— Te desejo uma boa viagem!
— Mhm! Se cuidem vocês também — falou Albus, acenando.
Ele não se esqueceu do tom com um traço de tristeza. Deveria agir que nem uma pessoa normal agiria ao ser usada pela noiva, surpreso com os cavaleiros reais o protegendo. Embora os Windpools tivessem o próprio exército, os cavaleiros reais queriam expressar o seu mais profundo respeito. Assim, os cavaleiros Windpool não expressaram qualquer descontentamento em ter os seus papéis retirados e nem protestaram.
Por fora, fingiu ser varrido pela tristeza; por dentro, se sentia um rei.
“Tudo ocorreu bem. O marquês Rouge está em apuro. Mesmo que respondam de imediato para apaziguar as coisas, ele está em um território distante. Nem se estivesse na capital agora conseguiria fazer muito, já que é verdade que Evelyn atacou o príncipe.”
Havia muitas testemunhas, e cada uma era um nobre importante. As suas palavras carregavam um peso maior em comparação aos plebeus e nobres menores. Ademais, viram como Albus entrou na frente para proteger o príncipe — ele manipulou Evelyn para que não recebesse um ferimento grave.
— Heh!
Ele estava tão satisfeito que precisou abafar a risada. Então, voltou ao quarto e se deitou na cama, que parecia mais confortável do que o normal.
“Eu dei um passo à frente com sucesso.”
Com este evento de base, avançaria ao seu objetivo final de se tornar o duque e absorver os Rouges. Se preparando para dormir, sonhou com este desejo florido. Teria um sonho muito feliz, se não fosse pela voz que ouviu.
— Albus Windpool.
Os olhos dele se abriram com a voz conhecida. Ele se sentiu irritado por ter sido interrompido, contudo, engoliu o aborrecimento e se levantou, impressionado com o fato de a pessoa ter conseguido passar pelos guardas e se infiltrar na residência.
— Isso é uma surpresa. — Se sentou na beira da cama, tocando o tapete fofo — Por que veio aqui? Nosso acordo não está completo?
— Completo? — perguntou, um pouco de desconforto misturado à voz indiferente e robótica.
“Ele não veio como um simples mensageiro hoje?”
— Me diga, Albus Windpool, qual é o contrato que fizemos.
— Vocês me disseram o método para “controlá-la” e me ajudaram com vários assuntos. Em troca, após ela se tornar inútil para mim, fiz com que ela fosse ao lugar que mais gostava: o lago na capital.
— Nós quebramos o nosso acordo?
— Não, foi tudo perfeito.
— E por que você quebrou?
— Do que está falando?
— Não conseguimos proteger Evelyn Rouge.
Albus de repente percebeu a situação em que estava.
— Espere um momento, por favor! Você está dizendo que aquela merda não foi para o lago?
— Houve uma quebra de contrato.
— Não me faça rir! — gritou. Depois baixou a voz, preocupado.
Não o beneficiaria de forma alguma se fosse pego se encontrando com uma pessoa suspeita, todavia, a pessoa olhou para ele sem fazer nada, o que o assustou ainda mais.
— Eu nunca quebrei o contrato. Fiz tudo o que me disseram para fazer! Algo deve ter acontecido a caminho do lago, mas a minha responsabilidade deveria ter acabado quando ela escapou. Eu não deveria ser culpado pelo desenrolar!
— Não, a sua responsabilidade era garantir que ela chegasse ao lago com segurança. Isso é culpa sua.
Albus cerrou os dentes. No entanto, já havia conseguido tudo o que precisava e não planejava aceitar as acusações.
— Então, o quê? Vai fazer o quê a respeito?
— Assuma a responsabilidade por seu fracasso.
— E se eu não quiser?
A pessoa não disse nada por um momento. O suor frio escorria pelas costas do nobre, ele se encolhendo de medo.
— Como não ganhamos nada, você tem que devolver tudo o que obteve.
— Como? Vai me matar ou coisa do tipo?
— Não tem por que sujarmos as mãos. Se a realeza e os Rouges souberem da verdade, a sua cabeça para no chão na hora.
— Como isso acontece…!
— Acha que é impossível?
Ele ficou sem palavras. Se considerasse as informações inacreditáveis, não teriam qualquer dificuldade em revelar a verdade.
— V-você nem tem a evidência…!
