatários.
— Tsc.
Não podemos fazer nada.
— Vamos!
— Uooooooooo!!
— Abram o caminho!!
Meio dia se passou assim enquanto eles se moviam assim, evitando a maioria dos perigos ao longo do caminho com a ajuda do “Olho Tricolor”.
E no momento em que o amanhecer estava se tornando crepúsculo, a paisagem ao redor de Callius havia mudado.
A planície branca congelada, um símbolo do inverno do norte, havia se transformado em uma floresta exuberante.
Callius tinha se movido para o norte do Castelo e chegou à floresta sem nome.
— Esses caras foram os últimos que estavam nos seguindo?
— Parece que sim, mas não podemos relaxar ainda, Mestre Callius.
Era Allen, que se tornou mais cauteloso depois de perder um olho.
Os cadáveres dos orcs estavam empilhados nas proximidades do Callius e dos Cavaleiros.
Esses foram os que perseguiram obsessivamente os Cavaleiros enquanto escapavam do campo de batalha.
Não houve baixas no caminho, e eles resolveram o assunto por repetidas táticas de bater e correr contra os perseguidores.
— Para que dizer coisas óbvias… Mestre, limpe o sangue com isso!
— Sim.
Sentindo que seu papel estava sendo usurpado, Bruns tentou menosprezar Allen, enquanto o resto dos Cavaleiros permanecia vigilante.
Emily estava cuidando dos Cavaleiros e atribuindo papeis.
— Vocês apagaram todas as pegadas no caminho? Apaguem todos os vestígios o máximo possível.
— Sim!
Claro, Emily e os Cavaleiros amadureceram passando por várias batalhas.
Mesmo que ninguém dissesse nada, eles ainda encontrariam algo para fazer por conta própria, de modo que ele pudesse descansar um pouco.
Callius esperava obter algumas missões secretas das carcaças dos orcs moderadamente fortes que apareceram até agora.
Em seguida, verificou para ver se tinha alguma.
‘Não tem nada.’
Sendo honesto, até que havia algumas, mas todas eram missões para matar Cavaleiros do Norte, então não havia nada que pudesse usar.
Como seus cadáveres já haviam sido transformados em Carcaças, ele tentou obter algumas recompensas entregando aos outros Cavaleiros e destruindo as Carcaças mais tarde. Mas não havia recompensas, porque ele não as usou como espada.
Parecia que a cerimônia de orientação da alma só era possível depois de usar a Carcaça como espada pessoalmente.
◈◈◈◈◈
『Callius von Jervain』
「Ocupação」– Peregrino.
「Espírito」– Nível 3
「Poder Divino」– 5302/6251
「Talento」–『Bênção do Bardo – Máximo』
「Atributos」–『Versículo da Graça』『Dever da Nobreza』『Ovelha negra da família do Conde』『Composição do Versículo da Morte』『Ordem do Filho Pródigo』『Gula』『Olho Tricolor』
『Aptidão』
Força: 76 (30)
Agilidade: 55 (30)
Habilidade: 13
Vida: 47 (30)
Fé: 63
◈◈◈◈◈
Quando sua força espiritual subiu para o nível 3, suas habilidades físicas gerais também subiram.
‘Minha força melhorou bastante.’
Quando ele agarrou uma pedra próxima e colocou um pouco de pressão, ela foi esmagada em pó num instante.
Talvez agora Callius pudesse até competir com o poder sobrenatural de Zornik, mas aquele homem já havia se transformado em uma adaga.
— Mestre Callius. Eu apaguei todos os vestígios.
Já estava na hora.
— Vamos para o norte. Eu sei a localização, então vamos nos mover devagar, apagando nossos vestígios enquanto avançamos.
— Sim!
Fazia quatro dias desde que eles começaram a se mover assim, apagando os traços de passagem enquanto avançavam.
Os Cavaleiros do Callius finalmente identificaram uma das rotas de suprimentos dos orcs e esperaram dois dias para uma emboscada.
Eles podiam ver uma procissão de orcs, carregados de suprimentos.
— Eles estão mantendo reféns?
No final da procissão, figuras com rostos familiares amarrados a uma corda estavam sendo arrastadas.
Callius ordenou imediatamente…
— Ataquem!
Não importava quem fosse pego.
Enfim, o objetivo era roubar os suprimentos.
Ou destruí-los.
— Matem todos.
— Sim!
O orc que gritou primeiro em surpresa levou Zornik na cabeça.
A adaga voou, rápida como um raio, e perfurou precisamente no meio da testa do Orc.
‘Nada mal.’
Sua habilidade de arremesso melhorou consideravelmente. Como se cada arremesso estivesse sendo corrigido automaticamente.
