PEDIDOS ATENDIDOS:
PERGUNTAS E RESPOSTAS COM TURTLEME, O CRIADOR DE “O COMEÇO APÓS O FIM”
Agosto foi um mês muitíssimo emocionante para os fãs de “O Começo Após o Fim”. Com o lançamento impresso da webcomic de fantasia e um rápido sorteio de uma cópia (além de um pôster assinado pelo próprio autor!), encerramos o mês com uma sessão de perguntas e respostas com o criador da amada série, TurtleMe! Novos fãs e fãs de longa data enviaram perguntas para ter a chance de obter informações da obra favorita diretamente da própria fonte!
Então, sem mais delongas, vamos direto ao assunto!
“De onde veio o ‘TurtleMe’?”
“Esse é o apelido que uso em sites de leitura desde o ensino médio. Sendo honesto, eu não esperava ficar popular ou qualquer coisa assim e o usei quando criei minha conta na Royalroad (um site para qualquer um escrever e postar) para não esquecer ao entrar. Agora… acho que é um pouco tarde para mudar, então cá estamos.”
“Do que você gosta na comunidade em torno do seu trabalho?”
“Eu amo o crescimento da comunidade… não no sentido dos números, mas no sentido da idade. A webcomic tende a atrair leitores mais jovens do sexo masculino (estatisticamente falando), mas a obra existe há seis anos e ainda tem leitores que estão comigo desde o começo. Ouvir de vez em quando sobre como começaram a ler no ensino médio e continuam me apoiando mesmo depois de se formarem na faculdade e trabalharem é loucura para mim! Eu amo isso, mas estou mais animado sobre como ela vai crescer com eles conforme a história continuar.”
“Você escreverá backstories para cada uma das Lanças? Gostaria de saber mais sobre os antecedentes de Varay, Aya e Alea!”
“Não num futuro próximo! Há um monte de diferentes partes e aspectos de TBATE que não foram explorados que eu sei que os leitores têm pedido (tem até uma petição por aí defendendo a história de Cadell e sua família!). Mas o tempo é limitado. Histórias secundárias e paralelas só são boas se a principal for, então estou me concentrando em garantir que a história principal seja a melhor possível!”
“Como você criou o Arthur e o que é importante para você ao desenvolver o personagem de rei Grey até o ponto atual? E o que é importante para você no futuro?”
“Eu inventei o personagem da perspectiva de um adulto que não foi apenas levado e colocado em um mundo totalmente novo e misterioso, mas também ter se tornado um bebê sem controle de si mesmo. Fui mais longe, fazendo dele uma pessoa que antes tinha completo domínio de seu corpo e era um combatente especialista em um mundo onde ser o mais forte fez de você um rei. É difícil dizer à primeira vista a personalidade original de Grey no início da história devido ao quão chocante é essa experiência de reencarnação, mas eu queria mostrar trechos dele dentro de Arthur em momentos-chave. Mais do que isso, sempre tento reafirmar que há uma constante briga entre a persona de Arthur (o que ele quer ser) e a persona de Grey (o que ele foi feito para ser) ao longo da história. É o equilíbrio de querer viver uma vida pacífica com seus amigos e entes queridos, lutando não para viver ou morrer, e sim por força enquanto é capaz de rir, amar e ser amado, ao invés de forçado a estar no centro de uma guerra complicada com entidades além dele, lutando para ficar mais forte o mais rápido possível, a fim de proteger as pessoas preciosas da morte e se apoiando em sua persona de Grey para mantê-lo insensível e entorpecido para que possa tomar as decisões difíceis sem ‘quebrar’.”
“Como pensou em todos os nomes de TBATE? Digo, Regis, Janusz ou Aldir são bastante incomuns.”
“Muitos nomes, seja o som ou escrita, vêm de diferentes países do mundo real, mas com pequenas mudanças para torná-los mais fantasiosos. Em Dicathen, eu me apoiava em mais nomes de fantasia de elfos e anões. Em Alacrya, Vechhor vem do alemão, Sehz-Clar do francês, Domínio Central dos ingleses, Truacia dos africanos e Etril dos hindis (obviamente com as mudanças). Quanto aos asuras, é mais eu jogando nomes aleatórios e tentando fazê-los parecer divinos, haha.”
“Ouve alguma música escrevendo? Qual?”
“Não tem uma em particular, mas só ouço instrumentais (seja do Estúdio Ghibli ou outras trilhas sonoras de anime), pois não consigo me concentrar se houver letra!”
“Que livros te influenciaram mais a escrever capítulos? Tipo, que autor(es) teve mais impacto no seu estilo de escrita e como você lida com o sistema mágico e a construção do mundo?”
“Hmm… Eu recebi muita influência de autores de todo o mundo em todos os meios, sejam webnovels chinesas e coreanas, light novels japonesas ou fantasias inglesas. Mais especificamente, acho que TBATE teve muita influência da estrutura progressiva das novels wuxia chinesas. Os núcleos, o treinamento para “subir de nível”, a progressão do mundo a partir de uma pequena cidade para introduzir os leitores, porém expandindo devagar o universo e os inimigos à medida que o protagonista se fortalece.”
