Capítulo 6
Lou (2)
‘Nome?’
‘Decidir o nome dele?’
“Pedi para você me dar um nome!”
Um nome de repente surgiu na cabeça de Gi-Gyu depois de ouvir os gritos frustrados do menino. Gi-Gyu disse: — Lou.
“O quê?”
— Você me pediu para te dar um nome, então você é Lou de agora em diante.
Como se estivesse em transe, o menino não disse nada, e um breve silêncio caiu na área.
“Tudo bem”
— …
“Eu gostei. De agora em diante, meu nome é Lou. Me chame de Lou.”
[Você sincronizou com o Ego.]
[Você sincronizou com sucesso com o Ego chamado “Lou”.]
[“Lou” pertencerá a você a partir de agora.]
[Agora você pode acessar as informações de “Lou”.]
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A voz do sistema continuou a fazer anúncios. Anunciou tantas coisas que Gi-Gyu encontrou sua mente mergulhando em notificações automatizadas.
“Estou desapontado por ter um idiota como mestre, mas acho que não tenho outra escolha.”
A pura grosseria do pirralho– uhm, quero dizer, garoto, fez Gi-Gyu querer desmaiar.
***
— Doutor! O paciente está consciente! — uma enfermeira gritou.
— Ligue para a família dele e verifique seus sinais vitais — ordenou o médico.
— Sim, doutor! — a enfermeira respondeu.
A cabeça de Gi-Gyu latejava como se seu coração estivesse dentro de sua cabeça.
‘Que som é esse?’
Vários ruídos e sons tiniam em seus ouvidos conforme recuperava a consciência. Infelizmente, ele não conseguia ouvir muito bem, porque seus ouvidos estavam abafados. Seus olhos se recusavam a abrir, ele sentia um frio excessivo, tremia de febre e seu cérebro implorava por mais tempo de sono.
‘Devo só voltar a dormir?’
A palpitação, o frio, a dor; tudo parecia convidá-lo para um sono eterno e confortável. A fadiga o fez desejar dormir como um drogado.
— Oppa… — Yoo-Jung sussurrou.
— Yoo-Jung…? — quando Gi-Gyu ouviu a voz de sua irmã, seus olhos se abriram e sua mandíbula anteriormente rígida se moveu magicamente.
— Oppa?! Você pode me ouvir?! — Yoo-Jung exclamou.
— Mas que… Onde estou? — Gi-Gyu perguntou em confusão. Seus olhos estavam embaçados, então não podia ver muito, mas ele rapidamente percebeu onde estava.
‘Tem cheiro de remédio.’
Ele estava em um hospital. Sua visão e audição lentamente retornaram, logo ele conseguiu ver Yoo-Jung o olhando com preocupação.
— Oppa! Você está bem? — Yoo-Jung perguntou.
— Gi-Gyu! — Tae-Shik gritou em pânico.
— Você não pode gritar aqui! — uma enfermeira os avisou.
A porta se abriu e um homem correu para dentro. O recém-chegado que interrompeu Yoo-Jung não era outro senão Oh Tae-Shik. Percebendo a abordagem rápida de Tae-Shik, Gi-Gyu perguntou: — Por que estou no hospital?
A memória dele estava muito confusa para conseguir se lembrar de qualquer coisa.
— Você não se lembra? — Tae Shik perguntou.
— Não, eu… eu… Por que não consigo me lembrar?
Abraço.
— Graças a Deus, Gi-Gyu — Tae-Shik murmurou enquanto abraçava Gi-Gyu.
— Precisamos fazer alguns testes no paciente. — A cena emocionante foi abruptamente interrompida pelo médico.
— Ah, tudo bem. Falo com você mais tarde. — Tae-Shik saiu quando o médico entrou na sala. Gi-Gyu suspeitou que Tae-Shik deixou seu trabalho no meio do dia para vê-lo. Enquanto isso, Yoo-Jung também saiu com Tae-Shik para deixar o médico examinar o paciente.
O médico fez algumas perguntas simples e então examinou seu corpo. Depois do check-up, o médico disse: — Tudo parece bem. Já que você recuperou a consciência, vamos fazer alguns testes.”
— Umm… Tudo bem. — Gi-Gyu respondeu, ainda um pouco confuso.
Quando o médico saiu da sala, Yoo-Jung voltou e murmurou: — Graças a Deus. Estou tão aliviada.
