The Bathroom Goddess — Capítulo 21 - Anime Center BR

The Bathroom Goddess — Capítulo 21

Montanhas de areia, mudando de forma por causa do vento.

Karasu suspirou enquanto se recostava no pedregulho que lhe fazia sombra.

A sombra do pedregulho se esticava sobre a areia.

Logo seria de noite.

Sob o brilho vermelho do céu da tarde, vários homens mortos e o cadáver de um ruba podiam ser vistos.

― Se apenas o ruba estivesse vivo.

Quantas vezes ele já havia desejado isso.

Mas não importava o quanto ele desejasse por isso, era infrutífero, a menos que ele pudesse reverter o tempo.

“Criar um oásis e rotas comerciais.”

Karasu se lembrou da mulher que havia casualmente sugerido isso.

― Maldita deusa do infortúnio.

Karasu amaldiçoou internamente.

O programa de criação de oásis havia estado cheio de problemas desde o início.

Os responsáveis pela importante tarefa de achar os veios de água eram a tribo Ottko Yu, que odiava Karasu até os ossos.

Levou dois meses de discussões apenas para chegar a algo próximo de um acordo.

Além disso, se movimentar pelo deserto tornou os arrijighock difíceis de manter sobre controle, então apenas isso requeria uma grande quantidade de hahanero. A quantidade cultivada pela tribo Ottko Yu estava longe de ser o suficiente.

Assim, negociações começaram com Jebas, a terra do hahanero. Infelizmente, entre Yohk’Zai e Jebas havia uma cordilheira íngreme e a nação conhecida como Triht. Ainda pior, o líder de Triht, Setsugen, era um jovem teimoso com quem era difícil de negociar.

Com Setsugen constantemente o importunando com pedidos de pedras de fogo, levou meio ano apenas para assegurar uma rota para Jebas. E para comercializar com a isolacionista Jebas levou ainda outros três meses.

Embora Karasu estivesse tão ocupado que ele não conseguia nem mesmo dormir, aquela maldita Deusa havia dito:

“Você é lento demais. Geez, nós não podemos mais ficar esperando. Que seja. Nesse caso, eu vou apenas levar os trabalhadores Tohjianos para Insen eu mesma.”

Nunca em sua vida ele quis tanto estrangular aquela mulher.

Mas apesar disso, Karasu não podia se opor a ela.

Enquanto a mulher esteve alegremente aproveitando seus banhos, Karasu esteve lentamente, mas certamente, progredindo com os preparativos.

Como prova disso, ele já havia terminado de construir um oásis no mês passado. Após enviar materiais e homens e terminar de organizar as coisas, Karasu havia começado a trabalhar no segundo oásis.

Aquela mulher havia reclamado dele, mas ele ainda havia criado um oásis em menos de um ano. Como isso podia ser chamado de lento.

Karasu estava sentindo uma sensação de realização, diferente a de quando ele tomou Ii’Jibro.

E o segundo e terceiro oásis também não pareciam muito difíceis. Agora que ele já havia trabalhado nas especificidades para criar um, o resto poderia ser criado seguindo as mesmas lições.

No passado quando a mulher havia dito para ele pela primeira vez para criar uma rota comercial, ele havia pensado que essa era uma tarefa ridícula. Mas embora ele certamente tivesse encontrado várias dificuldades, as coisas estavam progredindo tranquilamente.

O controle de Ii’Jibro estava indo bem.

Terminar de organizar as tarifas também estava perto de acontecer.

Tudo estava começando a se ajeitar.

Provavelmente foi por causa disso que ele relaxou e ficou convencido.

Ele havia pensado que isso seria apenas outra viajem pelo deserto. Ele já havia feito isso uma vez no passado.

Era apenas montar num ruba por um tempo. Dificilmente perigoso de verdade. Pensando nisso, Karasu havia seguido pelo deserto sozinho sem informar qualquer um de seus homens.

Quem poderia ter imaginado um ataque de bandidos numa hora tão infortuna.

Antes de ele ser velho o suficiente para sua voz mudar, Karasu já trabalhava como guarda-costas. Ele tinha uma boa intuição e talento para continuar com isso, além de uma excelente reputação entre as caravanas de comerciantes.

Karasu não odiava usar a espada. Nem odiava lutar. Isso não havia mudado desde que se tornou o Rei de Yohk’Zai e ele sempre estava na linha de frente com sua espada.

Graças a isso ele conseguiu virar o jogo contra os cinco bandidos. Infelizmente, no processo ele perdeu o ruba que era seu salva-vidas.

O que tornava as coisas ainda piores era que sua perna havia sido cortada. Felizmente não era sério o suficiente para ele sangrar até morrer, mas isso ainda tornou difícil andar pelo deserto.

Seria imprudente tentar atravessar a distância que levaria meia hora sobre um ruba.

Karasu decidiu preservar sua energia ao invés de se esforçar sem sentido.

Então ele se recostou em uma pedra e olhou para os corpos semienterrados. Ele gastou uma hora desse jeito.

Os cintilantes grãos de areia no vento pareciam pintar os cadáveres.

No passado, quando ele matou os mercadores para tomar o lugar de Huuron, os restos deles também haviam sido enterrados sob a areia desse jeito…?