“Sobre a reencarnação, li bastante light novels japonesas mangás, mas assim como algumas fantasias épicas inglesas, quis fazê-la ir além de apenas exaltar o protagonista, a tornando um dispositivo para o enredo principal. Queria espalhar algum mistério junto com aspectos mais parecidos com os de jogos de subir de nível e derrotar monstros mais fortes.”
“Em particular, acho que livros como Fúria Vermelha, de Pierce Brown, e Eragon, de Christopher Paolini, me ajudaram a ter uma noção de um mundo de fantasia vívido, enquanto O Nome do Vento, de Patrick Rothfuss, me ajudou a aprimorar minha escrita na primeira pessoa, que não é tão popular quanto a terceira. Bastantes influências têm ajudado a obra a se tornar o que é hoje, e eu não poderia nomear cada livro, mas todos fizeram algo que me mantém escrevendo hoje e amando o mundo que lentamente construí e posso me perder dentro.”
“Podemos saber a altura de Arthur e dos outros personagens?”
“Bairon é definitivamente mais alto que o Arthur!”
“Que tipo de comida o Arthur gosta?”
“Nunca pensei nisso! Tenho certeza de que ele gosta de experimentar todos os tipos de receitas para expandir o paladar, mesmo que não precise mais.”
“Quais foram os personagens que você mais gostou de criar? E o que menos gostou?”
“Na novel, tenho gostado de escrever o Regis (um novo companheiro que Arthur adquire, para aqueles que talvez não tenham chegado tão longe) junto com algumas das figuras mais fortes proeminentes, como Aldir e Seris, pois é sempre divertido mergulhar nos cérebros desses seres altamente inteligentes e sábios. Na comic, eu diria que gostei da família de Arthur (Reynolds, Alice e Ellie). Me esforcei para fazê-los menos “exagerados” que nem eram no começo da novel. Tentei completá-los e fazer com que suas ações/reações fossem um pouco mais espontâneas, por assim dizer.
Já o que menos gostei, não posso dizer que tenho um. Gosto de escrever todos os diferentes personagens, e até os maus criam desafios que os tornam divertidos de escrever e expressar!”
“Qual capítulo foi o mais difícil para você escrever (emocionalmente)?”
“A morte de uma certa pessoa na perspectiva de alguém que não é Arthur.”
“Como você escreve os capítulos?”
“Embora eu tenha a ‘linha do tempo’ dos eventos rascunhadas, faço esboços dos (mesmo esses são quase uma página por capítulo). Sempre falo com meu editor para se certificar de que não há quaisquer buracos no roteiro que deixei passar. Uma vez que finalizados, vou em frente e escrevo o capítulo, às vezes desviando um pouco da intenção inicial, mas me certificando de que as coisas importantes que preciso cobrir ainda estão lá!”
“Como se tornou tão bom na escrita? Alguma dica para aspirantes a escritores?”
“Não sei se a minha escrita se tornou boa, diferente da minha capacidade de contar. Acredito que são duas coisas diferentes. Ambas, no entanto, melhoraram desde o início porque continuei escrevendo e recebi feedbacks não apenas dos leitores, mas dos editores, e levei a sério. Houve inúmeros sobre coisas específicas, como regras gramaticais, mais vagos, como um determinado parágrafo que fez os leitores sentirem algo ou não. Juntamente com isso, acho que outra grande parte da razão pela qual melhorei é porque ainda adoro ler outros livros de fantasia. Analiso o trabalho de outros autores que admiro e tento ver o que estão fazendo para tornar suas histórias e escritos tão reais. Para resumir: escrevam e leiam muito!”
“Qual é a expectativa de vida dos asuras?”
“Difícil dizer! Provavelmente um tempo muito longo (ou curto, se procurarem problemas com outros asuras).”
“Já tem um final planejado?”
“Tenho um tipo de ordem cronológica de todos os grandes eventos que a história precisa atingir para alcançar o fim que planejei. As coisas menores da história entre esses “grandes eventos” são um pouco mais flexíveis, mas sim, definitivamente tenho um final planejado. Então, embora saiba que muitos esperam que a obra continue por um bom tempo, não quero tirar leite de vaca morta.”
“É possível que mais alguém tenha reencarnado junto com Grey/Arthur, como a diretora do orfanato?”
“Você terá que continuar lendo para descobrir ^^”
“E depois de TBATE, o que vai fazer?”
“Hibernar! Brincadeira, adoro criar histórias. Quero construir mais mundos para os leitores serem absorvidos e se imaginarem neles antes de dormirem ou quando estiverem estressados. Espero continuar a fazer isso, de uma forma ou de outra!”
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E isso é tudo por agora! Obrigado ao TurtleMe e Tapas Media por sua generosidade e tempo, e, claro, a todos os fãs que enviaram perguntas!
Lembre-se de ir apoiar a série! O Começo Após o Fim, Vol. 1 está disponível agora!
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Este artigo foi traduzido do site da YenPress, leia por lá para apoia-los: https://yenpress.com/2022/09/call-for-questions-answered-with-the-beginning-after-the-end-creator-turtleme/