— Então, por que estou no hospital? — Gi-Gyu perguntou.
— Você foi encontrado perto do marco do quinto andar. As pessoas da associação o encontraram inconsciente e o trouxeram para este hospital.
— Fui encontrado perto do marco do quinto andar?
Havia outra pergunta que Gi-Gyu queria fazer, mas ele sabia que Yoo-Jung não saberia a resposta. Yoo-Jung respondeu: — Sim. Não sei os detalhes. O sr. Tae-Shik me disse que você se machucou tentando salvar outras pessoas.
— O quê? — Gi-Gyu perguntou surpreso.
— Ainda estou tentando processar tudo o que aconteceu, Oppa. Céus… Mas estou tão agradecida que finalmente acordou. Preciso ir checar a mamãe, então volto mais tarde. Você precisa descansar — Yoo-Jung disse a ele.
— Certo. Por favor, diga à mamãe que estou bem.
Yoo-Jung saiu da sala e fechou a porta atrás dela. Deixado sozinho, Gi-Gyu se perguntou: ‘O que aconteceu?’ Ele se lembrava vagamente da voz do garoto rude, nada mais que isso.
‘Não sei o que aconteceu.’
Por mais que tentasse, Gi-Gyu não conseguia descobrir o que havia acontecido com ele.
***
Depois de terminar o trabalho do dia, Tae-Shik revisitou Gi-Gyu à noite. Gi-Gyu perguntou: — Então, o que aconteceu comigo?
— Ainda não consegue se lembrar?
Gi-Gyu balançou a cabeça e respondeu: — Estou começando a me lembrar de pedaços, mas tudo ainda não está claro. Me lembro do nosso grupo encontrando um guardião e se escondendo em uma caverna. Então, saí para soltar fogos de artifício, certo?
— Isso mesmo.
— Lá, encontrei o guardião de novo, então fugi e acendi os fogos de artifício… Oh! Como está Ha-Neul? — Gi-Gyu perguntou de repente.
Tae-Shik riu e brincou: — Não acha que deveria estar mais preocupado com sua própria saúde agora?
— Mas estou bem — Gi-Gyu protestou.
— Ha-Neul está bem. Os jogadores caçando perto da área viram seus fogos de artifício e correram para ajudar. Felizmente, havia uma guilda perto de onde você estava. O guardião escapou, mas eles conseguiram rastrear seus movimentos e encontraram o grupo escondido na caverna — Tae-Shik explicou pacientemente.
— Fico feliz em ouvir isso — Gi-Gyu respondeu com alívio. Só então, o rosto de Tae-Shik ficou um pouco sério. Ele perguntou: — Então, o que aconteceu?
— O que quer dizer?
— Você não foi encontrado na frente da entrada do quinto andar, mas sim caído perto do marco do portal no final dele. Isso deve significar…
Quando Tae-Shik olhou para Gi-Gyu com expectativa, Gi-Gyu perguntou retoricamente: — Deve significar que passei no teste, certo?
— Sim.
A calma no rosto de Gi-Gyu parecia cômica para Tae-Shik, então ele riu e disse: — Gi-Gyu! Parabéns!
— Não sei exatamente o que aconteceu. Minhas memórias ainda são muito inconsistentes.
— Só descanse por enquanto. O jogador Kim Sun-Pil irá visitá-lo em breve. Enquanto esteve inconsciente, ele o visitou todos os dias — Tae-Shik tranquilizou Gi-Gyu.
— Fiquei inconsciente por dias? — Gi-Gyu perguntou com surpresa. Ele não podia avaliar com precisão por quanto tempo esteve apagado, mas mesmo seu melhor palpite não estava perto da realidade.
— Cerca de duas semanas — Tae-Shik respondeu.
— Duas semanas?!
— Sim, mas não se preocupe. Sua conta do hospital foi coberta pelo seguro.
— Graças a Deus — Gi-Gyu disse.
— Me lembro de te dizer que não descansou direito, já que foi gravemente ferido por um goblin. Aproveite essa oportunidade para descansar e relaxar. Falo com você mais tarde — Tae-Shik se despediu.
— Certo.
***
— Gi-Gyu!
— Guia!
Jae-Won e Ha-Neul correram em direção a Gi-Gyu e agarraram suas mãos. Gi-Gyu lhes deu um sorriso caloroso e apertou suas mãos. Ele ficou feliz em ver que todos os jogadores pareciam perfeitamente saudáveis. Jae-Won disse a Gi-Gyu: — Muito obrigado.
