Capítulo 279
Vitória (4)
O Velho Hwang e Hwang Chae-il rapidamente perceberam muitas coisas. Por que eles não conseguiram entrar em contato com Gi Gyu pela fenda, por que não conseguiram monitorar o Éden e até mesmo por que não estavam de olho na luta de Ha Song-Su.
— M-Meu Deus… — O velho Hwang murmurou.
O homem que descansava diante deles na cama como um cadáver tinha o torso nu e um monóculo quebrado.
— L-Lorde Paimon? — O velho Hwang engasgou. Ele finalmente percebeu que Paimon estava por trás de tudo.
Tao Chen tinha carregado Paimon e Bodhidharma para cá. O monge também estava inconsciente na sala, mas o Velho Hwang e Hwang Chae-il só estavam interessados no demônio.
— Este é realmente Lorde Paimon…? — Hwang Chae-il perguntou novamente.
O velho Hwang olhou para o filho antes de concordar. Hwang Chae-il nunca tinha conhecido Paimon antes, mas ele sim.
A dupla pai-filho não ficou em choque sozinha.
Baal sussurrou: — Não acredito que Paimon está aqui…
Foi ele quem contatou Gi Gyu, explicou a situação e até abriu um caminho para ele. Ainda assim, Baal ficou igualmente perplexo. Paimon era um camarada, um camarada supostamente morto, mas aqui estava ele, dormindo.
— Isso é loucura… O que Andras fez?! — Baal agarrou sua cabeça em estado de choque. Ele sempre manteve a calma, não importasse a situação. Ele não entrou em pânico mesmo quando Soo-Jung perdeu para Ha Song-Su. No entanto, com Paimon na frente dele, Baal não conseguiu esconder sua surpresa. Ele nunca tinha ficado chocado assim antes.
— Isso não foi feito apenas por Andras… Paimon… — Baal ficou quieto, seu cérebro pensando em algo.
Dentro da Árvore Sefirot, um silêncio desconfortável caiu. Todos estavam tendo dificuldade em aceitar o que estava acontecendo.
Kaboom!
De repente, uma poderosa explosão originada de dentro da parede de madeira chamou a atenção deles. Foi tão intenso que todos dentro do Éden sentiram.
O Velho Hwang, Hwang Chae-il e Baal se viraram para assistir a luta.
— …!
— Ai, meu Deus…
— Não posso acreditar nisso.
As três figuras ficaram boquiabertas. O que viram na tela os chocou quase tanto quanto o fato de Paimon ter voltado dos mortos.
***
Boom!
Cada colisão parecia forte o suficiente para destruir o espaço. As explosões foram mais silenciosas agora, e o espaço estava cheio de energia mágica desenfreada, magia, Vida e Morte.
Boom!
Duas formas humanas colidiram entre si. Mas não poderiam ser humanas. Era mais como duas montanhas se chocando.
— Ugh — El grunhiu, seguido pelo som de vidro quebrando. A barreira que ela criou com tudo que tinha, rapidamente perdeu suas camadas. Sangue escorreu de seus lábios.
— Chama Negra! — Soo-Jung tentou ajudar.
Lim Hye-Sook também adicionou sua força.
— Eu também vou ajudar! — Yoo-Bin ofereceu.
Não havia muito que essas três mulheres pudessem fazer além de tornar a barreira de El mais resistente.
— Ugh — Soo-Jung grunhiu.
— Kya! — Yoo-Bin gritou.
Todas as quatro mulheres trabalharam juntas, mas ainda não conseguiram conter a batalha entre as duas feras. A barreira continuava quebrando e elas continuavam a consertá-la, suportando o peso de tudo.
— Sinto muito… — Tao Chen olhou para baixo, seu rosto cheio de culpa. Infelizmente, ele não tinha nenhuma habilidade para formar barreiras. Por enquanto, ele tinha que confiar nelas para permanecer vivo.
‘Qual é o sentido de ganhar o poder de um governante se não posso nem ajudá-las agora?’ Tao Chen se sentiu terrivelmente inútil. Ele lutou contra Aamon, derrotou o presidente e estava perto de se tornar um governante. Todas grandes conquistas, mas ele não poderia ajudá-las agora.
