Os Protagonistas São Mortos Por Mim

Capítulo 152

 

Tarde da noite, os alunos voltaram para seus respectivos dormitórios. Apenas os professores de plantão ficaram para trás no campus.

Uma de cabelos pretos em particular caminhou pelo corredor escuro. O piso não tão liso rangeu quando seus pés pisaram nele.

Havia muitos rumores feios circulando pela escola esses dias, então até mesmo a professora de cabelos pretos, que originalmente era uma maga de batalha veterana, não gostou muito do trabalho. Ela apenas se forçou a assumir o dever quando chegou sua vez.

Claro, ninguém estava diretamente envolvido no estranho fenômeno. A maioria desmaiava e não conseguia se lembrar de nada enquanto voltava a si. Mas havia alguns alunos que pareciam ter desaparecido e nunca mais voltaram.

— …

O corredor estava muito quieto. A hora atual era por volta da meia-noite. Mesmo que fosse hora de todos os alunos voltarem para seus dormitórios, ela de alguma forma tinha a sensação de que ainda havia alunos no campus. Então, a professora de repente voltou seu olhar para uma das salas de aula.

“Uma aluna?”

Alguém estava na sala de aula. A professora abriu a porta da sala sem hesitar. Lá dentro, viu que uma certa garota estava olhando para ela com os braços apoiando o queixo como se soubesse que abriria a porta e entraria.

— Aluna. O que está fazendo aí? Você tem que voltar para o seu dormitório.

— Eu não posso ir.

— Você não pode ir? O que quer dizer? Venha aqui agora.

— Não, professora.

A garota deu um passo à frente. No entanto, ao contrário das pessoas normais, ela não usava as pernas. Usando os braços, colocou a parte superior do corpo em cima da mesa.

— Porque… eu não tenho pernas!!!!!!

Kung Kung Kung!

Apoiando a parte superior do corpo com os cotovelos, a estudante começou a se aproximar da professora.

Tum Tum!

Kung Kung Kung Kung!!

— Professora.

— Professora, professora.

— Professora, professora, professora.

— Não tenho pernas.

— Não tenho pernas, senhora, não tenho pernas.

— Eu não tenho pernas. Eu não tenho pernas. Eu não tenho pernas.

Kung Kung Kung Kung Kung!!

A menina estendeu a mão para agarrar a perna da mulher.

— Essa perna é minha agora. Eu posso ter essas belas pernas. A partir de agora, posso andar com essas duas pernas.

Mas naquele momento…

Woooong!!!

— Ugh!?

Uma barreira branca brilhante apareceu na frente da professora, bloqueando o fantasma sem pernas. A criatura saltou para trás, apoiou o corpo novamente usando o cotovelo e olhou.

O cabelo preto ondulado da professora esvoaçava, e contrastando com seus olhos azuis, uma engrenagem dourada brilhava atrás dela enquanto flutuava e girava. Dezenas de minúsculos bastões de luz estavam presos à roda dentada em movimento lento e emitiam uma forte energia.

E então, cinco fragmentos de espelhos dourados cercaram seu corpo.

— Huh…?

O fantasma não sabia o fato de que a professora na frente dela era a verdadeira forma da Arquimaga Aracelli Rinekal de seus dias como Caçadora de Demônios. Ela só sabia que estava tremendo de medo porque o medo era uma energia importante para os fantasmas.

– É difícil…

Aracelli franziu a testa.

A roda dentada atrás dela aparecia naturalmente sempre que detectava a presença de um demônio. Também consumia um pouco de sua mana.

Quando era uma caçadora de demônios, carregava não uma, mas sete engrenagens atrás dela por 24 horas por dia, 365 dias por ano. Mas agora, era impossível usá-las, pois não conseguia regenerar sua mana rápido o suficiente.

Ela já sentiu a mana em seu corpo sendo reduzida à metade. Não podia fazer isso por mais tempo.

Aracelli levantou a mão, e os cinco espelhos ao redor do fantasma se conectaram com um raio de luz dourada e prenderam o fantasma dentro.

— E-e-eu só preciso de pernas…!

— Eu sei. Você não tem pernas, então deve ter sido muito difícil.

— ?

Então, um brilho dourado explodiu. Pernas brotaram da parte inferior do corpo do fantasma sem pernas. Embora fosse apenas um corpo espiritual em vez de um real, isso por si só permitiu que o fantasma andasse em seus dois pés em vez de usar os cotovelos. Assim como nos dias em que ela podia vagar livremente antes de sua morte.

