Todos, incluindo a Tribo do Ferro e os aliados, ficaram imóveis. Embora fogo não pudesse ter massa, sempre que o gigante dava um passo, o chão tremia. Era semelhante aos soldados ígneos quanto aos membros e a falta de uma cabeça nos ombros. Porém, havia uma dessemelhança: era do tamanho do castelo.
— O gigante de fogo — murmurou um dos elfos próximos.
— Essa é a última luta desesperada de Renu Ent Draus por vingança?
Romanne estava rígida, nunca tendo se sentido tão tensa. A Lágrima do Lago continuou a enviar sinais de alerta para ela, a sua mana se espalhando pela maior parte da ilha. Ela queimou sem deixar vestígios assim que se aproximou do gigante do fogo.
“Não acredito que ele queimou mana de água.”
— Sim, é. Mas, já que tem de custo as suas últimas gotas de energia vital, não acho que durará muito tempo.
— Aquilo é perigoso mesmo por um curto período de tempo!
Uma mudança ocorreu no rosto do gigante, moldando a superfície das chamas.
— Renu Ent Draus… ele não morreu ainda — murmurou ela.
Ao contrário dela, Zich estava calmo. Frustrada por isso, ela estava prestes a enfatizar o perigo do gigante, quando ele e Renu se encararam. Apesar de que estivessem numa distância considerável um do outro, não tiveram problemas se verem.
— Você… uh… uh… ah!
Como se a capacidade de fala dele tivesse se deteriorado, era difícil decifrar o que saía dos lábios dele. Todavia, a sua voz demonstrava muito bem a alegria que ele sentia no momento.
O gigante de fogo balançou o braço, disparando um fluxo de fogo.
Felizmente, o ataque foi caiu no lago, longe de Mentis. O gigante aparentava não ter total domínio sobre o seu corpo ainda e falhava no equilíbrio. Gigantes ondas se formaram, e um buraco enorme se tornou visível no lago, resultado do poder colossal.
Pelo visto irritado, Renu gritou sons estranhos e balançou o braço de novo, falhando outra vez. Agora, a bola de fogo passou sobre o lago e atingiu a floresta.
A bola de fogo subiu de longe. Como um vulcão explodindo, as chamas dividiram o céu e os restos da terra se espalharam por toda parte.
— Oh, ohhhhh!
— Nosso rei!
Em contraste com as forças aliadas sem palavras, os membros da Tribo do Ferro se alegraram. Eles não poderiam estar mais felizes em ver seu rei aparecer de repente no momento em que estavam prestes a perder a guerra com uma grande potência. Como crianças correndo para receber seus pais, eles se reuniram aos pés do gigante.
— Nosso rei! Por favor, acabe com nossos inimigos insolentes diante de nós!
— Por favor, concedam a vitória ao nosso povo! Glória ao nosso rei!
— Eles não parecem crianças correndo para a mãe?
Todos os elfos que o ouviram olharam para ele como se não pudessem acreditar. Como ele ousava fazer aquela comparação?
Embora os elfos tenham corrido em direção ao gigante com alegria, não encontraram um final feliz.
Skree!
Como se estivesse prestes a dar mais um passo, o gigante do fogo levantou os pés. Os elfos da Tribo do Ferro aplaudiram; eles pensaram que o gigante estava prestes a pisar nas forças aliadas. No entanto, o que esmagou não foram as forças aliadas.
— Uh, ah! Vossa majestade! Este não é o lugar!
— Estamos aqui! Vossa Majestade, por favor, vá a algum lugar… outro… uh, ahhhh!
Embora se perguntassem um pouco se seu rei iria pisar neles, não tiveram tempo de pensar mais uma vez quando um pé gigante veio de cima. Depois, queimaram e se transformaram em cinzas. Kandis tinha se perguntado se era algum mal-entendido, e ele derramou mana em sua garganta.
— Vossa majestade! Somos nós! Seus servos leais!
O gigante de fogo balançou o braço de novo, e não errou desta vez. As chamas atingiram os elfos da Tribo do Ferro. Mesmo em meio à explosão, os gritos dos elfos eram claramente audíveis.
— Kuaaaah!
Kandis corajosamente liderou a Tribo do Ferro mesmo em situações desvantajosas por sua lealdade ao rei, e ele também foi envolvido em chamas. Ele rolou no chão para apagar o fogo, mas foi inútil, e ele perdeu a vida dolorosamente. Aqueles afetados pela explosão e aqueles varridos pelas chamas seguiram o exemplo e morreram enquanto gritavam.
Era inacreditável que o primeiro ataque de Renu tivesse atingido seus subordinados. Foi uma situação verdadeiramente irônica.
— Como você vai lutar contra isso? — Lyla perguntou, sentindo o perigo mais do que todos.