— Não posso nem me envolver nessa batalha… — Tudo o que ele conseguiu fazer foi permanecer vivo, o que nem seria possível se não fosse pelas quatro mulheres arriscando suas vidas para proteger todos os outros.
Soo-Jung gritou: — Pare com a ficar com pena de si mesmo e manda sua magia para cá! Vamos transformá-la em algo útil!
— Tudo bem! — Tao Chen imediatamente liberou seu poder. Seu rosto se iluminou, feliz por poder ajudar.
Já as mulheres focaram apenas em manter a barreira.
Boom!
Outra colisão ocorreu. Soo-Jung se virou para olhar a parede gigante que Brunheart havia criado. Cada vez que Ha Song-Su e Gi Gyu entravam em confronto, um pequeno pedaço da parede se quebrava.
Ainda assim, a muralha de Brunheart permaneceu forte. Soo-Jung ficou impressionado.
‘Ela é incrível, mas acho que isso era esperado.’ Soo-Jung pensou. Embora muitos outros possam não ter percebido isso, Brunheart era basicamente o próprio Éden. Brunheart tinha tantas habilidades e poder quanto Gi Gyu, o que a ajudou a formar uma parede tão poderosa.
Também…
Soo-Jung murmurou: — Gi Gyu está usando Brunheart, então não é de admirar que ele esteja tão bem.
Gi Gyu se tornou um com Brunheart, dando-lhe acesso a todo o seu poder e habilidades. Era um espetáculo para ser visto, mas Soo-Jung não pôde deixar de se sentir irritada.
— Maldito desgraçado… pensei que ele iria consertar tudo quando voltasse, mas vai acabar matando todo mundo nesse ritmo — Soo-Jung murmurou. Ela estava grata por Gi Gyu estar aqui para lutar contra Ha Song-Su, mas as ondas de choque desta batalha eram muito difíceis de suportar.
E não parecia que Gi Gyu estava ciente do que estava fazendo com o resto deles.
— Lúcifer! Foco! — Lim Hye-Sook ordenou quando Soo-Jung começou a se distrair.
— Tudo bem, entendi! — Soo-Jung respondeu aborrecida. Este não era o momento para reclamar. Cada um deles precisava se concentrar para sobreviver.
***
Gi Gyu estava cercado pela escuridão. Neste mundo negro, só havia uma coisa que ele podia ver.
‘Ha Song-Su.’
Isso era por causa do modo berserk? Porque Gi Gyu literalmente enlouqueceu. Ele esqueceu suas criaturas e até mesmo o fato de que precisava capturar Ha Song-Su vivo para extrair informações.
‘Mate-o. Rasgue-o em pedaços!’ Esse era o único pensamento que circulava em sua mente e o controlava.
Ativar o modo berserk significava que ele deixou a energia mágica tomar conta dele. Toda a sua energia acumulada foi liberada temporariamente. A Caçadora de Dragões, a singular armadura, protegia seu corpo, e sua mente só estava desperta o suficiente para mantê-lo são. Se ele também perdesse isso, esqueceria tudo e se perderia.
‘Mate-o, mate-o, mate-o, mate-o.’ A determinação de matar Ha Song-Su o manteve em movimento.
Kaboom!
Lou, coberto de energia mágica, atacou Ha Song-Su. Várias espadas apareceram nas mãos de Ha Song-Su para bloquear Lou, mas todas elas se quebraram.
Clank!
Ha Song-Su deixou cair os braços e se afastou de Gi Gyu enquanto ofegava pesadamente: — Haa… Haa…
Outra espada, branca como se fosse feita de ossos, apareceu em sua mão, mas isso não importou para Gi Gyu.
— Eu vou te matar— anunciou Gi Gyu.
— Você perdeu sua sanidade.
— Eu vou te matar.
— Tsc. — Ha Song-Su tentou conversar com Gi Gyu muitas vezes, mas não funcionou. Quando percebeu que não adiantava, deu outro passo para trás.