Um pouco diferente do normal, Karasu começou a se sentir sentimental.

“OOOOOOOI, ONDE VOCÊ ESTÁ HUUUUUUROOOOOOOOOOON?”

O grito de uma mulher irritada. Ao mesmo tempo um buraco retangular cortou o cenário.

Como sempre, a mulher apareceu diante dele usando apenas um tecido.

Era incômodo se levantar, então Karasu apenas moveu seus olhos.

“Você demorou. Eu estava esperando por você.” Ele disse.

Era uma sensação misteriosa.

Até agora, ele nunca teve a menor expectativa de que ela viria salvá-lo, mas no momento em que ele viu sua face, ele sentiu que estava esperando por ela durante todo esse tempo.

Quando a mulher reparou nele sentado na areia, ela o olhou de forma indignada.

“O que diabos é aquilo!?”

“O que diabos… é o que?”

É claro que ele meio que sabia qual era o motivo de ela estar irritada. Ainda assim ,ele decidiu escolher uma resposta irritante.

“Aquilo! Aquilo! Aquela coisa no meio da fonte do oásis, droga!”

Então era aquilo afinal. Os lábios de Karasu se curvaram em um sorriso.

“Oh, parece que você gostou dela. Eu a encomendei de um famoso artista de Jebas.”

Após parecer perdida por um momento, a realização passou por sua face.

“Artista famoso… Não me diga que foi o Velho Maestro!?”

“Sim, esse mesmo. O Velho Maestro era um conhecido seu, não era?”

A mulher colapsou dentro da moldura retangular enquanto gemia: “Ugugu…”

Karasu decidiu dar o golpe final.

“Ela foi bem feita. Eu pedi que ela tivesse um pouco mais de carne, para se aproximar mais do meu gosto.”

Quando visitou Jebas, naquele extraordinariamente luxuoso jardim do castelo ele reparou na estátua de uma mulher nua concedendo uma espada a um homem de armadura.

Ele havia ficado atônito com a visão, mas rapidamente começou a rir enquanto planejava sua vingança.

“Um oásis que uma deusa toma conta. Isso não soa bem? Eu não tenho duvidas de que você será adorada pelos futuros visitantes.”

“…É verdade que eu ajudei com o oásis, mas por que você tinha que fazê-la nua!?” Ela gritou.

Ver a face vermelha dela realmente o satisfez. Karasu riu alegremente.

“Dê uma olhada para o que você está vestindo e pergunte isso a si mesma.”

Olhando para seu corpo envolto em um pano, a expressão dela se tornou amarga.

“Além disso, aquele velho homem achou que também seria melhor fazê-la nua. Já que eu achei que seria uma blasfêmia te representar de forma errada, eu prontamente concordei.”

“Você já não representou o meu corpo de forma completamente errada…” A mulher murmurou.

A risada de Karasu apenas aumentou.

“Eu só estava sendo considerado. Eu pensei que seria uma pena se as pessoas começassem a notar que a Deusa da Fonte era muito mais magricela do que todas as outras deusas.”

A expressão silenciosa e azeda dela o fez bater no chão com as risadas.

Na verdade estava começando a doer agora.

A ferida em sua perna esteve o incomodando o tempo todo também.

“De qualquer forma, me dê isso. Você também tem alguma coisa para mim dessa vez, não tem?”

Foi apenas agora que a mulher percebeu que ele estava ferido.

“Oh. Poderia ser que você está ferido?”

Karasu assentiu.

“Eu estou.”

“Você devia dizer esse tipo de coisa mais cedo. Aqui. Uma flauta feita com o chifre de um sekitoha. Aparentemente você pode ouvi-la a mil milhas de distância.”

Com isso, a mulher mostrou uma enorme flauta do tamanho do ante braço de um homem.

― De novo com um item incrivelmente suspeito…

Sempre que ela aparecia com um item, na maioria das vezes era algo peculiar.

Mas Karasu também notou que sempre era algo que ajudava.

Quando ele pegou a flauta com suas mãos, ele percebeu o quão leve ela era apesar de sua aparência robusta.

Levando-a até seus lábios, ele assoprou.

-BUOOOOOH-

Um som grave pareceu se espalhar pela terra.

Pareceu que ele foi mais longe do que a voz de uma pessoa conseguia. Mas ele ainda não conseguia imaginar que isso poderia alcançar algo próximo de mil milhas.

“Oi, isso não é falso, é?”

A mulher inclinou a cabeça com perplexidade.

“… Q-, Quem poderia saber?”

Karasu queria bater a flauta no chão.

“Bem, que seja. No pior dos casos, você pode apenas me carregar da mesma forma que você fez com os Tohjianos.”

A mulher reclamou: “Mas eu tenho que levantar cedo amanhã…” Com uma expressão relutante, mas Karasu naturalmente não lhe deu atenção.

Meia hora depois.

Próximo da hora em que ele substituiu suas bandagens improvisadas por um pano novo que a mulher lhe deu, ele ouviu os sons de pessoas vindo procurá-lo.

Por um tempo, Karasu teve dificuldades em decidir se isso foi por causa da flauta ou não.

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