Algumas horas depois
— Ooh.
Callius, que mal havia entrado em Tristar depois do ocorrido, caminhou pelas ruas com um pouco de admiração.
Os pequenos canteiros de flores ao lado das ruas eram de se admirar, e os edifícios foram todos construídos com estéticas diferentes.
Todos os moradores tinham rostos brilhantes, e havia até mesmo uma bela fonte constantemente jorrando água na praça central de Tristar.
— É diferente quando se vê pessoalmente.
— Você já esteve aqui antes, mestre?
— Não.
Ele gesticulou com o queixo para o Bruns.
— Você disse que sabe onde Lutens está?
— É claro. Já vi todos os tipos de pessoas, mas aquele Lorde era louco porque queria ir apostar imediatamente!
Se for apostas, então só existe um lugar onde poderia estar.
Ou seja, a casa de apostas de Cedric localizada no centro da cidade de Tristar.
‘Cuidarei dele e e vou dar uma passada no Cedric se tiver uma chance.’
Seguindo as instruções de Bruns, Callius caminhou pelas ruas.
Após caminhar por um tempo, os prédios ao redor começaram a parecer em mau estado.
Os olhos do Callius se estreitaram.
— É isso aí. Este é um lugar secreto de jogos de azar conhecido apenas por aqueles que sabem!
— É mesmo?
Com as palavras de Bruns, Callius entrou primeiro.
Ao abrir a porta meio quebrada, uma mesa gasta e algumas cadeiras puderam ser vistas espalhadas por dentro.
Foi nesse momento que…
Clink!
O som de correntes desceu do teto e algo atingiu Callius.
Kuuung!
Era uma rede de ferro gigante, uma perfeita para prender pessoas.
O lugar era uma armadilha.
— Hahahaha! Você me seguiu como um pateta sem duvidar de nada! Cara, cocê não é burro até demais!?
Bruns colocou um sorriso malicioso na cara enquanto zombava do Callius. Então, novos bandidos do mesmo iguais a ele se revelaram por toda parte.
— Ei, Bruns! Você pegou um peixe grande de novo desta vez!
— Bruns, o pescador! Vejo que pegou outro peregrino desta vez! Bom trabalho! Haha, quanto esse Peregrino vale?
— Se vender ao Lorde, ele não terá que se preocupar com espadas nunca mais. É como uma galinha dos ouros!
Talvez estivessem pensando em vender Callius.
Não há muitos peregrinos, mas existem aqueles que os alvejam devido à natureza de sua peregrinação errante. É fácil encontrar casos em que os Lordes se preparando para uma batalha territorial aprisionam Peregrinos para economizar em armamentos e explorá-los para fazer espadas.
— Quanto podemos conseguir desta vez? Acho que podemos conseguir até mais de mil moedas de ouro?
— Que? Mil moedas de ouro? Podemos receber até mais três mil agora.
— Seu idiota! Onde você vai encontrar um Lorde que pode pagar um preço tão alto? Há vários que querem vender seu país ao Império porque não têm dinheiro.
Fugir vai ser um saco.
— Ei, quem está com o veneno de paralisia?
— Aqui!
Quando a adaga envenenada foi entregue, um dos dois arqueiros jogou no Callius.
Porém…
Taaaeng!
— O quê? Como ele parou isso?
Callius facilmente desviou da adaga usando Arsando.
— Por que está tão surpreso? Jogue de novo! Ele até pode ser um Peregrino, mas se o atacarmos ao mesmo tempo, não vai conseguir parar todos nós.
Não foi uma má ideia, mas Callius não esperou que agissem.
Whiiik!
Sua espada brilhou em um longo arco invisível, evocando uma sensação de ferocidade.
Kkiiig, kuguuung!
— Seu maníaco!
A rede de ferro foi destruída.
Com o que o impedia fora do caminho, era óbvio o que aconteceria a seguir.
Ah! Me ajude!
Bruns se mijou ao ouvir os gritos dos parceiros vindo de todas as direções. A espada do Peregrino era implacável e cuidadosamente ceifava a vida dos bandidos ao redor.
