Depois que Wayne voltou para casa, guardou o roupão e a bengala. A sua personalidade era desagradável, e a maioria dos criados ficava na ponta dos pés perto dele. No entanto, parecia estar com um humor pior do que o normal, assustando a governanta ao lado.
— Como está Mawin?
Infelizmente para ela, ele fez a pergunta que mais poderia irritá-lo. No entanto, não era como se pudesse se recusar a responder.
— O jovem mestre ainda está no quarto, senhor.
Ele cerrou os dentes em silêncio, enquanto ela fechou os olhos com força. Felizmente, a resposta que ele esperava não veio, a surpreendendo. Ele gesticulou para que ela saísse, na verdade. Como se estivesse fugindo da cova de um leão faminto, ela agradeceu sua boa sorte e logo saiu da sala.
Wayne sentou-se em sua cadeira e pensou na reunião que acontecera hoje.
— Merda!
Ele pegou as decorações na mesa e as jogou na parede. Como eram de madeira, não quebraram, mas foram lascados. Todavia, ele não demonstrou interesse por elas.
“Sem-teto maldito!”
Foi o primeiro encontro dos dois. Como esperado, era rude e arrogante. Mesmo apenas a visão do rosto de Zich provocou xingamentos. Ainda assim, Wayne usou toda a paciência que pôde para comparecer à reunião.
“Mas ele ainda ousou me insultar!”
Por mais que tenha brigado primeiro, essa não era a parte importante. Zich deveria ter suportado pelo menos alguns resmungos, considerando seu status e autoridade superiores, mas insultou de volta.
Wayne cerrou os punhos.
“Logo no final!’”
Só porque ele propôs investigar a organização das figuras vestidas em um momento posterior, Zich suspeitou dele. Fora de tudo, isso o irritou mais. Claro, ninguém pensou sinceramente que Wayne era o culpado; eles simplesmente olharam para ele com olhos desconfiados por um momento.
A ideia de Zich era apenas uma possibilidade, e os Jaewick ainda eram uma família de prestígio. No entanto, irritava Wayne o fato de ele ter sido suspeito por um breve momento. No entanto, essa não foi a única razão pela qual estava furioso.
“Fui descoberto!”
Como Zich disse, Wayne tentou de propósito mudar o assunto, sendo inútil a tentativa. Agora, até Walwiss tentaria investigar a organização.
— Acho que não pode ser evitado.
Wayne pegou um pedaço de papel e o colocou sobre a mesa. Então, pegou uma caneta e rabiscou grosseiramente o papel com ela. Caracteres sistematicamente formados em tinta preta. Os caracteres não faziam parte de um sistema de escrita usado em nenhum lugar do mundo, mas eram um código secreto. Wayne pegou vários outros pedaços de papel e escreveu o mesmo código neles. Então, depois de enrolá-los e amarrá-los com um barbante, ele se levantou.
O lugar para onde ele se dirigia era o topo da mansão onde mantinham pombos-correios. Ele preparou tantos pombos quantas cartas tinha e amarrou as cartas nas pernas de um dos pássaros.
Eles voaram, circularam pelo céu algumas vezes e se espalharam por todo o lugar.
“Isso é bom por enquanto.”
* * *
A investigação do paradeiro de Elena continuou. As pessoas vasculharam a cidade por dentro e por fora, verificando cada canto e recanto da floresta ao seu redor. Bestas e monstros inocentes que não tiveram nada a ver com o incidente foram massacrados em meio à busca.
Não conseguiram encontrar vestígios dela. Como de costume, Zich entrou em becos atrás dela. Claro, não tinha como os criminosos normais terem conhecimento de onde ela estava.
“Torturar gente ruim não é pecado.”
Simplesmente pensou.
Ele deu um jeito no homem que não pôde responder e foi para outro beco. Planejava aliviar seu estresse… não, encontrar outro vilão que pudesse ter alguma informação sobre Elena.
“Hum. Estou sendo seguido.”
Havia uns dois. Ele fingiu não notar e fez uma curva fechada dentro do beco.
“Parecem ser assassinos.”
Seus movimentos não eram como civis normais, espadachins ou magos. Eles aprenderam de forma profissional a esconder sua presença.
“É aquela galerinha da organização?”
Entretanto, para serem e les, seus movimentos não eram habilidosos o suficiente. Zich se dirigiu para uma área ainda mais deserta. Ele logo viu casas que pareciam que iriam desmoronar a qualquer momento. Era um lugar abandonado onde não havia sinal de ninguém morando lá dentro.
Zich vasculhou a área como se estivesse procurando por Elena.
“Eles não estão saindo.”
Mesmo que tenha se movido para uma área deserta onde era fácil emboscá-lo, seus oponentes não se moveram. Eles estavam simplesmente olhando para ele enquanto escondiam sua presença.
“O objetivo deles não é me emboscar. Então, qual é?”
Zich parou sua busca. Quando se movia, as pessoas que o seguiam também se moviam. Ele saiu para a rua principal desta vez, e continuaram a segui-lo.
“Ainda estão me seguindo. Eles estão esperando que eu vá até Elena. Peguei eles!”
Normalmente, seu método favorito era usar os caras que o seguiam para extrair informações, mas não o fez desta vez. Pelo contrário, diminuiu o passo para que não o perdessem. Enquanto vagava por toda a cidade o dia todo, continuaram a segui-lo; isso continuou mesmo quando Zich voltou para seu alojamento.
“Eu acho que não vão entrar aqui.”