— Acha que não teríamos nenhuma? — A voz fria da figura se apertou em torno de Albus.
— Se me tocar, vou espalhar todas as informações que sei de vocês! Vocês não são os únicos que coletaram provas! Não vou morrer sozinho!
— Tente. Eu permitirei.
“Caralho!”
Se ele não fizesse nada, tudo pelo que trabalhou tanto seria desperdiçado. Não, não acabaria somente com isso; a família Windpool inteira estaria arruinada.
— P-por favor, espere um momento! — Se levantou da cama — Eu não trabalhei duro de acordo com os seus planos? Se agir assim agora, o que espera de mim?
Ele fez um apelo para que os seus esforços fossem reconhecidos, mesmo que não achasse que a tentativa desesperada de se salvar funcionaria.
— Traga Evelyn Rouge agora.
— E-eu nem sei onde ela está!
— Vou te dar dois dias. Em dois dias, espero que pelo menos saiba a localização dela.
— Espere! Você não pode simplesmen…
O homem havia desaparecido feito um fantasma, surpreendendo Albus por um momento. O medo substituiu todas as outras emoções. Pelo que foi dito, se não encontrasse Evelyn, acabaria morto.
“Eu tenho que achá-la não importa o quê!” Ele se levantou rapidamente. Não havia vestígio da sua autossatisfação anterior.
Após atuar de novo, Zich voltou ao seu alojamento na capital. Retornaram a Westillburd porque seria mais fácil planejar tudo e reagir a situações inesperadas. Além do mais, também foi porque Lyla reclamou por Evelyn, que estava acostumada a uma vida de luxo, que ela tinha dificuldades para se acostumar às condições difíceis do lado de fora.
A forte vigilância da capital não era um obstáculo para Zich enquanto ele levava Evelyn de volta. Ao chegar no seu quarto, Lyla estava esperando por ele.
— Aqui! — Jogou o colar de Lyla para ela — Ele tem mesmo boas habilidades.
— Bem, é o meu favorito.
O colar era um artefato de teletransporte. Para ajudar Zich a se infiltrar na mansão, Lyla o emprestou. Era de tão alta qualidade que, se fosse leiloado, ela poderia comprar uma enorme propriedade para si. Levando em conta o fato de ela ter emprestado, ela estava muito envolvida no assunto.
— Como foi? Tudo correu bem?
— Foi fácil. — Cruzou as pernas — Ele vai ficar numa ansiedade extrema por uns dois dias. Acho que nem comer vai mais. Ele merece. Como está Evelyn?
— Bem mais estável, mas não acho que ela tenha jogado fora toda a confiança dele.
— Bem, as emoções de uma pessoa não são fáceis de controlar.
— É estranho ouvir isso de você.
— O que quer dizer? Existe alguém mais honesto a respeito dos sentimentos do que eu?
— Isso não posso contestar. — Olhou tristemente pro quarto de Evelyn — Espero que ela não se machuque muito.
— Não tem o que fazer. —Se levantou da cadeira — Mas devemos fazê-la praticar para que possa se sentir um pouco mais aliviada.
— Praticar o quê?
— Uma parada aí. Você vai ver.
Nos últimos dois dias, Albus experimentou o inferno. A conspiração que ele planejou por um longo tempo havia se perdido na última parte, e o seu colaborador agora o ameaçava por seu erro.
“Porra! Porra! Porra!” A sua mão tremia de agitação. Era a data limite. “Devo tentar resistir? Mas são vários! Se eu mato um, em vez virem atrás de mim, vão é revelar tudo sobre mim se eu não cooperar. Tenho que fazer outro acordo.”
Sem sequer acender a luz, se sentou na cama e, inquieto, balançou a perna. O tempo lento pareceu perfurá-lo que nem agulhas.
Creak!
A porta se abriu, atraindo a atenção dele, que se levantou. Ela foi fechada, e devagar, a figura caminhou em direção a ele e ficou a uma distância dele.
— Estava esperando por você. Peço sinceras desculpas, mas não consegui encontrá-la. Tenho certeza de que há algo mais em que posso ajudá-los! Também seria benéfico para a sua organização se eu subisse de…!
— Albus Windpool, encontramos Evelyn Rouge.
— Vocês a encontraram?
— Sim. Então, vamos te dar uma nova missão. Espero que não cometa outro erro desta vez.