Era uma espada rápida e sofisticada, que parecia que se dividia em dezenas.
Bruns como alguém podia brandir uma espada assim.
Durante sua vida medíocre e obscena, presenciou algumas vezes as espadas dos Cavaleiros.
A habilidade deles com a espada era boa e bela, mas a empunhada pelo Peregrino na frente dele agora era totalmente diferente, visto que era apenas uma espada assassina.
Uma maneira monótona, mas segura para matar pessoas, sem qualquer pretensão e forma. Era uma espada adornada com a carne de seus inimigos.
Não havia nada excessivo nela.
Bruns sentiu que era uma esgrima extremamente prática.
Após um tempo, Callius foi visto se afastando da casa daquele ladrão miserável com uma espada manchada de sangue, e Bruns o seguia.
Ele choramingou ao carregar seus parceiros que foram transformados em Carcaças.
— Você é lento.
Ele estava lutando para andar com as Carcaças embrulhadas em um saco.
Um total de doze espadas. Quanto maior o número, maior o peso. Bruns sentiu o peso das espadas e pensou que morreria a qualquer momento, mas tentou forçar um sorriso.
— Vou… andar mais rápido, mestre!
Bruns e Callius levaram as Carcaças para uma loja de armas nas proximidades.
— São espadas boas. Planeja vender?
— Sim…
— Hmm, tudo bem. Uma moeda de ouro por cara.
— Ei! Só uma moeda de ouro pelos meus parceiros? Ofereça ao menos três!
— Parceiros? Do que você está falando? Bruns, bateu a cabeça em algum lugar?
— Ah, faz a boa! Buá.
— Por que você está chorando? Que saco!
Callius deixou Bruns chorando com uma cara vermelha e deu uma olhada ao redor.
‘Ali que é o mercado de Trish?’
Enquanto o sol se punha no horizonte e começava a escurecer. As luzes se apagaram no vilarejo, mas o outro lado era diferente.
Luzes coloridas começaram a brilhar como se esperassem pela noite, e nobres bem-vestidos começaram a se aglomerar em vários pontos.
E, no porão daquela área glamorosa, existe um Mercado Negro de Trish que vende qualquer coisa.
— Mestre, aqui está você! Sou mesmo incrível no mundo dos negócios, hehe. Olhe isto! Você não consegue essa quantia em nenhum outro lugar!
— Bom.
Jiggle, jiggle.
O saco de dinheiro estava cheio, totalizando vinte e quatro moedas de ouro.
As espadas foram vendidas por duas moedas de ouro cada.
— Nada mal.
— Hehe.
A qualidade não era muito boa, pois as Carcaças foram feitas daqueles idiotas.
Conseguir vender todas por 24 moedas de ouro era um pequeno, mas bom negócio.
Graças a isso, o total que Callius possui é de 39 moedas de ouro e 1 moeda de prata.
‘Esse cara…’
Olhando para Bruns, Callius ponderou sobre o que fazer.
O mundo em que renasceu era um lugar frio e duro.
Generosidade e misericórdia desnecessárias só dariam aos outros a chance de se aproveitar de você.
Não havia nada de errado em deixar parasitas para trás.
Contudo, Bruns ainda era útil.
Callius ficaria apenas alguns dias em Tristar, e os olhos de Bruns continham medo e terror que não desapareceriam tão cedo.
Posso lidar com ele depois de terminar o que vim fazer em Tristar.
— Me guie. Até a casa de jogo onde Lutens está.
— Pode deixar.
******
O nome do local era Cassino de Cedric.
Como o nome indicava, era um cassino administrado por Cedric.
— Mestre, terminei todos os procedimentos para entrarmos. Quanto mais cedo melhor…
Entrei imediatamente.
A partir de então, a orientação de Bruns não era necessária.
Havia muitas mesas onde crupiês e apostadores estavam sentados. **PR/N: Crupiêé o profissional de cassino responsável por “pagar” todos os jogos do salão.
