Capítulo 274
Contra-ataque (2)
Gi Gyu hesitou um pouco.
— Kekeke! — Paimon riu novamente, mas sua voz não soava mais na cabeça de Gi Gyu.
Gi Gyu se perguntou se ele havia imaginado o aviso, já que sua mente e seu corpo não estavam em boas condições. Por causa da energia mágica, ele estava queimando como se estivesse com febre. Sempre que tentava relaxar, sentia que iria explodir.
Então, ele não ficaria surpreso se aquele aviso fosse realmente uma alucinação.
Gi Gyu estava pensando profundamente, mas não esqueceu que o tempo não estava do seu lado. Ele queria desesperadamente abrir o portal e correr para o Éden. Sua sincronia com suas criaturas ainda era muito fraca. Ele chamou El e o Velho Hwang, mas nenhum deles respondeu.
No fim…
— Sin… — Gi Gyu abriu os lábios secos para dizer a palavra, mas não conseguiu. Em vez disso, ele bateu com força na nuca de Paimon.
Whack.
— Ugh — Paimon gemeu e perdeu a consciência. Não foi um simples golpe nas costas; Gi Gyu infundiu energia mágica e Morte no golpe. Então, ele tinha certeza de que Paimon estava inconsciente.
Finalmente, as risadas pararam e o silêncio tomou conta do espaço. Gi Gyu carregou Paimon com uma mão.
Thud.
Ele deu um passo à frente, criando novamente uma grande cratera no chão. Um passo de cada vez, Gi Gyu caminhou em direção a Bodhidharma, superando a dor.
Gi Gyu olhou silenciosamente para o monge inconsciente. Bodhidharma arriscou a vida para protegê-lo. Embora o monge não tenha morrido, ele estava em péssimo estado.
Ele queria usar a Vida para curar o monge, mas não conseguiu. Seu receptáculo estava saturado de energia mágica. Isso o mataria se ele tentasse tirar Vida disso.
Gi Gyu também levantou Bodhidharma para carregá-lo. Seus olhos então viajaram para a espada trêmula cravada no chão.
‘Lou.’ Gi Gyu gritou. Lou lentamente se transformou em fumaça antes de se transformar em um líquido preto. Esta substância rastejou até chegar ao pé de Gi Gyu e o envolveu.
Quando endureceu em torno da perna de Gi Gyu, Gi Gyu grunhiu: — Ugh.
Lou não conseguiu se transformar em seu anel ou em formas humanas. Ele mal acordou, mas não houve tempo para Gi Gyu fazer nada por ele.
— Abrir — Gi Gyu anunciou desesperadamente. Ele não estava com Brunheart, mas graças à evolução dela, Gi Gyu poderia abrir seu portal em qualquer lugar.
Um rasgo apareceu no espaço e o familiar portal azul começou a se abrir.
Infelizmente, o portal se recusou a abrir totalmente. Sua abertura era grande o suficiente para apenas duas pessoas passarem.
‘Brun…’ Gi Gyu deduziu que era porque Brunheart também não estava em boas condições. Ele deu um passo em direção ao portal. Ele queria correr até lá, mas seu corpo se recusava a obedecê-lo.
De repente, uma explosão ocorreu atrás dele.
Kaboom!
Gi Gyu rapidamente se virou para ele. Ele estava tão fraco que não conseguiu detectar a presença.
— Eu vou te seguir… — o homem disse calmamente.
A princípio, Gi Gyu não reconheceu o recém-chegado. Seus olhos estavam pretos, então ele não conseguia ver o homem claramente. Ele tentou sentir a energia do homem para descobrir sua identidade.
Mas quando Gi Gyu ouviu sua voz, ele o reconheceu. Era um conhecido.
— Tao Chen…?
— Cuidei do presidente. — Tao Chen olhou em volta, vendo a sala marcada por sangue e pedaços de carne. Ele poderia dizer que muitos reis do inferno explodiram aqui, e este foi o local de uma batalha violenta.
— Parece que você também teve sucesso — acrescentou Tao Chen.
Gi Gyu assentiu.
Tao Chen correu em sua direção.
— Eu não vou te atrasar. — Tao Chen tranquilizou Gi Gyu, que apenas assentiu e continuou caminhando em direção ao portal.
Gi Gyu e Tao Chen entraram juntos pelo portal.
Fwoosh.
O portal desapareceu rapidamente, como se nunca tivesse estado aqui. Tudo o que ficou para trás foram sinais de uma terrível batalha.
***
O Éden estava queimando.
O Éden nunca havia passado esse tipo de destruição antes. Em todos os lugares, só se viam incêndios apocalípticos violentos e nevascas infernais. Era surreal.
— Kwerrr!
— Kriiik!
Os gritos eram monstruosos e altos o suficiente para abalar o lugar.
Monstros, piores que os da Torre e dos portais, estavam pisoteando o Éden de Gi Gyu.
— Lança Negra. — Montando o Rei Grifo, Hart convocou milhares de lanças negras e as atirou em direção aos inimigos.
Whoosh!
Embora os monstros gritassem de dor, o ataque não foi suficiente para matar nenhum dos demônios poderosos. Essas criaturas bestiais simplesmente arrancaram a lança de seus ombros e peitos e continuaram em frente.
— Como eles estão se regenerando tão rápido? — Mesmo Hart, que era um lich, não conseguia acreditar.
E Hart não estava falhando sozinho.
— Como ousam, seus demônios imundos?! — Botis rugiu. Ele costumava ser titular de um Assento e já havia feito os alto-rankers se acovardar, mas não estava se saindo melhor. Ele usou sua cauda alongada como um chicote para varrer os inimigos.
Mas não era suficiente.