— Ahhhhhhhhhhhhhhhhhh.

— Mesmo que eu não possa salvá-la… Ainda assim, nos seus últimos momentos, corra o quanto quiser. Isso é tudo que posso fazer.

— O… Obrigada… Obrigada… Realmente… Ahh…

O fantasma soluçou. A parte superior do corpo encharcada de sangue ficou limpa. Ela parecia uma garota comum e bonita do ensino médio. Começou a cambalear lentamente de onde antes estava, como um bebê, cautelosamente, e então correu pela janela do corredor.

Aracelli olhou para a janela onde o fantasma desapareceu. Talvez… antes de ser selada de volta ao diário, correria sem parar para aproveitar seus últimos momentos.

Logo, as engrenagens douradas atrás de Aracelli, que eram mais brilhantes que o próprio sol, desapareceram, e ela começou a suar frio.

“Metade da minha mana já foi consumida…”

Originalmente, ajudar ou matar um único fantasma era fácil. No entanto, para a enfraquecida Aracelli, foi muito difícil. Mas isso não importava muito, porque em primeiro lugar ela iria desistir de tudo que tinha, até mesmo de sua magia, por ele.

“Hoje à noite… eu tenho que passar algum tempo com o professor.”

Ela sorriu. Uma vez que dissesse ao professor que sua mana havia se esgotado, ele não seria capaz de recusá-la como faria normalmente. Com um pensamento tão feliz, Aracelli se virou. O fato de ter feito uma boa ação a fez se sentir melhor, e estava até cantarolando em algum momento.

*****

— Ei, ei, você sabia? Se olhar no espelho de corpo inteiro no primeiro andar do prédio abandonado, às vezes seu reflexo no espelho fará algo diferente…!

— Também ouvi dizer que a estátua no prédio abandonado vai abrir os olhos e andar por aí à meia-noite!!!

— Você viu o livro que a estátua de pedra do prédio abandonado contém? Todas as noites vira uma página, e quando chega à última página, a escola vai desmoronar…!

— Quando for ao primeiro compartimento do 4º andar do prédio abandonado e fizer suas tarefas, um fantasma aparecerá e perguntará: ‘Você quer um lenço vermelho ou azul?’ Dizem que se responder lenço vermelho, seu corpo se transformará em sete pacotes de sangue, e se escolher tecido azul, eles o estrangularão até seu corpo ficar azul…

Então assim, dois meses se passaram.

Muitas histórias se espalharam pela escola nesse meio tempo. Algumas eram parecidas com as atuais que circulavam na escola e estavam presentes neste mundo, porque todas que poderiam ocorrer nessa suposta escola eram as que existiam em qualquer mundo. No entanto, ainda havia muitas que não eram familiares para eles, e os alunos estavam aterrorizados em contá-las.

Claro, as histórias eram altamente prováveis ​​de se materializar, então a maioria delas era baseada em ‘prédios abandonados’ ou ‘banheiros no prédio abandonado’. Era minha tentativa de evitar danos, a menos que alguém se atrevesse a abordá-los.

A única pessoa que se atreveu a ir em um prédio abandonado seria a caçadora de histórias de fantasmas, Ahinal.

Ao longo das últimas semanas, seu rosto ficou ainda mais cansado. Quando perguntei por que parecia tão cansada, ela disse que era por causa do estresse de lidar sozinha com fantasmas.

Ao contrário dos monstros, os fantasmas revelam o final mais aterrorizante da morte de um ser humano e, a menos que aquele que os enfrentou não tivesse emoções, estavam sujeitos a experimentar estresse mental ao lidar com eles. E de acordo com meu plano, Ahinal acumulava cada vez mais estresse.

O nível da protagonista Ahinal se tornou: 150

— Obrigado por seu trabalho duro novamente hoje…

Ahinal selou o fantasma que acabamos de derrotar, e ela estava ficando cada vez mais forte. Ajudar um inimigo que tenho que matar ficar mais forte pode parecer bobo a curto prazo. Mas a longo prazo, era um ato que me permitiria estar lá quando estivesse no pior de sua condição, então acabaria jogando a meu favor.

Se havia um problema, era que eu também recebia muito estresse. Se alguém me perguntasse há um mês se eu tinha medo de fantasmas ou não, responderia com confiança ‘não tenho medo’.

Mas agora não.

Honestamente, é tão assustador.

