— Des… gra… çado!
Tríslei ficou tão irritado que mal conseguia falar. Em contraste, Zich estava encantado com a cena.
— Por que ficar tão agitado? Se não tivesse machucado o menino, nada disso teria acontecido. Ou quer falar que eu estou errado?
— Des! Gra! Ça! Doooo!
Pop!
A água dentro do cômodo começou a tremer e subir até Zich, que saltou ao enfiar os dedos na parede.
— Ai, credo! Pensei que você entenderia minhas palavras. A tilápia do Bellu disse que vocês não precisam ser responsáveis por nada? Não me surpreende; é mais fácil para ele. Por que adoram um deus assim?
— Morraaaa!
Crash!
Um pilar da água avançou, porém ele sem dificuldades subiu mais e desviou.
— Ei, não fique tão agitado. O que vai fazer se algo ruim acontecer com esta coisa comigo?
Os bellids correndo em direção a ele pararam. Mesmo Tríslei, que estava atacando há pouco, hesitou.
— Acho que ser atacado pelos karuwimans foi bem assustador. Tanto que deixaram isto sem vigilância no meio da sala.
Tríslei soltou um gemido. Não tinha medo dos karuwimans, mas era verdade que havia deixado o objeto. Não importava o local; deveria ter guardas de alto nível.
“Nesse curto espaço de tempo, não pensei que seria roubado.”
Todavia, não tinha jeito. Já que os karuwimans estavam na cola, como colocaria uma equipe aqui?
— Sei que é um artefato que controla monstros. Deixe-me ver… Pirâmide dos Penados?
— Como caralhos você sabe disso?
Aquela era a razão pela qual a aldeia ficou cheia de monstros. Antes de regredir, houve um tempo em que os bellids varreram o mundo, tão fortes que forçaram todos os inimigos a recuarem. A razão para a vitória implacável era porque tinham a capacidade de controlar poderosos monstros de lendas graças ao artefato.
“Como ele tem a Pirâmide dos Penados, os monstros devem ter sido atraídos por instinto.”
Já que ainda não estava completo, somente os de baixo nível apareceram. Uma vez que estivesse pronto, causariam a destruição do mundo inteiro.
“Ele deve ter torturado o garoto não só por diversão, mas também para completar isso.”
Como o nome indicava, a maneira de formar a Pirâmide dos Penados era extremamente cruel e cruel. Muita coisa era necessária, contudo, a mais importante era as emoções negativas de almas inocentes. E o que faziam para despertar esse tipo de emoção eram ações semelhantes ao incidente na aldeia.
— Como vê, sei um pouco de tudo. Está se sentindo ameaçado? Se eu não tiver cuidado, posso sem querer quebrar um bem tão precioso para vocês.
— Hah! Acha que não terá consequências? Não é tão fácil de quebrar assim!
Tríslei só se encolheu porque não esperava que Zich usasse o artefato sagrado de escudo, que era resistente ao extremo. Então levantou outro pilar de água, e os seguidores mudaram para uma formação de ataque.
Com sua força, venceria. Os outros seguidores não importavam, porém o cardeal era um dos mais fortes bellids; não bastou para amedrontar Zich, entretanto.
— Hmmm. Está claro que estou na desvantagem.
— Percebeu agora!? Mas é muito tarde. Vou te dar a pior morte do mundo!
— Hahaha! Outro com o mesmo sonho impossível. Tudo bem, estou torcendo por você. Todos necessitam de um sonho para se agarrar nos piores momentos!
Crash!
Zich escapou de outra bomba d’água.
— É tolice minha insistir em uma batalha frente a frente, embora haja uma clara diferença de poder entre nós. Escapo ou não?
— Não me faça rir! Não tem jeito nenhum de você fugir daqui!
Os cavaleiros e sumos sacerdotes de Bellid o cercavam, mas, acima de tudo, o próprio Tríslei estava bloqueando. A única entrada era uma saída distante, o que fez uma possível fuga parecer impossível. Mas só parecer.
— Para onde corro?
Ele fez um grande movimento com as mãos que enfiou na parede e empurrou o corpo para cima, mas não tão longe. Tudo o que fez foi pousar um pouco abaixo ao lado.
—Hah! Quer escapar com isso? Bem, acho que uma escolha estúpida combina com um rato feito você.
— Devo atender às suas expectativas e realmente me mover que nem um rato? — disse enquanto pulava antes de bater em três paredes com o dobro da altura de uma pessoa.
Reeeenk!
Uma porta disfarçada de parede se abriu. Tríslei, bem como o restante, arregalou os olhos.
— E-e-essa…! — gaguejou, sem saber da existência da porta.
— Para quê tanta estranheza? Talvez se esqueceram desta entrada?
— C-como você…?!
— Ah, você não precisa saber. — Sorriu brilhantemente e acenou com a mão para os seguidores — O rato aqui vai escapar por um buraco.