Não era um talento necessário para alguém como Callius, mas não havia nada de ruim em tê-lo.
— Ataquem! Matem todos eles!
— Malditos orcs!
Os Cavaleiros correram para a frente como um flash de luz e brandiram suas espadas.
Allen, o garoto loiro com uma espada curta e um pequeno escudo nas mãos.
Aaron, empunhando uma espada que combinava com o tamanho dele.
Bruns, com movimentos fluídos de adaga.
E, finalmente, uma bela espada longa.
Emily decapitou os orcs com Lucen como se estivesse voando pelo ar.
E depois dela…
Chwaaaak! Callius cortou de forma limpa os orcs correndo enquanto atravessava o campo de batalha com uma dignidade nobre.
— Ah, eram vocês?
Vendo os rostos dos reféns se agachando quando os orcs caíram ao redor deles, Callius falou com uma mulher no meio.
O nome dela era Orphin.
Há muito tempo.
Ela era uma cavaleira que escoltava Callius.
— Արագ քայլիր! 「Ande mais rápido.」
Pak! Pak!
Com uma voz de metal sendo arranhado, ele chutou a cintura da mulher como se dissesse a ela para andar rapidamente.
Ela caiu sem forças. No entanto, suas mãos e pés que estavam amarrados à carroça continuaram a arrastá-la pelo chão.
O som de risadas dos orcs ecoou.
Os olhos dos outros reféns olharam para ela com pena.
Relutantemente, ela se levantou novamente e continuou seguindo a procissão.
O nome dela era Orphin.
Cavaleira dos Jervain, que estava esperando na floresta de acordo com as ordens de Callavan.
Era Orphin de Liofen.
— Orphin, você está bem?
— Sim.
Acompanhando-a, estavam os filhos gêmeos de Callavan, que foram feitos de reféns junto com ela, bem como vários Cavaleiros que estavam meio mortos.
— Haa.
Seu suspiro se misturou com o ar frio da manhã e ficou branco.
Foi apenas azar.
Ter encontrado uma procissão de orcs carregando suprimentos por acaso.
Para ajudar o Norte de alguma forma, eles tentaram retardar seu progresso até mesmo um pouco, mas foram pegos no final.
A batalha se seguiu e terminou rapidamente.
Uma derrota completa.
A realidade era que estavam sendo arrastados como reféns.
Talvez a razão pela qual eles estavam sendo carregados fosse para usá-los como brinquedos, ou para provocar uma resposta do inimigo no campo de batalha.
De qualquer forma, não teriam uma morte fácil.
‘Mesmo se eu disser isso, Mestre Rivan e Mestra Rinney…’
Era uma marca de vergonha na sua história como cavaleira.
A culpa de não ter sido capaz de protegê-los pesava sobre seus ombros.
Foi então que…
— Անակնկալ գրոհ է!!「Ataque surpresa!」
A fila de orcs ficou confusa.
Eles puxaram seus machados de uma vez e começaram a lutar.
Vários Cavaleiros chegaram, derrubando os orcs.
Eles não tinham a marca dos Jervain. No entanto, os Cavaleiros lidaram com os orcs habilmente e os derrotaram um por um.
Entre eles, uma jovem com cabelo preto e curto estava tecendo através dos inimigos e brandindo sua espada. E, atrás deles, o rosto elegante de um homem com um comportamento pesado e sério chamou sua atenção.
O maníaco dos Jervain, que se dizia ter o rosto mais bonito entre todos os nobres do Reino.
Callius von Jervain.
Era ele.
— É você, não é? Orphin!
— Ah… Mestre Callius.
— Mestre Callius.
— …
Orphin estava chorando, Rinney agradeceu a chegada do Callius, mas Rivan permaneceu em silêncio como se estivesse deprimido.
Chwaaak!
Depois de cortar suas algemas e correntes com um único corte de espada, Callius continuou cooperando com os Cavaleiros e aniquilou os orcs.
Orphin continuou olhando para as costas dele com lágrimas nos olhos.
Anteriormente, eram as costas que ela havia protegido, mas agora estava sendo protegida por essas costas.
Ela sentiu uma emoção indescritível girando dentro de si.
Como uma Cavaleira…
Como uma cavaleira que servia os Jervain, sentiu vergonha e gratidão entrando em conflito dentro dela.
‘Você mudou demais.’
Agora, não era mais o idiota que ela conhecia.
Em vez disso, ele tinha a aparência de um Cavaleiro que ela uma vez desejou ter. Orphin olhou para Callius com olhos ansiosos brilhando de lágrimas.
— Pegue a espada.
Ele jogou uma espada para ela, uma Carcaça feita de um Orc nas proximidades.
Orphin ficou comovida ao ver Callius entregando a espada.