— Kwerrk! — Os monstros gritaram de dor, mas continuaram como zumbis burros.
— Haa… Tem muitos deles. — Botis estremeceu. O número de seus inimigos era preocupante, não a força deles.
Mas as criaturas de Gi Gyu não reclamaram nem se desesperaram. Nada além de seu objetivo principal importava. Eles tinham que proteger a todo custo.
— Destruam! — Hal ordenou, e o exército de mortos-vivos correu para frente.
Whoosh!
Energia mágica negra cobriu a alabarda gigante de Hal. Quando ele a balançava, decapitava muitos inimigos. Suspirando, ele olhou em volta. Eles não podiam se dar ao luxo de se desesperar porque não eram eles que lidavam com o pior dos inimigos.
Ele se virou para olhar para a parede gigante feita de galhos de árvores próxima. Aqueles que lutavam atrás deste muro estavam uma situação muito pior do que eles.
Hal rugiu: — Não temam a morte! Suas vidas são presentes do grande mestre! Portanto, não tenha medo de morrer por ele!
Seu exército rugiu bravamente.
Os mortos-vivos destruídos não se regeneraram como de costume. Eles treinaram e se prepararam para este dia – o dia de sua verdadeira morte.
‘Grande Mestre.’ Hal puxou as rédeas de seu cavalo. Seus olhos de repente começaram a ficar vermelhos quando ele gritou: — Ackkk! Qualquer criatura que ousar pisar na terra do nosso grande mestre enfrentará a morte!
A chama vermelha em seus olhos ficou laranja e depois amarela.
Enquanto isso, Choi Chang-Yong desembainhou sua espada e se concentrou. Ele murmurou: — Por quanto tempo vocês vão assistir?
Atrás dele estavam os jogadores humanos. Todos eles reagiram diferente à cena diante deles.
Os jogadores decidiram se tornar aliados de Gi Gyu, mas não estavam tão desesperados para proteger o Éden quanto as criaturas de Gi Gyu. Além disso, a batalha diante deles parecia ser entre monstros. Não parecia que havia lugar para humanos ali.
Até os jogadores mais corajosos pareciam temerosos.
Um jogador sussurrou: — Isso é loucura…
— Covardes — resmungou Choi Chang-Yong.
Crack.
Arcos de relâmpagos dançaram em sua espada enquanto Choi Chang-Yong avançava. — Imaginem que as casas de vocês estão sendo atacadas assim! E se fosse Seul?!
Ele balançou sua espada e seu raio varreu a área. Sua espada estava agora totalmente carregada. Ele continuou: — E depois que este lugar cair, o que acham que eles vrão alvejar depois?!
Esse pensamento foi suficiente para fazer os jogadores levantarem as armas.
***
Brunheart criou a parede de madeira no meio do Éden. Ela deu tudo o que tinha para isolar a batalha entre Ha Song-Su e as quatro mulheres.
Lá dentro, uma luta acirrada estava acontecendo.
— Morra! — Soo-Jung voou como uma bala e tentou cortar o braço de Ha Song-Su. Ela estava segurando espadas de chamas negras em ambas as mãos. Mas Ha Song-Su usou o próprio braço para desviá-la.
Clank!
Quando Soo-Jung caiu no chão devido à força de seu ataque, Ha Song-Su voou atrás dela.
Mas penas das dezesseis asas de El voaram para detê-lo.
Whoosh!
— Hup! — Yoo-Bin não perdeu o ritmo enquanto também corria em direção a ele. Um chifre longo apareceu em sua cabeça e um par de asas negras rasgou de suas costas. Voando a uma velocidade incrível, Yoo-Bin tentou atacar Ha Song-Su. Mas ele saltou ainda mais alto no ar e a estrangulou.
— Ugh! — Yoo-Bin grunhiu.
— Yoo-Bin! — Lim Hye-Sook, empunhando a Árvore do Mundo, olhou para ele. Lanças de pedra voaram em direção a Ha Song-Su, então ele não teve escolha senão deixar Yoo-Bin ir.
— Droga — Soo-Jung jurou. — Por que aquele meu maldito aluno está demorando tanto…?
Ha Song-Su estava no ar olhando para elas com arrogância. Soo-Jung olhou para ele com ressentimento.
Ha Song-Su.
Quatro mulheres poderosas lutavam com ele, mas tudo o que ele sofreu até agora foram alguns rasgos nas roupas e alguns pequenos cortes. Soo-Jung não pôde deixar de rir secamente.
Por outro lado, as quatro mulheres estavam ofegantes e exaustas.
— Vocês estão bem? — Soo-Jung olhou para elas e perguntou, mas ninguém respondeu.
‘Isso é ruim.’ Soo-Jung pensou preocupada. Esta situação era desesperadora. Ha Song-Su era poderoso demais para elas aguentarem.
‘Gi Gyu…’ Ele era realmente a única esperança deles?
Soo-Jung conhecia outro caminho. O problema era que ela não sabia se essa era a resposta correta.
‘Talvez eu esteja sendo gananciosa’, Soo-Jung ponderou. Ela estava sendo gananciosa ao se preocupar com as consequências do uso desse método?
‘Vamos continuar assim por mais algum tempo…’ Soo-Jung decidiu. E se realmente não houvesse outro jeito, ela não hesitaria.
Soo-Jung não estava muito desesperada porque algo estava errado com Ha Song-Su.
Soo-Jung olhou para Ha Song-Su. Depois que Brunheart criou a parede gigante, ele ficou muito mais lento. Parecia que ele estava se concentrando mais em se defender do que em atacar. Esta era a única razão pela qual elas duraram tanto tempo contra ele.
Só então, Soo-Jung ouviu a voz de El em seus ouvidos.
– A sincronização está de volta.-