— Ouvi dizer que deixou a caverna por minha causa, Guia… — Ha-Neul murmurou.
— Isso não é verdade. Estou feliz que esteja bem agora — respondeu Gi-Gyu.
Então, Sun-Pil, os membros de seu grupo e Gi-Gyu caminharam juntos para a sala de descanso. Gi-Gyu disse: — Estou tão aliviado que estejam bem.
— Também estamos felizes que você esteja bem, Guia — respondeu Jae-Won.
— Já se recuperou completamente agora? — Ha Neul perguntou.
Eles conversaram por um longo tempo na sala de descanso. Lá, Jae-Won e Ha-Neul explicaram que logo após Gi-Gyu deixar a caverna, os jogadores que caçavam nas proximidades chegaram para ajudá-los. Aparentemente, a condição de Ha-Neul era grave; felizmente, um curandeiro estava lá para ajudar. Eles também disseram a Gi-Gyu que, enquanto estavam sendo resgatados, Jae-Won e Sun-Pil insistiram em procurá-lo.
O grupo conversou por horas como se fossem amigos de longa data.
Sun-Pil explicou: — Jae-Won e eu realmente queríamos voltar para encontrá-lo quando ouvimos que o epicentro dos fogos de artifício estava uma bagunça.
Gi-Gyu se lembrou do que aconteceu na entrada do quinto andar. Os jogadores disseram a ele que o orc guardião estava furioso na área, mas havia escapado quando a guilda chegou.
— Todo mundo pensou que você estava morto, Gi-Gyu. Mas Jae-Won e eu acreditávamos que ainda estava vivo, e foi por isso que tentamos voltar para você… — Sun-Pil murmurou se desculpando.
— Sentimos muito. — acrescentou Jae-Won.
Como o guardião havia escapado, enviar dois jogadores em busca do desconhecido não fazia sentido. Então, eles foram orientados a solicitar ajuda da associação, que foi exatamente o que fizeram. Quando Sun-Pil e o resto deixaram seus ombros caírem de culpa, Gi-Gyu disse: — Está tudo bem, foi escolha minha. Afinal, um jogador deve ser responsável por sua própria vida.
— Isso é verdade. — Os jogadores assentiram.
Enquanto olhava para Gi-Gyu com óbvia curiosidade, Ha-Neul perguntou: — A propósito, Guia, ouvi dizer que foi encontrado no marco do quinto andar. Isso é verdade?
— Sim. Não me lembro, mas foi o que me disseram também — Gi-Gyu respondeu calmamente.
Ha-Neul perguntou mais: — Então, isso significa que você passou no teste?
Gi-Gyu balançou a cabeça e respondeu: — Não me lembro.
— Ah! Sinto muito por ter perguntado — Ha-Neul se desculpou.
— Tudo bem.
Depois das perguntas de Ha-Neul, Gi-Gyu e os jogadores continuaram a conversa. Sun-Pil transmitiu uma mensagem para Gi-Gyu: — Suk-Woo não pôde vir, porque está muito ocupado. Ele me pediu para lhe dizer que sente muito.
— Obrigado — Gi-Gyu respondeu, e os outros jogadores ofereceram: — Se precisar de alguma ajuda, por favor, nos ligue. Faremos tudo o que pudermos.
Gi-Gyu riu e respondeu: — O mesmo vale para mim. Por favor, me deixem saber se precisarem de alguma coisa.
***
Gi-Gyu recebeu alta do hospital alguns dias depois. Assim que o médico encarregado dele lhe deu carta branca, ele assinou o papel de alta.
Yoo-Jung perguntou: — Então, você salvou esses jogadores, Oppa?
— Sim — Gi-Gyu respondeu.
— Não quero que desista de sua vida por outras pessoas. Você já se sacrificou por esta família – isso é mais que suficiente — Yoo-Jung resmungou.
— Isso não é verdade. Não considero o que faço pela minha família um sacrifício — Gi-Gyu esclareceu pacientemente.
A dupla irmão/irmã estava a caminho de casa. Gi-Gyu deu um tapinha na cabeça de Yoo-Jung e acrescentou: — Minha família e vida são as duas coisas mais importantes pra mim. Naquele dia na Torre, só fiz o que fiz porque tinha certeza de que estaria seguro. Eu nunca deixaria você e a mamãe, então não precisa se preocupar.”
