Capítulo 102
40º andar (5)
[Você entrou no andar de teste.]
[O teste começará agora.]
Gi-Gyu estava em um espaço totalmente branco quando ouviu o anúncio do sistema. Parecia gentil, mas o rosto dele permaneceu tenso. O teste do 40º andar estava prestes a começar e, se seu palpite estivesse correto, ele enfrentaria…
Ainda calada, El apareceu em suas mãos. Sentindo sua ansiedade, ele não disse nada; ele acreditava que El voltaria ao normal depois de passar no teste.
Clunk!
Um poderoso ruído metálico tocou e os Egos de Gi-Gyu se transformaram em suas formas originais.
Hermes, Oberon e Brunheart se transformaram em sapatos, manoplas escuras e armadura cinza.
— Grr. — Bi apareceu ao lado de Gi-Gyu e esfregou sua cabeça em Gi-Gyu carinhosamente.
— Todos, saiam. — Quando Gi-Gyu ordenou, o espaço próximo distorceu, o portal de Brunheart se abriu e os esqueletos pularam. Em pouco tempo, o durahan também saiu e cumprimentou sem sua gagueira usual: — Saudações ao grande mestre. — Além disso, o durahan costumava carregar a cabeça nas mãos antes; agora, estava onde pertencia.
Whir.
Então, Lou começou a vibrar, sangrando fumaça roxa e grossas gotas de sangue; logo, os três seres convocados se materializaram.
— Finalmente estou pronto. — Segurando Lou e El em cada mão, Gi-Gyu deu um passo à frente em uma posição de estocada. Essa foi uma estratégia que ele aprendeu com Lúcifer durante seu treinamento especial.
No momento em que ele se sentiu pronto para a batalha, centenas de espadas choveram do céu.
Kaboom!
O espaço estava completamente vazio, mas parecia haver um piso invisível abaixo dele. O rosto de Gi-Gyu ficou duro quando murmurou: — Estas são todas espadas sagradas…
Ele não tinha que examiná-las em detalhes: ele sabia que eram sagradas só com um olhar.
Fwoosh!
De repente, um brilho poderoso apareceu nas proximidades. Sentindo a sensação de queimação em seus olhos, Gi-Gyu os fechou por um momento. Quando ele abriu os olhos novamente, ele gaguejou: — A-anjos?
Gi-Gyu viu dezenas de anjos com asas brancas puras apontando suas espadas para ele.
***
Clang, clang.
A área parecia a oficina de qualquer ferreiro antigo, mas o próprio ferreiro era inesperadamente jovem. O ferreiro era um menino de quase dez anos, mas a força com que ele usava o martelo gigante em uma peça de aço era de outro mundo. Perto dali, um homem idoso estudava uma espada que brilhava com luz verde.
— Hmm?
Whir, whir.
Zumbido, zumbido.
De repente, a espada reagiu a algo e começou a vibrar.
Whir, whir, whir.
O velho Hwang estudou a espada com o maior foco, já que essa reação era estranha para ele.
— Aconteceu alguma coisa? — O velho Hwang murmurou. Apesar de ter sido ferreiro por muito tempo, ele não conseguia entender por que a espada de repente começou a chorar.
Enquanto isso, a espada começou a vibrar ainda mais forte.
— Hmm. — Enquanto as vibrações continuavam, o Velho Hwang estalou a língua e olhou na direção de Seul. Ele já sabia que Gi-Gyu estava escalando a Torre. Depois de renascer como o Ego de Gi-Gyu, o Velho Hwang agora podia sentir as emoções de Gi-Gyu.
O ferreiro olhou para Nove novamente.
Treme.
A espada tremia tanto que ele não conseguia mais segurá-la.
— A espada parece… com medo — o velho Hwang sussurrou.
***
Goteja.
Goteja.
Goteja.
— Hm? — Segurando a cabeça arrancada de algum jogador, Soo-Jung se perguntou em voz alta enquanto a cabeça continuava a sangrar.
Baque, rola.
Parecendo desinteressada, Soo-Jung deixou cair a cabeça, que rolou no chão antes de atingir o pé de Baal.
— Baal, leia a memória dele e me avise — quando Soo-Jung solicitou, Baal respondeu: — Certo.