Clunkkkkk!
A energia mágica deixou Lou ainda maior. A espada era gigante, mas Gi Gyu a balançou como um galho. Todos os balanços de Lou deixaram uma área negra para trás, tornando todo o espaço ainda mais escuro.
— Ugh… — Ha Song-Su grunhiu enquanto recuava; ele não conseguiu revidar. — Droga! — ele praguejou e moveu ambas as mãos.
Boom!
Finalmente, pela primeira vez desde o início da batalha, Gi Gyu recuou. Uma onda de densa energia mágica correu em direção a ele, que a empurrou de volta usando Lou.
Ha Song-Su gritou. Com ele no centro, a área circundante começou a afundar. O chão aparentemente não aguentava o peso da enorme quantidade de energia mágica que ele estava liberando.
— Ugh. — Pela primeira vez, Gi Gyu grunhiu. Ele ergueu a espada para lutar contra a força gigantesca de seu oponente. A energia mágica de Lou jorrou como um líquido preto e começou a formar uma esfera protetora ao redor de Gi Gyu.
Ha Song-Su e Gi Gyu lutavam principalmente por meio da força, sem usar suas habilidades.
Dun dun dun dun dun dun dun dun dun.
A distinta energia mágica deles colidiu e ressoou. A magia desapareceu. Vida e Morte, as energias supostamente mais fortes que a energia mágica, também desapareceram. A “energia mágica” que Gi Gyu e Ha Song-Su usaram foi além da definição. Era mais espessa e muito mais destrutiva.
Dun dun dun dun dun dun!
As duas energias mágicas se misturaram para constituir uma névoa escura.
Finalmente, Soo-Jung gritou: — Seus desgraçados!
Ela se virou para a outra mulher e ordenou: — Coloque tudo na barreira! Ou então todos morreremos!
Antes que ela pudesse terminar seu pedido, as duas energias semelhantes, porém distintas, explodiram.
Kaboom!
Engoliu tudo, incluindo Soo-Jung e os outros. Chegou até à parede gigante, mas não a fez explodir. Em vez disso, a explosão começou a destruir a parede.
***
A batalha acabou.
— Ughhhh… — Hal grunhiu. Os outros grunhiram também.
— Vitória… A vitória é nossa. — Hal usou sua alabarda para ficar ao lado do dragão, que havia desabado.
Eles aniquilaram seus inimigos. Os demônios estavam mortos e não mereciam viver.
— Haa… Haa… — Botis caminhou até Hal. — Não me lembro da última vez que lutei assim…
Botis viveu no inferno, mas a batalha deixou até ele chocado. Ele estava exausto porque havia lutado além do seu limite. Como as feridas das criaturas de Gi Gyu cicatrizaram quase instantaneamente, eles lutaram e lutaram sem descanso até que finalmente acabou.
— Acho que acabou ali também… — Botis, com o rosto coberto de sangue e muco, apontou para um buraco gigante. Era tão grande que parecia que um asteroide havia caído do céu. As criaturas do Éden olharam lentamente para cima. Eles mal conseguiam se mover, mas todos começaram a se mover em direção ao buraco.
As criaturas de Gi Gyu cercaram o buraco.
Com rostos esperançosos, olharam para dentro.
No meio, eles viram um homem ofegante: — Haa… Haa…
— Nós… — Hal abriu a boca. — Nós ganhamos…!
O homem ofegante usava a Caçadora de Dragões, que estava rasgada em vários lugares. O homem estava coberto de sangue e energia negra.
Era Gi Gyu.
— Haa… Haa… — Gi Gyu continuou a ofegar enquanto golpeava o pescoço de Ha Song-Su.
Ha Song-Su estava no chão com os olhos fechados como se estivesse morto.
Todos estavam certos da vitória de Gi Gyu quando, de repente, uma mulher gritou: — Não!
Era El. O cansaço era aparente em seu rosto, mas ela ainda abriu todas as asas e voou em direção a Gi Gyu.
Whoosh!
Ela queria pegar a lança branca que estava destinada para Gi Gyu.