Orgulhoso, pôs o artefato na caixa mágica e imitou o animal dito. — Quiii! Quiii!
Qualquer um podia ver que ele estava tirando onda com Tríslei. Depois, desapareceu, deixando para trás o cardeal vermelho.
— Capturem eleeeeeeeee!
A fúria na sua voz abalou toda a sala.
Aproveitando seu tempo brincando de gato e rato com os inimigos, a batalha fora do templo estava indo com força total.
Pop! Pop!
Os ataques sagrados dos karuwimans continuaram a voar acima do lago, iluminando o interior da caverna. Contudo, uma forte barreira que exalava a energia de Bellu protegeu o templo.
Pop! Pop!
Os contra-ataques dos bellids vinham direto do lago.
Os sacerdotes karuwimans firmaram uma barreira para eles.
Crash! Craaaash!
Fluxos de água atingiram a barreira da luz e desmoronaram. As luzes se acenderam de novo, e aquilo continuou por um tempo.
Então, quem mudou o curso da luta foram os karuwimans. Weig, próximo ao meio do lado deles, caminhou direto para o lago e puxou a espada, soando um sino de metal. Daí, a balançou de leve.
Craaaaaash!
A luz que saiu da lâmina criou uma explosão incrível ao colidir com a barreira oscilante dos bellids, fazendo a caverna tremer. Observaram com grandes esperanças, mas no final, ela não quebrou.
Bam! Bam! Baaaam!
Fez isso mais algumas vezes, e o resultado era igual. Se sentiram frustrados, enquanto os bellids ficaram aliviados.
— Isso não vai acabar.
— Parece que estão fazendo algum ritual dentro do templo para o escudo. Se continuarmos a atacar desse jeito, vamos consumir muita energia e recursos — falou Lubella.
— Vamos seguir em frente.
O único caminho que atravessava o lago era um pequeno e estreito que circulava ao redor da área. Um lado estava bloqueado pelas paredes da caverna, e o outro caiu e não era adequado para um exército marchar em cima. Além disso, os cavaleiros bellids estavam bem na frente. Ainda assim, Weig enviou as tropas para lá sem hesitar.
Thump! Thump! Thump!
O som de passos encheu todo local, o que fez com que os inimigos assumissem posições de combate. Todavia, não pretendia usar somente aquele trajeto; sabia que quanto mais rotas tivessem, mais vantajoso seria.
Dois cavaleiros sagrados saíram da margem com uma caixa mágica encantada com um feitiço de expansão de armazenamento.
Vush!
Uma enorme balsa de madeira saiu dela e flutuou na água. Em vez de uma corda normal, era mantida por correntes. Ademais, tiraram estacas de ferro gigantes.
Slam! Slam!
Sem a necessidade de martelos, logo firmaram uma delas no fundo da costa.
Clank!
Um outro cavaleiro sagrado pegou uma das correntes soltas e longas, a envolveu em torno de estaca e a fixou firmemente. Depois, repetiram o processo mais vezes.
Thug!
Eles subiram na da balsa e usaram a caixa mágica mais uma vez na beira.
Splash!
Outra balsa apareceu, e a conectaram com a já presente; de novo, repetiram o processo, até que criaram uma ponte que se estendia por todo o lago. Todavia, aquela ponte não era o único projeto em construção.
— Lá! — Snoc, tocando o chão de terra com os olhos fechados, apontou para uma seção no lago — A água é rasa lá!
Koo!
Nowem gritou de acordo. Os cavaleiros sagrados se aproximaram e carregaram uma estaca da caixa mágica nos ombros, mas diferente daquelas que usadas nas balsas. Essa era enorme, do tamanho de seis a sete pessoas, mais parecida com um pilar.
Pei!
Um pulou pro lago carregando o pilar. Quando caiu…
Splash!
Eles derrubaram o restante com grande força.
Craaaash!
Ondas de água espirraram em todas as direções e fizeram um grande barulho. Era difícil acreditar que água pudesse criar tal ruído. Oscilando, e a força do impacto chegou até o outro lado. Ela foi firmada com sucesso no fundo.
Como o chão era feito de rochas resistentes, ficou firmemente posicionada. Sua ponta que para fora era plana e circular e garantia um bom lugar onde pisar.
Pei!
No topo dela, repetiu a ação várias vezes, projetando uma ponte nos locais pelos quais passou.
A força de elite karuwiman estava acostumada a atacar perto de corpos de água, pois os templos bellids muitas vezes tinham essas características geográficas por perto. Dessa forma, travaram bastantes batalhas seguindo esse padrão e até passaram por um treinamento especial. E desta vez, tinham alguém como Snoc que poderia falar do terreno ou a profundidade da água. Ele ainda não podia levantar toda aquela terra, mas sentia a sua estrutura.
Porém, embora parecessem estar avançando, Weig não baixou a guarda. Não importava quanto tivessem treinado ou quão experientes fossem, não mudava o fato de que um ambiente aquático favorecia os inimigos.