— Certo! — Yoo-Jung respondeu alegremente.
— Vamos logo para casa, Yoo-Jung.
Quando Gi-Gyu chegou ao sótão do telhado, sentiu que fazia meses desde que esteve em casa. Ele entrou e cumprimentou sua mãe: — Estou em casa.
— Gi Gyu! — Sua mãe começou a chorar quando o viu.
— Por que está chorando, mãe?
Sua mãe soluçou: — Sinto muito. Mamãe sente muito. Você estava em coma, mas nem pude visitá-lo no hospital. Eu não poderia cuidar de você. Sinto muito…
— Está tudo bem, mãe. Por favor, não chore — Gi-Gyu a consolou.
Sua mãe chorou por muito tempo. Tudo que Gi-Gyu e Yoo-Jung podiam fazer era enxugar os olhos dela. Quando finalmente parou de chorar, a mãe explicou seus novos medos. Parecia que agora estava preocupada com Gi-Gyu sendo um jogador. Depois de uma longa conversa, finalmente adormeceu segurando a mão de Gi-Gyu.
Gi-Gyu disse a Yoo-Jung: — Vamos jantar agora.
— Tá, vou fazer alguma coisa — Yoo-Jung se ofereceu.
— Não, eu posso fazer isso. Já faz um tempo desde que cozinhei. — Gi-Gyu ofereceu.
— Tem certeza? — Yoo-Jung olhou para ele preocupada, mas Gi-Gyu riu e abriu a porta da geladeira.
— O que está fazendo?
Para a pergunta de Yoo-Jung, Gi-Gyu respondeu: — Vamos comer bibimbap¹.
Gi-Gyu pegou vários recipientes da geladeira e começou a misturar tudo. Ele adicionou gochujang² ao arroz branco, kimchi e vegetais. Com uma gota de óleo de semente de gergelim, o resultado final ficou delicioso. Após a refeição, Gi-Gyu lavou os pratos e se trocou.
Yoo-Jung perguntou: — O que está fazendo? Vai sair?
— Tenho que ir para a Torre. — Gi-Gyu respondeu.
— O quê?! — O rosto de Yoo-Jung ficou vermelho brilhante. Gi-Gyu recebeu alta só algumas horas atrás, então ela não podia acreditar que ele iria querer voltar para a Torre tão cedo. Ela gritou: — Tá maluco? Acabou de sair do hospital, mas vai voltar para a Torre no meio da noite?
— Sim, preciso confirmar uma coisa.
— Confirmar o quê? — Yoo-Jung perguntou com raiva.
— Estarei de volta em breve, Yoo-Jung. — Deixando sua irmã preocupada para trás, Gi-Gyu saiu. Todo esse tempo, seu coração estava batendo descontroladamente, e isso o confundiu. Havia algo que ele tinha que verificar.
— Tela de status — Gi-Gyu murmurou. Uma tela azul apareceu diante dele, a tela mostrava as informações individuais do jogador.
[Nível 1]
[Ocupação: parceiro do Ego]
[Habilidade única: Link (Pode se conectar com o Ego.)]
[Habilidade: Assimilação (Pode assimilar para se tornar um com o Ego vinculado e usar a habilidade do Ego.)]
— Parceiro do Ego?! — Gi-Gyu exclamou. Este título de som estranho foi a ocupação que ele recebeu depois de passar no teste. Ele estava rezando secretamente por um nível desde que acordou, mas, infelizmente, ele ainda estava no Nível 1.
— Link?
Os pontos de interrogação que antes se seguiam à sua habilidade única foram agora finalmente substituídos.
Link.
Como o nome sugeria, uma habilidade única era algo que apenas um único jogador poderia possuir. Em outras palavras, apenas Gi-Gyu tinha essa habilidade em todo o mundo. As perspectivas que isso tinha fizeram seu coração bater como um tambor. Fazia cinco anos desde que a última mudança ocorreu em sua tela de status, então isso era o suficiente para empolgá-lo demais.
— Preciso chegar à Torre primeiro. — Ele sabia que descobriria mais sobre essa mudança dentro da Torre, então Gi-Gyu estava disposto a ser paciente. Na expectativa, dirigiu-se à Torre.
Notas do capítulo:
- Bibimbap: Um prato de arroz coreano coberto com legumes salteados ou kimchi.
- Gochujang: Pasta de pimenta vermelha picante.