Baal pegou a cabeça, arregalou os olhos e olhou diretamente nos olhos da cabeça. A cabeça pertencia a um dos membros da guilda Caravan. Assim como nos muitos outros jogadores da Caravan, Andras também fez uma lavagem cerebral neste homem morto. O jogador que Soo-Jung acabou de matar era o responsável por recrutar novos jogadores, o que o tornava um dos membros mais malignos da guilda.
Pegar esse jogador demorou muito, então ela tinha que obter o máximo de informações possível dele. De repente, Soo-Jung se virou para olhar para outro lugar e murmurou: — Meu adorável aluno está tramando algo agora?
Ela olhou para seu braço e o encontrou coberto de arrepios. Ela não estava conectada a Gi-Gyu do jeito que o Velho Hwang estava, mas sua Marca ainda estava em vigor. Então, Soo-Jung sabia que algo estava acontecendo com Gi-Gyu neste momento.
— Está tremendo — Baal murmurou.
— O que está tremendo? — Quando Soo-Jung se virou para Baal e perguntou, ele respondeu: — A Torre está tremendo.
Ao contrário de Soo-Jung e dos outros jogadores, Baal tinha laços profundos com a Torre. Ele podia sentir a Torre tremendo porque uma mudança significativa estava ocorrendo dentro dela.
— Finalmente está começando? — Baal se perguntou brevemente antes de balançar a cabeça.
‘Ainda não. Provavelmente apenas um prenúncio.’ Percebendo que era muito cedo, ele balançou a cabeça.
Baal voltou a ler as memórias do jogador morto. Longe dali, Tae-Shik caminhou até a pilha de cabeças de jogadores rasgadas e decepadas e murmurou: — Você já a pegou?
***
— Isso vai acabar alguma hora? — Gi-Gyu resmungou em frustração.
Zing.
Os anjos voando acima dele continuaram a apontar suas velhas espadas, irradiando luzes brancas. Felizmente, El poderia absorver esses lasers.
[El está absorvendo o poder divino.]
Gi-Gyu não sofreu nenhum dano quando os feixes de luz pereceram. Mas…
Zing.
Zing.
Zing.
Inúmeros feixes de luz continuaram caindo em direção a Gi-Gyu. Ele não tinha certeza se os raios deveriam ser chamados de luzes. Além disso, os feixes não estavam mirando nele: eles estavam atrás dos esqueletos e dos seres que Lou convocou.
Chacoalha.
Os anjos no chão transformavam esqueletos em cinzas com um toque e os seres convocados mal estavam aguentando.
— Tenho que entrar na luta — Gi-Gyu murmurou enquanto observava os anjos lutando com suas espadas sagradas lascadas. Eles eram anjos, mas eram horrivelmente feios: usavam trapos, seus corpos estavam apodrecendo, seus olhos estavam nublados e eles babavam muito.
Pareciam mais mortos-vivos do que anjos. Se não fosse por suas asas brancas puras e pela garantia de Lou, Gi-Gyu nunca teria pensado que eram anjos.
“Tenho que dizer. Nunca vi anjos tão feios.”
Lou murmurou com desgosto.
— Todos, voltem. Durahan, você está bem?
Quando Gi-Gyu perguntou, durahan respondeu: — Grande mestre… eu… posso aguentar… um pouco mais. — O durahan estava tão ferido que começou a gaguejar novamente.
Gi-Gyu anunciou: — Não, você não pode. Precisa voltar para dentro, também.
— Eu… sinto… muito… — No final, durahan e os esqueletos voltaram apressadamente para o portal. Ele tinha que mudar de tática; caso contrário, estaria apenas desperdiçando cristais.
Gi-Gyu ordenou: — Hart, é a sua vez.
— Eu estava esperando desesperadamente por seu chamado, Grande Mestre. — O lich, Hart, saiu confiante do portal.
Gi-Gyu ordenou: — Você só apoiará os outros. Tenha cuidado e se concentre só em fornecer suporte.
— Seu desejo é uma ordem. — Hart se curvou e respondeu. Olhando para os feixes contínuos, Hart sussurrou: — Blackout.
Uma nuvem negra apareceu acima dos seres invocados quando Hart acenou com as mãos. O Blackout de Hart não era tão poderoso quanto a Escuridão Elemental quando usado com Fusão de Espírito, mas funcionava melhor nessa situação. A nuvem escura agora bloqueava os feixes que transformavam os esqueletos em cinzas, então os seres invocados estavam seguros.