Aparentaram não querer ir tão longe. Ele voltou para seu quarto, e seus seguidores permaneceram no mesmo lugar. Uma presença saiu por um curto período e outra voltou.
“Estão se revezando.”
Isso significava que quem o estava seguindo estava se preparando para uma longa jornada. Zich saiu do alojamento mais uma vez e confirmou sua teoria. Quando comprou várias frutas e voltou, também ficaram perto. Então ele sentiu mais dois se posicionarem Como seus movimentos pareciam semelhantes, Zich previu que eles estavam no mesmo grupo das pessoas que o seguiram.
“Eles são os caras que estão seguindo Lyla.”
Como previu, uma presença estava se movendo em direção a ele. A pessoa estava se movendo em direção a um quarto ao lado, que era o quarto de Lyla. Zich abriu a porta do quarto e empurrou apenas a parte superior do corpo para dentro.
— Você me assustou!
Zich viu Lyla pular de surpresa. Quando ria, a adorável testa de Lyla se enrugava.
Lyla perguntou:
— Por que você veio aqui?
— Eu tenho algo para te dizer. Entre no meu quarto.
Eles foram para o quarto de Zich e sentaram-se com uma mesa entre eles.
— Há pessoas nos observando.
— Nos observando?
Lyla estreitou os olhos e Zich acenou com a cabeça.
— Duas pessoas estão observando cada um. Como a capacidade de seguir parece ser muito boa, acho que foram treinados profissionalmente. Ah, mas não são realmente perigosos. Se te atacarem, você provavelmente será capaz de contra-atacar facilmente.
— Claro, mesmo que eu seja muito mais fraca no combate corpo a corpo, não pretendo ser derrotada, mas…
Lyla achou que ainda era desagradável saber que havia pessoas a seguindo.
— Quem os enviou?
— Não sei, mas tenho algumas suspeitas.
— Não fale de maneira indireta e apenas me diga.
— O cérebro por trás desse esquema. Ou pelo menos pessoas relacionadas a essa pessoa.
— E por que você acha isso?
— Eu acho que é porque descobriram que nós sequestramos Elena.
Os olhos de Lyla se arregalaram. Ela inclinou a cabeça.
— Como? Em assuntos como este, não há ninguém tão sem vergonha quanto você, então não devem ter descoberto, e também fui muito cuidadoso com minhas ações.
— O que quer dizer sem vergonha? Você está dizendo coisas ruins para mim.
— Sim, porque é um fato.
Mesmo com o protesto de Zich, Lyla não retirou suas palavras.
— Talvez, Hans e Snoc foram descobertos?
— Não. Se isso acontecesse, não acho que eles estariam se esgueirando assim agora. A julgar por suas ações agora, parece que estão esperando que vamos até Elena.
— Então, como fomos pegos?
— Há uma explicação que eu posso pensar.
Zich cruzou os braços e recostou-se com um sorriso atrevido no rosto. Lyla sentiu sua tensão diminuir lentamente; ela reconheceu aquela expressão.
— Isso também faz parte do seu plano?
— Talvez?
Sua voz indiferente soava como se ele estivesse pronunciando uma frase de uma peça.
Lyla chutou levemente a canela de Zich e disse:
— Pare de brincar e apenas me diga.
— Já que milady pede, não posso recusar. — Com uma introdução exagerada, ele começou sua explicação. — Bem, vamos discutir o primeiro assunto. Você não acha que o sequestro de Elena aconteceu de repente?
— De repente?
— Sim. Antes de sermos presos, você sabe como dei algumas ordens para Hans e Snoc, certo?
Lyla assentiu.
— Sendo honesto, se eu fosse o mentor, sequestrar Elena não seria minha prioridade. Isso porque existem muitas maneiras diferentes de aumentar o vão entre os Dwaynes e Jaewicks. Além do mais, mesmo que a sequestrassem, teria sido mais eficaz se realizassem o sequestro posteriormente. Por exemplo, quando o relacionamento entre a família Dwayne e Jaewick era ainda pior do que agora, o sequestro poderia ser o golpe final para acabar com seu relacionamento pacífico.
— Você está dizendo que o sequestro aconteceu mais cedo do que você esperava?
— Sim, e não é só isso. A organização em si moveu-se para isso. Até agora, preferiram usar outras pessoas como agentes e os apoiaram por trás e só se revelavam no fim. Agora, entraram no coração da cidade e assumiram diretamente o risco.
— Então, já está quase na hora disso tudo terminar?
— Para que isso seja verdade, não aconteceu muita coisa ainda. Pense em tudo que eles fizeram. Até agora, fizemos mais alguma coisa além de bater em Mawin Jaewick? Eles decidiram começar muito antes do previsto. Como seus planos deram errado, terão que intervir para pelo menos obter alguns resultados. Então por que adiaram seus planos? É porque apareceu uma variável. Uma variável que eles odeiam muito.
— Você está dizendo que é por nossa causa? Porque ensinamos magia a Elena?
— Provavelmente não é isso. Ela sempre poderia aprender magia de um jeito ou de outro, pois uma jovem de uma família estimada, seu avô é o mestre da torre e seu pai também é um mago incrível. Não tem como fazerem um plano que possa ser quebrado apenas por ela aprendendo magia.
— Então o quê?
— Usamos um método especial.
— A mana de Nowem… Pensando bem, você disse que estava tudo bem para Elena continuar estudando magia usando a magia de Nowem! Você talvez previu que isso poderia acontecer?
Zich sorriu.