Ela mordeu os lábios inferiores com força suficiente para sangrar. Silenciosamente, recebeu a espada com as duas mãos.
Foi definitivamente uma cena comovente.
As hesitações no seu coração haviam desaparecido.
Orphin tomou sua decisão e lambeu os lábios como se pretendesse dizer algo, mas não era um bom momento para isso.
Kwaaaang!
— Kkkahak!
Um som que se assemelhava a uma explosão ressoou entre a massa de Cavaleiros ao lado.
Imediatamente, uma sensação de formigamento percorreu seu corpo.
Tum Tum.
Apenas o som de passos pesados podia ser ouvido, pisando nos cadáveres dos orcs no silêncio que se seguiu.
— Me-mestre Callius!!
Aquele que finalmente apareceu não era outro senão um ser de pele verde e cabelo ruivo.
Um guerreiro com alta honra entre os orcs.
Um guerreiro entre guerreiros.
Era um ser que os orcs chamavam de Grande Guerreiro.
— Grande Guerreiro…
Um Guerreiro Orc emitindo uma aura que fazia a pele formigar.
Ele tinha uma atmosfera mais feroz do que aquelas que eles tinham visto antes.
— Ah.
É um Grande Guerreiro!
Orphin, que acabou de pensar que havia conseguido sobreviver, caiu novamente no abismo do desespero.
— Ele é diferente, não é?
— Sim! Ele é diferente do que vimos da última vez! Ele é menor e mais magro!
Foi Rinney quem interrompeu Callius, que estava falando sozinho.
— Você… viu ele?
— Eu vi você de longe da última vez! Tenho olhos muito bons!
Rinney apontou para os próprios olhos e sorriu.
Callius olhou para Rinney com olhos inexpressivos e murmurou para si mesmo.
— É a “graça” gerada pela bênção de Deus.
— Sim! Exatamente!
Uma bênção do Deus Valtherus, que era dito ser dada apenas aos nobres e famílias reais que estiveram presentes durante a fundação do Reino.
Parecia ser uma bênção assim.
Por meio das gerações, a graça de Deus se manifesta intermitentemente na linhagem.
‘Os Jervain têm seus olhos.’
Olhos cinzentos dados pelo Deus.
Claro, Callius não possuía tal graça.
— É uma pena que não seja Kel’tuk, mas não tem oponente melhor aqui para uma luta de espadas.
— Callius! Ele provavelmente está muito confiante na própria velocidade!
Ignorando o grito da Rinney, Callius avançou e sacou a Espada Predadora.
O Deus Machado dos Orcs, Kun-Ta.
Ele realizava um milagre diferente dos outros deuses nos seus Guerreiros escolhidos.
A maioria dos machados que carregavam eram armas pertencentes a um sistema de fortalecimento.
No momento em que você a segura, seu corpo é fortalecido sobrenaturalmente de alguma maneira.
Talvez nos ombros ou nas pernas, mas a maioria dos milagres dos orcs eram geralmente assim.
Então, talvez esse cara…
‘A habilidade única deve estar relacionada à agilidade.’
Em contraste, Kel’tuk tinha força pura.
A diferença no tamanho do corpo e nos músculos treinados parecia ter sido notada por Rinney, que foi abençoada com a graça de Deus.
Esta batalha seria bem diferente.
Mas Callius se jogou de braços abertos.
Desde então, ele passou por uma série de batalhas de tirar o fôlego, só que não apareceu nenhum novo oponente que pudesse fazer seu coração disparar tanto.
Os lábios do Callius se contraíram.
— Venha.
Kung! O som de bater no chão soou claramente.
No entanto, o Grande Guerreiro que invadiu seus arredores era rápido como um raio.
Kaaaaaang!!
O machado e a Espada Predadora, Loas, colidiram tão rápido que ficaram invisíveis a olho nu.
As faíscas que se espalharam eram tão brilhantes que iluminaram o céu escuro.
Kwaaang! Kaang! Kigigigik!
O próprio ar tremia intensamente a cada ataque.
Com aquele rugido estrondoso, Rivan e Rinny cobriram os ouvidos com as duas mãos.
Mas os olhos cinzentos das crianças não piscaram nem por um segundo.
Porque parecia que, se piscassem mesmo que por um único momento, perderiam para sempre a visão do Grande Guerreiro e Callius, travados em batalha.
— Rivan. Olhe com atenção. Se aquele homem não tivesse usado um garfo contra sua espada, você não estaria aqui agora.
Quem falou subitamente foi Emily, que estava logo atrás do Rivan e na frente de Rinney…
Ela olhou com orgulho para Callius lutando ferozmente.
— Um dia, você vai se orgulhar que já o enfrentou com uma espada.