— Agora, vamos começar. — Gi-Gyu não ficou mais parado e bloqueou os raios. Quando se posicionou, Lou disse a ele.
“Faz muito tempo desde que matei alguns anjos.”
Lou parecia um pouco animado.
Whoosh!
Gi-Gyu correu em direção aos anjos no que parecia ser a velocidade da luz.
“Mas não acho que vai ser uma grande luta.”
***
— Ufa… Finalmente acabou. — A testa de Gi-Gyu estava coberta de suor, indicando o nível de dificuldade da batalha que acabou de travar. Ele era forte, mas isso não tornava os anjos mais fracos. Felizmente, os feixes de luz não conseguiram machucá-lo. Mas sabendo que eles eram fortes o suficiente para transformar seus esqueletos aprimorados em pó, Gi-Gyu estremeceu ao imaginá-los atingindo seu corpo.
Todos os anjos eram excelentes espadachins e lutaram com habilidades que Gi-Gyu nunca tinha visto antes.
Olhando ao seu redor, Gi-Gyu perguntou: — São todas espadas sagradas…? El? Você ainda não está pronta para falar?
Não havia anjos por perto, nem mesmo seus cadáveres ou quaisquer cristais. Tudo o que restou foi uma montanha de espadas sagradas. Elas estavam mais danificados do que antes, mas ainda eram sagradas, então Gi-Gyu as guardou no portal de Brunheart e perguntou novamente: — El?
O teste ainda não havia terminado, mas Gi-Gyu decidiu descansar um pouco.
Espadas sagradas e anjos: essas duas coisas tinham uma conexão próxima com El.
Depois de um longo silêncio, El respondeu:
-Eles eram os anjos de Princedam, anjos de baixo nível abandonados porque não serviam para nada. São anjos da guarda.-
— Anjos da guarda? — Quando Gi-Gyu perguntou, El respondeu:
–São os anjos que guardam a terra deles, Princedam.-
— O quê? Princedam? Ou era Princedam? É esse o lugar em que estamos agora?
-Não, não é. Aqui é apenas uma sepultura. Gostaria de agradecer por lhes dar paz e descanso.-
El parecia sincera, mas a amargura em sua voz confundiu Gi-Gyu. Ela continuou:
-Mas não vejo seus mestres. Me pergunto onde eles estão…-
Ela acrescentou preocupada:
-Eles deveriam estar cumprindo suas respectivas funções… Estou começando a lembrar agora.-
Ba-dum.
As palavras de El fizeram o coração de Gi-Gyu bater mais rápido. Ele interrompeu El e sussurrou: — Ela chegou. — Essa sensação sinistra que fazia seu coração bater mais forte. A mesma sensação de quando o corpo de Lou apareceu.
-Meu dever…-
Gi-Gyu interrompeu El novamente e explicou: — El, por favor, espere. Acho que o próximo inimigo está prestes a aparecer. Então devemos conversar mais tarde. Vou fazer você evoluir, também.
El tentou dizer algo, mas Gi-Gyu não conseguiu ouvir, pois esperava que o poderoso inimigo saltasse de repente.
Ba-dum.
Ba-dum.
Seu coração continuou a bater descontroladamente. Parecido ao que um não jogador sente depois de correr por um longo tempo. Seu coração começou a doer porque estava batendo muito rápido.
Fwoosh!
De repente, seus olhos foram cegados novamente por uma luz brilhante.
— Hein…? — Gi-Gyu engasgou em confusão quando El desapareceu de sua mão. Como ele ainda estava cego, ele não podia nem procurá-la. Confusão e nervosismo o dominaram.
— El! — Quando Gi-Gyu gritou, a luz que o cegava desapareceu.
— Seu teste vai começar agora — uma mulher incrivelmente bonita apareceu diante de seus olhos e anunciou. Para sua surpresa, ela estava segurando El.
Só então, Gi-Gyu percebeu o que estava acontecendo.
— Entendo — ele murmurou em um tom humilde. Desde que ele entrou nesta sala de teste, El nunca se dirigiu a ele como “mestre”.
Gi-Gyu perguntou: — Você é a El, não é?
A mulher incrivelmente linda apenas olhou para Gi-Gyu silenciosamente enquanto suas asas tremulavam no ar.