— Não se preocupem. Não vou pedir para vocês lutarem.
— Então, com quem você vai lutar?
— Não preciso de mais ninguém. — Ele pôs Windur nos ombros, dando um passo à frente. — Eu sou o suficiente.
— O quê? Mesmo para você, isso é demais! Ele é mais forte do que tudo que já vimos!
— Romanne, retire as tropas. Se eles forem arrastados para essa luta, terão uma morte sem sentido.
— É sério que está pensando em lutar sozinho?!
Para ela, as ações dele eram suicídio. Snoc abraçou com firmeza Nowem e desviou o olhar entre o gigante de fogo e Zich. Como Snoc tinha uma confiança inabalável no mestre, pensou que ele tinha um plano em mente, por mais que isso não o impedisse de ficar meio ansioso.
Comparado a Snoc, Hans não estava nem um pouco ansioso. — Senhor, até onde devemos recuar?
— Na medida do possível. Se pudesse, eu teria gostado que você tirasse todos os soldados desta ilha, mas acho que não há tempo suficiente.
— Eu entendo. — Hans se curvou, então se virou e olhou para os companheiros. — Vamos retirar logo as tropas.
— Acha mesmo que ele pode derrotar aquele gigante sem nenhuma preparação?
— Sim, senhorita Lyla.
Com a resposta confiante de Hans, Lyla ficou sem palavras. Ela sabia que a confiança dele no mestre havia atingido um nível quase fanático, mas ela não achava que ele seria capaz de responder a sua pergunta com zero hesitação.
— Depois que ele saiu do castelo, eu o vi usar seus poderes.
— O quê?
— Eu não sei como ele fez isso, mas o senhor Zich está diferente do habitual. Ele está parecido com como estava em Violuwin.
“Em Violuwin?”, pensou. “… Talvez!”
— Algo que vem à mente?
— Sim, tem. Ele não deve precisar da ajuda de ninguém.
Snoc e Nowem, que agora eram capazes de avaliar completamente a situação como Lyla, assentiram. No entanto, Romanne, que não compartilhou suas experiências, ficou confusa.
Um sinal soou pelas costas e as forças aliadas começaram a se retirar. Comparada a eles, a Tribo do Ferro não conseguia descobrir o que fazer. Seus inimigos estavam na frente e, por trás, seu rei agora louco os bloqueava.
Quando os aliados se retiraram, um espaço aberto apareceu, e eles também começaram a aumentar devagar a distância. Não importava como olhassem para isso, o rei agora estava louco.
— Heh…!
Renu riu ao ver Zich se aproximando, ao contrário de todo o resto. O rosto do elfo estava ainda mais marcado do que antes no fogo, e pedaços de pele derretida convergiram e se contorceram um no outro. Agora era até difícil dizer que ele era quem já foi um dia.
— Você… você. Eu… matar… você!
— Você não pode nem falar direito agora.
Era um estado patético para alguém que queria governar todos os elfos e até mesmo os humanos. Todavia, o poder que detinha agora era impressionante.
— E-eu sou… agora… mais forte…! — Levantou os braços. — D-do que… vo… você!
Ele balançou os braços. O fogo furioso era tão quente que parecia que queimaria tudo em seu caminho. O ataque do gigante tinha uma clara intenção assassina contra ele.
Ele fixou seu aperto na espada.
— Mesmo até o fim, você está enganado.
Zich balançou Windur. O punho do gigante de fogo e ela colidiram. Uma forte explosão soou ao redor de seus arredores, e os elfos bloquearam seus ouvidos mais uma vez. No entanto, eles olharam para a visão da explosão para avaliar a situação. Seus olhares se moveram para onde o gigante havia balançado seu enorme punho.
— Hã?
— O quê?
Os elfos pararam seus movimentos; eles até se esqueceram de bloquear suas orelhas ou fugir. Eles congelaram com a visão inimaginável na frente deles.
— Ah…?
Foi o mesmo para o gigante. Renu virou o rosto para a direita, onde estava Zich. Nada estava lá. A única coisa que restou foram as chamas parecidas com sangue. Quando avistou Zich, ele estava bem. Além disso, não havia vestígios de sua destruição em seus arredores.
— Ugh… ahhhh…aaah!
Chamas irromperam de seus ombros e seu braço se regenerou na hora.
— Você pode até se regenerar. — Zich murmurou para si mesmo como se estivesse comentando sobre folhas caindo.
— Ahhhhhh!!!
O gigante avançou mais uma vez, liberando um calor mortal. O resultado foi o mesmo de antes, e ele arregalou os olhos ao ver que não acertou nada.
— Por que você não começa a se corrigir, Renu Ent Dras? Mesmo agora, sou mais forte que você. Como foi o seu doce momento de esperança?