Havia aqueles que tinham olhos sedentos por dinheiro e aqueles que oraram fervorosamente e clamavam por Deus.
E também havia alguns nobres que jogavam com os Cavaleiros ao redor de vez em quando.
Mesmo naquele caos, não deveria ser difícil encontrar o garoto da família Lutens que mexeu comigo.
— Bem?
Obviamente deveria ter sido fácil.
Porém, Baldwin de Lutens não estava a vista em nenhum lugar do cassino.
— Por que ele não está aqui?
Deveria estar aqui.
Quando Callius parou de andar e se virou, Bruns abriu os olhos em surpresa.
Então, como se estivesse envergonhado, acenou com a mão para frente e para trás para se desculpar.
— Não fui eu. Estive com o mestre o tempo todo!
— Vai que você falou com ele em segredo.
Sreung, hik!
Quando Callius fez um som estridente ao sacar a espada pela metade.
O rosto de Bruns ficou branco e suor frio se formou em sua testa.
— Pode confiar em mim que vou encontrar ele.
Dizendo isso, Bruns correu apressadamente para algum lugar, e dez minutos depois…
Levantei lentamente no momento em que Bruns reapareceu.
— Mestre.
— Encontrou?
— Sim, encontrei, mas…
A expressão de Bruns era estranha.
Procurou e encontrou, só que parecia que descobriu algo inesperado.
— O quê? Ele acabou morrendo?
— É o que parece.
— O quê?
Ouvi a toda a história.
Os rumores diziam que Baldwin de Lutens era muito talentoso em jogos de azar.
No entanto, acabou desperdiçando toda a sua fortuna no cassino de Tristar e morreu quando entrou em um ataque de fúria.
Isso foi há exatamente uma hora.
— Que idiota.
Eu poderia ir ver o corpo, pois Bruns conhecia um dos funcionários do cassino. Para ser honesto, era difícil de acreditar até ver pessoalmente.
Um tempo depois, confirmei a sua morte, quando vi o corpo de Baldwin enrolado em um saco.
Seu corpo estava frio.
Perto do cadáver havia uma fraca luz prateada, que representava a Graça do Cadáver.
— Vou ficar com o corpo de Baldwin.
— Oh? Bem, é um pouco difícil porque ele é um nobre…
O funcionário do cassino gentilmente esfregou os dedos, um ato óbvio de que estava pedindo dinheiro.
Callius jogou uma única moeda de ouro para que, que pegou com um rosto feliz e desapareceu.
Callius imediatamente transformou o cadáver em uma Carcaça.
Em seguida, com uma luz suave, a memória do homem permeou sua mente.
Havia copos de vinho empilhados e cinzeiros espalhados ao seu redor, além de um monte de aperitivos.
A expressão feia nos rostos dos guardas do cassino e do Crupiê eram compreensíveis.
‘Ele tava indo bem no começo.’
Baldwin estava jogando dados, um jogo de azar baseado puramente na sorte.
Foi incrível ter ganhado tanto dinheiro só jogando por diversão.
Mas não parecia que estava jogando por diversão, por causa da expressão que no seu rosto. Ele estava sério e jogava com uma determinação desesperada.
‘Pelo bem da família.’
O filho mais velho da família Lutens.
Mas o único talento que possuía era apostar.
Então, veio à Tristar para ganhar dinheiro e ajudar sua família.
Pensei que era só um idiota, mas não era o caso.
Todavia, sua sorte durou pouco.
Em um piscar de olhos, perdeu todas as fichas que acumulou.
Baldwin ficou furioso, como se tivesse presenciado algo impossível, e começou a discutir, porém, morreu esfaqueado no momento em que desembainhou sua espada.
Sua esperança era recuperar o dinheiro da família.
— Esta foi uma Graça do Cadáver bem irritante.
— Oh? Mestre, do que o senhor está falando?
Ignorei a pergunta de Bruns e voltei direto para o cassino.
Não me lembrei no começo, mas fiquei convencido depois de ver a morte do Baldwin de Lutens.
Finalmente me lembrei desse nome.
Porque…
Porque fiz as configurações dele.