Vi um homem que cometeu suicídio torcendo todas as articulações do corpo. Também encontrei um altar com cadáveres sem cabeça pendurados de cabeça para baixo. Houve também momentos em que eu estava andando por uma rua sem ninguém no meio da noite e, do nada, o som de risadas de crianças vinha de todas as direções e enquanto caminhava, todas as luzes se apagaram de repente. .

Era uma história de terror que eu nunca tinha ouvido antes.

Fantasmas não eram necessariamente assustadores porque eram visíveis. Mas quando se tornam invisíveis, tornam-se muito assustadores.

— Hoje vamos caçar a ‘história de fantasma da selfie’.

Durante dois meses, passei um bom tempo com Ahinal. Ficamos acordados e passamos tantas noites juntos, mas nosso relacionamento nunca se transformou em nada além de parceria. Parecia que eu estava fazendo parceria com o tipo de pessoa que nunca conheceria, não importa quanto tempo passasse com elas.

Quando nos conhecemos, só conversávamos sobre histórias de fantasmas. Eu secretamente compartilhei meu conhecimento do meu mundo, e Ahinal veio a me reconhecer como uma ‘pessoa bastante corajosa e experiente’. Pode-se dizer que meu conhecimento foi uma grande ajuda quando ela enfrentava algo que não conhecia.

— Fantasma da selfie?

— Sim.

*murmurar murmurar*

O lugar estava bastante cheio, em parte porque ainda era hora do jantar e em parte porque era pouco antes do ‘Festival Escolar’, o pão com manteiga do gênero Vida Escolar.

— É uma história que dizia que alguém ficaria atrás de você quando tirasse uma foto sua com uma câmera no armazém do auditório. Para ser honesto, não estou familiarizado com esses tipos de histórias.

Era plausível porque era um mundo onde havia muito poucas histórias com fotos. No entanto, na Terra, era comum ver coisas estranhas aparecendo em fotos. Mais importante, essa também foi espalhada por mim.

“Vamos ver se essa realmente deu à luz algum fantasma…”

— Vamos logo?

— Não. Neste momento, o armazém do auditório está lotado por causa dos preparativos do festival.

— Então como sempre, por volta da meia-noite?

— Também será difícil nessa época. Acho que a equipe do festival vai continuar usando o auditório. Como você sabe, nossa escola tende a se esforçar muito na preparação, já que pessoas de fora também participarão do festival.

— O que nós devemos fazer então?

— Vamos desistir e encontrar outra.

— Não podemos fazer isso. Enquanto houver uma pequena possibilidade de que um fantasma apareça, devo caçá-lo.

— …

Ela falou como se fosse sua missão.

O olhar de Ahinal caiu sobre o diário. Mesmo sobre esse diário não identificado, um certo contorno foi estabelecido.

É verdade que o diário foi escrito pelo ‘Diretor’, que só Deus sabe o que está fazendo agora. No diário em que vários fantasmas foram selados, o método de selá-los também foi escrito. No entanto, ela o perdeu e liberou todos os fantasmas, e estava no processo de selá-los novamente.

Eu já vi esse tipo de história em manhwas algumas vezes antes.

A heroína toca em algo errado, um monstro é solto no mundo, e ela trabalha para selá-lo novamente. O gênero da referida história era uma garota mágica com cartas, uma história de fantasmas ou algo como a Caixa de Pandora.

Só havia um ponto importante. Se não fosse o contato entre a heroína e o médium selador, os monstros não teriam sido soltos no mundo.

— Eu sou a dançarina principal para este palco do festival. Chamarei alguma atenção se eu subir no palco hoje à noite, então, por favor, me ajude.

— O quê?

— Enquanto estou chamando a atenção, você tem que tirar uma selfie.

— …

Até agora, Ahinal nunca havia pedido nada diretamente relacionado aos fantasmas, então fiz uma careta. Eu não posso evitar por causa da situação, mas realmente odeio ter contato direto com fantasmas.

— …

— …

Mas olhando para a expressão dela, parecia que estava no seu estado normal. Talvez Ahinal queira deixar a caçada de fantasmas para mim usando essa desculpa.

— Te digo uma coisa, vou tentar só dessa vez.

Quando dei meu consentimento, o canto de seus lábios se ergueu.

— O quê? Por que está tão ansiosa?

— Vai logo.

Ele ficou estranha e deu um sorriso forçado em sua expressão abatida, e eu não tive escolha a não ser reconsiderar a ideia mesmo me sentindo muito desconfortável.

Deixe um comentário